📌capitulo 1 - O elevador

Hospital Geral de Beacon Hills


O cheiro de antisséptico e sangue preenchia o ar enquanto Liam corria pelos corredores escuros do hospital. Seu coração martelava em seus ouvidos, seus sentidos de lobo em alerta máximo. Ele tinha sido descuidado. Tentar proteger uma jovem ferida por lobisomens naquele hospital o colocou diretamente na mira dos caçadores, e agora ele estava encurralado. O som de botas pesadas ecoava pelo chão atrás dele, mais próximos a cada segundo.

Liam deu uma rápida olhada para trás. Os caçadores estavam chegando.

"Eu não posso deixar isso acontecer," pensou, correndo mais rápido. Mas ele sabia que estava perdido. Ele estava sozinho. Scott, Stiles, e os outros, onde estavam? Nenhum deles estava por perto. Só ele e os caçadores.

Ele vira uma porta de elevador à sua esquerda e correu até ela, pressionando o botão com pressa. Mas quando as portas começaram a se fechar, ele foi puxado para o lado, uma mão firme agarrou seu ombro, levando-o para dentro do elevador em movimento.

— Que droga, Theo! — Liam rosnou, virando-se rapidamente para encontrar o rosto familiar, agora com um sorriso provocador.

Theo fechou a porta com rapidez antes que os caçadores pudessem alcançá-los, o som das balas ecoando pelo corredor do hospital, ricocheteando nas paredes com violência. Theo, sem perder tempo, se recostou contra a parede metálica do elevador, cruzando os braços e lançando um olhar irônico a Liam.

— Que tal um "obrigado"? — disse Theo, arqueando uma sobrancelha, com aquele tom zombeteiro que sempre fazia Liam ficar mais irritado.

— Eu não pedi sua ajuda! — Liam resmungou, ainda ofegante. — O que você está fazendo aqui, Theo? Vai roubar mais poderes de alguém?

Theo soltou uma risada baixa e se aproximou, como se aquilo fosse uma piada particular.

— Ah, isso ainda te dói, né? Relaxa, Dunbar. Não estou aqui para roubar ninguém. Vi você em apuros com esses caçadores e pensei em te dar uma mãozinha. — Ele deu um sorriso provocador. — Como um bom samaritano, sabe?

Liam revirou os olhos e tentou dar um passo atrás, ainda incerto sobre o que estava acontecendo. Theo, a essa altura, ainda sorria para ele com aquele sarcasmo de sempre.

— Você nem sabe o que "ajudar" significa — respondeu Liam, tentando não deixar sua frustração transparecer.

O elevador então sacudiu, parando abruptamente entre dois andares. A lâmpada de luz piscou e Liam pressionou os botões freneticamente.

— Ah, ótimo, mais um momento para você agradecer — Theo comentou, se encostando na parede com um sorriso de escárnio.

— Agradecer? Por me arrastar para isso? — Liam estourou, a raiva aflorando novamente.

Mas antes que ele pudesse continuar, Theo o cortou com uma mudança repentina em seu tom.

— Você acha que estou brincando, Dunbar? — ele disse, agora com seriedade, a máscara de sarcasmo desaparecendo. — Eu arrisquei minha vida por você. Aquelas balas... Eles estavam prestes a te matar. Você teria morrido se eu não tivesse aparecido.

Liam permaneceu em silêncio, a raiva começando a dar espaço para a culpa que começava a corroer sua raiva.

— Eu não pedi sua ajuda, Theo. E se vou morrer, vou lutar até o fim, — ele respondeu, sem conseguir esconder a dor em sua voz.

Theo o encarou, os olhos mais intensos que antes, quase sombrios.

— Isso é o que você pensa? — Ele deu um passo à frente, ficando mais próximo, sua expressão tensa. — Morrer lutando faz de você um herói, Liam? Isso só vai te fazer virar comida de caçador. Scott precisa de você. Eu... — Theo hesitou por um momento, mas não deu continuidade, logo retomando o tom desafiador. — Vou te proteger, nem que você me odeie por isso.

O ar no elevador parecia denso, como se cada palavra ainda estivesse pairando entre eles. Liam olhou para Theo com uma mistura de incredulidade e confusão.

— Por que você se importa? — Liam perguntou baixinho. — Você nunca foi do tipo que se sacrifica por ninguém.

Theo deu um sorriso enigmático, a expressão complicada de algo não dito.

— Eu não sou santo, Dunbar. Não vou morrer por você. — Seus olhos brilharam com uma intensidade diferente, mais profunda. — Mas vou lutar por você. Lado a lado. Até o fim.

Aquelas palavras cortaram o ar de maneira diferente. Liam sentiu a pressão no peito, quase desconcertado, o ambiente carregado de uma tensão palpável.

Ele não pensou duas vezes. A raiva e o desejo não resolvido transbordaram em um gesto impetuoso. Liam agarrou a gola da jaqueta de Theo, puxando-o para um beijo repentino, sem qualquer aviso. Theo ficou surpreso por um segundo, mas rapidamente retribuiu, agarrou a cintura de liam com as suas mãos firmes, pressionando Liam contra a parede do elevador. O beijo foi feroz, cheio de tudo o que nunca foi dito em palavras: frustração, desejo reprimido, a tensão entre eles explodindo.

A boca de Theo tomova a de Liam com uma fome que fez a cabeça de Liam girar. Theo beijava com urgência, não pedindo, mas tirando o que queria — direto, quente, e sem arrependimento.  A língua da quimera se lançou por sua boca com um toque possessivo, e Liam se viu respondendo de forma igual, desejando mais. Era como se todo o restante do mundo tivesse desaparecido. Theo o dominava com cada movimento, com cada impulso.

Quando se separaram, ambos estavam ofegantes, os olhos fixos um no outro.
Theo foi o primeiro a quebrar o silêncio, com uma risad

a irônica.

— Essa foi sua forma de me agradecer?

Liam revirou os olhos, a raiva agora se misturando com uma satisfação escondida.

— Cala a boca.

O elevador, finalmente, começou a se mover novamente, e Liam sabia, com certeza, que nada seria igual entre eles. Não mais. A realidade estava batendo, mas o que aconteceria a seguir ainda era incerto.

Dois lobos, agora entrelaçados por uma tensão estranha, estavam mais prontos do que nunca para lutar. Juntos.


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