┆ ⭑ CAPÍTULO TRINTA E SEIS.
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SOUL CHAIN
➤ CAPÍTULO TRINTA E SEIS. [36]
As ruas de Nova York estavam sob a nuvem escura e a tempestade dolorosa que abraçou a cidade. Um óbito, uma prisão, vilões a solta e um herói — uma criança — sem mais ninguém além dos amigos e da namorada, perdido na escuridão, vivenciando seu próprio luto, sozinho.
Pela primeira vez ele pôde ter alguns minutos de descanso, e o garoto precisava.
A chuva havia passado, os dois Peter de universos diferentes seguiram o trio até a Escola Midtown, os adolescentes decidiram que entrariam primeiro e conversariam com o jovem, enquanto isso, os outros esperariam, apenas para não assustar o rapaz que já estava assustado demais.
Subindo o terraço, os três encontraram o Parker sentado cabisbaixo, com lágrimas escorrendo de seus olhos, molhando suas bochechas levemente rosadas e marcadas por hematomas escuros deixando visível a luta exterior que ele teve. Ao seu lado havia uma bolsa, porém eles não deram tanta importância.
A Stark se aproximou do namorado junto dos dois, deixou a Machina no chão e abraçou o garoto fortemente que desabou nos braços dos amigos, pela primeira vez haviam o visto daquele jeito.
O trio pôde sentir um aperto em seus corações, pela primeira vez ele desabava daquele jeito, um garoto tão alegre que eles costumavam ver no dia a dia, praticamente perder as forças quando agarrado pelas únicas pessoas que tinha naquele momento.
— Eu sinto muito. — murmurou a ondulada enquanto acariciava o rosto do maior. — Eu sinto muito.
Ela lamentou com a voz trêmula enquanto lágrimas escorriam por suas bochechas, não aguentando suportá-las ao ver o garoto chorar alto, mesmo que abafado, em seus braços.
Odiaria ter de estragar o momento para contar ao garoto sobre os outros dois. Se pudesse, ficaria horas naquela posição, não se importava se seu braço doesse ou ficasse dormente, se suas roupas ficariam manchadas pelas lágrimas, ela só queria estar ali, da mesma forma que ele esteve com ela quando Tony partira.
Mas infelizmente não podia, devia contar sobre os heróis que vieram dos universos diferentes, aliás, não sabiam a proporção que poderia tomar caso ficassem por mais tempo em sua Terra.
Mesmo hesitante, ela deixou um beijo na cabeça dele e suspirou fundo fechando os olhos, apenas com esse movimento, o garoto pôde sentir que algo estava errado o fazendo levantar um pouco a cabeça.
— Peter, tem... — eles se afastaram do maior, percebendo que ele estava sentindo a presença dos outros heróis. — tem umas pessoas aqui...
— Quem? — levantou o olhar para a namorada que pegou a Machina do chão.
— Vem. — o Homem-Aranha se levantou rápido colocando-os atrás de si e olhando para o topo da torre onde viu as sombras dos dois Peter.
Eles saltaram até ficarem em cima de um pequeno muro há metros de distância do adolescente abalado com a morte da tia que apontou para eles, ainda na frente dos amigos, como se estivesse querendo os proteger. E ele estava.
— Esperem, esperem. — mandou firme, até perceber que um deles usava um traje de Homem-Aranha, logo, o outro Peter se levantou.
— Lamento. — o adulto falou. — Pela May.
— Entendo o que está passando... — o alto tentou consolá-lo mas fora impedido pelo menor que o interrompeu.
— Não, por favor, na me diga que sabe o que estou passando. — negou sério.
— Tudo bem. — o Parker assentiu cabisbaixo.
— Ela morreu. É tudo culpa minha. — Zara levou o olhar para o garoto, negando de leve com a cabeça. — Ela morreu em vão. Então vou fazer o que já devia ter feito.
Sem pensar duas vezes, abaixou o olhar indo pegar a Machina das mãos da namorada porém a voz do mais velho chamou por ele e, mesmo hesitante, ele olhou para a sua variante.
— Não, por favor. — pediu firme, mas era notável o bolo que ele segurava em sua garganta. — Vocês não são daqui. Nenhum dos dois, vou mandá-los para casa. Os outros caras são dos mundos de vocês, não? Então, cuidem disso. Se eles morrerem, se vocês os matarem... aí é com vocês. Não é problema meu. Não me importo mais. Já cansei. Lamento muito ter arrastado vocês para isto. Mas precisam ir para casa agora. Boa sorte.
Dizendo suas palavras finais, de forma direta, ele se virou mais uma vez estendendo a mão para pegar o objeto da Stark que o levou para trás de si, agora vendo o olhar do namorado que parecia confuso com a hesitação dela em deixá-lo pegar a caixa.
— Escute eles. — pediu em um sussurro. — Por favor.
— Meu tio Ben foi morto. — o adulto começou, tendo a atenção do jovem para si. — Foi minha culpa.
— Eu perdi... Perdi a Gwen. Minha... — o mais alto respirou fundo com a voz trêmula, parecendo aguentar o choro entalado em sua garganta. — Ela era minha Zara. Não consegui salvá-la. Nunca serei capaz de me perdoar por isso. Mas continuei. Tentei... Tentei continuar. Tentei continuar sendo... o amigo da vizinhança, o Homem-Aranha, porque sei que é isso que ela gostaria. Mas em algum momento, parei de medir a força. Fiquei furioso. Fiquei amargo. Só não quero que você acabe como eu.
— Na noite em que Ben morreu, cacei o homem que pensei ter matado ele. Queria que ele morresse. Consegui o que queria. Não tornou nada melhor. — o mais velho explicou sua história para eles, especificamente para o adolescente que escutava atentamente, parecendo segurar o choro também. — Levei muito tempo... para aprender a atravessar aquela escuridão.
— Quero matá-lo. — o herói confessou entre dentes encarando-os, dessa vez, a Stark notou que não havia mais nenhum brilho em seus olhos, apenas vingança e o desejo de morte. — Quero acabar com ele. Ainda consigo ouvir a voz dela na minha cabeça. Mesmo depois de ter sido ferida, ela me disse que fizemos a coisa certa.
Ele fungou, algumas vezes tentando engolir o choro preso, parando por alguns, parecendo pensativo enquanto lembrava-se do momento doloroso que acontecera há algumas horas atrás.
— Ela me disse que, com grandes poderes...
— Vêm grandes responsabilidades. — o adulto completou, fazendo os quatro encararem-o, principalmente Peter que o olhava confuso.
— Espera, o que? Como sabe disso? — ele perguntou após ver os dois se entreolharam.
— Tio Ben disse isso. — o alto respondeu.
— No dia em que morreu. — contou. — Talvez ela não tenha morrido em vão, Peter.
O grupo ficou em silêncio enquanto olhavam um para o outro, pensativos sobre o que fariam em seguida. Eles não podiam deixar com que May, ou o Ben, do mundo dos dois, morresse em vão. Pelo menos o tio deles não havia morrido, eles souberam seus propósitos em suas Terras.
Agora era a vez do rapaz saber o seu.
(In the Meantime — Spacehog)
O quarteto levou os Parker para o laboratório de ciência da escola assim que tomaram uma decisão sobre o que fariam. E eles decidiram fazer o certo, mesmo com a dor do rapaz, a que Zara entendia perfeitamente assim como as variantes do herói, deveriam seguir com a coisa certa, não importava tamanha dor.
A Stark ligou as luzes e depois se afastou com a dupla enquanto os três Homem-Aranha decidiam quem ficava responsável por cada soro dos vilões.
Z observava o namorado de longe, ele parecia bastante receoso em tentar curar o Osborn, o homem que matara sua tia. Mas ao mesmo tempo, sabia que tinha de fazer isso, por ela, e porque ele não era uma pessoa ruim. O Parker, pelo menos aquele Parker, não tirava vidas mas as salvava.
Perdida em seus pensamentos, observando-o enquanto apoiava-se na mesa de metal à sua frente, ela percebeu que havia sido flagrada assim que o seu parceiro a olhou, o que o fez franzir o cenho com um meio sorriso notando seu silêncio.
— O que foi?
— É que tem três de você. — ela explicou meio confusa soltando uma risada fraca, obviamente não era isso que ela pensava mas não fazia muita importância no momento.
— É... — riu nasalmente olhando os dois atrás de si e depois desviou o olhar.
Mais minutos se passaram enquanto eles preparavam os soros, Zara estava em pé perto de uma mesa a qual tinha a Machina em cima dela há poucos metros de si.
Ela mordeu levemente o lábio, voltando com os pensamentos que antes preenchiam sua mente, lembrando-a de que ela estava tendo algumas intuições não tão otimistas em relação a si.
Talvez deveria ser apenas o medo que antes sentia quando não tivera nenhuma notícia sobre o Parker, ou talvez era porque estava aflita com alguma coisa.
Odiava quando ela não sabia o que estava a perturbando, parecia que ela ficava ainda mais irritada do que antes;
Ignorando mais uma vez a sensação, seu olhar voltara para Peter que estava sentado, encarando Ned que saiu em silêncio, parecendo pensativo também. Um suspiro saiu pelos lábios da jovem que deu um sorriso e se sentou ao lado do garoto, vendo ele levantar o olhar para a encarar assim que a presença da menor se juntou ao seu espaço silencioso.
— Você está bem? — ela perguntou tocando a coxa dele, não como forma maliciosa, mas sim como um ato e demonstração de carinho.
— Sim, estou bem. E você? — indagou se virando para ela com um meio sorriso.
— Estou... só um pouco... Aflita. — a menor riu nasalmente levando a mão para tocar o rosto dele enquanto sentia as mãos do maior em suas pernas.
— Você não merece isso. Já passou por problemas demais. — disse, como se tivesse culpando-se mais uma vez. — Eu acabei com a sua vida.
— Não, não, não. — Z negou levantando o rosto dele para a olhar. — Olhe para mim. Estou aqui. Não vou a lugar algum. Estou com você nisso.
Ela sorriu vendo um leve sorrisinho surgir no rosto do garoto a sua frente, o que aqueceu seu coração pois ela já não se lembrava direito daquela feição menos triste e sombria que ele ganhara depois da morte de May.
— Eu também tô com medo, mas vai dar tudo certo. — garantiu, tentando o confortar. — Nós vamos superar isso. Juntos. Está bem?
— Está bem. — ele assentiu diversas vezes puxando-a para um selinho um pouco demorado, agora encostando as testas uma na outra.
A adolescente queria dizer que tudo ia ficar bem, mas não tinha palavras o suficiente que chegassem a contortá-lo naquele momento tão delicado e sensível em que estavam.
Ela também queria conversar com alguém sobre o que sentia, sobre sua intuição que não estava das melhores. Mas seria bom deixar guardado apenas para si e evitar pensamentos pessimistas, aliás, eles iriam sair daquilo, não é? E então, seguiriam seus planos para a faculdade, uma nova cidade, uma nova vida.
Por que ela deveria se preocupar? Tudo ia ocorrer bem.
Ou talvez esse fosse um dos maiores defeitos que ela tinha, sempre esperar que tudo fosse dar certo e acabar se decepcionando no final, o contrário do que MJ dizia para ela fazer.
— Peter! — a voz de Ned chamando pelo Parker a tirou de seus pensamentos de forma rápida.
— Sim? — os três falaram em uníssono enquanto levantavam-se. — Desculpa, você...
— Peter-Peter. — a Jones chamou, os deixando ainda mais confusos apontando um para o outro.
— Todos são Peter. — a Stark riu nasalmente.
— Peter Parker? — o Leeds franziu o cenho fazendo a cacheada revirar os olhos.
— O computador! — apontou para o que estava perto do eletrônico que foi até eles.
— Pronto. — avisou.
— Aqui também. — Ned informou.
Z levantou o olhar para observar a tela vendo que estava concluído o programa que o menor fazia no computador.
— Só precisamos atraí-los para algum lugar, certo? — o Parker de jaleco certificou após terminar o soro do Connors. — E tentar curá-los, enquanto tentam nos matar, e mandá-los para casa.
Ele entregou a garrafa térmica com o soro para o mais novo que pegou.
— Usando a caixa mágica? — o adulto indagou.
— E o plano. — respondeu o herói.
— Você vai lutar parecendo um pastor, ou tem um traje? — o de vestimenta de laboratório questionou olhando o mais velho que abaixou a gola da camisa revelando o traje embaixo da blusa. — Ótimo.
— Seus cartuchos de teia. — Michelle jogou os objetos pequenos para Peter que os segurou, deixando a sua variante confusa.
— Obrigado, MJ.
— Para que é isso? — perguntou o Parker.
— Meus atiradores de teia, por que? — mostrou.
Logo o adulto arregalou a manga e atirou a teia que saiu de sua própria pele em um banco que estava virado em cima da mesa.
— Nossa! — Ned arregalou os olhos surpreso. — Saiu de você?
— Sim. — respondeu óbvio, franzindo o cenho. — Não fazem isso?
— Não. — os dois responderam juntos.
— Mas como isso é possível? — o alto se aproximou dele, um pouco surpreso e admirado com a mutação que apenas aquele Peter tinha.
— Perdemos o foco. — Zara chamou a atenção deles.
— Verdade. Enfim, vamos para cá, certo? É isolado, não machucaremos ninguém. — mostrou o menor no mapa, enquanto o que antes estava com jaleco continuava a analisar o outro Peter. — Vamos atraí-los com a caixa, é o que querem. Só precisamos descobrir como chegar lá.
— Posso abrir um portal. — o Leeds avisou.
— O que?
— Faço mágica agora. — sorriu.
— É verdade. Ele consegue. — a Jones assentiu com a cabeça.
— Sim, vimos. — os dois heróis responderam juntos.
— Ele consegue. — a Stark informou.
— Sério? — o garoto perguntou surpreso.
— Magia do Doutor Estranho. — contou.
— Mentira...
— Sim, e eu prometo. Não virarei um supervilão e nem vou matar você. — prometeu, depois olhou os dois Peter que assentiram com a cabeça, parecendo orgulhosos.
— Tá bom... — confuso, o adolescente assentiu. — Obrigado.
A Stark franziu o cenho vendo os garotos se entreolharem, parecendo perdidos, depois ela desviou o olhar para a cacheada que deu de ombros.
— Beleza, vamos arriscar. Como você fala mesmo? — o menor olhou para a amiga. — Se esperar decepção...
— Não, não... — MJ o interrompeu. — Vamos acabar com eles.
— Isso. — a ondulada assentiu.
— Curar, vamos curá-los. — o mais velho a corrigiu.
— Curar eles todos. — o Leeds sorriu, repetindo a frase.
(Run Boy Run — Woodkid)
Até o momento, o plano inteiro estava indo como eles haviam planejado. Logo amanheceria, Peter conseguiu entrar em contato ao vivo com Jonah, anunciando onde estaria esperando os vilões por todos os cantos da cidade, e obviamente, o repórter anunciaria para toda Nova York, o que era bom pois fazia parte do projeto deles.
Zara, Ned e MJ ficariam dentro da escola esperando até tudo acabar, pois estariam mais seguros no MSST. Com a ordem do Parker.
Obviamente a morena não aceitou de primeira, e ele já esperava isso. Ela estava com medo, medo porque sabia do que os vilões eram capazes, mas aceitou em ficar com os dois, aliás eles estariam desprotegidos caso algo acontecesse. E o rapaz não tinha mais forças para perder mais alguém.
Mais uma vez, aquela sensação estranha passava pelo corpo e principalmente a mente da Stark, porém, novamente, ela deixou de lado ignorando o sentimento estranho.
— Tudo bem? — Michelle indagou olhado a amiga que parecia mais calada do que o normal.
— Estou. Só nervosa. — disfarçou soltando uma risada nasal.
Eles observavam o portal aberto na frente deles, que serviu como uma passagem para a estátua da liberdade, que estava tendo a tocha mudada para o escudo do Capitão América, representando uma segunda chance para o mundo inteiro.
— Depois disso, MIT, não? — a cacheada sorriu, otimista.
— MIT. — os três fizeram um toque de mãos, animados com a ideia de que entrariam juntos na faculdade quando tudo isso passasse e iriam para Boston.
Uma nova vida, um novo recomeço e entrariam logo na fase adulta.
E um momento de paz para todos, principalmente para Zara que estava precisando.
Comemorando a vitória antes do tempo, eles puderam ouvir raios do lado de fora, o que os deixara totalmente atentos, vendo o Parker se aproximar pendurando-se nas teias com a Machina em mãos.
— Pensa rápido, Zara! — ele exclamou jogando o objeto para a jovem que pegou rapidamente.
— Pronto, fecha! — mandou o Leeds que gesticulava suas mãos em círculos tentando fazer o portal fechar.
— Não está fechando. — a Jones pareceu nervosa vendo o amigo tentar diversas vezes, e em nenhumas delas dar certo.
— Eu sei. — ele falou um pouco aflito tentando fechar de todas as formas.
— Por que não está fechando? — a Stark indagou.
— Não sei. — respondeu gesticulando as mãos.
— Já fechou antes? — Michelle o olhou.
— Não. — ele contou negando com a cabeça. — Quer dizer, eu abri alguns mas fecharam sozinhos.
— Ótimo. — a menor assentiu com a cabeça segurando a caixa com força. — Vai tentando.
Os três estavam cada vez mais nervosos com o portal que não fechava de jeito algum, Michelle falava diversas vezes para o amigo fechar e ele retrucava que estava tentando. Porém nada acontecia.
Logo, o pensamento pessimista passou novamente pela cabeça da jovem. Talvez sua intuição não estivesse tão errada assim.
— Não queria dizer nada, mas desde o começo eu tava achando que algo ia dar errado. — ela avisou para os dois vendo-os a olharem sérios.
— Você tem que falar isso agora!? — a dupla ao lado dela perguntou em uníssono.
— Desculpa, eu estava tentando não pensar negativo! — Z respondeu alto. — Só tenta fechar esse portal!
Um vento forte começou fazendo-os fecharem um pouco os olhos, a Stark olhou novamente o amigo que tentava fechar a bendita abertura, uma pequena gota de suor já escorria por sua têmpora e suas mãos levemente trêmulas.
— Fecha logo pelo amor de Deus! — gritou a cacheada.
— Para de gritar, eu fico nervoso! — o menor berrou.
— Certo, vamos conseguir. Feche o portal. — Zara o encorajou.
Mais minutos passaram-se com o Leeds tentando fechar a abertura na frente deles. Eles estavam ainda mais desesperados pois ouviam os sons de luta do outro lado. Talvez isso tenha deixado o moreno mais desesperado e por isso dava certo.
Decididas a pararem de o apressar, elas escolheram encorajá-lo, dizendo palavras positivas como que ele iria conseguir.
Porém tudo foi por água abaixo, quando a menor e os dois observaram uma figura esverdeada e grande correr até eles, com o olhar preso principalmente no objeto quadrangular que era segurado pela ondulada.
— Ok, fecha logo essa merda, aquilo é um lagarto! — ela gritou puxando-os para correr.
— Saiam daqui! — o Parker ordenou tentando parar Connors.
O trio deu a volta enquanto o adolescente tentava segurar a criatura que ia atrás da morena, com seu foco apenas na Machina em suas mãos.
Zara olhou para trás vendo o lagarto jogar Peter no chão e ir atrás deles, em seguida, ela pegou a mão dos três formando uma fila enquanto passavam pelos corredores estreitos da torre em construção.
— Ned, faz algo por favor! — a Jones pediu alto.
Finalmente, o Leeds conseguira abrir um portal que fora aberto dentro do mar jogando água em Curt que caíra no vão da construção.
A Stark pegou a garrafa que continha o soro, presa nas teias de aranha e jogou para o namorado que estava perto do lagarto.
Uma fumaça verde surgiu ao redor do animal humanoide assim que ele mordeu o objeto térmico, começando a se tornar um homem novamente. z Com um sorriso de orgulho no rosto, Z assentiu levemente com a cabeça agora voltando sua atenção para os dois e puxando a Machina das mãos de Ned.
— Esconde esse negócio.
— Certo. — ele gesticulou a mão abrindo outro portal.
Eles pularam em comemoração assim que o mais baixo conseguiu. Mesmo alegres, ficaram confusos com o lugar do outro lado que dava para um lugar cheio de montanhas.
— Não temos muita escolha. — a morena olhou eles dando passos na direção da abertura.
Porém antes que passassem, eles pararam dando alguns passos para trás assim que viram o Doutor Estranho sair de dentro do portal e olhar os dois, mais sério do que o normal.
— Onde ele está? — perguntou enquanto o círculo era fechado e em seguida, gesticulou as mãos pegando o anel e a Machina das mãos dos dois jovens.
— Espere! — a Jones tentou o impedir.
— Antes de fazer algo... Doutor Estranho, senhor. — Ned chamou a atenção dele por alguns segundos. — O plano do Peter está funcionando.
— Que plano?
— Ele está curando eles. — agora foi a vez da Stark dizer. — Olhe.
Ela apontou para o vão atrás de si vendo o adulto se aproximar e ficar entre as duas garotas e o Leeds, observando o Connors em sua forma humana no andar debaixo, de frente para o Parker.
— Não posso acreditar... — Strange murmurou surpreso e depois olhou o menor ao seu lado. — Você abriu um portal?
As duas morenas espiaram por cima do ombro do Doutor, vendo o garoto parecer um pouco nervoso porém confiante.
— Sim, senhor. Eu abri.
— Hum. — o herói assentiu levemente com a cabeça e passou pelo mais novo que encarou as duas com a boca entreaberta.
— Vai ver ele te convida para ser aprendiz dele. — Zara riu baixo para Ned que pareceu feliz. — Vem, vamos sair daqui.
A garota puxou eles para andarem entre os corredores estreitos até o térreo, visto que o portal que dava para o MSST havia sido fechado, justamente no momento que eles mais precisavam.
Pelo visto aquele pensamento negativo da garota havia passado, e finamente, ela havia se enganado pela primeira vez de sua vida. Tudo havia dado certo.
Foi como ela sempre dizia para si mesma, pensamentos positivos atraem coisas positivas. E a jovem tentou ao máximo não pensar em nada negativo.
— Boston? — Ned indagou sorridente olhando-as.
— Boston. — a morena sorriu.
(Eleanor Rigby — Cody Fry)
Antes que pudessem fazer seu famoso toque de mão, uma voz grave e distante chamaram suas atenções fazendo-os desviarem os olhares.
— O Homem-Aranha pode sair para brincar? — Zara olhou para cima, confusa e um pouco assustada ao ouvir algumas explosões e gritos no topo da Estátua.
— Que merda...
Seus olhos encararam o escudo do Capitão soltar-se das estruturas da construção e despencar em direção ao trio, principalmente onde os dois adolescentes estavam, completamente em choque.
Sem pensar duas vezes, Zara os empurrou para o lado vendo eles caírem contra o piso, porém antes que caísse junto com o lado que o escudo bateria, ela gritou ao sentir seus pés saírem do chão e mãos a carregarem levando-a para longe.
Assim que levantou o olhar, pôde ver a figura de Norman com um sorriso diabólico no rosto a apertando contra seu corpo.
— Zara! — a voz de Michelle soou de longe, tendo a atenção da garota que pôde ver a amiga se segurar em uma barra de metal assim que o enorme objeto bateu contra o local onde estavam, destruindo aos poucos a construção ao redor.
— Norman, não! — dessa vez foi Peter quem gritou ao observar o homem segurar a namorada.
— Me solta! — a Stark berrou batendo no peitoral do mais velho que parou no ar, em cima do planador.
Confusa sobre o local onde eles haviam parado, ela atreveu-se olhar para baixo vendo que estava há metros de distância do mar que tinha algumas rochas pontudas, tão grandes ao ponto de ser visíveis fora da água.
— Socorro! — desesperada ela se debateu nos braços do vilão segurando-se nele, aliás não tinha nada para a proteger naquele momento, estava sem sua armadura.
— "Socorro! Socorro!" — o Osborn a imitou, rindo de seu desespero mostrando-lhe um sorriso demoníaco.
— Solta ela! — o Parker gritou de longe, não esperando duas vezes para lançar a teia no planador.
— Como quiser. — o homem riu soltando o corpo da garota que não teve nem tempo de gritar assim que nada mais a segurava.
Por um momento, que parecia bastante longo, tudo ficou em câmera lenta. Seus olhos fixaram no vilão que a observava com um sorriso estampado em seu rosto, o corpo da jovem despencou no ar sem nenhuma proteção, sem armadura, nada.
Suas mãos e pernas moviam-se no ar tentando segurar algo para que não colidisse contra a água, mas não havia nada a sua volta que a pudesse proteger naquele momento.
Em meio ao seu desespero interior, sentindo que estava cada vez mais próxima da água, ela conseguiu ver Peter cair na sua direção, esticando a mão após soltar a teia que estava no planador.
Não pensando muito, a garota também esticou sua mão tentando agarrar a dele que estava longe o suficiente para entrelaçar com a dela, já notando o medo no olhar do namorado que fora arrastado para longe por Osborn.
Nada saia pelos lábios da garota ao notar que não tinha mais saída naquele momento, ela iria bater contra alguma pedra e seria seu fim.
Nunca pensou que morreria deste jeito, nunca pensou que morreria tão nova. Mas naquele momento ela não tinha tempo para pensar sobre a morte, não tinha tempo para pensar em nada.
Os fios ondulados eram jogados para frente, indo contra a direção que ela caía, algumas vezes escondendo um pouco seu rosto. O vento batendo levemente na sua pele, os batimentos duas vezes mais acelerados e a adrenalina correndo por todo seu corpo, juntamente do medo.
Então isso era o fim? Perguntou a si mesma. Mesmo com dor no coração, ela não teve medo, pois sabia que pelo menos encontraria seu pai novamente.
Isso a fez aceitar o que estava por vir, então mesmo assustada, ela decidiu fechar os olhos para evitar com que sentisse algo assim que colidisse com alguma rocha afiada. No entanto, antes que fechasse as pálpebras, pôde ver a silhueta de uma figura com trajes vermelhos que ia na sua direção.
Mas ela não havia colocado tanta esperança de que ele chegaria a tempo, porque realmente não ia chegar. Apenas sentiu algo grudar em seu peitoral, o que a levantou um pouco de expectativa que sairia daquela, viva, porém antes que pudesse pensar em abrir seus olhos, tudo fora coberto por água. Ouvindo o choque de seu próprio corpo no mar, a adolescente conseguiu sentir ardência em suas costas e depois tudo apagou ao sentir uma sensação dolorosa na lateral de sua cabeça.
(Radioactive — Imagine Dragons)
A mente de Zara se tornou uma única tonalidade, preto. A ansiedade abraçava seu coração pois pensava que logo estaria nos braços de Natasha e de Tony, finalmente sentindo a paz que tanto procurou desde a ida dele.
Ela havia pensado que havia chegado no fim de sua vida, no fim de sua trajetória, mas estava enganada. Ao notar, quando recuperara sua consciência, seu corpo estava completamente seco e parecia que ainda estava com sua alma.
Mesmo hesitante, os olhos da jovem foram abertos não tendo nenhuma claridade ao seu redor que pudesse machucar sua vista, o que estranhou, já que todos dizem que o pós vida é em um paraíso, chamado de Jardim do Éden.
Mas onde ela estava não se parecia nada com o paraíso que tanto falavam e retratavam em bíblias ou pinturas. Era notável um clima estranho ao seu redor, não estava mais no mar, não estava mais molhada e não tinha ninguém que conhecesse ali.
O ambiente frio a rodeava, assim como a escuridão, não totalmente pois havia pequenas iluminações ao seu redor, porém bem fracas. Logo, percebeu que estava dentro de um avião, deixando-a completamente confusa sobre como havia chegado ali.
— O que está acontecendo? — vozes soaram ao seu redor com o alarme ecoando pela aeronave.
E então foi aí que ela lembrou que era um pesadelo, um dos que ela tinha desde o ano anterior após a morte de seu pai e de Natasha. Mas nunca lembrava o que acontecia para ser tão assustador ao ponto da Stark acordar gritando, com os olhos cheios de lágrimas e o corpo completamente suado.
Uma iluminação fraca surgiu logo abaixo de si, atraindo seus olhos que caíram para suas mãos, em seguida, franziu o cenho ao ver as próprias veias brilharem em uma cor branca chamativa que iluminava o escuro de seu assento, atravessando até mesmo a camada de sua pele, tornando-a quase inexistente pela luz forte.
— O que está fazendo? — um homem que estava do outro lado, sentado, perguntou olhando a jovem.
Ela parecia perdida em seus pensamentos e principalmente no que estava vendo. Uma sensação tomava conta de seu corpo, a sensação de bater as próprias mãos uma na outra, fechando-as. Por algum motivo, não queria colidir as mãos, mas seu corpo a obrigava a fazer aquilo. Era como se ela estivesse sendo um fantoche de seu próprio cérebro.
Até que então, uma luz branca em um formato oval pouco desproporcional saiu de suas palmas e ela não conseguiu impedir com que batesse-as, o que a fez fechar os olhos rapidamente.
No entanto, nada havia acontecido fazendo-a abrir suas pálpebras, soltando um suspiro de alívio que fora cortado assim que o avião tombara.
— MEU DEUS! O QUE VOCÊ FEZ!? — perguntou o mais velho em um grito desesperado.
A adolescente não conseguia controlar seu próprio corpo, afivelou o cinto como se já esperasse o que ia acontecer, de repente a aeromoça que passava pelo corredor berrou assim que fora jogada para o teto.
Um grito saiu pelos lábios da menor vendo algumas pessoas que estavam sem cinto serem arremessadas para a parte superior do veículo e então, logo os gritos perturbadores começaram a soar por todo canto.
Zara se deitou no banco afivelando o outro cinto em seu corpo vendo o veículo voador começar a se despedaçar por completo, mais e mais gritos continuaram. Pessoas eram arremessadas junto de seus assentos para fora do avião que tinha algumas partes faltando.
Assim que a sensação de sufocamento começou, ela puxou todo o ar percebendo que havia voltado a controlar seu próprio corpo. A mão da Stark puxou a máscara de oxigênio disponibilizada automaticamente pelo próprio sistema de emergência, vendo que estava faltando ar em seus pulmões e rapidamente começou a respirar com os olhos cheios de lágrimas ouvindo mais e mais gritos perturbadores, de medo e de dor.
O avião parecia estar virando diversas vezes, e quando ela notou, não tinha mais a lateral perto da sua cabeça, podendo ver que estavam mais próximos do chão do que ela pensava.
A aeronave estava de cabeça para baixo pela forma como a paisagem estava ao seu redor.
Respirava ofegante contra a máscara não conseguindo controlar sua respiração, encolhendo-se no banco vendo que sua cabeça estava quase tocando no chão coberto pela neve.
Então tudo parou antes dela colidir contra a grama branca.
(Jungle — Emma Louise)
Os olhos da jovem abriram-se quando recuperara sua consciência, cuspindo toda a água que estava dentro de si quando o ar entrou em seus pulmões, fazendo com que a ondulada inspirasse o oxigênio tossindo algumas vezes. Agora, observando o rosto familiar do Parker do outro universo que a olhava confuso.
— Seus olhos... — ele murmurou, levemente confuso, depois disso negou com a cabeça e tocou o ombro dela. — Você está bem?
A adolescente assentiu com a cabeça, mesmo que um pouco desnorteada, seu cenho franziu levemente com a sensação de cansaço que rodeava-a assim que fora ajudada a se sentar, respirando profundamente e tossindo algumas vezes enquanto recebia o oxigênio em seus pulmões.
— O que aconteceu? — indagou.
— Eu peguei você antes que afundasse no mar, a rocha só conseguiu fazer um pequeno corte em sua cabeça, ainda bem, se não teria sido algo bem mais pior. — o alto respirou fundo, aliviado ao ver que ela estava viva.
— Obrigada. — a Stark sorriu tocando o ombro dele. — Você conseguiu.
— O que...?
— Tenho certeza que ela estaria feliz. Orgulhosa. A sua Gwen. — a garota falou com a voz um pouco baixa, podendo notar os olhos do herói serem inundados pelas lágrimas salgadas.
Os olhos dele, como forma para disfarçar o momento vulnerável, fora para o céu onde deu um pequeno sorriso.
— Zara! — antes que pudesse dizer mais algo, a ondulada ouviu os gritos de seus amigos que chamavam por ela de longe, correndo até a jovem e abraçando-a com força.
Os olhos da heroína fecharam-se e um sorriso surgiu em seu rosto quando apertou eles contra seu corpo, feliz em ver que ambos estavam bem, mesmo que com alguns machucados no rosto, como leves arranhões e cortes.
— Vocês estão bem? — ela perguntou preocupada se afastando.
— Estamos. E você?
— Estou. Cadê o Peter? — perguntou a menor olhando-os nos olhos.
— Ele caiu com o Osborn. Vem. — os dois ajudaram a amiga a se levantar, dispostos a levá-la para onde o parceiro estava.
Quase como se estivesse se sentindo atraída, Z olhou para o céu vendo rachaduras roxas no mesmo. Parecia que o céu por inteiro era um lençol que estava sendo rasgado, revelando um outro lado que quase ninguém sabia que existia, como se fosse de outro universo.
Perdida com o olhar nas aberturas, sentiu um aperto em seu peito, quase como se sentisse algo atravessando seu coração ou esmagando ele, o que a fez desvencilhar — por sorte, não caindo, pois seus amigos a seguravam — arfando com a dor insuportável que passara rápido.
— Tudo bem? — MJ perguntou.
— Estou. Precisamos ver o Peter. — ela disse ignorando a sensação, então eles correram até à beirada de alguns destroços ouvindo o Parker que chamara pela namorada em meio aos gritos de desespero.
— Zara! — berrou com a voz trêmula.
— Peter! Eu tô aqui! — a ondulada respondeu balançando os braços no ar.
— Estão bem!?
— Estamos bem! — ela falou alto. — Tá tudo bem!
Logo, a garota viu ele olhar para Norman atrás de si e ficar em posição de ataque ouvindo o Duende parecer provocá-lo.
A luta começou com o garoto praticamente esquecendo que deveria curá-lo, disposto apenas a matar o vilão naquele momento; Ele prendeu suas pernas no piso do escudo caído e começou a acertar diversos socos no rosto do homem que continuava a rir de forma doentia, como se não sentisse nada.
— Ele vai matar ele... — MJ murmurou.
A morena não conseguiu reconhecer o próprio namorado naquela situação. Entendia que ele estava com raiva, o vilão havia matado sua tia e no mesmo dia queria tirar a vida de sua namorada, mas era algo que ela nunca havia presenciado. Não aquele lado.
Ela assustou-se ainda mais principalmente no instante em que o Parker pegou o planador do chão e caminhou em passos lentos até o homem caído levantando o objeto pronto para fincar as pontas afiadas no corpo do adulto.
Porém, o outro Peter adulto foi mais rápido em se meter na frente e segurar o grande objeto, encarando-o sem dizer nada, ficando daquele jeito, fixando seu olhar em seus olhos por alguns segundos, talvez tentando o trazer de volta para a realidade. A realidade que ele não era assassino.
Eles ficaram se encarando por segundos, até que o garoto cedeu acalmando-se e jogando o objeto para seu lado.
A mão da Stark fora para a boca assim que viu o Duende fincando a faca nas costas do Homem-Aranha mais velho que caiu no chão, rindo enquanto olhava o mais novo.
Sem pensar duas vezes, ele segurou o soro que fora jogado pelo alto e depois cravou no pescoço do homem calando-o.
Zara suspirou aliviada vendo que o homem havia voltado ao normal, preocupado com o que havia feito aos que estavam ao seu redor, depois ela abraçou seus amigos de lado respirando fundo vendo o outro Peter correr até o que estava caído junto do adolescente.
Outro barulho soou no céu, a Stark notou o Estranho tentar fechar a rachadura que abria-se cada vez mais revelando figuras, semelhantes a seres ou pessoas, brilhosas ali, parecendo confusos encarando a realidade deles. Em seguida, o peito da menor voltou a doer mais uma vez.
— Merda. — murmurou ela, levando a mão para o lugar onde estava seu coração e apertou o local respirando fundo.
— Zara, o que foi? — Ned indagou segurando a amiga que fechou os olhos por alguns segundos.
— Eu não sei... — Z respondeu vendo a dor passar. — Eu estou bem, tá tudo bem.
Não admitiria o que estava sentindo, talvez seja passageiro, talvez por conta de suas crises — que já eram para estarem controladas, porém devem ter voltado com o sonho que tivera, o qual ela não lembrava.
Ou apenas não queria admitir para si mesma que lembrava perfeitamente do que vira, e o quanto aquilo parecia tão real.
Já tinham problemas demais para se preocuparem, não aguentaria mais jogar outro problema nas costas dos dois e de seu namorado que já estava completamente exausto.
Em meio ao abraço apertado, comemorando pela vitória, eles ouviram um som de teia dando um sorriso ao ver o Parker surgir e pousar na frente deles, levantando com a ajuda dos três que o abraçaram.
(White Ferrari — Frank Ocean)
— Conseguimos. — Ned suspirou.
— Vocês estão bem? — ele perguntou se afastando e analisando-os dos pés a cabeça, certificando de que o trio estava bem.
— Estamos. — a Stark sorriu agora sentindo seu rosto ser levemente segurado pelo garoto.
— Você está bem? Está sangrando. — disse olhado o corte próximo à têmpora dela.
— Tá tudo bem, não foi nada. — a menor sorriu tocando a mão dele que acariciava sua bochecha um pouco seca.
— Certeza?
— Sim. Eu tô bem. — ela assentiu tocando os ombros dele.
— Tudo bem...
— Melhor irmos, certo? — MJ os lembrou dando um meio sorriso.
Porém Peter não tinha nenhuma feição agradável em sua face, e isso chamou a atenção da morena que o encarou confusa.
— Vocês esquecerão quem eu sou. — revelou de forma direta e curta, os deixando confusos.
— O que disse? — perguntou Zara com os olhos levemente arregalados, negando com a cabeça.
— Do que você tá falando? — Michelle indagou.
— Está tudo bem. — ele tranquilizou encarando a parceira. — Vou encontrar vocês e explicarei tudo. Farei vocês se lembrarem de mim. Será como se nada disso tivesse acontecido. Tudo bem?
— Não, não. Peter eu não quero. — a ondulada negou mais uma vez, com os olhos marejados. — E se não funcionar? E se não funcionar? E se não conseguirmos lembrar? Não me faça aceitar isso, Peter.
— Eu sei, Zara. Eu sei. — ele entendeu, com a voz totalmente trêmula e as lágrimas ameaçando escorrer por suas bochechas.
Entendeu seu medo, o medo de alguém que já não aguentava mais perder ninguém. Ele também não queria mais perder ninguém, principalmente as únicas pessoas que ele amava e que estavam vivas, mas era isso ou os ver mortos por um problema que o próprio causou.
— Deve ter algo para fazer. Não dá para montar um plano? — a Stark continuou insistindo, negando a si mesma em aceitar aquilo. — Sempre tem algo que podemos fazer.
— Não há nada que possamos fazer. — o rapaz negou abaixando o olhar vendo a adolescente negar. — Mas ficará tudo bem.
— Promete? — o Leeds levantou o olhar para encarar o amigo.
— Prometo sim. — eles levantaram as mãos fazendo o famoso toque deles e no final puxaram-se para um abraço.
Michelle correu o olhar para a amiga, preocupada — principalmente com a morena —, também tinha olhos marejados, ela se aproximou do Parker e segurou a mão dele abraçando o amigo e se afastando em seguida.
— Eu vou achar vocês, tá bom?
— É bom. Se não fizer, vamos dar um jeito. — a cacheada avisou séria, porém logo deixou com que um sorriso transparecesse em seu rosto. — Eu já descobri uma vez e farei de novo.
Depois, Peter olhou a namorada que tentava ficar firme mas não conseguia. Zara podia até tentar guardar tudo para si, mas ela não estava preparada para passar por tudo de novo. Não estava preparada para ficar sozinha novamente. Não estava preparada para perder o seu primeiro e único amor e tudo que vivenciaram juntos.
— Eu te odeio. Eu odeio toda essa merda. — ela murmurou com raiva, porém se permitiu deixar escapar uma risada nasal.
— Eu sei... — o maior sorriu sentindo seu rosto ser segurado pela parceira.
— Eu te amo, Peter. — ela confessou sem esperar por muito, vendo-o a encarar novamente com aqueles olhos brilhantes que eram direcionados apenas à ela.
— Eu também te amo... — o rapaz tentou dar continuidade na sua fala, declarando seu amor para a adolescente porém fora impedido por ela.
— Não, espera, me diga isso quando me encontrar de novo e explicar tudo. — pediu com a voz embargada. — Promete pra mim
— Eu prometo. — o garoto garantiu.
Sem esperar por muito ou perder tempo, ele puxou a ondulada para um beijo profundo, cheio de todos os sentimentos possíveis. Ódio, amor, desejo, tudo.
Não se importavam se faziam aquilo na frente dos amigos, eles já estavam acostumados do mesmo jeito e entendiam o porquê de precisarem fazer aquilo antes da jovem esquecer completamente de tudo que já viveram juntos.
Nenhum dos dois quis soltar ou se afastar, as mãos da Stark agarravam o cabelo dele com uma leve força enquanto as mãos do garoto — obviamente, não prestando atenção em medir o peso de suas mãos — seguravam a cintura dela, aproximando-a ainda mais de seu corpo.
Os dois ficaram ali por alguns segundos, o que para eles seria uma hora já que haviam perdido totalmente a noção do tempo enquanto se entregavam um para o outro, até a maldita falta de ar os fazer separar e encarar os olhos do outro.
— Eu preciso ir... — ele sussurrou encostando sua testa na dela.
— Peter... — a garota suspirou fundo tentando engolir o choro entalado em sua garganta.
— Por favor, fecha os olhos. Eu não vou conseguir partir com você me olhando. — o Parker pediu fazendo os lábios inferiores da garota tremerem. — Por favor...
Ela o viu se afastar com passos lentos e subir em cima de um destroço antes de olhar para a garota comprimindo os lábios um no outro, como se tivesse implorando para que ela fechasse os olhos.
Obedecendo ao pedido dele, a jovem — mesmo hesitante — colou os olhos, fungando baixo ao tentar recordar-se perfeitamente da aparência do garoto. Como se fosse adiantar algo.
Zara contou por alguns segundos, fechando os punhos engolindo aos poucos o choro que estava em sua garganta. Então, abriu apenas quando ouviu o lançar da teia e o feitiço do esquecimento ser completo.
Ao olhar a sua volta, não havia mais o Parker, apenas seus amigos e o céu que já estava limpo novamente.
Foi aí que finalmente a "ficha" havia caído para a garota que fungou algumas vezes antes de fechar os olhos e cair no choro que fora abafado pelos abraços dos amigos que a seguraram.
(Purpose Is Glorious — Natalie Holt)
Semanas depois...
Semanas haviam se passado, novembro havia ido embora levando todas as suas revelações consigo e enfim a chegada de dezembro, com o clima natalino que havia chegado em Nova York — tal qual havia chegado no Mundo inteiro —, as decorações estavam por toda a parte; Mesmo após semanas, Jonah ainda falava sobre o justiceiro Homem-Aranha e tentava desvendar sua identidade, a qual ninguém sabia.
Durante esse tempo de passagem de novembro para dezembro, A Stark havia sido aprovada no MIT junto da cacheada, comemorou junto dela após a aprovação e reencontrou algumas vezes com o colega de classe, Ned Leeds, que também havia passado na mesma faculdade que elas.
O ponto de encontro sempre era na cafeteria que Michelle trabalhava, o trio sempre reencontrava-se ali, as duas estavam começando uma nova amizade com o Leeds, visto que era um rapaz simpático e legal;
Por incrível que pareça, fora estranho quando a adolescente acordou em uma cama de hospital com um curativo na cabeça. Pepper estava no canto da sala, feliz pela filha ter acordado assim como Morgan que também estava alegre por ver a irmã novamente.
Obviamente deixou a adolescente confusa, pois não sabia como havia chegado no local e como havia conseguido o curativo na cabeça, então elas explicaram que não sabiam como ela havia se machucado mas que a encontraram numa noite, dormindo em seu quarto com o machucado na cabeça e em seguida, levaram a garota para o hospital vendo-a um pouco zonza. Mas parecia que não havia sido pelo corte, porém os médicos não conseguiram identificar.
O que era mais curioso para a Potts foi que ela avistou a filha com o machucado justamente na noite que vilões estavam a solta em Nova York e o misterioso surgimento de rachaduras roxas no céu.
Lembrando-se das aberturas que lembravam a jovem Stark como rasgos em um pano, fora como se todo aquele inferno que a jovem estava passando antes, voltasse. Os pesadelos, tudo.
Ela não acordava mais no meio da noite gritando, mas sim assustada e chorando, bem pouco, mas lágrimas escorriam por suas bochechas toda vez que despertava e o suor já era notável pela forma como sua pele brilhava e seus pijamas estavam encharcados.
E diferentemente das outras vezes, ela se lembrava de tudo, de todos os pesadelos, desde o primeiro. E a principal situação que a fazia acordar no meio da noite era por conta das mortes que ela mesma havia provocado.
Pessoas gritando, dizendo que era sua culpa, os sons perturbadores, sua cabeça nunca estava quieta, não desde que ela passou a se lembrar de tudo. E o seu único refúgio era a cafeteria com sua amiga, e seu novo colega, e com Pepper, Morgan e Happy — que felizmente havia sido solto depois de, principalmente a Potts, entrar na justiça com um bom advogado.
Mas alguma coisa também acontecia de estranho, ela sentia como se alguém estivesse a vigiando em qualquer lugar que ela ia. Seja no topo de prédios ou até mesmo de lugares altos, mas Z não conseguia sentir nenhuma sensação ruim, sentia apenas proteção. Talvez seja por isso que ela nunca falou sobre isso com ninguém;
De volta ao estabelecimento de café, a garota conversava com Michelle que estava do outro lado do balcão, ambas comemoravam que entrariam juntas no MIT no ano seguinte.
— Gostei da decoração. Acho que precisava de um toque meu para ficar ainda mais reluzente. — brincou a menor olhando a cacheada que riu andando de um lado pro outro atendendo as pessoas.
— E com a minha ajuda também. — avisou ganhando os créditos.
A jovem soltou uma risada revirando os olhos levemente assim que ouviu a amiga falar de forma convencida, e por um lado ela estava certa, MJ tinha um ótimo gosto para decorações então Z mal ajudou pois já estava tudo praticamente pronto.
Ainda sorrindo para a cacheada do outro lado do balcão, uma sensação familiar percorreu pelos ombros da adolescente que se sentiu na obrigação de olhar para a porta, e assim o fez.
Assim que seu olhar fora direcionado para a entrada ao ouvir o sino da mesma tocar indicando que alguém havia entrado, deu de cara com um rapaz jovem de aparência muito bonita que havia perdido sua atenção nela.
Os olhos de ambos encontraram-se, fixando um no outro, nenhum dos dois atreveu a se mexer ou tentar dizendo algo — mesmo que estivessem de longe.
Zara sentia que conhecia aquele olhar de algum lugar, ou aquele garoto, mas não sabia de onde.
Tomando sua atenção, ela acenou quando viu o Leeds entrar logo em seguida, passando pelo adolescente e se aproximando da jovem, indo pegar uma cadeira para se sentar perto dela.
— Acho que vou pedir mais um bolinho. — a Stark falou para a amiga, se levantando do assento.
— Pode escolher, madame. — brincou a maior. — Já vou te atender.
A morena passou pelo desconhecido que continuava a observando e olhou com calma os bolinhos deliciosos que estavam a mostra no balcão; Por um lado, ela não ia mentir de que disse que ia escolher mais um bolinho apenas para chegar perto do que havia acabado de chegar.
Por algum motivo ela não achara estranho o olhar dele perdido nela, se fosse de outra pessoa, talvez já teria avançado perguntando o problema dela — apesar de ser costume pois ela era filha do falecido Homem de Ferro.
— Oi... Meu nome é Peter Parker. — o moreno se aproximou da garota que se levantou olhando o maior, dando um sorriso.
— Oi Peter Parker. — ela disse simpática e estendeu sua mão. — Eu sou Zara Stark.
— Prazer. — apertou a mão da adolescente o que a fez franzir levemente o cenho sentindo a força do aperto do desconhecido.
— Nossa. Faz academia? Eu ia começar a fazer. — a ondulada comentou divertida ajeitando a touca em sua cabeça. — Precisa de ajuda em algo?
— Eu tava escolhendo um café...
— Posso ajudar? — a Jones perguntou aproximando-se do garoto que estava perto da amiga.
— Gostaria de um café, por favor. — o tal Peter pediu com educação fazendo a cacheada olhar a melhor amiga que deu um sorriso.
— Certo, já venho. — assentiu dando-lhe as costas e foi até o Leeds entregando uma rosquinha para ele.
Os dois começaram a falar — um pouco alto demais, o que dava para todos ouvirem — sobre a faculdade que haviam entrado e depois apontaram para a Stark, e isso fez com que o garoto atrás dela notasse, dando um sorriso.
— Animada pro MIT? — o Parker perguntou fazendo Z olhá-lo com um meio sorriso no rosto.
— Como sabe? — perguntou tombando de leve a cabeça para o outro.
— Eu... Bem, eles falaram sobre a faculdade e apontaram para você, só... especulei. — a menor soltou uma risada vendo ele um pouco nervoso em suas palavras.
— É... vamos entrar juntos. — afirmou com um sorriso. — Estou animada, mesmo que seja um pouco estranho, mas era o que...
— Seu pai queria. — completou, fazendo a menor o olhar com os olhos levemente fechados.
— Como sabe? — perguntou rindo nasalmente.
Novamente aquela sensação, se fosse em algum outro momento e com outra pessoa, ela teria achado estranho a duração da conversa incomum e a forma como ela sabia de algumas coisas dela.
Mas com aquele garoto era diferente, poderia até mesmo se amaldiçoar por deixar elevar por um rosto simples e a forma respeitosa dele — aliás, não deveria confiar em qualquer um —, porém de alguma forma ela sentia que podia confiar nele, o que era confuso já que Zara nunca foi de confiar tão facilmente em um estranho.
— Seu pai é um herói mundial, todos sabiam a paixão dele pela filha. — justificou dando de ombros. — E ele dava muitas palestras no MIT, não é?
— É... — a garota assentiu lembrando do mais velho por alguns segundos. — Mas dessa vez, eu não sei, parece diferente, por algum motivo que eu não tô lembrada.
— Aqui está o seu café. — Michelle se aproximou de ambos deixando o copo em cima do balcão.
— Claro, obrigado. — ele saiu de seu transe enquanto encarava a amiga da garota e pegou o dinheiro dando para a cacheada.
— Obrigada, volte sempre. — a de cabelos encaracolados presos em um pequeno coque, deu as costas após guardar o dinheiro no caixa e foi atender os outros.
— Aqui está, Peter Parker. — Zara colocou uma mecha atrás da orelha e entregou o copo para ele.
No mesmo instante, ele pareceu pegar alguma coisa, porém na mesma hora guardou o que havia pegado no bolso traseiro assim que viu o curativo na testa da menor, fixando seu olhar no lugar onde estava o corte quase cicatrizado em sua têmpora.
— Tudo bem? — questionou pegando o café e apontando para o curativo.
— Está. — a ondulada deu de ombros. — Eu devo ter me batido enquanto dormia. Ou sei lá, a noite. Não dói mais.
Os dois encararam-se por alguns segundos em silêncio, os olhos do maior brilharam, tanto naturalmente quanto pelas lágrimas que estavam enchendo-os, o que fez Zara juntar levemente as sobrancelhas, meio pensativa.
Ela já tinha visto aqueles brilhos, alguma vez na sua vida mas não lembrava onde.
— A gente se vê... obrigado. — o garoto deu um sorriso para ela, após sair do estado de transe.
— Não tem de que. — a menor deu de ombros rindo nasalmente vendo o sair da cafeteria.
A Stark observou o garoto sair do lugar e andar em passos rápidos enquanto atravessava a rua movimentada e cercada pela neve. O que a fez caminhar até o vidro olhando-o de longe.
— Algum problema? — MJ indagou olhando a adolescente.
— Já viu aquele garoto? — ela perguntou desviando o olhar para a cacheada.
— Não, você já?
— Nunca. — negou com a cabeça e suspirou fundo. — Que estranho...
— Deve ter visto ele na rua, é normal, aliás é um rapaz do seu estilo. — a maior sorriu de lado o que fez Z revirar os olhos.
(Wedding Plans — Howard Shore)
Após meia hora a mais na cafeteria, Zara havia voltado para casa quando começou a escurecer e não queria deixar sua mãe mais preocupada desde que a encontraram desacordada com um corte na cabeça; Assim que chegou, notou Morgan que estava na sala fazendo as últimas lições de casa deixadas pela escola para ela nas férias.
A mais velha prometeu a ajudar quando a irmã chamou por ela, só pediu alguns minutos para trocar de roupa. Em seguida, subiu as escadas e para seu quarto onde correu até a gaveta da cômoda ao lado de sua cama.
O caminho inteiro até sua casa fora com um pensamento martelando sua cabeça, e o pensamento obviamente envolvia o tal Peter Parker que conhecera no trabalho da amiga.
Algo a dizia que já tinha visto aquele rapaz, mas ela não sabia onde e nem quando. Seu rosto era familiar e principalmente aqueles olhos... Os mesmos olhos os quais recordava-se de algum lugar. Mesmo procurando mais de duas vezes em sua galeria e nas mensagens ao voltar para casa, a jovem não encontrou nada que a levasse para a resposta que precisava.
Ao abrir a gaveta, vasculhou as coisas que tinha dentro, não se importando com a bagunça e então parou por alguns segundos antes de pegar a pulseira do sistema solar, observando-a atentamente.
Seus olhos observaram com atenção o acessório que ela não sabia ao certo de quem ganhara e nem sabia como havia parado em sua gaveta.
— Algum problema? — Pepper tirou a jovem de seu transe assim que se apoiou na batente da porta chamando a atenção dela.
— Não. — ela riu baixo negado com a cabeça e colocou o acessório em seu pulso. — Pensei ter perdido a pulseira.
A loira assentiu e deu as costas, porém antes de descer as escadas, virou-se quando a filha a chamou.
— Pepper, lembra de quem me deu isso? — questionou se referindo ao acessório em seu pulso.
— Não, não foi a MJ ou o Happy? — perguntou, também tentando se lembrar.
— É... deve ter sido. Obrigada. Vou ajudar a Morgan nos deveres.
A Potts assentiu com a cabeça, então a garota suspirou fundo negando de leve com a cabeça deixando de lado os pensamentos sobre o garoto da cafeteria. Devia estar ficando louca.
Ela fechou a gaveta de sua cômoda e saiu do quarto após deixar o casaco estendido, após isso, desceu as escadas indo até a sala onde encontrou a irmã sentada no chão fazendo os deveres.
Caminhando até a pequena, a adolescente se perguntou mais algumas vezes se estava começando a enlouquecer após os diversos pesadelos ou havia apenas se confundido.
Enfim, deveria deixar de lado pois já tinha problemas demais para resolver e não colocaria outro, principalmente agora que estava começando a organizá-los
Na mesma hora que iria se aproximar da criança, o corpo da menor paralisou, assim que aquela dor familiar passou por seu peito indo direto para o coração onde ela teve de se segurar na parede para não desvencilhar no chão.
De todas as outras vezes que tivera essa sensação, sem dúvidas a que havia presenciado havia sido a pior. Era como se algo estivesse atravessando-o ou o rasgando no meio, quase a deixando com falta de ar.
Os olhos da jovem arregalaram-se levemente enquanto ela puxava o ar, sendo tirada desse efeito de transe ao ouvir a voz doce e preocupada da pequena:
— Tudo bem, Zara? — Morgan perguntou vendo o estado da mais velha que parecia um pouco assustada.
— Estou. — ela respondeu vendo a dor passar assim que voltou para a realidade. — Devo estar ficando louca.
Obviamente ela havia escolhido mentir, por que falaria para uma criança de seis anos que estava sentindo seu coração doer, como se estivesse sendo rasgado ou atravessado? No máximo traumatizaria a irmã, ainda mais porque ela já havia presenciado muitas coisas, relacionado a morte, da adolescente.
— Deve mesmo. — a morena concordou. — Mas foi como você disse, as melhores pessoas são assim.
A Stark sorriu de lado e então se aproximou da menor sentando-se ao seu lado e indo a ajudar no dever. Não que a criança fosse burra ou algo do tipo, também havia adotado a inteligência do pai, mas era como aquele ditado: duas cabeças pensam melhor do que uma. Ainda mais se for duas cabeças extremamente brilhantes;
As duas irmãs estavam na sala enquanto a neve caía do lado de fora, tomando todo o campo do quintal, ao seu redor, com seu amontoado de cristais que se amontoavam no piso que cercava a cidade e, provavelmente algumas partes do mundo inteiro com sua maciez.
A única coisa que as duas garotas não sabiam era que através da janela, em uma das árvores, bem distante, havia um herói, que todos almejavam saber a identidade mas nunca conseguiam. Ele as encarava de longe, apenas para ter certeza de que estavam seguras e bem.
Após isso, após finalmente se certificar do estado de ambas, o sujeito lançou sua teia e pendurou-se para longe. Além do mais, ele deveria proteger as outras pessoas de Nova York também, mesmo que colocasse ambas e, principalmente Zara, em primeiro lugar acima de tudo.
ZARA STARK E PETER PARKER
IRÃO RETORNAR.
Ⓐ| ELES ESTARÃO DE VOLTA EM 2026 AMORES
Ⓐ| AI ACABAMOS O ATO 2 AAAAAA
Ⓐ| Oi oi meus segundos filhos, como vão?
Ⓐ| O que acharam do novo e último capítulo do ato 2? Espero muito que tenham gostado vius! E gente, acho que foi um dos maiores capítulos que já escrevi em soul chain KKKKKKKK
Ⓐ| Antes de mais nada, quero agradecer do fundo do meu coração pelos 50K de leituras em soul chain! Estamos crescendo rápido demais e eu só tenho a agradecer, muito obrigada mesmo amoresss!! #RUMOAOS100K
Ⓐ| Primeiramente, vamos começar com o fato de que o nosso casal starker estava super fofo antes de toda a merda acontecer
Ⓐ| Segundamente, a zara quase morreu e depois descobrimos que a gata vai ter poderesss, quem estava achando que ela ia ter poder levanta a mão!
Ⓐ| Terceiramente, o que vocês acham que ela vai se tornar no ato 3? Heroína, anti-heroína ou vilã? Ai ai, são tantas coisas
Ⓐ| E eles no final? Meu Deus que dor no coração :( (lembrando que apenas o peter vai se lembrar de como eles eram antes de toda essa merda acontecer, jesus
Ⓐ| E o nosso gato olhando as irmãs stark só pra saber se elas estavam bem? ai ai
Ⓐ| Mais uma vez, teorias do porquê essa dor no coração da zara? O que vocês acham que vai acontecer com ela no ato 3? Sabem que eu amo as teorias de vocês né
Ⓐ| Lembrando que a música do começo do capítulo é Lights Are On — Tom Rosenthal
Ⓐ| Sinto que peguei baixo citando White Ferrari e Purpose Is Glorious, mas vocês sabem que eu só escrevo se tiver depressão KKKKKK
Ⓐ| Pegaram referências no capítulo também?
Ⓐ| Aos que estão confusos sobre como funcionou a cena da zara no avião, vão no youtube e pesquisem "A Perseguição", é do canal Swen Filmes, e parem no minuto 12:34, vocês vão entender melhor <3
Ⓐ| Enfim amores, vejo vocês no ato 3 que logo logo chega! Fiquem de olho no tik tok pois qualquer dia (não nesse mês) estarei postando o trailer do próximo ato que será focado totalmente na zara e na origem/história dela!!! Estou super ansiosa
Ⓐ| Votem e comentem, se puderem
all the love, yas
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