5# - O Ritual de Iniciação

Fazer pressão é a melhor maneira de obrigar alguém fazer algo por ti. Principalmente se ela te deve algo. Como o pressionado não tem escolha, acaba fazendo qualquer coisa, literalmente, não importa o quão macabro for, porque é assim que o instinto de sobrevivência humano funciona quase sempre.

Então as palavras que devem ser levadas em conta neste capítulo são: Precoce e Pressão.

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- Do que estás à espera, novata? - perguntou Naomi - Vai!

- Naomi, não sejas assim - Rose tentou acalma-la, mas não deu em nada.

- Eu não irei cometer o mesmo erro duas vezes e confiar a minha retaguarda para uma retardada que não sabe fazer nada, por isso... - meteu a sua arma sobre a mesa - Se não mostrares do que és capaz, mando-te de volta ao sítio de onde saíste.

Engoli seco, e tinha as mãos a tremer. Sinceramente, eu nunca e nem queria atirar em alguém, mas era isso ou passar toda a eternidade queimando lá em baixo, então levantei sem dizer uma única palavra e caminhei lentamente ao balcão do restaurante, onde o gerente estava falando com um funcionário.

- Em que posso ajudá-la, menina? - perguntou tranquilamente - Quer fazer um pedido?

- Eu...eu...me desculpe - saquei a arma e tentei mirar bem na cara dele, mas ele foi mais rápido e agarrou no cano da pistola, me fazendo atirar no teto. Este ato assustou todos os clientes, que fugiram para fora ficando apenas o trio de caçadores sentado.

- Sr. Tawa, o que se...- disse assustado um dos trabalhadores se afastando lentamente de nós.

- Saí daqui e evacua todos os empregados, eu irei manter ela ocupada - alertou o gerente e quando o seu empregado se afastou o suficiente, olhou para mim - Com que então vocês me acharam, mas nunca irão conseguir me pegar.

Em um movimento rápido, ele agarra na minha mão e me puxa para o seu lado do balcão, fazendo eu embater violentamente contra a parede e caio de cara no chão, tento levantar, mas não consigo

- Vem aqui que ainda não acabei contigo, sua vadiazinha - ele me agarra nos cabelos e me arrasta até a cozinha, onde todo mundo já tinha sido evacuado - Parece que temos o espaço só para nós dois.

Atirou-me contra uma mesa cheia de comida, mas no final consigo aterrar em pé e tento ataca-lo em seguida com a faca, mas falho miseravelmente. Ele pega na lâmina com uma mão e agarra na minha cabeça com a outra mão fazendo ela embater com uma outra mesa e passa um lado da minha face em uma chapa quente cheia de óleo.

- Caralho! - gritava de dor, e era muita e parece que perdi a visão no olho esquerdo, não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo, mas a dor desapareceu em um estalar de dedos, seria uma habilidade única dos caçadores?

- Você parece uma novata pelo jeito que tenta lutar, então vou te dar um bom presente de boas-vindas - me encostou contra a mesa e meteu as minhas mãos atrás das costas como se estivesse me algemando, e no final levantou a minha saia - Se prepara, que eu não serei brando.

Quando eu dei conta do que ele estava prestes a fazer, rapidamente com o meu pé acerto bem no meio das pernas dele e por conta dessa ação, as minhas mãos são soltas. Pego em uma frigideira é certo bem no meio da cara dele, e depois dou uma cambalhota sobre a mesa e corro para a saída da cozinha onde estava a minha pistola, atirada no chão.

Pego nela e tento atirar nele, mas ele conseguiu se proteger com uma panela incrivelmente resistente, então atiro mais para baixo atingindo a sua perna fazendo ele largar o objeto e abaixar pegando no local do ferimento, então corro até ele enfiando a faca em seu queixo fazendo ele cair no chão

- Agora morra, seu maldito, morra! - sento no peito dele enfiando a faca repetidamente em seu rosto até ele ficar irreconhecível, e só parei quando ele ficou sem reação. Deito-me de lado e começou a chorar dando suspiros profundos - Finalmente, acabou.

No último suspiro eu desmaio, isso devido aos meus ferimentos, e no momento seguinte acordo em uma banheira cheia de um líquido azul estranho, estava pelada e os meus ferimentos estavam completamente curados.

Até o meu olho perdido voltou como se nada tivesse acontecido, de repente, Naomi entra e senta em um banco no lado esquerdo da banheira.

- Devo dizer que estou impressionada, nada mal para uma iniciante - deu uma leve risada, e eu tinha 100% de certeza que ela foi obrigada para vir aqui e pedir desculpas, mas pelo visto ela era terrivelmente péssima nisso - Bem que poderia ser pior, você não acha?

- Espera aí...é só isso que você tem a dizer? - a cara de despercebida dela me irritou ainda mais, curiosamente o meu coldre de espadas estava no lado direito da banheira então lentamente peguei em uma delas com a minha mão direita para ela não perceber - Nem um "sinto muito" poderia sair dessa tua boca orgulhosa?

Movi a espada e tentei corta o pescoço dela, mas ela foi rápida demais e afastou-se a tempo.

- O que você pensa que está fazendo!?! - disse após esquivar dois ataques meus.

- Vou te matar, sua puta desgraçada! - aproveitei o momento que ela esquivou o terceiro ataque e dei-lhe um pontapé fazendo a embater conta a parede, e depois imobilizo ela metendo a espada em seu pescoço - Te peguei.

- Tens a certeza? - oiço um estalido e a arma dela estava pressionada na minha barriga - Então, como queres que isto acabe?

- Mas o que vem a ser isto? - perguntou Alfred abrindo a porta, Rose estava tapando os olhos dele por motivos óbvios - Comportem-se como adultos, apesar da Yin ter apenas 17 anos.

- Está bem, chefe - Naomi baixou a arma, e por mais que eu não quisesse, tive que baixar a espada e ela saiu do banheiro - Mas se ela tentar algo do género outra vez, a matarei com as minhas próprias mãos.

Olhou para mim e mostrei-lhe a minha língua, e sei que se Alfred não estivesse no caminho ela pularia em mim que nem uma aranha, mas limitou-se a afastar-se chingando.

- Ei, não abuses da sorte, senão nem uma semana irás durar aqui com ela - Rose abanou à cabeça concordando - Te quero em 15 minutos na sala de jantar para termos uma conversa.

Apesar de sua aparência juvenil, Alfred tinha um pouco mais de 200 anos e este era a sua 5ª Reencarnação, já que a mesma aparência depois de muito tempo era inviável, mas a verdade é que os caçadores podem viver para sempre, dependendo de sua escolha, claro.

E como ele tinha o meu respeito após a primeira vez que o vi, não demorei para estar pronta, e em alguns momentos estávamos eu, ele e Rose na mesa apenas trocando olhares sem razão nenhuma, então tive de quebrar o silêncio.

- Mas o que nós estamos esperando, "chefe"? - até fiz as aspas com os dedos, normalmente quando ficava aborrecida agia quase sempre assim - Isto aqui está um tédio.

- A paciência é uma virtude - logo após Rose soltar essa frase genérica, Naomi entra com uma caixa de pizza - Aí está ela...

- O trânsito do centro está infernal devido ao incidente no restaurante - sentou e pousou às coisas - mas aqui está tudo.

- Finalmente podemos começar - Ele cruzou os dedos e começou a explicar e eu falarei para vocês o que eu entendi.

Devido a teimosia do ser humano em mexer com coisas "místicas"(coisas deixadas dispersas por anjos caídos "acidentalmente") alguns indivíduos conseguiram enganar a morte e voltavam para o mundo em corpos reencarnados com o conhecimento da vida passada podendo viver por mais anos.

Haviam também os indivíduos que encontravam manuscritos com rituais e técnicas usadas por anjos caídos que os permitia trazer qualquer espirito ou criatura do submundo, ou bem dizendo, inferno, para a terra em poucos segundos.

Então, Pedro após a sua morte, que acabou se tornando a representação do todo-poderoso na justiça de todos humanos, propôs algo inovador onde seu o rei e amigo aprovou.

Daí surgiram os caçadores, que são indivíduos responsáveis na captura de transgressores e na devolução dos mesmos para o purgatório, além de resolver a maioria dos assuntos referentes a algumas atividades espirituais anormais.

A única coisa que nos difere de humanos tradicionais é que os nossos corpos têm uma resistência muito acima do normal e maior tolerância a dor, mas isso não significa que estamos livres de limitações.

E por fim, existem várias divisões por todo o mundo, mas pelos vistos a nossa divisão é uma das mais ativas, e propositalmente temos o menor número de membros para melhor descrição, às vezes temos de abrir mão da quantidade para maior qualidade.

- Por enquanto é tudo que tens de saber, qualquer questão é só perguntar - disse ele abrindo a caixa de pizza.

- Ainda bem porque tenho mais uma, nós agimos sempre em conjunto?

- Na maioria das vezes não, mas dependendo do nível da ameaça, é bem comum irmos mais em pares.

- Entendi, agora tá na hora de atacar esta bela pizza, a minha barriga já estava a gritar por comida.

- Não eras a única - me entregou uma fatia - vamos lá, come e vai dormir cedo porque amanhã de manhã, o teu treino começa.

- Legal...espera, como assim!?!...

Fim de Capítulo

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