Capitulo 12 - O corpo

O despertador de Liam tocou, quebrando o silêncio da manhã, mas para Theo, o som parecia distante. Ele ainda estava completamente imerso na sensação de Liam deitado sobre seu peito. Sentia o ritmo suave da respiração de Liam, o calor do corpo dele contra o seu e o cheiro familiar que invadia seus sentidos. Era um momento simples, mas incrivelmente reconfortante.

Liam mexeu-se, tentando desligar o despertador, mas um leve gemido de dor escapou de seus lábios. Isso fez Theo se alertar imediatamente.

— Liam, tudo bem? — Perguntou, com a voz baixa e rouca, a preocupação evidente.

Liam tentou sorrir, mas o desconforto ainda estava visível em seu rosto. Ele tentou se mover para se sentar, mas logo desistiu, claramente exausto após a noite anterior.

— Acho que exagerei um pouco...ontem... — disse Liam, com um sorriso tímido, antes de se aconchegar de volta no peito de Theo.

Theo não gostava de vê-lo assim. Com delicadeza, ele segurou o rosto de Liam e inclinou-se para beijá-lo suavemente. O toque dos lábios foi leve, mas carregado de carinho. Theo deslizou suas mãos pelas costas de Liam, acariciando-o com a intenção de aliviar a tensão que ele sentia.

Com um suspiro, Theo usou seus poderes, sentindo o calor percorrer suas veias enquanto a dor de Liam se dissipava. Quando retirou as mãos, olhou nos olhos dele, ainda com um sorriso sereno.

— Melhor agora? — Perguntou, a voz ainda suave, mas com um toque de cumplicidade.

Liam sorriu, sentindo o alívio.

— Muito melhor... obrigado.

— Prometo que, na próxima, vou com calma para não te machucar. — Theo disse, com uma leve risada, sentindo o alívio de ver Liam bem.

— Nem pensar nisso! Eu amei ontem, Theo... — disse com a voz carregada de desejo. — E não me importo nem um pouco que você seja bruto na cama. Eu amo esse jeito seu de me controlar, de me fazer delirar de prazer. Não quero que pare... quero mais.

Liam, puxou Theo para um beijo mais intenso, mas ainda suave, um beijo que refletia o amor e o desejo entre os dois.

Theo não conseguiu resistir ao toque de Liam. A conexão entre eles estava ali, evidente em cada gesto, em cada movimento. As mãos de Theo se moviam com urgência, tocando a pele de Liam, apertando-o de forma possessiva, enquanto as línguas deles se entrelaçavam em um ritmo perfeito..

Liam com um sorriso sapeca, moveu-se para mais perto do Theo, subindo em seu colo, roçando a sua bunda contra o membro já desperto de Theo, no incentivo de provocar o maior.

O calor que envolviam os dois era inebriante.

Quando finalmente se separaram, o ar parecia mais denso, mas não havia pressa para terminar o momento. Os dois se olharam, respirando profundamente, ainda com sorrisos no rosto.

— Vai se atrasar para a escola, sabia? — Theo sussurrou no ouvido de Liam, a voz baixa e carregada de desejo.— E se você continuar me provocando desse jeito, vou acabar te fazendo delirar aqui mesmo, nessa cama, como aconteceu ontem, lobinho....

Theo tentou se recompor, mas não conseguiu esconder o sorriso satisfeito que se formava no canto dos seus lábios.

A tensão entre eles estava palpável, e era difícil para ambos ignorarem o que estava acontecendo, mesmo que o mundo lá fora estivesse chamando.

Liam assentiu, mas o sorriso no rosto.

— Eu sei, mas… é difícil quando você me faz querer ficar aqui, com você... — Liam respondeu, a voz suave, mas com aquele brilho provocante.

Theo não resistiu e, com um sorriso travesso, mordeu levemente a bochecha do beta, como se fosse um gesto de carinho, mas também de posse, algo que deixava claro a conexão que havia entre eles.

— Eu queria ficar aqui com você, só nós dois, sem mais nada. Sem a escola, sem os problemas, sem a pack McCall, sem os ataques na cidade... só eu e você, no nosso próprio mundo, sem distrações. — Theo murmurou, seus dedos deslizando pelas costas nuas de Liam.

Liam se permitiu fechar os olhos por um momento, sentindo o toque de Theo.

— Eu também quero isso, Theo. Só nós dois... — Liam disse, a voz mais suave agora, como se estivesse compartilhando um segredo só deles. — Mas, por enquanto, vamos ter que enfrentar o mundo lá fora. A escola, a pack, tudo isso.... Você sempre será o meu refúgio.

Theo o olhou por um instante, sentindo o coração bater mais rápido e ajudou Liam a se levantar.

                           [....]

— Como você está se sentindo?

Perguntou Theo, com a voz suave, ao estacionar em frente a escola de Beacon hills, enquanto tocava levemente a mão de Liam.

Liam deu uma risadinha baixa, apertando a mão de Theo com carinho.

— Estou ótimo. Você sempre cuida de mim. — Respondeu Liam, com um sorriso caloroso e genuíno.

Antes que Theo pudesse responder, Liam se inclinou e roubou um beijo rápido, mas cheio de afeto. Quando se afastaram, Liam falou com a voz baixa e um brilho nos olhos.

— Eu te amo.

Theo sentiu o coração bater mais rápido, um sorriso automático tomando seu rosto. Ele olhou nos olhos de Liam, se perdendo nas profundezas daqueles olhos azuis brilhantes, que sempre pareciam iluminados por algo especial.

— Eu também te amo, lobinho...

Theo ficou parado, assistindo Liam entrar na escola. Seu sorriso ainda estava lá, persistente e iluminado.

Era estranho, mas mesmo após tudo o que haviam vivido, Liam conseguia transmitir essa leveza, essa sensação de que tudo ficaria bem.

Theo queria que aquele momento nunca acabasse. Mas havia algo em sua mente, uma sensação incômoda que não conseguia ignorar. Ele não conseguia afastar os pensamentos sobre as mortes dos garotos. O desaparecimento deles. Todos da mesma faixa etária e com características semelhantes às de Liam.

Algo estava errado, e Theo sentia isso...

Os Dread Doctors tinham sido destruídos, mas Theo sabia que haviam deixado inimigos poderosos para trás.  As bruxas, por exemplo, sempre foram contra as manipulações que os Dread Doctors faziam com o sobrenatural.

Talvez fosse isso. Será que elas começaram a ganhar território depois da mortes dos dread doctors?

Algo estava acontecendo e Theo sabia que precisava entender o que. E ele sabia o lugar certo para começar essa busca.

O problema era que ele não poderia fazer isso sozinho. Precisava de ajuda. Mas não se sentia á vontade trabalhando com Scott, Stiles ou Malia.

Foi então que se lembrou de Lydia. Ela tinha se oferecido a sua ajuda ontem depois daquela confusão toda, e Theo sabia que ela poderia ser uma aliada valiosa. Sem hesitar, pegou seu celular e ligou para ela.

— Lydia, é Theo. Preciso da sua ajuda — disse ele, com urgência na voz.

A voz de Lydia atendeu rapidamente.

— O que aconteceu? — Perguntou ela, com curiosidade e preocupação.

— Eu preciso ir até ao antigo covil dos Dread Doctors. Estas mortes desses garotos da mesma faixa etária de Liam está me deixando preocupado. Eu preciso descobrir logo o que está acontecendo. Fui criado lá. Pode ser que eu encontre alguma lista. Mas preciso de você — Theo explicou, sem rodeios.

Lydia ficou em silêncio por um momento, claramente processando as palavras de Theo.

— Ok, me encontre na estrada da Baixa. Vou com você.

Ele não estava sozinho nessa.

Eles se encontraram em frente ao covil dos Dread Doctors. Estava tudo em ruínas, um reflexo sombrio do que havia sido deixado para trás. Theo olhou para Lydia, e apesar da tensão que o lugar o causava, ele sentia que estavam no caminho certo.

Não sabiam exatamente o que procuravam, mas algo importante parecia estar ali.

Com cautela, entraram no local. O silêncio era opressor, e o ar pesado, como se o tempo tivesse parado ali. Theo sentia como se algo ou alguém os observasse, mas não sabia dizer o quê. De repente, Lydia parou, seus olhos fixos em algo.

Ela se agachou, e quando Theo se aproximou, viu um corpo.

Era de um garoto, com mais ou menos a idade de Liam, com as garras de lobisomem visíveis. O corpo estava frio, sem vida, mas havia algo estranho. Não parecia ser uma morte recente, mas o sangue ainda não estava completamente coagulado.

— Ele era um lobisomem… — Theo murmurou, o tom de sua voz baixo, mas carregado de surpresa.

Lydia analisou o corpo por um momento e então se afastou um pouco.

— Algo não está certo. Ele não era o alvo. Se fosse o alvo não deixavam pistas.... Eles estão caçando alguém. Eles querem destruir algo — disse Lydia, sua expressão sombria fechando os seus olhos. — Um vínculo...

Theo ficou em silêncio, absorvendo as palavras da bansnhi, algo que ainda não compreendia completamente.

— Eles estão atrás de um garoto… um vínculo poderoso. Algo que pode mudar tudo. E não vão parar até encontrá-lo.... — Lydia sussurrou abrindo os seus olhos em seguida, afixando o olhar no corpo, como se tentasse compreender o que estava acontecendo.

Theo engoliu em seco, o peso das palavras dela caindo sobre seus ombros. Ele sabia que não podia deixar que isso acontecesse. Precisava encontrar respostas.

— Vamos descobrir o que está acontecendo, Lydia. Não podemos deixar isso continuar — Theo disse, com uma determinação renovada em sua voz.

A verdade estava mais próxima do que imaginavam.