🧡 CAPÍTULO 11🧡

Jimin estava no estábulo com os meninos, enquanto os guardas preparavam os cavalos para que pudéssemos ir até a vila. Livvi e Hedlia cuidaram de tudo para que os meninos ficassem arrumados e quentinhos.

Jungmin vestia uma blusa azul de manga comprida e calças de tecido fino, com coturnos pretos que mantinham seus pezinhos quentinhos, meu filhote tinha um sorriso no rosto e por mais que tentasse usar isso pra disfarçar eu ainda conseguia ver como ele estava triste.

Taemin estava no colo de Jimin, com os braços envolta do pescoço do ômega, como se aquele fosse seu lugar seguro, seus olhinhos estavam banhados por lágrimas, que insistiam em cair. Ele usava um blusa verde grossa com desenho de pequenas folhas e seus pés também estavam aquecidos por coturnos iguais ao de Kai.

Infelizmente separar os meninos era sempre difícil, os dois haviam criado uma relação linda, os dois eram como verdadeiras almas gêmeas.

Abracei Jungmin, fazendo um carinho em sua  cabeça, tentando transmitir um pouco de segurança.

– Vai ficar tudo bem, Filhote – disse, com a voz calma. Ele ergueu o rosto para me olhar, os olhinhos ainda estavam marejados – Logo vocês estarão juntos de novo.

Por mais que a vila fosse perto e fossemos lá toda semana, ainda assim não era a mesma coisa de estar o dia todo juntos. A distância mesmo curta, parecia imensa para uma criança e seus lobinhos não estavam acostumados com isso.

Eu já havia oferecido moradia para os pais do ômega, mas os dois se negaram a sair da vila e eu não podia os obrigar, eles gostavam de morar lá e seria egoísmo tirar eles do lugar onde tanto gostavam de estar.

– Papai – olhei para meu neném – Não quero que o Min vá embora.

Fiz um carinho em seu rosto secando as poucas lágrimas, odiava ver meu menino daquele jeito, porém iria ficar tudo bem.

– Venham cá – chamei Jimin e Taemin, o ômega grudou mais ainda seus bracinhos no pescoço do príncipe, com medo de ser separado dele, olhei para Tae e Jungmin – Eu sei que gostam de estar juntinhos, mas assim como vocês sentem saudades um do outro quando estão longe, os pais também sentem do seus filhos.

– Mamãe tá com saudade? – O loirinho disse manhoso.

–  Sim pequeno, ela sente saudade da sua voz, do seu cheirinho...e tenho certeza que seu coraçãozinho também está com saudade dela – disse Jimin.

Com relutância, ele concordou, aceitando a ideia. Jungmin, que tinha escutado a conversa, suspirou, e eu percebi o quanto ele se importava com Taemin.

– Você vai com a gente, moço bonito ?– Kai disse, sua voz trazendo um sorriso imediato aos meus lábios. Nem parecia que ele e Jimin se conheciam há apenas algumas horas.

– Só se vocês quiserem – Jimin respondeu, com um sorriso doce.

– A gente quer! – os dois gritaram, animados

Era engraçado ver como Kai e Taemin se completavam. Kai era falante e curioso, mas não gostava de contato físico e poucas pessoas tinham permissão para abraçá-lo ou beijá-lo. Taemin, ao contrário, era mais quieto e carente de atenção física, sempre aceitando um abraço ou um toque ele parecia um pouco retraído.

Eu me preocupava com o jeito do pequeno Tae e sua falta de atitude para negar as coisas, as vezes ele simplesmente aceitava tudo que lhe era oferecido e isso era algo que precisava ser mudado, ele precisava entender que pode ter suas próprias opiniões e vontades.

– Vamos, Majestade? – sai dos meus pensamentos com a voz de um dos meus guardas.

Jimin já estava montado em uma das éguas do estábulo, Alina era a mais dócil e amorosa de todas elas, sua pelagem branca parecia brilhar, combinava perfeitamente com o ômega e sua postura imponente.

Subi em Tróia, meu cavalo negro, eu acomodei Jungmin à minha frente, sentindo-o se recostar no meu peito. Já Taemin estava protegido nos braços de Jimin, aninhado como se o mundo fosse aquele abraço.

Conforme cavalgavamos, Jimin olhou para mim e disse tímido.

–Nunca imaginei que um "simples" baile pudesse me levar a estar aqui com um filhotinho tão grudado em mim –  disse ele, com uma sinceridade que me tocou.

Sorri ouvindo aquilo, era impossível não olhar para Jimin com carinho, o ômega era uma pessoa incrível e forte, eu o conheci vendo ele defender meu filhote com bravura e coragem, mas ali estava a versão mais doce dele.

Jimin era alguém tão complexo e cheio de mistérios que eu ainda queria desvendar, o ômega apesar de sempre sorrir não conseguia esconder a tristeza que havia no fundo dos seus olhos, eu tinha medo do que podia ter causado tais emoções em alguém tão forte como ele.

~🧡~

Ao chegarmos à vila, Taemin foi para os braços da mãe que deu um sorriso aliviado, mas antes de partir, fez questão de dar um último abraço em Jimin.

O príncipe se abaixou até estar na altura do filhote e lhe entregou o colar que estava em seu pescoço. Era uma corrente fina e delicada com apenas um pedra azul como pingente. Entregar aquele colar foi a forma de Jimin pedir para que o pequeno não se esquecesse dele.

Após a despedida que causou muitas lágrimas nos dois lobinhos, caminhei com Jimin até a pequena praça e nos sentamos em um dos muitos bancos que haviam ali, o ômega observava as flores ao nosso redor, mas eu sabia que seus pensamentos estavam longe.

– Jimin... – murmurei – você está bem ?

Ele sorriu, mas era um sorriso triste. Então, como se algo o incomodasse, ele me olhou, como se tivesse esquecido da tristeza por um instante.

– Estou bem, por favor não pense que sou fraco por me apegar tanto a um filhote que não conheço nem a um dia – disse ele, com uma honestidade que me surpreendeu – Ele...me faz lembrar de algo do meu passado que achei que já tinha superado , mas acho que tem coisas que sempre vão estar marcadas na nossa mente.

– Jimin, você é tudo, menos fraco. Seu carinho é uma das coisas mais fortes que já vi – peguei sua mão fazendo um carinho suave – não sei pelo que passou, mas jamais poderia te julgar...todos temos nossas marcas causadas pelo passado.

Ele desviou o olhar, sabia que o loiro ainda estava preso nos próprios pensamentos que pareciam lhe machucar tanto.

Acabei me lembrando de Giulia, ela era uma ômega gentil e acolhedora, uma das mulheres que minha mãe mais respeitava. Eu sabia que a senhora teria a coisa perfeita para animar o loiro.

Pedi licença para o loiro e disse que logo voltaria, Kai sentou ao lado dele fazendo carinho nos fios loiros do ômega e começou a contar histórias de suas travessuras e isso pareceu distrair o loiro.

Por mais que alguns anos tivessem se passado, a  casa de Giulia continuava do mesmo jeitinho e as flores que haviam em frente a sua casa estavam mais vibrantes e bonitas do que nunca.

Ao ver a ômega, um sorriso caloroso tomou meu rosto e ela me acolheu com um abraço.

– Pequeno Jeon ou devo dizer, Majestade – curvou sua cabeça – estava com saudades, faz tempo que não vem ver essa podre senhora, Kai já deve estar enorme.

– Prometo vir mais vezes lhe ver e aproveito para trazer Kai, ele também sente sua falta.

– Vou cobrar – disse com um enorme sorriso que fazia suas rugas ficarem mais aparentes por conta da idade – bom, sei que não foi apenas pela minha ilustre presença que você veio aqui, o que você precisa filhote ?.

–  Preciso de sua ajuda, você tem as flores mais belas que já vi e quero um buquê especial.

– Vamos, venha até o jardim –  Pegou meu braço, guiando-me para a área onde suas flores cresceram. — Se me permite uma curiosidade, quem será a dama que receberá esse presente tão especial ?

– Não é ela e sim ele, quero presentear o príncipe Park, espero que isso seja alegre seu coração.

– Tenho as flores perfeitas para isso –  Giulia me entregou um arranjo de flores azuis, no exato tom dos olhos de Jimin.

Deixei que ela fizesse o buquê e quando terminei a visita, caminhei de volta ao banco da praça onde Jimin estava sentado, esperando, Kai estava brincando com alguns lobinhos.

O loiro ao me ver se aproximar, me olhou com um sorriso, mas ainda existia uma leve tristeza em seus olhos.

– Desculpe a demora e por ter te deixado sentado aqui, sei que está triste mas… espero que isso possa te alegrar um pouco.

Mostrei o buquê ,vendo seus olhos se abrirem em surpresa, um sorriso se abriu em seus lábios da maneira mais linda, suas mãos tremiam um pouquinho ao pegar as flores.

– É tão lindo...– disse em um sussurros.

Suas mãozinhas gordinhas, tocavam as pétalas azuis com cuidado quase como se fossem feitas de vidro e pudessem quebrar a qualquer momento, seus olhos foram até os meus e eu vi um brilho inexplicável neles.

– Eu não sei como agradecer, eu nunca tinha recebido algo tão significativo quanto isso, muito obrigado.

Então, ele se inclinou, colocando as flores ao seu lado no banco e em um movimento inesperado, me envolveu em um abraço.

Aquele gesto tão simples fez com que eu o apertasse um pouco mais contra mim, sentindo seu calor e seu cheiro, gravando tudo em minha memória.

Quando nos afastamos, o vi sorrir novamente e dessa vez era um sorriso verdadeiro, que parecia até mesmo brilhar, Jimin ficava lindo dessa maneira.

🧡Notas da autora🧡

Oiê amores, como vocês estão?

Sinto muito pela demora, vou começar a ser mais ativa nessa rede agora que minha vida está bem mais tranquila.

Confesso que esse é um dos meus capítulos favoritos, eu amei escrever ele.

Não esqueçam de comentar e votar, isso é muito importante pra mim.

Sinto falta de ler os comentários de vocês, eles sempre me animam e me incentivam a continuar.

Enfim...amo vocês nenéns 🧡







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