Buarque de araque
Quis viver aquele dia
Como se fosse o último
Se encarou no espelho
O velho asco íntimo
Um trajeto cansativo
Uma viagem de ônibus
A dor da rotina
Um trajeto trágico
Um sonho desistido
Por um salário mísero
Uma alma destroçada
Um espírito ridículo
Do alto da passarela
A fuga máxima
Voou de lá de cima
Como se fosse pássaro
E no meio da descida
O arrependimento quádruplo
E na hora do impacto
Virou mancha no asfalto
A ultima não foi proparoxítona
Mas este também
Não foi um bom poema
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