📌 capitulo 2 - A minha âncora

Depois do beijo no elevador e da promessa de lutar juntos,
ambos se olharam com determinação. Theo, ainda com aquele sorriso provocador, olhou para Liam com a intensidade de sempre.

— Estamos juntos nessa lobinho — disse Theo, a voz grave e firme, mostrando um raro momento de confiança.

Liam olhou para ele, respirando fundo, já sentindo a tensão do combate iminente.

—  Juntos. — A palavra saiu entre os dentes, mas com a mesma firmeza. Ele sabia que tinha um aliado agora. Algo havia mudado entre eles, e ele sentiu que, mesmo com suas diferenças, iriam lutar de igual para igual.

Com isso, eles saíram do elevador em sincronia, cada passo como uma declaração de força. A batalha que enfrentavam no corredor parecia mais do que uma simples luta: era uma guerra, e eles estavam prontos. Os caçadores vinham em ondas, mas Liam e Theo sabiam exatamente o que fazer. E, juntos, derrubaram cada um deles, com golpes rápidos e sincronizados. Eles estavam completamente conectados, seus movimentos um reflexo do outro.

No auge da luta, quando finalmente as coisas começaram a se acalmar, Liam se aproximou de Theo, sentindo um peso se dissipando. Ele queria celebrar o fato de terem vencido juntos. Sua primeira reação foi abraçar Theo, um reflexo de gratidão e confiança.

Mas, surpreendentemente, Theo colocou uma mão firme sobre o ombro de Liam e, com um leve sorriso, pressionou um beijo suave na testa do garoto.

Liam ficou parado por um momento, surpreso com o gesto, antes que as palavras finalmente saíssem de sua boca:

—  Obrigado.

E antes que qualquer um pudesse dizer mais alguma coisa, um som grave ecoou pelo corredor, era Gabe, ainda arrastando-se, e nas sombras atrás dele, mais caçadores se aproximavam. O sorriso de Theo desapareceu ao ver os novos inimigos se aproximando rapidamente.

— Merda... —  Theo murmurou, e seus olhos se encontraram com os de Liam.

Com a mão no ombro de Liam, Theo deu um passo para trás, pegando rapidamente Liam pela cintura e, com uma agilidade que só ele tinha, o puxou para dentro do elevador. As portas começaram a fechar.

Liam, ainda chocado com a reação de Theo, gritou:

— O que você está fazendo?!

Antes que as portas se fechassem completamente, Theo se virou com um sorriso arrogante, mas que também carregava uma ponta de angústia. Ele havia se tornado a isca, o sacrifício necessário para garantir a segurança de Liam. O sorriso sexy e cafajeste de Theo iluminou o ambiente por um breve momento, e Liam não conseguiu tirar os olhos dele.

— Sendo a isca. — foi tudo o que Theo disse, antes de as portas se fecharem completamente. E, naquele instante, Liam sentiu um aperto no peito, como se fosse a primeira vez que realmente entendia a posição deles no mundo. Theo tinha se tornado uma proteção, mais do que ele imaginava. E, ao mesmo tempo, o cara mais confuso que ele já conheceu.

Do outro lado da porta do elevador, Liam podia ouvir os passos e gritos dos caçadores, mas a visão de Theo o cara que, minutos antes, o beijara e estivesse ao seu lado na luta, ainda dominava seus pensamentos.

Theo não podia ir sozinho. Ele precisava dele. E Liam sabia disso.

Dentro do elevador, Liam se afundou no chão, sentindo uma dor indescritível. Ele queria estar lá fora. Queria ajudar.

Foi então que Liam ouviu o rugido de Theo à distância, a fúria na sua voz.

Do outro lado da porta, Theo estava lutando como um verdadeiro guerreiro, mas então, um feixe de luz, uma bala de aconito atingiu o ombro do Theo. Ele vacilou um pouco, mas ainda encontrou forças para continuar lutando.

Enquanto isso, no elevador, o choque de sentimentos de Liam era substituído por algo mais profundo: compreensão.

Ele finalmente se deu conta de que tudo isso tinha um propósito, mesmo que aquilo quebrasse um pedaço dele. Mesmo que ele estivesse trancado no elevador, sozinho. Theo estava sendo a isca para que Liam vivesse para lutar outro dia. E ele estava disposto a pagar o preço por isso.

Liam se recostou contra a parede, e uma lágrima caiu pelo seu rosto, mas não por pena de si mesmo. Era tristeza pelo fato de finalmente perceber que estava mais ligado a Theo do que jamais imaginara.

E, com isso, Liam jurou a si mesmo que voltaria para Theo. Quando as portas do elevador finalmente se abrissem, a guerra dele com Theo só começaria a ser ganha. Mas agora, mais do que nunca, ele tinha certeza de quem era o seu verdadeiro guerreiro.

Foi aí que a visão de Deaton surgiu em sua mente, sua voz suave e calma, mas imponente:

"Âncoras, soulmates......"

As palavras ecoaram na cabeça de Liam, como se estivessem predestinadas a clarear algo que ele já sabia. Um flash de lembranças surgiu, cada momento que teve com Theo, as situações de luta, as provocações, os olhares furtivos que sempre guardaram algo a mais. Tudo havia levado a isso. E, com um choque interno, Liam finalmente percebeu. Theo era sua âncora. Seu soulmate.

Ele fechou os olhos por um momento, tentando processar a nova realidade que havia se formado em sua mente. E foi quando a visão de Theo apareceu mais uma vez em sua cabeça, claro como o dia. Ele, feroz, determinado, sempre ali para ajudar e proteger, sem esperar nada em troca. Liam finalmente entendeu a verdade: Theo sempre esteve ao seu lado, não só como um aliado, mas como algo muito mais profundo.

Enquanto isso, fora do elevador, Theo estava no centro da luta. Ele movia-se de forma impiedosa, sua fúria crescendo a cada caçador derrubado, sua habilidade mortal brilhando, mesmo ferido, Theo conseguiu acabar com todos os caçadores.

Theo estava respirando forte encostado contra uma das paredes tentando tirar a bala do seu ombro, até que um grito de chamado de dor fez seus olhos focarem. Era Gabe, que estava se arrastando, fraco, mancando, machucado. Seu semblante estava mais pálido, e seu olhar suplicante chegou direto aos olhos de Theo.

Theo se aproximou de Gabe, abaixando-se até sua altura, sem mostrar fraqueza. Sabia o que fazer.

Gabe falou, sua voz tremendo:

—Dói... Dói muito...

Theo tomou a mão de Gabe com firmeza, seu olhar se tornando intenso e focado. Veias começaram a surgir em seus braços fortes, como se a energia do seu corpo estivesse sendo transferida diretamente para o garoto. O que Theo fez não era apenas uma cura, era um alívio profundo, uma energia primitiva, quase mística, que ele mal sabia controlar, mas que estava ali, fluindo dele.

Gabe, com os olhos cheios de dor e pavor, imediatamente relaxou. Ele sentiu a dor desaparecer, e Theo sentiu a energia do garoto se aquietando. Foi a última coisa que Gabe sentiu antes de relaxar completamente, a morte chegando de forma tranquila, sem dor, enquanto ele descansava em paz nos braços de Theo.

Liam, ao longe, tinha acabado de chegar e viu o que havia acabado de acontecer. O alívio e o orgulho tomaram conta de seu peito. Ele observou Theo com um sorriso discreto no rosto enquanto Theo olhava para o garoto que ele ajudara a partir de forma tranquila. Ele se tornara mais humano naquele momento. Theo tinha usado uma habilidade que Liam nunca tinha visto em si mesmo, ou talvez fosse essa a transformação que a vida deles tomava: Theo cuidando de Gabe, não com indiferença, mas com humanidade, com empatia.

Mas então, enquanto Liam observava com mais atenção, ele notou Masson e Corey se aproximando, e o choque evidente nos rostos deles quando viram Theo confortando Gabe. Melissa e Nolan também estavam perto, trocando olhares, e Liam não pôde evitar um sorriso satisfeito, vendo o que tinha se tornado evidente para ele: Theo não era o vilão. Ele era a âncora, a proteção que todos precisavam.

O sorriso de Liam foi sutil, mas genuíno. Quando Gabe fechou os olhos pela última vez, descansando em paz, Liam se deu conta de que nem todo monstro precisa ser destruído para ser compreendido.


Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top