Família Reunida
Yo minna!
Tive alguns problemas com a publicação deste capítulo, a plataforma continuava dando erro ¬¬'
Espero que gostem e não se esqueçam de votar, beijinhos da Autora-chan!!
Depois de passar o relatório da missão para o Oyakata-sama, ele insiste em nos dar pelo menos uma semana para descansar e nos recuperarmos.
Sanemi me acompanha até a Mansão Borboleta e encontro Shinobu na enfermaria junto do garoto loiro em quem esbarrei ontem.
— É a última vez que vou falar que precisa tomar seu remédio, Zenitsu-san... — minha amiga parece estar prestes a fazer o garoto beber o remédio a força.
— Mas ele é muito amargo — ele chora, parece ser alguém bastante comunicativo — Oh, olá, senhorita. Nos conhecemos ontem, sua voz é muito suave e quentinha...
Ele percebe minha presença primeiro e me encara.
— Hmm... Não sei quanto a minha voz, mas sim, nos conhecemos ontem. — eu me aproximo sorrindo e ele cora.
— Ôi, moleque, encare menos. — Sanemi praticamente rosna para o garoto, que arregala os olhos e bebe o remédio que minha amiga lhe oferece — Vou deixá-la ficar com o Kyojuro, passo aqui para almoçarmos.
— Tudo bem, matta ne! — ele lança um último olhar para o loiro na cama e sai do cômodo
— Seu namorado é meio assustador...
— Ele é mesmo... — Shinobu diz, com uma leve risada — Vamos lá, Kira-chan.
Sigo a médica até o quarto de Kyojuro. Ver meu amigo que sempre foi tão alegre deitado em uma cama em silêncio parte meu coração de maneiras que nem consigo expressar. Me sento na cadeira ao lado de sua cama e pego sua mão, ela está quente e isso alivia um pouco da dor que se instalou em meu peito. Ele está vivo. Ele está vivo.
— Passamos por alguns momentos difíceis a noite, mas ele conseguiu resistir... Isso é um bom sinal. — ela diz, checando os curativos e os sinais de Kyojuro — Converse com ele Kira-chan... Pode não parecer, mas ele está ouvindo. Volto mais tarde.
Continuo olhando para o meu melhor amigo e a frase 'Ele está vivo' continua a se repetir na minha mente como um mantra.
— Você precisa acordar, sim?! Não posso viver sem você, seu barulhento. — as lágrimas rolam pelas minhas bochechas e não faço questão de escondê-las — Você precisa acordar e ver como estou feliz e que finalmente segui o seu conselho de me deixar sentir...
Os dias passam e minha rotina permanece a mesma, visitar Kyojuro e treinar, meu humor não está dos melhores e até meus irmãos estão me evitando, sinceramente, eu preferia estar fazendo missões e ocupando minha mente com outras coisas além de preocupação.
No quarto dia, estou na área de treinamento em casa e sinto alguém chegando, não me dou o trabalho de verificar e continuo o que estou fazendo. O ataque em que eu e Kyojuro estávamos trabalhando está quase perfeito e mais uma vez corto o boneco de palha ao meio, metade dele cai para frente e metade para traz. Ouço um assovio atrás de mim.
— É uma boa técnica... — a voz profunda diz e eu me viro com os olhos arregalados — Quanto tempo, irmãzinha.
Kotoru está parado no limite da área de treinamento, com os braços cruzados e um sorriso arrogante no rosto. Um passo atrás dele está meu irmãozinho Kenshin que não é mais tão pequeno assim, considerando que já tem 13 anos. O mais novo é a cara do nosso pai, e a semelhança chega a ser assustadora.
— Kotoru-nii-san, Kenshin... — murmuro, dando alguns passos na direção dos dois, mas paro quando um barulho alto vem de trás deles e Kotoru suspira, revirando os olhos.
— Yuu, tome cuidado, sim? — meu irmão se vira para um garoto que deve ter a idade de Kenshin, ele está de joelhos no chão com algumas malas na sua frente — Não precisa trazer tudo de uma vez, garoto...
— Hai, sensei... — o garoto responde se curvando e levanto uma sobrancelha, "sensei"?
Kotoru volta sua atenção para mim e acaba com a distância entre nós, me envolvendo em um abraço apertado. Ele me ergue do chão e ri alto, o que acaba fazendo um pequeno sorriso brotar em meu rosto também. Kenshin nos observa em silêncio, sua expressão neutra não dá nenhuma indicação sobre seus pensamentos. Kotoru me coloca no chão na mesma hora em que a porta dos fundos se abre e mamãe aparece.
— Mas que barulheira é... essa...? — sua voz vai morrendo aos poucos, enquanto ela processa a imagem à sua frente.
Ela olha para Kotoru que apesar de ter me colocado no chão, ainda tem os braços ao redor dos meus ombros, quando seus olhos pousam no mais novo sua boca se abre e ela a cobre com uma mão, levando a outra até seu coração.
— Toru, Shin... — sua voz falha, assim como seus joelhos, e em um instante eu estava nos braços de Kotoru, no outro estava ao lado dela, segurando-a pela cintura para que ela não caísse. — Oh céus, meu bebezinho.
— Mamãe, precisa se acalmar, eles estão aqui... Estamos todos aqui... — ela me encara com os olhos cheios de lágrimas e olha ao redor, Kurro e Kaito que estavam dentro de casa, permanecem atrás da mais velha. Kotoru sorri para nossa mãe e Kenshin apenas observa tudo em silêncio.
O clima de reencontro é destruído quando o garoto, Yuu, chega ao lado de Kenshin e o acotovela.
— O que que tá pegando? — ele pergunta em voz alta.
Kotoru suspira alto e então sorri, como se tivesse desistido.
— Por que não conversamos com um pouco de chá? — ele pergunta alto, batendo palmas.
O tempo voa enquanto colocamos o assunto em dia, e Kotoru nos conta tudo o que aconteceu desde a última vez que nos vimos. Nosso avô, Kobayashido Kaido, que construiu uma sólida fortuna para a família, estava muito doente e meu irmão insistiu para o visitarmos antes que fosse tarde demais.
Kotoru, aparentemente, tinha sido convidado a virar um cultivador, que são os habilidosos Caçadores que se aposentaram, mas continuam ajudando a milícia, treinando novos possíveis Caçadores, como Urokudaki treinou Tanjiro. Meu irmão mais velho tem 24 anos, e apesar de ter saído da milícia com 15 para acompanhar nosso avô, ele continuou treinando rigorosamente, e seu corpo enorme e musculoso me diz isso com todas as letras. Assim como Kurro, Kotoru tem os cabelos negros e olhos vermelhos, mas qualquer semelhança termina aí, Kotoru tem 1,96m de altura, enquanto os gêmeos tem 1,75m e é claro que todos são mais altos do que eu em meus 1,61m.
Kenshin cresceu muito, e apesar de sempre receber as cartas de Kotoru dizendo como nosso irmãozinho se parece com o nosso pai, não consigo deixar de olhar para o mais novo com um misto de surpresa e tristeza. Ele tem a mesma voz calma e suave de nosso pai e apenas sua expressão nos lembra que não são a mesma pessoa, enquanto papai mantinha um sorriso gentil no rosto, Kenshin parece ser um jovem sério e calado. Mas algo me diz que o motivo por trás de seu comportamento, na verdade, foi ter crescido longe de nós desde pequeno, ainda não temos intimidade e espero que isso mude.
Yuu, aparentemente foi salvo por Kotoru e virou ser aprendiz, ele e Kenshin treinam juntos há alguns anos e creio que todos nós olhamos feio para o nosso irmão mais velho quando ele diz que o mais novo tem treinado para a próxima colheita. Não é uma vida que desejamos para os jovens, isso é um fato.
— Então, nii-san, sabia que a Kira-chan está... — Kaito começa a falar com um sorrisinho, mas para quando vê a agulha entre meus dedos — Hehe, deixa pra lá.
— Qual o problema? — o mais velho pergunta, olhando para todos nós.
— Nenhum, não preste atenção nas bobeiras de Kai... — falo tranquilamente — Então, Shin, tem conseguido se adaptar à respiração da sombra? Não é exatamente fácil.
— Hai... Mas ainda parece que está faltando algo. — ele responde com o semblante pensativo.
— Você pode tentar algumas técnicas da respiração da luz enquanto estiver aqui. — sorrio gentilmente para ele que pela primeira vez desde que chegou sorri também, acenando positivamente.
— Também pode tentar a respiração do aço! — Kaito fala alto, enchendo a boca com um bolinho de arroz recheado de pasta de feijão doce.
— Só você consegue usar a respiração do aço, Kai. — a voz de Kurro é séria, mas sua expressão permanece relaxada e ele sorri de vez em quando.
— Sobre o tempo que vamos ficar... — Kotoru começa — Shin vai ficar aqui, eu vou voltar para a cidade no próximo mês apenas para acertar algumas coisas e preparar o transporte para o vovô.
— Espere, vocês estão voltando? — pergunto surpresa.
— Isso é maravilhoso!! — mamãe exclama alegremente, ela apenas observou nossa interação com um sorriso durante toda a conversa, comentando algo aqui e ali — Não sabem o quanto sonhei com o dia em que estaríamos todos juntos novamente.
— Não foi sua culpa, mamãe... — Kai fala para a mais velha — Kotoru-nii-san escolheu ir, mas o vovô se precipitou levando Shin com ele...
— Eu entendo o seu avô, ele apenas queria que os netos não tivessem o mesmo fim que os filhos dele... — mamãe diz em um tom triste — Mas eu deveria ter lutado mais... Eu estava tão triste, vocês dois tinham 12 anos e Kira 10, e ela estava treinando tanto...
— Mamãe... — falo suavemente — A senhora deixou o seu luto de lado para cuidar de nós, deu o seu melhor... Se Shin ainda não entende o motivo de ter deixado que vovô o levasse, um dia vai entender.
Olho para meu irmão mais novo que me encara com um olhar quase indecifrável.
— Eu sei que queria que eu tivesse uma vida melhor e mais segura... — ele fala baixo e após um momento de hesitação, completa — Mamãe...
Os olhos da mais velha se enchem de lágrimas e ela sorri para ele.
— Muito bem! — ela se levanta, alisando o kimono e olha um por um — Vão tomar banho, vou preparar o jantar.
Os dois garotos vão primeiro e aproveitamos que estamos sozinhos para falar do motivo que trouxe meu irmão de volta.
— Qual a situação do Kyojuro? — a voz de Toru assume um tom sério.
— Não é boa, sinceramente... — eu murmuro — Esses primeiros dias tem sido uma verdadeira luta, mas ele está resistindo.
— Irei visitá-lo amanhã. — ele decide e então me olha com certo receio — Você visitou o pai dele?
— Confesso que não me preocupei com isso de primeira, mas é algo que tem martelado em minha mente desde ontem... — eu falo baixo — O pai dele vem bebendo muito ultimamente e Kyojuro estava preocupado com Senjuro. Acho que vou passar por lá amanhã, enquanto você estiver com Kyojuro.
— Ótimo, ótimo...
✦✦✦✦
Depois do jantar, os dois adolescentes ficam encarregados da limpeza, mamãe diz estar cansada e vai para seu quarto, enquanto meus irmãos mais velhos vão para a sala conversar e eu vou até a área de treinamento, me sentando no tablado e observando o céu estrelado.
Fecho meus olhos, me concentrar nos sons da noite, os grilhos, o sapo solitário coachando no lago. Sinto alguém se aproximar devagar e me observando no silêncio. Sem abrir os olhos, dou tapinhas na madeira ao meu lado que logo é ocupada por Shin. Ele não diz nada e eu continuo com os olhos fechados.
— Eu sou tão parecido assim com o papai? — sua voz baixa carrega certo tom de tristeza — Mamãe não parou de olhar para mim, sempre com tristeza, todos vocês, na verdade...
— Muito, mas papai estava sempre sorrindo, e você parece ser mais reservado. Quanto aos olhares, peço desculpas... A última pessoa a ver ele com vida fui eu, sabe, provavelmente por isso encararam tanto. — falo de forma calma, ouço ele suspirar — Não se cobre tanto só por ser parecido fisicamente com ele, você não precisa conquistar as mesmas coisas que o papai, apenas siga o caminho que escolher e seja feliz, Kenshin...
— Me lembro que quando era pequeno você me chamava de...
— Floco de neve. — completo. — Você sempre foi calmo, como a neve que cai sem pressa em um dia de sol frio.
— Me lembro de você mais do que dos gêmeos. — ele soa pensativo — O Toru-nii-san diz que eu costumava chamar por você.
Meu coração se aperta com o que ele diz.
— Não culpe a mamãe por não conseguir ir contra o vovô, ela tinha perdido o amor da vida dela e ter cinco crianças que a tem como pilar... Só posso imaginar o que ela deve ter passado, deixando seu luto de lado para continuar sendo nossa âncora. — abro os olhos e olho para ele, que está me encarando, os olhos marejados — Ela sabia que Kotoru cuidaria de você.
— Eu não a culpo... Depois de crescer com o vovô, consigo imaginar como ele deve tê-la forçado a nós deixar ir com ele. — ele passa as mãos nos olhos — Mas senti falta de vocês, sempre imaginando como seria crescer aqui...
— Não pense demais no que não pode mudar, Floco de Neve, aproveite esta chance de viver conosco... — pisco um olho para ele.
— Sua voz ainda traz calor e uma sensação de... — ele para, tentando colocar os sentimentos em palavras.
— Lar? — pergunto com um sorriso gentil e ele concorda com os olhos bem abertos — Ouço isso com frequência. Vamos dormir, você deve estar cansado da longa viagem.
Nos separamos no corredor do segundo andar, onde ele entra na primeira porta e eu caminho até a minha, deslizando a madeira. Espero não ter muito trabalho com o Rengoku-san amanhã, não é como se eu já gostasse daquele homem bêbado.
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