Capítulo VII: A caminhada da caçada
O ambiente ali era muito claro, limpo, a brisa entrava pelas janelas que logo desmanchou, o coque de Cibelle que não tinha presilhas, o suor já tinha secado um pouco, embora desejasse erguer as mangas da bata não tinha certeza se seria formidável.
-Sei que não compreende o motivo de aqui estar, assim como não é obrigada a nada nesse universo para agradar alguém, você é livre para ser e estar onde quiser, minha querida. - Foi dizendo a senhorinha enquanto encurtava a bata da garota manipulando os objetos com alguma espécie de poder.
Aquelas palavras de liberdade eram realmente encantadoras, realmente achava que tudo aquilo era um delírio, mas era um sonho do qual não desejava um fim, era muito confortável estar ali.
-Você é parte de uma profecia, poderia ser qualquer outro bebê, mas você foi o fenótipo destinado, está em sua hélice, foi traçado nas linhas [...]
-Amor! Está assustando a jovem alquimista.-Falou Astrid olhando para o esposo reprovando suas atitudes e interrompendo sua fala transcendental.
-Desculpe-me, querida! Bom, nosso povo está sendo esquecido, mesmo em fantasias, é compreensível que as verdades mudam conforme a sociedade se transforma, mas o hoje tem uma base do ontem, e nosso povo está tendo sua história esquecida, e assim como a história de uma pessoa que parte só deixa a existência quando o último a saber do mesmo o esquece, é sua missão guardar nossa memória. - Anunciou Gaélio.
Logo seguiram para a caça aos elementos, e juntos desceram escada por escada, foram conversando, paravam para comer e brincar.
-Às vezes penso que a vida é um grande loop!-disse Chaos do nada.
Ele era mais aberto perto dos avós, era como se estivesse mais seguro, portanto bem mais falante, assim como caminhava mais leve.
-Como assim a vida parece um "loop"?-Questionou Cibelle curiosa.
-Em séculos atrás, meu povo vivia em busca de elementos, sobretudo da Pedra Filosofal, algo capaz de transformar tudo em riquezas, já perto das grandes guerras da humanidade e o aumento do ego pela ciência, havia a busca constante por elementos que completavam a tabela periódica.-disse ele pousando seu olhar em uma bela borboleta negra.
-Mas e o que isso tem a ver com o "loop" da vida?-perguntou ela olhando curiosa para a borboleta.
-É que tudo parece se repetir constantemente, sabe?-disse ele respondendo ela de vez.
-Pensei que estava a falar de Lavoisier!-falou ela sem jeito.
-Como assim Lavoisier?-questionou ele com as sobrancelhas erguidas.
-Bom, vejamos as leis ponderais de conservação de massa, destrinchando sua famosa frase, mesmo as coisas que restam não ficam perdidas na natureza, embora pensemos em criar, na verdade pegamos elementos para transformar em outras coisas, assim como quando morremos, nossa matéria se transforma em outra coisa, nada é perdido, nada é criado, tudo é transformado, entende?-disse ela empolgada.
-Ah! Então é tão transformista quanto meu povo alquimista?! Achei que era um cérebro mais rígido.-disse ele pegando em suas mãos para atravessarem os vales.
-Está me chamando de cabeça dura?-perguntou Cibelle em meio às gargalhadas.
-Todo mundo tem a caixa craniana durinha!-respondeu Chaos em altas gargalhadas.
-É,mas o cérebro tem de ter plasticidade, querido! - Falou ela toda debochada.
-Acho que vai gostar do nosso jogo de caça aos elementos. - disse o alquimista mastigando uma folha de menta e entregando algumas à ela.
Os dois esqueceram-se da companhia dos anciãos que vinham logo atrás observando-os com medo do que poderia surgir entre eles, mas recordando dos velhos tempos em que eram jovens apaixonados.
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