Facing the Devil

Olá pessoas \o/

Chegando com mais um capítulo aqui, e agora, minha gente, as confusões vão começar com força total. Capítulo de muita tensão e algumas revelações já começam a ser feitas aqui.

Mais uma vez, perdão pelos erros que serão encontrados no cap.

Enfim, bora lá.

                    

Não me recordava a última vez em que havia acordado tão feliz. 

Abri os olhos com os primeiros raios de sol da manhã, me espreguiçando animada. Tateei a cama ao meu lado atrás de Dylan, mas o lugar ao meu lado estava vazio. Olhei meu corpo nu por debaixo das cobertas e me vesti aos poucos novamente, não demorando a ouvir o barulho da porta da frente se abrindo e Dyl surgir com uma bandeja de café da manhã em mãos. 

– Você já acordou? – Ele perguntou, mas não esperou a minha resposta, já que ela era bem óbvia. – Droga, queria fazer uma surpresa, mas acho que não fui rápido o suficiente.

Eu ri da careta que Dylan fez, e foi a vez dele rir também. Ele apoiou a bandeja na cama e correu ao meu encontro, me dando um selinho. Foi inevitável um sorriso brotar de meus lábios naquele instante. 

– Bom dia. – Desejei, alegre. – Dormiu bem?

Dylan roubou uma das uvas do caxo que havia na bandeja e sorriu pra mim. 

– Bom dia. – Ele respondeu. – O melhor sono da minha vida, e você? – Apenas assenti, concordando.

Começamos a dividir a comida que Dylan havia trazido, enquanto conversávamos animadamente. Parecia que a bolsa de Alyssa tinha sido guardada pela mulher ranzinza da loja de conveniência e a nevasca finalmente havia dado uma trégua, sendo substituída por flocos de neve caindo sem pressa alguma do céu. 

– Sabe... – Dylan começou, com um sorriso surgindo em seus lábios. – Ontem foi a melhor noite da minha vida.

Lutei muito para que meu rosto não ficasse da cor de meus cabelos, sentindo as lembranças da noite passada voltarem com força total, tudo que fiz e jamais pensei que algum dia teria coragem de fazer. 

– Eu já disse que adoro quando você sorri, mas gosto ainda mais quando você fica corada. – Ele confessou, e senti meu coração dar um salto dentro do peito.

Juntando a coragem que eu ainda tinha (que também já estava se esgotando), assenti, meio nervosa. Mesmo que estivesse vibrando de alegria por Dylan sentir o que sinto por ele, muitas coisas nos separavam de nossa felicidade, de finalmente estarmos juntos. 

Um sentimento de agonia e medo dentro do meu peito, de que aquela nevasca que aconteceu ontem não iria causar um décimo da destruição da tempestade que estava por vir em nossas vidas. 

***

Foi uma viagem tranquila e divertida de volta até Brumby. 

Os flocos de neve caíam sobre o para-brisa da van e o rádio tocava algumas músicas antigas, que fizeram parte da minha infância e da de Dylan. Por dentro, sentia-me verdadeiramente feliz em saber que aquele sorriso estampado no rosto dele era por minha causa. 

Paramos em frente ao hotel de Manny, amigo dos tios de Josh. Dylan estacionou a van em um abrigo contra a neve e entramos no local pelos fundos. Fomos rindo e conversando até o saguão principal, onde encontramos Nathan e Josh jogando cartas. 

– Venci de novo! – Nathan falou, de forma vitoriosa. Josh torceu o nariz.

– Fala a verdade, você tá trapaceando! – Josh alegou, e Nathan deu uma risada.

– Não coloca a culpa da sua má sorte no baralho em mim! – O loiro levantou as mãos em sinal de rendição, antes de finalmente perceber a minha entrada e a de Dylan no cômodo. – Finalmente em? Onde estavam?

Josh olhou pra trás e abriu um sorriso para nós, e subitamente ergueu a sobrancelha ao ver que estávamos de mãos dadas. 

– É uma longa história. – Dylan sorriu sem graça, e eu virei o olhar, envergonhada. – Uma história muito boa, por sinal.

– Ah, agora eu que digo, finalmente, em? – Josh se levantou e abraçou a nós dois. – Dyloe é real!

Eu e Dylan rimos, enquanto o Turner me encarou. 

– Dyloe, é? – Ele me abraçou pela cintura e me beijou na bochecha. – Gostei.

Nathan parou ao nosso lado e por um instante, senti-me tensa. Ele olhou de mim para Dylan com uma expressão indecifrável, descendo o olhar para nossas mãos, com os dedos entrelaçados. Senti Dylan apertar minha mão. 

Mas tudo que Nathan fez depois foi rir, uma risada tão divertida que me senti burra por ficar nervosa, para começo de conversa. 

– Eu estou realmente muito feliz por vocês. – Senti a sinceridade em suas palavras, assim como o brilho em seus olhos.

O mais doce da personalidade de Nathan era o quanto ele conseguia ficar mais feliz pelos outros às vezes do que consegue ficar quando algo bom acontece consigo mesmo.

Eu ri e ele me abraçou, me dando um beijo na testa. Seu olhar passou pra Dylan, que abriu os braços e recebeu o seu abraço caloroso. 

– Turner, se você magoar a Chloe, eu faço uns 3 meses de academia e quebro a sua cara, e não tô nem aí pros seus pulmões. – Ele esbravejou em tom brincalhão e Dylan fingiu estar com medo.

– Pode deixar... – Dylan olhou com carinho pra mim. – Demorei muito a encontrá-la de novo, e não há nada que vai me fazer deixá-la ir de novo.

– Que lindo, minha glicose aumentou cinquenta por cento com vocês dois. – Josh resmungou, e eu o mostrei o dedo do meio. – Ah, Chloe, sempre tão refinada.

– Querido, eu sou uma madame. – Brinquei. – Ei, onde estão as meninas?

– No quarto. Alyssa quis um momento a sós de mulheres. – Nathan girou os olhos.

– A Harriet deve estar vendendo a alma dela ao satã nesse momento pra escapar de lá. – Dylan deduziu, e Josh e Nathan concordaram. Eu só dei uma risadinha.

Deixei os meninos conversando no saguão e subi até o primeiro andar, à procura do quarto em que estava dividindo com as outras meninas. Dividi o elevador com uma senhora idosa que me deu um sorriso amigável e pediu gentilmente para que apertasse o botão para o terceiro andar. 

Saí do elevador cantarolando uma das músicas que eu e Dylan vínhamos escutando na rádio da van enquanto me dirigia até o quarto, quando o celular tocou. Pensei ser Harriet implorando para ser salva, mas o telefone no visor não estava salvo na agenda. 

– Alô? – Atendi, desconfiada.

Chloe Madsen. Que prazer ouvir a sua voz. – Um homem desconhecido falou do outro lado da linha. Arrepiei-me até o último fio de cabelo quando não conheci aquele timbre enquanto ele até meu nome sabia.

– Q-quem é?! – Perguntei, parando no meio do corredor e colocando a mão na frente da boca para abaixar a intensidade de minha voz.

Ora, Chloe, eu que deveria estar perguntando isso. Afinal, você que está me procurando. 

Meu sangue gelou dos pés à cabeça. Olhei para os lados amedrontada e comecei a correr em direção ao quarto. Mesmo ele parecendo a dois oceanos de distância, conversar sozinha em um corredor vazio com um cara que foi declarado psicopata por mais de 5 especialistas não me parecia esperto. 

– Tyler. – Falei seu nome, como se estivesse conversando com o próprio Valdemort.

Oi, ruivinha. Como está Brumby? Soube que a neve está forte aí. Cuidado para não se resfriar. – A ironia em sua voz me dava raiva. 

– O que você quer?

De novo, Chloe. Quem estava me procurando era você. Eu que deveria estar fazendo essa pergunta.

Meu sexto e todos os outros sentidos gritavam em minha mente para desligar aquela ligação. Como aquele cara sabia que eu estava pesquisando sobre ele? Mesmo sabendo que era arriscado, decidi ser sincera. 

– Você sabe de todos os segredos das 5 famílias fundadoras. – Suspirei, tentando não dar indícios de que do outro lado da linha, minhas pernas tremiam como varas verdes. – Tyler, que segredo se esconde por trás de Dylan Turner?

Uma interferência incômoda atingiu a ligação. Não houve nenhuma resposta do outro lado, e, por um momento, me senti assustada. 

– Alô?

Você é bem metida, não é? – Ele riu. Uma risada maléfica. – Por que esse súbito interesse, garota? Você tem pais maravilhosos, uma madrasta boa, irmãos que te adoram, por que se meter nesse mundo imundo dos Turner?

Eu não respondi. 

Ah, mas é claro! Está apaixonada por ele, não está? Você é a amiguinha que sempre foi apaixonada pelo garotinho doente. Que meigo. – O sarcasmo dele era tão irritante quanto a risada. – Fique longe desse mar de segredos, garotinha. Dylan está fadado à morte desde que nasceu. O nascimento dele já foi um erro. Não se envolva muito, ou o seu mundo irá desmoronar, junto com o dele.

A ligação caiu nesse momento. 

– Chloe? – Ouvi uma voz me chamar e lá estava Harriet no final do corredor. Pensei em forçar um sorriso e fingir que tudo estava bem, mas percebi que ela não ficou empolgada ou aliviada por me ver. Seu rosto estava rodeado de aflição. – Você precisa ver uma coisa.

Recompus minhas emoções e segui Harriet para dentro do quarto, vendo Kimberly tendo Alyssa deitada em suas pernas. Minha meia irmã chorava como nunca. 

– Mas o quê...

Harriet pegou o controle da televisão e tirou o mudo do noticiário. 

– Estamos aqui em frente ao rio Parlamatta na baía de Sydney, onde a polícia especial australiana acaba de retirar da água o corpo do modelo Eric James, de apenas dezoito anos. O rapaz fazia parte do grupo de modelos da revista Versalle, pertencente e afiliada com a empresa multinacional Turner Corp. – A repórter anunciou. Deixei meu corpo sentar na cama.

– Foi uma tragédia, até agora eu estou boquiaberta. – Lyn surgiu na imagem, com a maquiagem borrada e o semblante muito cansado. – Da Versalle, nossas sinceras condolências aos familiares de Eric.

– A Força especial Australiana não está medindo esforços para solucionar esse caso. O assassino desse garoto não ficará impune. – A imagem de Vince surgiu logo depois, tentando tranquilizar a audiência.

– Alyssa... – Harriet colocou a TV no mudo mais uma vez e eu corri para abraçar Alyssa.

Naquele instante, a frase de Tyler voltou à minha mente com força total. 

"Não se envolva muito, ou o seu mundo irá desmoronar, junto com o dele."

***

Depois de praticamente termos que drogar Alyssa para que dormisse, nos reunimos no quarto dos meninos para decidir o que fazer.

Nathan encarava a paisagem de inverno pela janela. Pensei em ir até ele, mas Dylan disse que ele precisava daquele momento. Mesmo não sendo muito próximos hoje, um dia, Eric foi o melhor amigo dele. 

A culpa me corroía como um ácido corrói um metal. Lembrei de Eric surgindo lá em casa, da sua pressa em fugir, por provavelmente ter esbarrado em algo que não deveria saber, por causa de um pedido que eu havia feito. Queria chorar e espernear, mas precisava ser forte agora, por todos ao meu redor. 

Josh estava abraçando Harriet, que estava quieta, com a cabeça repousando no peito dele. Segurei na mão de Dylan e nós dois concluímos que não era o momento para anunciarmos que estávamos juntos. Afinal, ainda havia o namoro de fachada com Kimberly, o matrimônio forçado e o acontecimento recente que simplesmente havia retirado qualquer clima de festa. 

– Bom... – Josh rompeu aquele silêncio sepulcral, recebendo todos os nossos olhares em sua direção. – Acho que essa viagem não tem mais clima nenhum, né?

Eu e Dylan assentimos, encarando o chão. Harriet concordou depois, e Nathan nem se virou para demonstrar qual seria a sua resposta. 

– Vamos esperar até amanhã e daí voltamos. – Kimberly se decidiu por todos nós.

– Deveria ligar para o meu pai, ver se ele não conseguiria nos pegar ou algo assim. – Falei. – Acho que todos nós estamos muito chocados pra voltar por nossa conta. Principalmente a Alyssa.

O silêncio se instalou novamente e agora, parecia que a chance de ele se encerrar era ainda menor. Todos ainda nos lembrávamos de Eric, daquela noite que fomos ao Karaokê, de ver seu rosto nos corredores da Vermont todos os dias e suas fotos na capa da Versalle. 

– Eu preciso contar uma coisa. – Até eu me surpreendi. Dylan falou ao meu lado, e, finalmente Nathan se virou. – Queria muito poder contar depois, mas se eu esperar mais um pouco, talvez me falte coragem.

Todos fitaram Dylan com curiosidade, principalmente eu, que ficava me perguntando o que ele teria para nos contar. 

– Quando eu comecei a minha carreira de modelo, tive que passar um tempo em Milão. – Dylan começou. – Lá em Milão, conheci um garoto de Sydney, chamado Charlie Ryles.

– Charlie Ryles? – Kimberly indagou. – Aquele garoto que... – Ao perceber o desconforto de Dylan, ela subitamente parou de falar.

– Que o quê, Kimberly? – Quis saber, já muito aflita.

– Deixem o Dylan terminar. – Nathan intercedeu pelo amigo.

– Charlie era um cara muito foda. Ficamos meses em Milão, e naquele período, fiz coisas muito erradas, ilegais até, eu diria. Aquele garoto bonzinho que eu era ficou para trás. Mesmo eu estando errado, sentia que sendo como Charlie era, despojado, despreocupado, sem querer respeitar limites, eu me sentiria mais vivo. – Dylan contou.

– Eu tentei mesmo abrir os olhos do Dylan, mas ele não me escutou. – Nathan se defendeu.

– Até que chegou a fase final para descobrir quem seria o modelo capa da Versalle. Não me entendam mal, eu odeio ser modelo, mas era o que me fazia útil ao meu irmão, era minha contribuição com os Turner. Já que não poderia ajudar na parte administrativa, pelo menos naquilo eu poderia ter alguma utilidade. – Dylan sorriu fraco. – Mas para o Charlie, ser modelo era importante. Muito mais importante do que pra mim. E os frutos do que aquele cargo de modelo capa dariam a ele, seriam bem mais doces para o paladar dele que o meu.

– O que o Dylan não esperava era que Reginald usasse da sua influência para sabotar a votação e fazer o Dylan ganhar. Charlie ficou ressentido, muito magoado, e desistiu da amizade com ele. – Nathan começou a narrar, da mesma forma.

– Então, na festa de lançamento da minha primeira revista como modelo capa definitivo... O Charlie apareceu. – Dylan falou, sem expressão.

O Carro estacionou na vaga dos fundos e Dylan escutou a porta do carona ser aberta. Antes que se virasse, sentiu o cano gelado do revólver contra sua têmpora esquerda.

Dirige, Dylan. – A voz de Charlie possuía pouca razão.

Sem opção, o caçula dos Turner retirou o carro do estacionamento e passou a rodar por Milão com uma arma apontada para si. Pararam apenas quando Dylan conseguiu escutar o barulho do mar batendo contra as rochas.

Sai do carro. – Com as mãos para o alto, Dylan deixou o veículo, não demorando a sentir o cano da arma de fogo contra suas costas.

Charlie o fez caminhar até a areia, em uma parte abandonada da praia, devido ao grande número de rochas pontiagudas que dificultavam a estada de banhistas.

Escala aquela rocha. – ordenou Charlie. – ANDA!

Dylan escalou a maior rocha da praia com dificuldade, sentindo uma vertigem ao sentir como a pedra era lisa.

Sabe Dylan, eu realmente achava que você era legal. Pensei até comigo mesmo "nem todos os ricos são uns merdas egocêntricos".

Charlie, por favor, me escuta.

ESCUTO NADA! – Ele gritou, e Dylan sentiu o cheiro de álcool em seu hálito. – Eu confiei em você! Você sabe o quanto era importante pra mim esse emprego! Eu seria rico! Muito rico! Poderia fazer meu irmão sair da vida que tinha! Mostrar ao Griffin que eu consegui! Mas não!

Aos poucos, Charlie empurrava Dylan mais e mais para a frente, em direção à uma queda mortal.

Charlie, eu não...

CALA A BOCA, DYLAN. CANSEI DAS SUAS MENTIRAS.

Era justamente daquela abertura que Dylan precisava. Ele segurou o pulso de Charlie e empurrou o cano da arma para cima, ouvindo a bala ir com toda força para cima. Charlie fez força contra o corpo de Dylan, que sentiu os pés escorregarem pelo pouco atrito da roxa e a sala de seus sapatos.

Quando já sentia o chão sumir abaixo de si, em um ato desesperado, Dylan deu uma cotovelada abaixo do queixo de Charlie, que, instintivamente recuou. Seu tênis escorregou pelo piso rochoso e Dylan viu seu antigo amigo cair com toda a força no chão, com as rochas pontiagudas menores cravadas em sua pele.

Eu estava congelada no lugar. 

Kimberly tinha as mãos na frente da boca pela surpresa e Harriet abraçou Josh ainda mais forte. Nathan colocou a mão no ombro de Dylan, como se estivesse o parabenizando por finalmente nos revelar aquilo. 

– E depois? – Josh deixou transparecer sua curiosidade no tom de voz.

– Eu chamei a emergência. Não falei meu nome. Apenas corri o mais rápido que pude pra longe. 24 horas depois, já estava voando de volta pra cá. – Dylan finalizou sua narração com o olhar distante. – Eu juro que essa é a verdade.

– Nós acreditamos em você. – Segurei suas mãos nas minhas, tentando dar a Dylan algum porto seguro. – Sei que jamais machucaria alguém.

– Ei, todos nós sabemos. – Kimberly apoiou. – Sabe, a gente nunca pode ter sido o casal que nossos pais queriam que nós fôssemos, mas até que eu não te abomino.

Foi o suficiente pra Dylan sorrir de canto. 

– Valeu, eu acho.

Dei um suspiro. 

Minha puxada e retirada de ar foi tão forte que todos me olharam. 

– Já que não estamos mais escondendo nada um do outro, vou falar de uma vez. – Comecei, tentando não perder a coragem. – Tyler me ligou hoje.

Dylan arregalou os olhos, já os outros pareceram confusos. 

– Err... Quem é Tyler? – Harriet questionou.

– Tyler era um antigo amigo do Devon. – Nathan tomou a palavra, com o olhar vazio. – Ele ficou completamente louco por razões que ninguém sabe. Fez um genocídio na própria escola e tomou o irmão do Dylan, o atual advogado deles, o Arthur, e mais um bando de adolescentes como reféns.

– Isso é psicótico, cara. – Josh parecia bem chocado.

– Depois que conseguiram detê-lo, meu pai se certificou de colocar Tyler bem longe de nossas vidas. – Dylan continuou a narração. – Não ouvimos notícias dele por anos, bom, até agora.

– E como diabos esse cara voltou? – Kimberly fez a pergunta que todos tinham em mente.

– É simples. – Manifestei-me. – Porque eu mandei Eric investigar algo, e ele me disse que Tyler Andrews tinha essa resposta.

– Pera...– Finalmente Nathan demonstrou estar surpreso. – Mandou o Eric investigar o quê?

– A Versalle. Os Turner. Tudo. – Resolvi abrir logo o jogo. O que havia acontecido entre Tyler e Devon anos atrás era a prova vida que segredos só pioravam tudo. – É como se todas as coisas estranhas que nos rodeassem estivessem conectadas, de uma forma tão assustadora que tiveram que apagar o Eric quando ele soube demais.

– Tô me sentindo mal. – Josh resmungou, fazendo uma careta. Ele parecia estar tão assustado que seu estômago embrulhou.

– Kimberly, mostra pra eles. – Pedi à Sparks, que colocou uma mecha de seus cabelos atrás da orelha e tirou os papéis de sua bolsa.

– Dias atrás, eu e a Chloe nos unimos para achar uma brecha no acordo entre os Sparks e os Turner. Mexendo nas coisas dos meus pais, encontrei isso aqui. – Ela entregou os papéis a Harriet. Josh e Nathan se aproximaram mais para poderem ler.

– Já vi algo parecido nas coisas da Lyn. – Nathan contou, desconfiado. – Que logo é essa no topo da folha?

O Roberts estava apontando para um símbolo estranho impresso junto com as anotações. Possuía uma forma espiral e o cetro de Apolo, o Deus da Medicina, no meio. 

– Deixa comigo. – Josh tomou o partido, tirando o celular do bolso e batendo a foto do símbolo, jogando na web. Depois de alguns segundos ele respondeu: – Segundo o database, esse é o símbolo da clínica Gaeden.

Todos nos aproximamos da tela e observamos o nome da clínica em letras garrafais na página da pesquisa, com uma manchete logo abaixo: 

– Clínica Gaeden acaba de lançar o projeto Someone To Save You... – Harriet ergueu a sobrancelha. – Projeto Someone To Save You?

Sem pedir permissão a Josh, pus meu dedo na tela de seu celular e desci a página, vendo os parágrafos da matéria jornalística se alongarem por mais um tempo, até que no final da reportagem, uma fotografia, de vários homens vestindo jalecos, surgiu. 

– Doutores falam das grandes chances de sucesso da pesquisa. – Harriet leu a legenda mais embaixo. – John Emett, Kyara Carlson...

Não precisei ouvir o restante da leitura de Harriet para entender porque ela havia parado tão abruptamente. Demorou um pouco, mas finalmente meu olho havia percebido o homem baixinho mais atrás dos doutores, com sua posição desajeitada e um sorriso sem graça para a câmera. 

Sempre tive a habilidade de nunca esquecer um rosto, sendo capaz de reconhecê-lo mesmo se o visse novamente mais velho ou mais rejuvenescido, e naquele caso, não precisei abusar muito daquele dom para reconhecer aquela face. 

Principalmente porque aquela face pertencia a meu pai. 

– Junto com nossos leais farmacêuticos, Lena Forbes e... Walter Madsen.

Após ler aquilo, senti vontade de seguir o conselho de Tyler e me afastar, mas pelo olhar de Dylan e dos meus amigos sobre mim, algo me dizia que eu estava mais envolvida naquilo do que eu poderia ter imaginado.

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