chapter 3
Um sentimento estranho, mas bom, tomou conta do meu ser depois daquele simples beijo na minha bochecha. Foi como se a minha áurea tiste e escura, de repente ficasse alegre e iluminada. É como se algo muito mais profundo tivesse acontecido, como... Se algo estivesse se encaixando.
O que há comigo? Porque eu me sinto tão preenchido de algo, depois de tanto tempo vazio.
Ela tem olhos encantadores, seu sorriso me contagiou como nenhum outro. Seu jeito delicado e ao mesmo tempo confiante é incrível. Ela é como uma princesa, a mais linda. Sua beleza não só encanta, mas pode levar pessoas a loucura. A vontade de repetir aquela cena, não somente em minha cabeça, mas na vida real, é muito grande. Sua boca perfeitamente desenhada... De repente um desejo tomou conta de mim.
É como se... Ela fosse minha outra metade. De repente ela me fez sorrir depois de muitos anos, como pode? Era como se eu tivesse achado aquilo que faltava em mim.
Não tem jeito, já estou perdidamente apaixonado por ela, mas como? Mal nos conhecemos, só foi um simples beijo na bochecha!
Não posso... Não posso deixar que esse sentimento se agrave, ela nem deve pensar em mim como eu penso nela, sou mesmo um tolo, e não sei como fazer com que esse sentimento pare de uma vez...
Porque eu fiz aquilo? Eu poderia me despedir normalmente, mas não, eu persisti em fase-lo sorrir.
Aquele sorriso... Era tão lindo, ah, ele me arranca suspiros. Um simples garoto, que pelo visto trabalha bastante, chegou em minha vida, e como num passe de mágica, seu sorriso se abre para mim e não sai da minha cabeça.
Eu já vi tantos sorrisos, mas o dele... É diferente, é especial... Seu sorriso abriu em mim algo que não tinha antes, um sentimento que eu não havia sentido antes... Parece bom, mas ao mesmo tempo, angustiante.
Meu ato me deu um tipo de choque naquela noite. Meu corpo arrepiou, meu peito se encheu, eu senti um alívio.
Por muito tempo eu achei que não tinha qualquer tipo de vazio em mim... Mas, naquela hora, foi como se um vazio fosse preenchido....
[...]
- Pai! - abro a porta do seu escritório.
- Lisa, eu estou ocupado - fala ainda olhando para seus documentos.
- Mas você me disse que nós sairíamos juntos hoje!
- Não me lembro disso.
- Você disse ontem, quando você estava aí -
- Lisa, realmente não dá - ele finalmente me olha.
- Nunca dá - começo a andar em passos apressados e pesados para fora da sala.
- Lisa! Desculpe! Volte aqui filha! - não ouço mais sua voz e saio de casa.
Ele nunca tem tempo, nunca. Estou cansada, cansada de esperar por ele. Posso ser rica e ter de tudo, mas não tenho um pai presente, por mais que ele viva comigo...
[...]
Sentada chorando na calçada, sinto um frio e então percebo o que está acontecendo, agora eu vi o vazio que há em mim.
Olho para os lados da rua e vejo pessoas andando normalmente. Volto a minha posição e medito sobre a minha vida. Eu queria tanto que ele estivesse aqui... De repente uma mão toca o meu ombro e eu olho para a pessoa. É Jungkook.
- Jungkook? - ele suspira e senta ao meu lado.
- Porque a garotinha sorridente está chorando? - acaricia minhas costas.
- As vezes, a garota sorridente, sofre sabe? - ele coloca a minha cabeça em seu ombro.
- Pode chorar, as vezes, chorar é bom - começo a chorar novamente e ele acaricia meu cabelo.
- Eu acho que ele nem se importa comigo - fungo.
- Tudo bem, eu me importo - me levanto e olho pra ele ainda com os olhos molhados.
- V-você se importa comigo? -
- Bom, e-eu acho que sim - ri sem graça e coça sua nuca. Eu o abraço e ele toma um susto.
- Obrigada.
- Você me fez sorrir Lisa, com certeza eu me importo com você - sorrio por lembrar do seu sorriso.
- Sabe Jungkook, o meu pai é rico, eu tenho de tudo, mas... Ele quase não fala comigo, está sempre ocupado - ele suspira
- O dinheiro não compra, amor, não compra, companhia, não compra, felicidade... - ele diz e eu balanço a cabeça concordando.
- Eu me sinto tão sozinha. Eu sempre tento me manter feliz, mostrar alegria para as pessoas, mas é tão difícil quando eu me vejo nessas situações.
- Lisa... Nem sempre você vai sorrir, por mais que você queira - seco meus olhos e volto a olhar para ele.
- Eii, como foi o seu natal? - ele me olha com tédio.
- Não gosto de natal - fala com uma expressão séria.
- Ah mas... Porque? - pergunto confusa. Como alguém pode não gostar de natal?
- O natal é fútil, não faz sentido todos ficarem felizes e comemorarem em um dia, quando nos outros dias tudo volta a normal -
- Jungkook, o natal não é fútil! Todas as pessoas ficam em comunhão, fazem as passes, tem um dia iluminado, para que os outros dias não sejam tão mais escuros... E sem falar que é o aniversário de Jesus né! - digo óbvia.
- E-eu não sabia... De nada disso... Meu pai nunca mais falou sobre o natal comigo. Minha mãe morreu no dia de natal, quando eu ainda era bem pequeno, meu pai nunca mais falou sobre este dia...
- Eu sinto muito.
- Tá tudo bem, eu já superei, só queria saber de tudo isso antes - fala triste.
- O natal, é um feriado maravilhoso, todos comemoram, independente se acreditam e Cristo ou não. As pessoas se reúnem, trocam presentes, se divertem, sabe porque? Porque elas se amam, e enquanto os outros dias são muito corridos e não podemos expressar tudo que sentimos, no natal podemos nos expressar e passar um dia em comunhão - explico.
- Eu realmente não sabia que o natal era tão significante assim - fala um pouco surpreso.
- Tudo bem, agora você sabe - sorrio.
- Obrigado por me mostrar como o natal pode ser um feriado bom - ele me abraça - você realmente é uma pessoa incrível.
- Ah não fale isso, eu fico sem jeito - sinto minhas bochechas esquentarem.
- Fofa! - eu rio com sua fala e ele faz o mesmo - eu sempre me sentia vazio, só que você, parece que preenche esse vazio - nossa, eu não esperava que ele sentia o mesmo - você é uma ótima amiga.
- E-eu não sabia que você se sentia assim... Eu também sinto isso - ele olha pra mim animado.
- Sério? - pergunta surpreso.
- Sério! - afirmo.
- Lisa eu... Eu não sei o que sinto, mas acho que estou apaixonado por você - o que? Ele está apaixonado? Por mim?!
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