5. Projeto Bronx (Área 31)

Estremeceu na dúvida ao ouvir seu nome ser chamado corretamente e sem formalidades. Parou de andar e pestanejou vezes sem conta, enquanto Marlon espreitava por cima do ombro, e sorriu.

— Mamãe é aquele senhor que não ri. — Contou ao ouvido, embora esta já soubesse muito bem de quem se tratava. Virou com lentidão, encontrando o presidente caminhar na sua direção. O pequeno em seu colo também voltou a cabeça para ver.

— Peço desculpa pelo sucedido, senhor Sky. Não queria estragar a festa da senhora Pistachio — apressou-se em dizer, começando a tomar consciência da sua reação. Não deveria ter gritado para o chefe daquela maneira e em frente a tanta gente.

Ocean parou de cenho unido, as mãos nos bolsos e uma pele tão branca de quem não parecia ter estado uma semana inteira na praia. A encarava atentamente, o maxilar rangia como se acompanhasse os pensamentos.

— Quero que saiba que Liam e Rodrigo farão de tudo para se retratar perante vocês. — Escolheu por fim o que dizer.

Amelie estranhou, baixando a cabeça num movimento inquisidor.

— Por quê? — Perguntou, mordendo com força a parte interior de sua bochecha.

— O que é ratatar mamãe? — Marlon perguntou, curioso de mais com a conversa complicada.

— Não posso permitir que humilhem ninguém quando bem lhes convém. — Justificou e mexeu o pescoço, estalando-o. Estava visivelmente incomodado, e não segurou os olhos, pestanejando-os quando Amelie riu baixo.

— O senhor... — Hesitou, mas já tinha-se irritado o suficiente naquela noite. — O senhor vive fazendo isso comigo.

— Fala da sua roupa? Pensei que já tivéssemos ultrapassado essa etapa. — Expeliu o ar, também parecia irritado.

Bruna e Maria Tereza saíram apressadas, com rostos fechados e um quanto zangadas.

— Algum problema? — Teté perguntou, carregando o sobrinho ao colo.

— Nenhum. Me esperem lá que eu já vou. — Disse dando um beijo na testa do filho.

— Tchau tio. — O menino esboçou um sorriso, fazendoum biquinho com a boca para imitar um beijo engraçado. Ocean conseguiu levantar o olhar para a criança e esboçar um fraco sorriso de despedida. Quando se afastaram, a secretária se deu ao trabalho de falar.

— Me humilha quando coloca aquela Rabilô para fazer seus cafés, porque claramente não quer chegar perto dos meus. Me humilha quando não consegue olhar na minha cara, quando se esforça para se dirigir a mim como se eu tivesse alguma lepra contagiosa. Quando fala comigo desejando que me evapore no segundo seguinte, quando conta os dias para o maldito estágio acabar e se ver livre de mim. — Deixou tudo o que lhe ia na alma sair como um aqueduto em águas perigosas. Tinha certeza que não ia ficar mais tempo na GaSky, por isso não podia deixar se corroer a longo prazo.

Aguardou o veredito, enquanto Sky ainda olhava para os sapatos italianos e pousava uma mão no queixo, de forma pensativa. Lá dentro a música tinha parado, e anunciaram a hora dos discursos.

— Ocean! — Rebecca apareceu na porta em toda sua elegância. — Você vai ser o primeiro como o presidente e depois o Rodrigo.

— O nome é Rubilout, Amelie. — Concluiu por fim, antes de dar meia volta e caminhar de encontro a sua noiva. Ela o tentou abraçar, mas o homem se esquivou prontamente, chamando a atenção da secretária.

Então depois de tudo o que desabafara, a única coisa que Sky tivera para lhe dizer era a correção do nome daquela chata Financeira. Bufou com raiva, preparando-se para ir embora, quando ouviu a voz rouca e firme ecoar nos microfones. Amelie espreitou pelo vidro, num espaço onde os panos não cobriam direito, e conseguiu destacar a figura altiva, de nariz reto e queixo firme que falava pelo microfone. Parecia um deus grego, e sua presença aniquilava qualquer um ali presente, todos pareciam hipnotizados com as palavras proferidas em relação a Vera.

Amelie deixou-se ficar petrificada, quando Ocean de repente virou o rosto para onde ela estava, cruzando o olhar cor de céu e mar, nela.

— Mana, só falta molhar o chão porque a calcinha já deve estar bem molhada!

Deu um berro ao ouvir a voz de Bruna, acordando de seu estado de torpor e tentando controlar a respiração em vão. Mordeu os dentes.

— Você me assustou! — Reclamou recomeçando a andar para fora do recinto.

— Por que será? — Soltou uma gargalhada bem atrás dela. — Mana, isso é grave hein?

— Bruna, por favor. — Pediu, ainda com o coração a bater sem parar. Só precisava sair dali, aquela noite já bastava!

***

Quando chegou a empresa na segunda-feira as seis da manhã, havia uma agitação fora do comum, ninguém pareceu reparar nos trajes maravilhosos da querida Amelie. Naquele dia o vestido era todo quadriculado, com meias de vidro azuis e pequenas botas com salto básico. O cabelo estava todo muito bem preso num turbante amarelo vistoso. Não entendia o burburinho daquele dia, grupos estavam formados e carregavam pastas com documentos.

— Senhorita Jones. Reunião Geral na A1. — Avisou a rececionista lhe estendendo um cartão magnético que lhe permitisse entrar. Por um momento Amelie parou para pensar se não tinha esquecido do aviso e se deveria ter preparado alguma coisa. — Foi de urgência.

— Obrigada — disse, começou a seguir os grupos empolgados que nem sequer olhavam para ela. Desejou que fosse sempre assim, e ao chegar na enorme sala igual a um anfiteatro, com cadeiras de madeira polidas e assentos de bancos de veludo, acomodou-se num lugar isolado, aguardando curiosa o que viria a seguir.

A sala foi enchendo aos poucos, e não demorou para a temperatura se ambientar aos demais e para Sky surgir no palco em frente a grande tela e a uma mesa tão limpa que mais parecia um espelho.

— Bom dia. Obrigado por comparecerem. — A voz soava monocórdica, vestia um terno cinzento listrado que lhe assentava tão bem como uma luva. Uma das mãos se escondia dentro do bolso, e a outra segurava um controlo remoto. — Não vou-me demorar. Obrigado Rubilout.

Jones estreitou os olhos ao conferir as horas do relógio, e ver Malvina aparecer no palco com uma chávena de café. Sorriu quando a entregou, e saiu a rebolar dentro do vestido branco. Os homens todos se mexeram nos lugares.

— Como todos sabem. — Pousou a chávena em cima da mesa. — A senhora Pistachio se ausentou para sempre de suas funções, e que o Projeto Bronx irá ficar sem um responsável. Várias propostas sobre Bronx têm sido reencaminhadas para mim, e percebo a eficiência e interesse dos colaboradores em ter sucesso no mesmo. Compreendo a ansiedade de muitos, pois é de valor inestimável e de uma conquista alta para vossas carreiras.

Fez uma pausa, e deu costas a todos para apagar a luz com o controlo e acender a tela. O seu contorno físico era de tirar o fôlego! Tinha costas largas e cintura estreita, para depois apresentar um rabo firme e pernas musculadas. Deveria praticar algum esporte, mas Amelie não soube dizer qual.

— Para quem não conhece ainda — A voz potente lhe chamou a atenção novamente. — É na zona baixa de Bronx. Esteve alguns anos em investigação e foram descobertos poços de gás e consequentemente de petróleo. A maioria dos Projetos pretendidos foram apresentados ao Estado, mas o que falta é o termo final de negociação. Temos a nossa concorrente em avanço, e precisamos de dar o melhor para o lugar. O espaço de Realocação, a Área 31, será concedido pelo Governo, só temos de mostrar que somos a empresa certa para ganhar o concurso e para explorar os poços.

Estavam todos calados, tensos de mais como se Sky fosse anunciar a data certa para a descida de Jesus à terra. Era clara a competição.

— Quem ficará responsável pelo Projeto Bronx e Área 31, será a senhorita Jones. — Cruzou os braços como se já esperasse as reações, e se encostou à mesa. A própria secretária parecia ter levado um tiro no meio da testa, tamanha era a sua expressão fantasmagórica.

— Desculpe senhor presidente, mas a minha equipa está há meses a preparar esse trabalho. — Um homem de cabelos curtos e nariz adunco, decidiu se pronunciar. Começando a explicar algumas das suas pretensões quanto ao Projeto.

— Colocar uma novata sendo que nós estamos mais preparados? Parece um bocado arriscado. — Outra mulher mais a fundo se expressou, seus cabelos ruivos ondulavam como cascatas.

— Sem contar que a Área 31 é a longo prazo. No mínimo é esperado dois a três anos, e a Emília não passou sequer do estágio. — Malvina provocou de propósito, comparando a secretária a boneca do sítio do Pica-pau amarelo, arrancou risos nervosos.

— Por alguma razão eu sou o Presidente da GaSky, e certas decisões só cabem a mim.— Rude como sempre deitou um olhar para a chávena arrefecida. — Senhora Rubilout está dispensada de suas funções no último andar, podendo voltar ao departamento financeiro. E podem todos voltar ao trabalho!

O barulho encheu o lugar assim que Sky saiu, e Amelie tratou de fazer o mesmo antes de ser alvo da ira alheia. Seu coração batia como nunca, se perguntando o que tinha dado naquele homem sinistro, cada dia a preocupava mais. Se encontraram no elevador, e subiram em silêncio até ao último andar.

— Senhor...

— As 11:00H, quando vier abrir as persianas, iremos conversar. — Cortou sem olhar para trás e tratou de destrancar a porta. — Não se esqueça do café, pois só teremos vinte minutos para falar antes de o trazer.

A porta de alta segurança se fechou a sua frente, deixando uma Amelie completamente impaciente.

***

Bruna ouviu a campainha da porta, e se apressou para abri-la, uma vez que estava sozinha em casa. Marlon estava na creche e Maria Tereza na faculdade de Física.

— Você! — Se admirou ao ver Liam parado na porta de sua casa. O cabelo loiro bem arrumado, e os escuros olhos pareciam bruxulear em chamas de ira.

— Eu vim aqui pedir desculpa pelo comportamento de sábado a noite, e diga as suas irmãs que eu estive aqui, Okay? — Falou tudo de uma vez, como um pedaço de espinha solto após estar preso na garganta.

— E o bom dia, esqueceu aonde? — Bruna apoiou o braço na porta encarando o rapaz que não devia ter mais que vinte e cinco anos. Era bonito sim, e as roupas joviais encaixavam no corpo magro e alto.

Bom dia. — Disse a contra gosto e logo se preparou para ir embora.

— Ei! — Chamou cheia de sorrisos quando o viu quase alcançar as escadas. — Eu ainda não aceitei suas desculpas.

Liam pareceu reter a respiração e cerrar os punhos das mãos com toda a força, antes de se virar para encarar Bruna com um sorriso de deboche.

— Ninguém vai dizer que não pedi, — declarou entredentes.

— Bem, ninguém tem provas de que veio aqui. — Ergueu uma sobrancelha de maneira desafiante.

— O que quer? — O tom de voz dele revelou impaciência.

— Um sorvete não era mau. — Apertou os lábios para não rir, sentia algum prazer em provoca-lo até ao limite.

— Já pensou em ir ao ginásio? — Cuspiu sem hesitar, queria atingi-la de qualquer jeito.

— Hum... Posso pensar nisso enquanto tomamos sorvete? Ou posso contar para minha irmã que veio aqui e foi mal criado mais uma vez?

— Ah. Tudo bem. Tudo bem, como quiser! — Liam explodiu, deixando seu rosto todo vermelho. Sentiu a respiração descontrolar-se, e só piorou quando ouviu Bruna rir em gargalhadas altas e provocadoras.

— Era brincadeira, prefiro passar tempo olhando para um canteiro de plantas mortas do que sair com alguém como você. Desculpas aceites, tchau! — Piscou o olho e preparou-se para entrar quando ouviu passos apressados virem atrás.

— Maluca! Você já se olhou ao espelho? És gulosa? — Segurou-a pelo ombro, para que a olhasse e visse toda sua fúria.

— Já olhei e vi que sou gostosa. E você? Tantos ossinhos? Para um rico deve passar muita fome. — Sempre respondona tinha as palavras na ponta da língua, e nem pestanejou quando sentiu a raiva dele aumentar. — Relaxa, que família de estressados! Deviam tentar brincar de molhar o biscoito de vez em quando e... — Calou quando viu o sobrinho de Sky tentar respirar e sem conseguir, nem todo ar do mundo parecia chegar aos seus pulmões. — Oh, mama mia! Não me diga que vou ter que fazer uma respiração boca a boca!

.

.

.

Maria Tereza saía da faculdade a conversar com suas colegas em risos alegres e divertidos, combinaram algo para a tarde de folga e se estacaram ao ver um Mustang 2016 azul cromado parado ali. As amigas suspiraram ao ver um homem alto de cabelos ondulados e óculos escuros, sair de dentro. Usava um casaco de leda por cima de uma pólo branca e calças jeans.

— Eu tenho que ir. — Teté engoliu em seco, inventado algo rápido e tentou apressar os passos, mas Rodrigo foi incrivelmente mais rápido e a alcançou ainda nem tinha dado dez passos. — O que quer?

— Quero falar com você. — Disse, puxando os óculos para cima dos cabelos.

— Como me encontrou? É algum tipo de maníaco? Por que veio a minha faculdade?— Vociferou mil perguntas ao mesmo tempo e se soltou da mão masculina. Tinha noção das colegas estarem atentas, e tudo aquilo só a incomodou.

— É fácil descobrir qualquer coisa que se queira, basta ter dinheiro. — Respondeu. — Venha comigo!

— É claro... que não! — Fez cara feia, e arregalou os olhos.

— Seus coleguinhas sabem onde você trabalha? — A voz soou numa clara ameaça. — Acho melhor vir comigo, já disse que só quero conversar.

Maria Tereza disfarçou um sorriso, e seguiu o homem cheio de estilo para dentro do carro esportivo. Subiu as janelas e desviou o olhar.

— Fala logo.

— Sua irmã sabe o que você faz?

Ela passou a língua pelos lábios num gesto inocente.

— Não entendo a importância disso para o senhor. — Provocou.

— Sabe ou não sabe?

— Não sabe.

Lá fora duas rodas de estudantes já tinham-se formado, falavam e apontavam para o carro. Rodrigo decidiu dirigir para fora dali, se afastando.

— Se Amelie recebe tão bem, por que se submete a isso? — Perguntou, parecia insatisfeito.

— É a Amelie quem recebe bem, e não eu. Eu estudo todo dia, e é difícil arranjar um bom emprego de noite e que pague bem. — Não queria ter de se desculpar para aquele imbecil, o problema era correr risco da irmã mais velha descobrir.

— Quantos anos você tem? Me parece muito nova, não devia estar dançando no meio daqueles homens que só pagam para te levar para...

— De que está falando? — Arqueou o sobrolho com veemência.

— Dançar apenas não rende bom dinheiro, mas os extras sim. — Rodrigo parou diante de um semáforo. — Desde que te vi, fiquei... — Aproveitou o momento para soltar o cinto, e se curvar para perto dela, apanhando-a desprevenida e beija-la.

Teté queria morder e insultá-lo como da última vez, mas assim que os lábios quentes se aprofundaram revelando um beijo abrasador, quase sentiu suas pernas derreterem. O idiota beijava bem.

— Quer ir para um lugar reservado? — Sussurrou no ouvido cheio de sensualidade. — Se quiser posso ser seu cliente exclusivo.

A dançarina do barElite pareceu acordar de um sono profundo, empurrou-o com toda sua força, desferindo uma bofetada sonora bem no meio da cara de Rodrigo. Aproveitou para descer do carro segundos antes de o sinal abrir, e correu para longe dali.

***

11:00 Horas

A porta de segurança foi destravada, e Amelie se levantou num pulo. Respirando fundo antes de andar até a sala do diabo. Como habitual, Ocean continuou concentrado nos seus afazeres, enquanto a jovem abria as persianas.

— Quando terminar, sente-se. — Ordenou, suas palavras como sempre eram calmas e precisas. Poucos segundos depois, a secretária sentou-se no habitual lugar.

— Preciso de... — Calou ao ver o olhar de repreensão por ter começado a falar. Repousou as mãos no colo, e aguardou o chefe terminar o que estava a fazer.

— Fale. — Sky baixou um pouco o ecrã do computador, e levantou os olhos para o relógio pendurado.

— Eu não quero sentir que os meus colegas me detestam ou que criei um mau clima na empresa.

— Deve se preocupar se eu a detesto ou não. Pelo que eu sei, passa a maior parte do mês cá em cima, e poucas vezes tem de conviver com eles. — Tamborilou os dedos pela superfície da mesa. — Agora se me disser que não têm capacidades...

— Tenho sim senhor. — Abriu bem os olhos por trás das lentes dos óculos de vista. — Só me pergunto se...

— Não está aqui para perguntar, e sim executar. — Foi curto e grosso. — Escolhi-a porque como imagina isto é um covil, e preferia alguém mais maleável com quem trabalhar diretamente. A Vera confia em suas habilidades, sem contar que és do Bronx e será de mais valia trabalhar com uma pessoa do bairro.

— Não pensa que tentarei subornar quem quer que seja pois não?

Sky estreitou os olhos revelando certa indignação.

— A Amelie conhece a nossa concorrente, é do bairro e poderá transmitir segurança e confiança aos demais, iremos trabalhar em equipa. — Explicou com seriedade. — A GaSky não trabalha com subornos, mas com algumas cartas na manga, é claro que sim.

— Era isso que foi fazer lá no dia que o encontrei? — Quis saber, procurando encontrar aqueles olhos azuis céu e verde-mar, mas foi em vão.

— Soube que a OilGas esteve a comprar alguns responsáveis pelo Projeto Bronx. Fui verificar com meus próprios olhos.

— Por que não mandou alguém?

Ocean não gostava de responder muitas perguntas e a falta de cafeína começava a afetá-lo de alguma forma. Rodou os olhos pela sala perfeita, a procura de alguma coisa fora do lugar, algo que pudesse arranjar para poder aliviar sua ansiedade. Algumas gotas de suor surgiram na sua testa.

— Quando quer que algo seja sigiloso, ninguém para além de você mesmo pode saber. Concursos desse porte são para homens de sérios negócios, nunca se sabe em quem confiar. Agora por favor, o meu café. — Conseguiu responder.

Jones se levantou num salto ao conferir as horas no relógio. Tinha cinco minutos para trazer o bendito café, ou o dia ia ser estragado.

— O que quer dizer, Amelie... que estou a confiar em você.

A negra engoliu em seco e concordou com a cabeça.

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