Low and Down

                    

Olá pessoas lindas!!

Sei que não é quarta (isso tá sendo quase meu bordão), e falei do hiatus, mas acontece que não resisti e tive de postar algo pra vocês, que fizeram coisas tão lindas por mim, sério. A linda da RohMirandaa até fez uma menção no perfil dela sobre a história e precisava retribuir esse carinho de um modo, gente, amo vocês, sério! E pra comemorar, temos um capítulo especial, com um pov novo, narrações diferentes vão acontecer ao longo da história, e aqui temos uma delas! o capítulo tá curtinho e não foi corrigido, então peço que ignorem os erros que (com certeza) podem estar no capítulo.

Um abraço a todos e boa leitura.

Na capa? Nathan e Alyssa.

Música do capítulo: Little Do You Know ( Alex & Sierra)

Little do you know
How I'm breaking while you fall asleep
Little do you know
I'm still haunted by the memory
Little do you know
I'm trying to pick myself up piece by piece
Little do you know
I need a little more time

Minha imediata reação quando estava nervosa? Era pintar minhas unhas. Rosa ou roxo? Com qual minha unha estaria melhor? Tentei azul bebê uma vez, mas realmente não combinava com meu tom de pele. 

Chloe estava estudando na biblioteca com Harriet. As duas ficaram muito amigas recentemente, mas confesso que até se parecem. Cabelos cheios de pontas duplas e senso de moda do século passado. Porém, com todas as nossas divergências, admito que era bom ter uma irmã. Quer dizer, apenas Chloe iria entender meu drama de formas que Griffin não entenderia. 

Ela ainda estava meio triste comigo pelo que aconteceu naquela festa. O que ela queria? Estragar minha festa e eu assentisse para o que dissesse? Eu queria me divertir. Chloe achava mesmo que eu iria me aliar com o Griffin se não fosse pra isso? Ah, francamente. 

Embora não sentisse culpa por planejar a festa, sentia peso na consciência por Dylan. Sempre o vi como alguém a espelhar-me. Um garoto doente que subira ao pódio como maior modelo da Austrália. Além de ser dono de uma beleza incrível. Todas a garotas sentiam inveja de Kimberly, afinal, o garoto mais desejado da Vermont fora fisgado por ela. 

Mas elas não sabiam de uma coisa que eu sabia, ou melhor viam. Eu não precisava ser muito inteligente para ver que o modo como Dylan e Chloe se olhavam. Enquanto o pincel do esmalte tocava minha unha, a ligação que os dois poderiam ter ficava importunando minha mente. Eu vi o desespero que Chloe ficara. Percebi como Dylan a olhava com carinho também. Ia ser cunhada do garoto mais rico de Sydney, gente que ideia boa de se pensar! 

Fui tirada dos meus pensamentos quando meu celular vibrou. Kimberly me pediu para encontrá-la em Bondi Beach. Sério isso? Podendo ir a todo lugar ela quer que eu vá justamente pra onde trabalho? Ah, por favor, Kimberly poderia ser bem sem noção às vezes. 

Gritei para Griffin que iria sair e desci as escadas depois de me arrumar. Walter e minha mãe ainda estavam no trabalho e éramos apenas os dois em casa. Provavelmente, Kimberly queria falar do show que Dylan dera na escola, embora tivesse certeza que não foi sincero. Eu conhecia aquele sorriso artificial. Ele não fizera por vontade própria, fora forçado. 

Não era segredo que os dois haviam terminado. Em um mundo em que existia Vermonier, não era possível esconder coisas desse nível. Eu sabia que Chloe havia sido o estopim, tenho certeza que Kimberly fizera algo sujo para tirá-la de seu caminho, e eu admito, estava muito curiosa para saber. 

Isso foi o que ocupou minha mente no metrô do meu bairro até Bondi Beach. Percebi que a cidade estava pouco movimentada e meio deserta. No instante em que senti o vento e a maresia tocarem minha pele, sabia que havia chegado ao meu destino. 

Na barraca do calçadão, Kimberly tomava um suco, ainda meio distraída. Caminhei até ela, sentando na cadeira de frente para a Sparks. Demorou alguns instantes para perceber minha presença, mas quando o fez, agarrou minhas mãos e deu aquele sorriso cúmplice, como fazia quando estava animada. 

– Olha aqui, Aly. – Kimberly me mostrou um anel de brilhante em seu dedo. – Dylan me deu. Diamente de verdade, dezoito quilates, amor. Da Cartier.

– Cartier? A joalheria mais cara da Austrália? – Kimberly assentiu, satisfeita. – Kimberly, isso deve ter custado uma fortuna.

– 300 milhões. – Minha boca caiu no mesmo instante. – Mas você sabe como isso é quase uma merreca para um Turner. E acredite no que lhe digo Aly, no futuro, planejo dois anos no máximo, será esse meu sobrenome.

– Jura? Porque o Dylan parece que já está em outra. – Soltei. Kimberly me fuzilou com o olhar.

– Outra? Está falando daquela sua irmã postiça ridícula? – Confesso que me senti irritada. Ninguém pode falar mau da minha família, só eu. – Eu já cuidei dela, não viu? Ela saiu correndo feito um filhote assustado! – Kimberly gargalhou, e me senti mal por ela. – Mas não estamos aqui por ela. E sim, por ele.

Ela apontou para um loiro que servia as mesas, sempre com um sorriso no rosto. Ele usava uma regata branca e um short de praia, coberto por um avental de cor neutra. Corria de um lado para o outro, atendendo os pedidos e parou por um instante para anotar o pedido em um bloquinho. 

– Jane, mais dois shake's tropicais! – Ele pediu para a mulher que ocupava o minibar.

Eu conhecia aquele rosto. Havia o visto poucas vezes na escola, já que parecíamos não frequentar os mesmos lugares. Ele era bem loiro, de olhos cor de chocolate. Lembro de ver o rosto dele na foto com o grupo de audiovisual, e outra ajudando a construir casas de passarinhos no verão, mas claro, me recordava mesmo era de seu rosto na Versalle e em outras revistas de propagação mundial. O braço direito de Dylan Turner. 

– Nathan Roberts? – Perguntei para Kimberly. – O que tem ele?

– Ele nunca foi a favor do meu namoro com o Dylan. O que esse pobretão tem haver com isso? Já está na hora de ele provar do que sou capaz. – Ela deu um de seus sorrisos cruéis. – Faça um pedido, Alyssa.

– Quê?

– Eu mandei você fazer um pedido. – Kimberly falou, quase que me ordenando. Senti o medo subir dos meus pés a minha cabeça.

Levantei a mão para sinalizar que precisava de algo e Nathan se aproximou, sem deixar de antes pegar uma bandeja limpa no balcão e se parar diante da nossa mesa. Seu olhar não ia de encontro ao rosto de Kimberly, e logo concluí que ela falava a verdade. Ele, com certeza, não era um dos maiores fãs dela. 

– Oi... Bem-vinda ao quiosque Brisa Tropical. Posso anotar o seu pedido? – Ele fez a pergunta de forma tão gentil que me perguntei como Kimberly ia ter coragem de fazer algo contra ele.

– Sim, eu... Queria um... – Olhei para o cardápio, indecisa. Eram tantas opções, além de que eu era realmente péssima agindo sobre pressão.

– Seu nome é Alyssa, certo? – Surpreendi-me com a pergunta. Ele me conhecia?

– Como sabe? – Quis saber, meio impressionada de ver que ele me conhecia. E pelo nome.

– Bom... Deve ser porque estudamos juntos desde a nona série. – Ele deu um de seus sorrisos. Sorri também.

– Ah... É.

– Alyssa. – Ouvi Kimberly cuspir meu nome. – Peça logo. Não tenho o dia todo.

Nathan fuzilou Kimberly por um instante e depois voltou seu olhar a mim. 

– Posso sugerir uma opção? – Ele perguntou com educação.

– Claro. – Respondi um pouco baixo, mas o suficiente pra ele ouvir.

– O shake tropical é o maior sucesso daqui. A Jane, aquela morena ali do bar, até me ensinou a preparar. – Ele contou, meio animado.

– Perguntamos algo? – Kimberly ralhou.

– Eu tô falando com você? – Ele rebateu e tive que segurar o riso.

– Tudo bem, pode ser esse então. – Nathan deu um sorriso e assentiu, anotando o pedido e voltando a atender os outros clientes. – Qual seu plano? Ele parece ser um amor, Kim.

– Amore, eu sou um amor. Esse vadio loiro é um cínico que quer o dinheiro dos Turner. O meu dinheiro. – Ela mordeu a ponta de sua unha postiça. – E hoje ele vai receber um recado meu e muito bem-dado.

– Já perguntei, que plano é esse? Acho que Nathan não dá a mínima pra essas coisas.

– Por quê? Porque ele é legal com você? Entende uma coisa, Alyssa, a única pessoa que te suporta sou eu. Acha que ele falaria com você se não fosse uma cliente? Quem foi a primeira pessoa na escola a falar com você? – Tentei respirar fundo para me manter forte. – Eu sou sua amiga, sua única, na verdade. E é bom fazer o que eu estou pedindo. Amiga.

Fiquei em silêncio enquanto Kimberly se olhava na câmera do celular. Perdi a conta de quantas vezes minha mãe dissera que ela não era uma boa amizade para mim, mas o que eu poderia fazer? Antes dela, eu era a menina que todos ignoravam, e agora, era chamada para as festas, mencionada pela Vermonier e até mesmo subir como umas das cinco meninas mais desejadas da escola. Eu não era apenas a irma de Griffin, era mais, muito mais. 

Estava no mundo da lua quando vi um copo enorme de milkshake ser colocado a minha frente e vi Nathan sorrindo ao meu lado. Agradeci com um aceno de cabeça. 

– Espero que goste. – Eu assenti, o vendo se distanciar.

Relutei antes de tomar um gole e quase fui ao céu. Aquilo era ótimo! Em menos de cinco minutos, o copo estava vazio e eu estava pensando seriamente em pedir mais um. 

– Pronto. Ótimo. – Kimberly acenou para Nathan que girou os olhos antes de vir até ela e atendê-la. – Onde está meu suco de manga?

– Suco? Mas você não pediu nada! – Nathan respondeu, e com razão.

– Está dizendo que eu estou inventando? Nunca ouviu que o cliente sempre tem razão? – Eu observava a discussão calada.

— Você chegou aqui e já estava tomando um suco, a única que fez um pedido foi a Alyssa!

Como eu desejava que esquecessem da minha presença. 

Kimberly suspirou, se levantando da cadeira e apontando o dedo para Nathan.

– Onde está seu responsável? Quero reclamar da sua falta de respeito com os clientes!

Senti que Nathan ferveu de raiva. Ele deu um passo na direção dela. 

– Eu não te tratei mal! Você que é maluca!

Foi tudo muito rápido. Kimberly puxou Nathan pela gola da camisa e fez seus lábios se tocarem. Eu fiquei sem reação. O loiro se desvencilhou do beijo que a Sparks lhe deu e logo depois, sentiu as duas mãos dela o empurrarem. 

– SEU TARADO! ELE ME BEIJOU! – Kimberly gritou para os quatro ventos e eu não soube o que fazer.

A tal June deixara o bar e caminhara para o lado de fora do quiosque, vendo a aglomeração de clientes e pessoas que passavam que assistiam ao show grátis de Kimberly. 

– Nathan? – Ela o chamou. – O que está havendo?

– Vou dizer! Esse seu funcionário me agarrou! Isso é assédio! Como pôde Nathan? – Ela deixou cair lágrimas de crocodilo em seu cropped. – Eu sou namorada do Dylan!

– Isso é verdade? – Jane parecia mais confusa que todos nós juntos.

– Claro que é! Ele me agarrou, não foi, Alyssa? – Todos os olhares foram direcionados a mim.

Nathan me olhou com uma expressão triste. Kimberly me fuzilou com os olhos, e tudo que a tal Jane parecia querer era resolver aquilo de uma vez. 

– Eu...

– Não é, Alyssa?! – Kimberly perguntou mais uma vez, trincando os dentes.

Sentia-me encurralada. Sem saber o que fazer. Ele era inocente! Não havia feito nada. Por quê Kimberly me metia nessas enrascadas? 

Sem escolha, apenas assenti, sem conseguir olhar para o rosto de Nathan, que apostei estar muito decepcionado. Jane estava de braços cruzados e deu um longo suspiro. 

– Jane, por favor, eu não fiz isso, eu juro! – Nathan tentou mais uma vez.

– Desculpe That, mas é a palavra dela contra a sua. Sinto muito. Não tenho escolha. – Ela parecia meio triste. – Está despedido.

Kimberly deu um sorriso vitorioso, quando viu um garoto passar com uma máquina fotográfica. Aquele era o fotógrafo da Vermonier! Tinha certeza! Esse era o plano dela o tempo todo:

Espalhar para todos que Nathan era um traidor. 

– Mas Jane, por favor, eu preciso desse emprego, meu irmão, ele...

– Eu sinto muito, Nathan. Mas não posso mantê-lo aqui depois disso. – Senti meu coração ruir quando vi uma lágrima solitária descer de seu rosto. – Tem até as seis para pegar suas coisas.

– Nunca mais volto nessa espelunca! – Kimberly continuou seu show, caminhando para longe.

Fiquei ali parada, vendo o rosto de decepção de Nathan. Foi como se meu coração tivesse se partido em dois. 

– Alyssa. Vamos. Agora. – Ouvi ela me chamar, e me distanciei com aquela expressão de tristeza gravada em minha mente.

Quando estava mais distante, olhei para trás uma última vez, vendo Nathan parado no mesmo lugar, com a cabeça baixa. 

– Me deixa ficar... – Mesmo com a voz baixa, ainda fiz uma leitura labial de suas palavras. – Por favor...

Afastei-me o mais depressa que pude, tentando me distanciar de Kimberly e tentando correr do impossível, da nuvem preta de culpa que me acompanharia até o fim de meus dias. 

***

Passei a noite inteira sozinha em meu quarto, revendo aquela cena mil vezes em minha mente. A decepção estampada no rosto de Nathan. 

Mesmo depois de uma ducha quente, não consegui esquecer aquela tarde. Kimberly havia me mandado mais de cinco mensagens, mas não estava com paciência pra ela depois de aquilo tudo. Walter me chamou para jantar e disse que estava sem fome. Tudo que consegui fazer foi ficar jogada na cama, pensando que eu era o ser humano mais cruel da face da terra. 

Não tinha ânimo nem para secar meu cabelo, que estava úmido como as ruas do lado de fora. Uma chuva forte, quase torrencial, fazia as pessoas na calçada correrem assustadas. Enrolei-me nas cobertas pelo frio. 

– Ei. – Griffin entrou em meu quarto sem bater. – Seu dia de deixar o lixo.

– Será que não pode deixar de ser insensível? Eu tô mal, não tá vendo? – Indaguei, com a cara colada no travesseiro.

– Tô, e não me interessa a mínima. Anda logo. – Levantei, contra a vontade e deixei o quarto, esbarrando em seu ombro propositalmente.

— Idiota. — Sussurrei para mim mesma.

Deixei a casa com a maior preguiça e dois sacos pesados de lixo. A chuva forte alagara as ruas e interditara alguns boeiros. Tive de colocar o lixo atrás da casa em latão maior e do lado de fora, vi a luz do quarto de Chloe ainda acesa. Sua sombra tinha algo próximo ao ouvido. Um celular. Provavelmente ainda falava com Harriet. 

Aquela altura já estava ensopada, já que queria ir logo e esqueci de por uma capa de chuva. A rua estava deserta, exceto por uma pessoa cambaleante vinda do outro lado da rua, que parecia estar vindo pra cá. Direto pra minha casa. 

Após me aproximar, reconheci seu rosto. Era Nathan., totalmente encharcado. Ele cambaleava de maneira estranha, com uma garrafa de cerveja nas mãos. Quando quase caiu ao atravessar a rua, a garrafa quebrou e se estilhaçou em mil pedaços. Corri até ele e o ajudei a se apoiar. 

– Nathan? O que está fazendo aqui?

– A-Alyssa? – Seu hálito era puro álcool e as palavras entrecortadas. Sua roupa estava molhada e os joelhos da calça sujos de lama. Um filete de sangue deixava seus lábios, provavelmente feito pelas quedas que devia ter levado ao tentar andar. – Sai daqui, você estragou minha vida! Mas não vai me impedir de falar com ela!

– O quê? Ela quem? Do que está falando?

Ele se desvencilhou de meus braços, cambaleando para frente e levando mais uma queda, agora batendo a testa e formando um corte profundo em seu rosto. 

– Eu vou dizer pra ela que a amo. – Ele confessou, ainda caído no asfalto.

– Ah.. Nathan. – Senti-me ainda pior ao vê-lo naquele estado. Tudo por minha culpa. Do que diabos ele estava falando? – Não devia estar em casa?

– Dylan me expulsou. – Nathan respondeu, meio triste. – Ele não acreditou em mim. Eu odeio a minha vida. Odeio a Kimberly. Odeio meu irmão. Odeio todo mundo. Mas odeio mais a Kimberly. — Seria cômico se não fosse trágico.

– Nathan. – O ajudei a se levantar, pondo um de seus braços em volta do meu pescoço, o ajudando a levantar.

– Sai daqui, eu também te odeio. Você é cruel. Eu só tentei ser legal com você. – Era nesses momentos que as pessoas conseguiam ser realmente sinceras.

– Vem, precisamos sair dessa chuva.

Mesmo ele sendo muito pesado, consegui levá-lo até a porta dos fundos por onde saí, a abrindo com o pé. Walter via TV na sala e o barulho do narrador de futebol chegava até nós. Tapei a boca de Nathan para que ele não fizesse barulho e dei graças a Deus pela poltrona de Walter ficar de costas para a escada. 

Fiz sinal para que ele subisse, medindo forças para não derrubá-lo pela roupa molhada. Começamos a subir a passos lentos pelos batentes, vendo Walter com os olhos vidrados em uma partida de futebol de algum time europeu. 

– Deixou o lixo, Alyssa? – Senti meu coração dar um salto pelo susto. Tapei a boca de Nathan mais uma vez.

– Sim. – Respondi simplesmente, vendo Nathan apoiar a mão no corrimão de madeira branco (mal pintado, diga-se de passagem, devida à fase carpinteira de Walter, mas essa história fica pra outro dia).

– Vá dormir cedo. Você tem aula amanhã. – Ele repetiu.

– Sim, senhor. – Respondi, respirando aliviada quando Nathan subiu todos os batentes.

– Algum problema? – Nesse momento que Walter se virou para encarar-me. Prendi a respiração, olhando de esguio para direita e vendo Nathan parado feito uma estada. Meu rosto tenso foi evidente no que dizia "fica quieto".

– Ah, não. Só estou meio molhada, vou ter que tomar um banho. – Apontei para meu quarto com o nariz e o Nathan bêbado cambaleou até lá e adentrou a porta, que amém, era a correta. – Bem é isso, tchau.

Subi os batentes em uma velocidade que nem sabia que conseguiria ir. 

Ao abrir a porta, Nathan me olhava confuso. Ele deu o que parecia ser um arroto, pela enorme quantidade com que bebera. Eu já sabia o que viria a seguir.

Ah, não.

Empurrei-o o mais rápido que consegui até o banheiro e abri a tampa do vaso, deixando com que toda a comida que Nathan comera no dia deixasse seu corpo da pior maneira. Bati em suas costas com a intenção que deixasse logo tudo ir para fora. 

Depois de vomitar, ele fedia a álcool e suco gástrico. Ele não poderia dormir assim. 

– Você precisa de um banho quente, se não vai pegar um resfriado além da ressaca. – Por quê eu? Maldita consciência.

Retirei o casaco que ele usava, caindo no chão totalmente molhado. Depois levantei sua camisa, e fiquei meio sem graça de ver que mesmo sendo um nerd, até que ele tinha um abdomên bem... bom, trincado, se me entendem. Joguei-o no chuveiro e pendurei uma toalha do lado do box. 

– É bom você se lavar, vou ver se Griffin tem uma roupa que caiba em você. – Avisei, o deixando tomar banho ali. – Para tirar o efeito da bebida tem que ser um banho gelado, mas pra evitar que ele fique doente tem que ser banho quente, mas que miséria! – Reclamei comigo mesma.

Fechei a porta um pouco acanhada e corri até o corredor, roubando uma cueca, calça e blusa regata de Griffin, trancando a porta mais do que depressa. Tudo que não queria para completar minha noite era que pegassem um garoto bêbado em meu quarto. 

Assim que pus a roupa em cima da cama, Nathan deixou o banho, parecendo um pouco mais controlado. O problema? Ele estava apenas de toalha. Uma em sua cintura e a outra estava em suas mãos para enxugar a cabeleira loira. Nathan deu um longo bocejo e soube que ele precisava dormir. 

– E-Eu s-sinto muito. – Confessou, com a voz um pouco alterada ainda.

Entreguei as roupas de Griffin em sua mão. 

– Vai se trocar. No momento, você precisa descansar. Vem.

Depois de Nathan se vestir, o sentei na cama e coloquei um curativo em sua testa sangrando. Passei um algodão com cuidado e paciência próximo a sua bica, tomando cuidado para que ele não sentisse dor. 

– Pronto. – Sorri, satisfeita com meu feito. Minha mãe ficaria muito satisfeita.

– Deita, precisa dormir.

Não precisei nem pedir, quando vi que Nathan já tinha deitado e estava completamente exausto. Dei um sorriso fraco e o enrolei com meu cobertor, pegando meu travesseiro e indo até o meu mini sofá. Geralmente não é assim que funciona, mas eu devia a Nathan. Era minha culpa tudo ter acontecido. Com Dylan naquela noite, e Nathan hoje. 

Eu não erraria mais, e uma coisa eu garanto. Kimberly não faria mal a mais ninguém. Isso eu iria garantir.

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