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˖࣪ ❛ EU ESTAVA QUERENDO MORDER ELA
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ELIZABETH GILBERT NÃO TEVE MEDO DE ADMITIR QUE SE ENCONTROU COM O ESTÔMAGO REVIRANDO enquanto procurava uma roupa para vestir. Ao sair de casa, ela encontrou Rosalie e Jasper esperando por ela no conversível. Os nervos aumentaram à medida que se aproximavam da casa dos Cullen e se afastavam da civilização, perdendo-se entre as árvores e riachos.

Ela já havia conhecido o clã Cullen sim, mas em uma situação desagradável da qual acabou saindo. Esta era sua chance de fazer as pazes. Fazer com que os pais e irmãos de Rosalie e Jasper a apreciem.

O trio saiu com um intervalo de tempo notável um do outro, Edward e Bella permanecendo em sua bolha de romance que a morena ignorou o nervosismo de Elizabeth. Ela esticou as mangas da blusa branca, dos cotovelos até os pulsos, depois as devolveu ao tamanho dos cotovelos. Ao chegarem, na tentativa de dissipar os nervos, ela observou pela primeira vez a estrutura da casa, sendo que nas duas últimas vezes não teve oportunidade nem tempo.

Tinha três andares de altura, era retangular e bem proporcionado. Foi construído em madeira de carvalho escuro e mármore preto nas partes onde as janelas não o cobriam, era elegante. Elizabeth não encontrou privacidade no início, mas então ela se lembrou que a casa era longe o suficiente para que qualquer um decidisse explorar as profundezas da floresta apenas para ter um vislumbre da casa dos Cullen.

Jasper se posicionou de um lado, Rosalie do outro, o loiro assumiu a liderança e entrelaçou as mãos, dando-lhe as boas-vindas ao abrir a porta. Havia música italiana no ar e o cheiro de condimentos chegava até seu nariz.

— Que seja macarrão, que seja macarrão. — murmurou Liz, com a mão livre entrelaçando os dedos indicador e médio.

— Como se sente? — Jasper os interrompeu antes de continuar, uma de suas mãos pousou delicadamente na parte inferior das costas dela.

— Bem, uh, acho que sim. — ela gagueja, distraída. — Talvez ansiosa. Porque?

— Você está apertando minha mão com força, linda. — a morena tentou se soltar para se desculpar, culpando o medo, mas o loiro Cullen não deixou. — Está tudo bem, só queremos ter certeza. Você pode continuar?

Ela não hesitou, o clã cozinhou e se preparou para a visita dela, e para a de Bella, ela não iria falhar com eles. — Até o fim do mundo. — Liz ergueu a mão em punho, declarando com uma pitada de nervosismo.

Ela seguiu Rosalie pelas escadas que deixavam o corredor para trás e levavam ao segundo andar, a sala de estar, a sala de jantar e finalmente a cozinha, onde Emmett, Carlisle e Esme estavam cozinhando.

— Elizabeth, estamos felizes em vê-la novamente. — Esme largou os utensílios e se aproximou dela com um enorme sorriso e, Elizabeth queria assumir, que devido ao seu status de vampira, a Sra. Cullen não tinha inibições em cercá-la num abraço maternal. Outra vez. Embora seja mais longo e mais forte que o outro. As sobrancelhas da morena se ergueram de surpresa, conseguindo bater palmas de uma forma desconfortável para ela. Ela não pôde deixar de ficar envergonhada.

— E desta vez sob circunstâncias menos acusatórias. — Emmett ergueu a mão em saudação, sacudindo a faca.

— Graças a Deus, certo? — Liz ficou um pouco desconfortável, antes de lembrar do presente de um de seus companheiros. Tentando se recompor, ela olhou para Esme e depois para Carlisle. — Bom dia. Obrigada pelo convite.

— Seja bem-vinda, Elizabeth. — Carlisle deu um passo medido e cuidadoso. Ele ergueu a mão timidamente e a menina correu para cumprimentá-la. Ao contrário de sua esposa, ele se conteve e tentou dar a ela o espaço que seus filhos haviam pedido, considerando a interação passada.

Quando o patriarca da família terminou de falar, eles ouviram um carro chegar, então as vozes de Bella e Edward apareceram.

— Aí vem a humana. — Rosalie cantarolou, Elizabeth franziu a testa com o tom.

— Ei... — ele puxou suas mãos surpreendentemente ainda unidas, balançando discretamente a cabeça para repreender o comentário enquanto o segundo casal aparecia. Rosalie bufou, mas também assentiu.

— Carlisle, Esme, conheçam Bella. — os dois adultos foram muito mais cautelosos com a humana, fazendo movimentos delicados para não assustá-la. Ambos estenderam as mãos para ela com alegria. — Você se lembra dos meus irmãos. Emmett, Rosalie e Jasper. — o homem de cabelos negros repetiu sua saudação, desta vez deixando a faca. Rosalie franziu os lábios e assentiu sem encontrar os olhos dela.

Quando chegou a vez de Jasper, o loiro tomou o lugar da irmã, a mão dele também substituiu a dela e Elizabeth começou a acariciar suas costas. — Olá, Bella. — ele manteve distância e não ofereceu a mão, todos no local consideraram isso uma vitória.

— Estamos fazendo italiano para você. Macarrão e mais um pouco. — Elizabeth exerceu seu maior autocontrole para evitar dar saltos infantis. Macarrão era sua comida favorita.

— Vocês nos deram uma desculpa para usar a cozinha pela primeira vez.

— Espero que vocês estejam com fome.

— Sim, claro.

— Estou sempre com fome. — Bella e Elizabeth responderam consecutivamente.

— Ela já comeu. — Edward murmurou.

— Mais para mim. — em um segundo Elizabeth não estava mais entre Rosalie e Jasper, mas sentada em uma das cadeiras da ilha com um olhar ansioso. A família e Isabella ficaram surpresas por ela usar sua velocidade de vampiro naturalmente. — Queijo. Mais queijo. — Liz protestou quando Emmett lhe entregou o prato, arrancando risadas dos vampiros.

A comida ajudou a colocá-la à margem. Um pouco.

— De verdade. Rosalie e Jasper deram a Esme uma boa desculpa para cozinhar de novo. — o homem enorme zombou, embora sua expressão mostrasse um gesto de carinho. — Ela quer mais do que apenas fazer biscoitos para os humanos no trabalho de Carlisle.

— Quanto a tudo isso, onde está Alice? — Edward se mexeu em seu lugar, sua namorada não parecia incomodada com o comportamento das pessoas a sua frente, ele por outro lado... Ninguém teve chance de responder, já que a duende apareceu naquele momento andando pelo tronco de uma árvore do lado de fora, pousando com um salto para dentro.

— Olá, Bella. Liz. — Alice cumprimentou com entusiasmo. Primeiro ela começou a caminhar em direção a Bella, um brilho de cabelos escuros e pele branca como a neve, que parou na frente da morena de repente e elegantemente. Carlisle e Esme lançaram-lhe olhares de advertência, mudando para expressões chocadas quando ela a beijou na bochecha. — Você cheira muito bem.

— Alice, o que você está fazendo? — uma careta de descrença apareceu no rosto de Edward.

— Está tudo bem. — Alice assegurou com indiferença, girando em seu eixo para se aproximar de Elizabeth, ainda devorando o macarrão, corroendo seus sentimentos de nervosismo e ansiedade. — Bella e eu seremos grandes amigas.

— Embora ela não esteja errada. — a morena engoliu a mordida e só teve que aceitar o abraço de urso desacostumado de Alice. — O sangue de Bella é tentador. Eu quero morder ela desde que cheguei. — a piada saiu naturalmente de seus lábios, sem perceber que aqueles ao seu redor faziam caretas, a de Edward contrastando com todos eles. Isabella, conhecendo a amiga, soltou uma risada de verdade.

— Vou levar você para ver o resto da casa. — o leitor de mentes se apressou, Bella aceitando.

— Um a menos. — Esme murmura com uma pitada de decepção, mas rapidamente se recompõe e se volta para Elizabeth. — Como está a comida?

— Ótima. — Liz elogia, esfregando as mãos na saia preta dela, criando a necessidade de agradar a matriarca. — É meu segundo prato. Vocês têm um dom para cozinhar.

O médico sorriu. — Ficamos felizes que você tenha gostado. Meus filhos nos contaram sobre seu apetite.  Quer mais?

— Na verdade... — Rosalie intercedeu, afastando o prato da morena alguns centímetros. — Vamos levar para cima.

— Agora? — Gilbert protesta, querendo uma terceira porção da comida.

— Vai valer a pena. — promete Jasper, apoiando a irmã para reconquistar a atenção da parceira. Os dois loiros perceberam que não seria a última vez que brigariam sua atenção contra a comida.

— Tudo bem. — Liz concorda. — Foi um prazer vê-los novamente, a comida estava incrível. — repetiu novamente, não se cansava.

— Talvez um dia possamos cozinhar juntas. — a sugestão da matriarca pegou Elizabeth de surpresa, ela gostou. Ela realmente gostou de Liz.

— Vocês devem estar brincando? — se o queixo de Elizabeth não estivesse preso nela, ele teria caído no chão. Na frente dela havia uma enorme pintura, com dezenas de bonés de formatura dispostos em fileiras. — Vocês já passaram por todas essas coisas da escola? — ela pergunta incrédula antes de negar veementemente. — Não, eu recuso. Eu não vou passar por isso. — Liz fez o gesto de ter uma estaca nas mãos e se esfaqueou no coração, provocando sorrisos engraçados nos loiros, finalizando com olhares de adoração.

— O que devemos sofrer para ficarmos mais tempo no mesmo lugar. — Jasper suspirou, Rosalie concordando com uma careta.

— Bem, graças a Deus eu cheguei em Forks. — ela sobe um degrau, aquele que a separa dos loiros, ficando na ponta dos pés para beijar a bochecha de Jasper, puxando seus cabelos curtos e ondulados para trás. Ao mesmo tempo em que faz isso, com a mão oposta procura a de Rosalie, enrolando os dedos nela e levando o dorso dela aos lábios, beijando-a delicadamente.

Sabendo o que havia feito com os dois vampiros, ela abriu espaço entre eles, subindo as escadas até finalmente chegar ao terceiro andar, quando sentiu uma brisa de ar atrás dela, fazendo-a colidir contra a parede à sua esquerda. Sua visão focou, tendo Rosalie parada a sua frente, aprisionando seu corpo contra a estrutura de mármore.

— Seríamos infelizes. — Rosalie ronrona, com um olhar caprichoso brilhando em seu rosto. Os lábios de Liz se curvaram, assim como os dela. Ela também brincou com o cabelo, o mais loiro que já tinha visto. Ela não iria negar, o desejo de beijar Rosalie, de beijar Jasper, estava lá, crescendo na raiz de seu coração.

Ela teve medo no início, medo de finalmente encontrar a felicidade depois de dois anos de fugas e evasões, ela não sabia se estava realmente preparada para enfrentar seu passado, ficar em um lugar, confiar novamente nas pessoas e se aproximar delas. pela utilidade que poderiam ser. Liz olhou para os lábios de Rosalie, o conforto e a calma dominando seu corpo, seu cérebro, seu coração, ela pensou que era obra de Jasper, mas percebeu que era isso que estar nos braços dos Cullen lhe causava.

Ao retornar ao mundo real, deixando a fantasia para trás, ela se viu beijando Rosalie. Ela não sabia quem havia dado o primeiro passo, a primeira inclinação, o primeiro contato, mas lá estavam elas. A mão de Elizabeth estava na nuca da loira, as mãos de Rosalie estavam em suas bochechas. Elas não duraram muito assim, embora o beijo tenha começado como uma proposta sugestiva, foi lindo e cuidadoso, delicado, como se Rosalie tivesse esquecido que Elizabeth não era humana.

— Isso não é desconfortável para você, Jazz? — Liz se virou para o irmão Hale. Ele havia dado espaço a elas, permanecendo nas escadas e caminhando lentamente em direção a elas, ficando ao lado de Elizabeth, com alguns centímetros de distância. Ele tinha um sorriso no rosto, refletindo tanta felicidade que surgiram covinhas.

— De jeito nenhum. — ele diz. — Você está feliz com Rosalie e eu estou feliz com isso. É coisa de companheiros, só estou grato por estar na sua vida. É algo que minha irmã e eu concordamos. — eles se comunicaram de uma forma que Elizabeth não entendeu, uma das mãos de Rosalie desapareceu e uma de Jasper a substituiu, ele a acariciou com o polegar, traçando seus lábios. — Sua felicidade acima da nossa. A qualquer custo.

— Isso não me parece muito justo. — Liz protesta. — Vocês estão me esperando há muito tempo, não me recuso a fazê-los felizes.

— Liz...

— Isso vem de mãos dadas com me fazer feliz. — suas palavras silenciaram Rosalie, que aceitou sua derrota. Olhando para Jasper, ele deu um beijo em sua testa.

Ela ainda não tinha recebido um beijo dele, e não recebeu, pois Alice apareceu com sua voz cantante e apologética. — Eu realmente odeio interromper vocês, mas tenho excelentes previsões.

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