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˖࣪ ❛ EU NÃO QUERIA SER UMA VAMPIRA
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UM GRITO ATERRORIZADO E SUFOCADO SAIU DE SEUS LÁBIOS, por reflexo, seus olhos ficaram vermelhos como sangue, e as veias abaixo deles se destacaram. A fúria, contida no choro anterior, surgiu em seu rosto, jogando seu tio John Gilbert - na verdade, seu pai biológico - pela sala de estar de sua casa quando ele roçou a estaca de madeira contra o peito.
— Elizabeth, não! — sua gêmea, Elena, correu em velocidade sobrenatural em direção ao homem que por muitos anos eles acreditaram em seu tio.
— Eu sou sua filha! — ela protestou com o coração partido, ignorando a irmã, mantendo as costas contra a parede. — Eu sou sua família... Estou com medo, não queria isso. Eu não queria ser uma vampira.
— Você é uma abominação. — John murmurou, inclinando seu peso contra o corpo de Elena.
— Você acha que eu não sei? — ela soluça. — Mas Elena é como eu e você não está enfiando uma estaca nela! — as lágrimas voltaram aos montes, rolando por suas bochechas. — Vamos, Elena.
Ela deu um passo em direção a ela, mas a morena recuou, o medo estampado em seu rosto. — Você deveria se acalmar, Elle.
— Você realmente não pode estar me falando isso! — ele grita sarcasticamente. — Tentou matar sua irmã, sua irmã gêmea. Você não pode estar protegendo ele! — ela virou o rosto, aproximando-se de seu irmão Jeremy na escada. — Jer, por favor. — ela implorou.
O castanho franziu a testa com uma ponta de dúvida, subindo dois degraus sem virar as costas, em negação.
Entre medo, raiva e tristeza, ela recuou olhando-os incrédulo, levando a bagagem, feita dias antes, que desejava não ter que ocupar naquele futuro quando aquela conversa aconteceu.
— Onde quer que você vá... — o adulto cuspiu sangue. — Eu vou te caçar.
— Aonde quer que eu vá. — ela corrige, seus olhos expressando nada além de puro ódio. — Salve sua vida e não apareça ou eu vou afirmar meu sangue Petrova. Todos vocês.
★
Ela acordou no início dessa memória. Sem falta, toda vez que ela voltava para um avião depois de estar perto de ser pega por seu pai, ela sonhava com o momento em que sua família se desfez para ela dois anos atrás.
Se não fosse pelo acordo com aquela bruxa, eu provavelmente estaria morto. Ela pensou.
Por conta disso, o voo de Atlanta para Washington tornou-se avassalador e eterno, transformando seu humor em raiva. Ela teve que atravessar o país para uma cidade desconhecida, apenas por causa de seu pai. Mais uma vez.
Afastar-se era óbvio o suficiente, e tanto Elizabeth quanto John sabiam disso, então a garota sabia que seu pai iria procurar nos estados perto da Virgínia, não acreditando que sua filha fosse estúpida o suficiente para fugir, embora ela realmente fosse uma manobra inteligente.
Ela se perguntava todos os dias por que simplesmente não a deixou ir, em vez de desperdiçar dois anos tentando assassiná-la.
Ao chegar em Port Angeles, ela usou a compulsão - poder que lhe permitia hipnotizar qualquer humano e obrigá-lo a cumprir seus desejos - conseguindo um carro cinza convencional.
Ela dirigiu por uma hora na garoa que caracterizava a frígida Forks, da qual ela não estava reclamando, nem perto disso. Ela adorava os poucos dias chuvosos em sua cidade.
Faltava uma semana para o início das aulas, devido a um contratempo nas instalações da escola, mas mesmo assim ela se atrasou, meio ano atrasada, algo incomum em uma cidade como aquela. Frequentar não era uma decisão que ela poderia considerar, ela era uma adolescente se mudando para uma cidade sem família, o que não era mais normal, e não se inscrever não era uma opção - era o mesmo em todas as cidades que ela visitava.
Ela usaria a compulsão novamente para se inscrever sem a necessidade de papelada. E com esses pensamentos estacionou em frente ao sobrado, ainda que pequeno, admirando sua estrutura e a fachada branca.
— O que você acha? — a corretora de imóveis perguntou assim que o passeio acabou.
Ela sorriu, aproximando-se da mulher e colocando a mão em seu ombro, olhando em seus olhos castanhos. — Adorei, e vou ficar com esta casa e os móveis, pode voltar ao seu trabalho e retirar das casas que estão à venda. — sua pupila dilatou. — Faça a papelada necessária e faça com que pareça uma compra genuína.
— Aproveite sua nova casa. — ela depositou as chaves da casa em sua mão, voltando para o carro e perdendo-a de vista enquanto seguia o caminho da estrada.
Ela colocou o chaveiro no dedo, girando-o pensativamente.
— Agora preciso de um emprego, matricular-me na escola e desfazer as malas. — concordou ela, convencida de que conseguiria, lembrando que em alguns dias seus pertences chegariam de Atlanta, que havia passado pela Califórnia e Arkansas, com nome falso para prevenção. Não será difícil.
★
No dia seguinte ela foi atrás de tudo o que precisava.
Primeiro, ela visitou o pequeno e popular restaurante da cidade. O trabalho de empregada de mesa foi o primeiro a passar-lhe pela cabeça, não era desajeitada a trazer comida nem a servir, pelo que a curta entrevista de emprego recebeu-a com autorização para fazer parte dos empregados, que, para além dos clientes, não distanciou seu visual da nova joia de Forks.
Segundo e último, escola e bagagem. Antes de partir em direção ao instituto, arrumou sobre os móveis do quarto as roupas que trazia na única mala que conseguiu arrumar a tempo. As mesmas roupas de ontem permaneceram em seu corpo antes da transferência pesada e repentina, fazendo-a alisá-las descuidadamente enquanto esperava que a Sra. Cope - a responsável por seu registro - desligasse o telefone.
— Esses são meus papéis. — ela os entregou a ela em uma pasta, acompanhado de um sorriso impecável.
— Trago o resto em uma semana, prometo.
— Você está acompanhada de um adulto, certo, querida? — a pergunta a deixou impaciente, claro que não, e isso foi demonstrado por estar sozinha, esperando. — Você precisa de um adulto, porque você é menor de idade.
— Eu não preciso de um adulto. — ela usou a compulsão novamente, fazendo-a repetir cada palavra. — Trarei o restante dos papéis em seis dias.
E assim, ao pôr do sol, ela pôde voltar para casa satisfeita com suas conquistas e sua condição de vampira, era ainda melhor do que dois anos atrás do que sua irmã seria hoje, agora ela ria quando se comparava novamente.
Ela saiu do carro carrancuda quando viu um homem e uma adolescente parados na frente de sua porta, esperando.
— Posso ajudar? — ela perguntou atrás deles, chamando a atenção deles e se aproximou cautelosamente.
— Olá! — o homem cumprimentou nervosamente. — Somos seus vizinhos, viemos dar-lhe as boas-vindas. — ela olhou para a garota ao lado dele, desconfortável como ela. — Eu sou o chefe de polícia, Charlie Swan. — ele estendeu o braço, apertando a mão da morena. — e esta é minha filha, Isabella.
— Bella. — ela se corrige, estendendo um pequeno vaso de plantas em boas-vindas.
— Oh muito prazer. Eu sou Elizabeth Gilbert, mas você pode me chamar de Liz. — ela abriu caminho entre os dois, inserindo a chave na fechadura da porta, destrancando-a. — Desculpe não ter convidado vocês para entrarem, acabei de me mudar e minha casa está uma bagunça. — ela mentiu.
— Não se preocupe, nós entendemos. — o homem assentiu, dando um sorriso amigável. — Você se mudou sozinha ou seus pais estão em casa?
— Pai! — Bella se desculpou com um olhar de desculpas pela pergunta.
— Sinto muito...
Ele foi interrompido, antes de continuar. — Ok, eu entendo, ele é o chefe. — ela quebrou a tensão. — Estou sozinha, meu pai e eu não temos uma relação estável e saudável, então me tornei independente. E minha mãe morreu... Mas vou para a escola e tenho um emprego. — acrescentou como se isso ajudasse.
Charlie a examinou da cabeça aos pés, procurando uma mentira em suas palavras, mas tudo o que percebeu foi um sorriso sincero e uma pobre menina longe de tudo que conhece.
— Me chame de Charlie. — sua filha mostrou surpresa em seu rosto, isso não era normal para seu pai, mas ela entendeu da situação. — E se precisar de algo, seja bem- vinda a nossa casa. — ele apontou para a casa do lado.
— Muito obrigada, Charlie. E, Bella... — Elizabeth chamou a garota, interrompendo sua marcha de volta para casa. — Espero que possamos ser amigas, eu prometo não ser uma daquelas garotas que só falam de garotos e roupas se ela não for seu tipo.
— Claro. — ela sorriu esperando o mesmo, dando um aceno antes de virar e sair.
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