🧡 CAPÍTULO 13🧡

Assim que os primeiros raios de sol surgiram, eu já estava sentando na enorme mesa redonda cercado por todos os conselheiros do reino. As expressões nos rostos dos mais velhos era fácil de descrever, eles reprovavam minha decisão.

Desde que encerrei o jantar na noite passada, com o discurso que parecia não ter agradado a todos os presentes, eu sabia que a insistência sobre um casamento seria pior e viria com mais força e não demorou para que lorde Han, tocasse no assunto.

- Majestade, o reino precisa de estabilidade. Negar-se a escolher um companheiro entre os nobres é um risco político que pode fragilizar nossas alianças, peço que repense suas decisões.

Respirei fundo mantendo sempre a postura e não deixando com que eles percebessem minha paciência se esvaindo aos poucos.

Nesses momentos eu sentia falta de ter Namjoon ao meu lado, o homem era inteligente e suas opiniões sempre equilibravam nossas reuniões, mas eu entendia sua ausência, na noite anterior seu ômega havia descoberto que estava gerando um pequeno lobinho em seu ventre.

- Lorde Han, a estabilidade não se constrói com pressa e um casamento não é a única solução - expliquei - minhas prioridades estão no povo e na segurança do reino.

- Com todo respeito, majestade, alianças fortalecidas por matrimônio são uma tradição - acrescentou Linnus sua voz calma contrastando com a rigidez das palavras.

- E as tradições precisam mudar quando deixam de servir ao bem comum ou quando eu não me deixo ser tratado apenas como um boneco para acordos - retruquei, olhando firmemente para ele.

- As alianças pelo matrimônio são um pilar fundamental para a segurança do reino. Sua recusa pode ser vista como um desrespeito aos que vieram oferecer suas mãos em compromisso.

- E que segurança é essa que depende de algo tão frágil quanto uma união baseada em um papel ? Não preciso de um casamento para garantir o bem-estar do meu reino.

Não deixei com que eles falassem, já estava cansado te ouvir sempre as mesmas coisas.

- O único motivo que me obrigaria a casar seria se eu não tivesse um filhote para ficar em meu lugar e se os senhores bem lembram, Kai já recebe aulas para aprender sobre o reino, ele será o próximo rei e isso até os deuses reconhecem.

Os olhares ao redor da mesa eram de reprovação, mas ninguém ousava desafiar meu tom. Sabiam que, quando a minha determinação era evidente, não havia argumentos que me fizessem recuar.

A discussão se arrastou por horas, cada conselheiro tentando, de alguma forma, me convencer a escolher um dos nobres ainda hospedados no castelo. Mas minha decisão já havia sido tomada, e por fim, encerrei a reunião com um tom que não deixava espaço para mais debates.

Sai da sala sentindo minha cabeça latejar, talvez nem tudo isso tivesse sido causado pelo estresse, estava sem me alimentar desde a noite passada graças as reuniões.

Talvez o universo estivesse com raiva ou apenas queria me causar um longo sofrimento durante o dia, pois assim que virei um dos corredores acabei encontrando meu pai, sua expressão era dura e seus olhos demonstravam sua raiva.

- Jungkook, precisamos conversar - começou ele, com um tom que já indicava o confronto.

- Se for sobre o conselho ou o casamento, já ouvi mais do que o suficiente por hoje - retruquei, tentando passar por ele, mas meu pai bloqueou meu caminho.

- Não é sobre isso. É sobre Aylin, já faz dias que eu não a vejo, onde ela está?

Parei no meio do corredor, voltando meu olhar para ele. A incredulidade me atingiu como um soco. Como ele só agora percebeu a ausência dela? Meu sangue começou a ferver, mas mantive a compostura.

- Demorou para perceber, pai. Imagino que isso tenha a ver com o tempo que passa flertando com outras mulheres.

Seus olhos se estreitaram, e eu vi a raiva crescer em seu rosto.

- Não brinque comigo, Jungkook, onde ela está?

Cruzei os braços, minha voz ficando mais fria.

- No calabouço.

Ele piscou, surpreso, como se não acreditasse no que acabara de ouvir.

- Como ousa humilhar minha esposa dessa forma? - avançou, indignado. - Você não tem o direito de desrespeitá-la dessa forma!

Eu me mantive firme, cruzando os braços, meu olhar estava fixo em meu pai, meu lobo implorava para que eu o deixasse sair.

- Não tenho o direito? Ela machucou meu filho! Você sabia disso? Sabia que a mulher com quem você se deitou colocou a vida de Kai em risco por ganância?.

- Você está exagerando, Jungkook! Ela nunca faria algo assim.

- Não me chame de mentiroso! - rugi, a raiva fervendo em minhas veias. - Eu a encontrei com as mãos marcando o braço do meu filhote!

Seu silêncio foi garantido. Ele desviou o olhar por um breve momento, e percebi que ele sabia que eu estava dizendo a verdade, mas escolheu ignorar.

- Sempre foi assim, não é? - continuei, minha voz cheia de desprezo. - Eu nunca fui prioridade para você, assim como minha mãe também não era. Sempre foram suas mulheres, seus interesses. Aylin, Akemi... Você prefere cobras bajuladores a proteger sua própria família.

- E você acha que é melhor? - Sua voz voltou afiada - Olha para você, perdeu a mãe e agora vive nesse castelo, rodeado de bajuladores, achando que pode substituir uma aliança política por um sentimento tão inútil quanto o amor.

Não me deixei abalar por sua respostas, cada frase dita por ele era facilmente ignoravel, infelizmente ele não passava de um homem tolo com ideias tão arcaicas que jamais conseguiria pensar de forma racional.

- Eu perdi minha mãe por sua causa - retruquei, com a voz baixa e mortal. - E eu não vou deixar que você destrua mais nada, você é um rei fracassado e um pai ainda pior. Saia do meu castelo.

Seus olhos se arregalaram, e ele deu um passo para trás.

- Está me banindo do castelo ?, você não pode fazer isso, sabe que os deuses iram te punir por tal decisão!

- Se for pra te ver longe do meu filho, de mim e de todos aqueles que eu amo, enfrento até mesmo a ira dos três Deuses maiores.

Sua boca se abriu, ele estava pronto para retrucar, mas eu já não estava mais disposto a ouvir nada do que ele tinha para dizer.

- Você não entende nada sobre o que significa governar, Jungkook. Reinos são sustentados por alianças, e Aylin era uma delas. Agora você colocou tudo em risco por causa de uma criança.

Saí de lá ignorando seus gritos, meus ouvidos pareciam estar cheios de água, pois nada do que ele dizia chegava de fato até mim, sua voz parecia tão distante que nem mesmo causava impacto.

Minutos depois, encontrei refúgio na biblioteca. Era um dos poucos lugares onde eu poderia estar em paz, longe das demandas e julgamentos constantes. O cheiro de livros antigos misturado ao som suave do vento lá fora sempre me trazia um pouco de tranquilidade.

Fiquei ali, sozinho, o peso da conversa ainda apertando meu peito. A raiva pulsava como um tambor dentro de mim.

Me joguei no sofá, cobrindo meus olhos com o braço. Minha cabeça latejava e o lobo dentro de mim me arranhava querendo sair, era sempre uma luta controlar esse meu lado, mas hoje parecia impossível.

Era impossível engolir a raiva e fingir que aquela conversa não me afetaria por dias. Conversar com meu pai era sempre assim, uma nova ferida aberta, um novo ressentimento para carregar.

Ouvir ele falar do meu filho como se fosse um qualquer e não alguém que carrega o mesmo sangue que ele, me fazia sentir vontade de mata-lo, mas eu não podia exigir que ele fosse um avô descente, sendo que ele nem mesmo havia sido um pai.

Minha mente vagou até Aylin, a mulher me causaria dores de cabeça no futuro, isso era algo que eu já sabia, ela podia ser uma megera, mas ainda tinha poder em suas mãos, afinal antes de ser punida pelos deuses, ela era rainha do reino Idris.

Em pensar que minha mãe poderia estar viva e governando Idris, mas sua paixão pelo meu pai acabaram mudando seu destino.

Hoje eu entendo que ele fingiu todos aqueles sentimentos para ter certeza de que Aylin assumiria o trono no lugar de minha mãe, não porque ele a amava, mas sim porque Aylin era uma mulher que ele conseguia manipular.

No final das contas, tudo sempre se resumia a isso poder e manipulação.

🧡Notas da autora🧡

Oiê amores, como vocês estão ?

Me desculpem pela demora para postar, infelizmente a minha vida está uma correria e acaba sobrando pouco tempo para escrever.

A alguns dias eu tento escrever esse capítulo, sinceramente não consigo gostar do que eu escrevo, confesso que pensei em desistir de continuar essa fic, mas jamais poderia desistir do que me mantém bem e feliz.

Também queria agradecer a Tetelove020, obg por sempre me incentivar a escrever, eu amo você neném 🧡

Não esqueçam de votar e comentar.

Amo vocês.

🧡





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