Dead or Alive




                    


Dead or Alive*Vivos ou Mortos

Não fui capaz de procurar mais nada depois daquilo. 

Sentei-me no chão em meio aos diversos caixotes sobre a cobertura, tentando digerir aquela informação. Por mais que aquilo me remoesse, me destruísse, provando que toda a minha vida sempre foi uma mentira, não pude deixar de sentir o mínimo de alívio. Afinal, eu finalmente tinha a explicação de anos e anos de indiferença por parte de Reginald. 

Eu não era filho dele. 

Percebi que Nathan quis ficar ao meu lado, como ele sempre fica. Mas ambos sabíamos que não tínhamos tempo. Enquanto eu não conseguia mover um músculo, meu amigo continuava a esvaziar caixotes, abrir pastas, verificar documentos e analisar pertences. Não poderíamos correr o risco de voltar ali uma segunda vez.

Senti o celular vibrar em meu bolso uma ou duas vezes, mas o meu estado de choque ainda não me permitia mover um músculo. Toda a minha vida se repetia como um filme em minha mente, e agora, era como se tudo fizesse sentido. Como se aquela peça perdida de um quebra cabeças tivesse aparecido e agora, tudo se encaixasse. 

Não soube ao certo quanto tempo passei ali, olhando para o nada, mas quando senti o toque de Nathan em meu ombro, vi o sol se despedir e a noite cair pela varanda. Já estava escuro. 

– Dyl. A gente precisa ir. – Ele avisou, com a voz calma e baixa.

Sem esperar que ele repetisse, levantei-me de onde estava e o acompanhei até a porta. Percebi que ele carregava alguns papéis na mochila que trouxera, mas não tinha cabeça para perguntar. Tudo que eu mais queria era sair e ter mais tempo para digerir tudo aquilo. 

Descemos pela escada de incêndio para não cruzar com nenhum vizinho no elevador e ficar fora da vista das câmeras de segurança. Foi uma boa descida da cobertura até o térreo, e depois, ainda houve um jogo de se esgueirar pelo estacionamento do subsolo e pegar a escada dos funcionários de acesso à rua. 

Com a moto de Nathan, tomamos nosso caminho de volta para o apê de Mercedes, com a lua e as estrelas acima de nossas cabeças. Ao chegarmos, vimos Chloe e Kimberly concentradas em mais alguns papéis, enquanto Harriet estava deitada no sofá cama, meio distante. Após entrarmos e trancarmos a porta, Chloe se levantou de onde estava, segurou minha mão e olhou pra mim, em um misto de tristeza e pena. 

– Dylan... Preciso contar uma coisa. – Pelo seu tom e olhar, suspeitava que ela quisesse me contar o que eu já sabia.

– Não precisa. – Respondi, não conseguindo conter a rispidez em meu tom de voz. – Eu já sei.

– Bom... – Kimberly começou. – Você sempre falou que odiava ser um Turner, olha aí o lado bom, você nunca foi um.

– Kimberly! – Chloe e Nathan a repreenderam.

– O que é? Só estou tentando animá-lo, para aí. – Ela resmungou, sentando na cama e abrindo o frigobar pequeno de Mercedes e retirando uma garrafa de suco natural.

– Dyl... – Chloe continuou, com o pesar em seu semblante. – Não é somente isso que temos de te contar.

Ergui o olhar, sem entender. Nathan tirou a foto daquele garotinho do bolso de seu casaco. 

– Você pode não ser filho do Reginald, mas isso não significa que ele não tenha tido outro filho além do Devon. – Explicou, pondo uma mecha de seus fios ruivos atrás da orelha.

– Calma, eu não estou...

Nathan mordeu o lábio inferior e desbloqueou seu celular, me entregando. Estava aberto no blog da Vermonier, com o título em letras garrafais. 

– Isso... Isso não é possível... – Eu tentava conter a vertigem dos meus braços, mas ver o meu mundo desmoronando ao meu redor era difícil demais. – Ela tá mentindo, não tá?

– Sabemos que a Vermonier é um monte de coisas, Dylan. – Nathan afirmou. – Mas mentirosa, ela não é.

– Seu pai teve um caso há anos atrás, e o resultado foi o nascimento de um bebê. – Chloe explicou. – E ao que parece, por ironia ou maldade do destino, esse bebê era o Josh.

Sentei-me na beirada do sofá cama, olhando para Harriet que estava distante. 

– Onde está ele? – Perguntei, em um sussurro.

A porto riquenha apenas fez que não com a cabeça. 

– Ele saiu correndo para longe. Não sei onde ele está. – Ela respondeu. – Ele foi atingido de surpresa, assim como todos nós.

– Cara... – Nathan bagunçou os cabelos loiros. – Isso tudo é... muito confuso. O Dylan estava vivendo a vida do Josh esse tempo todo?

– Eu e a Chloe encontramos uma pasta repleta de documentos, com algo peculiar, encontramos essa foto. – Kimberly me entregou a fotografia meio antiga, de um homem que me parecia familiar. – Esse é o senhor Enoch, na época da faculdade. Parece que o apelido dele na época era Big E. Brega, não?

– O fato é... – Chloe a interrompeu. – Eu e a Kimberly começamos a pesquisar mais sobre a vida do senhor Enoch, e encontramos a foto da turma de formandos de economia da universidade de Nova York, ainda nos anos oitenta, e encontramos isso.

– Essa era a lista de alunos colegas do senhor Enoch na época. – Kimberly entregou a lista, e passei a ler o nomes.

– Joanne... Essa é minha mãe. – Olhei para Chloe, que assentiu. –

– Aparentemente, senhor Enoch e sua mãe se conheceram muito antes do casamento dela com seu pai. – Chloe bateu na boca. – Quer dizer, com o Reginald.

– Mas isso ainda não explica onde o senhor Enoch entra nisso tudo. – Nathan relembrou, pensativo.

– Na verdade... Eu tenho uma certa ideia de como. – Chloe revelou, e todos a encararam, menos eu.

– Como eu sou a maior mexeriqueira da equipe, resolvi pesquisar um pouco sobre a senhora Joanne Turner. Mesmo sabendo desde os 15 anos que ela seria minha suposta sogra, meus pais nunca me deram muitos detalhes dela. Apenas que ela era a mãe do Dylan e morreu quando ele tinha por volta dos doze. – Kimberly contou. – Consegui descobrir que ela teve dois partos no London Hospital, confirmado pelos documentos oficiais. O mesmo teste que comprova a não paternidade de Reginald assegurou que o filho era de Joanne pelo teste mitocondrial. Você não é filho do seu pai, mas é da sua mãe.

– Então... Joanne tinha um amante? – Nathan quis se certificar de que havia entendido.

– É o que parece. – Chloe respondeu. – Existem alguns documentos de sigilo assinados por ela e pelo próprio Reginald, para que o conteúdo dos exames não fosse vazado. Meu próprio pai está nessa lista. – Ela mordeu o lábio inferior. – Bom, é isso que temos até agora. Antes de fazermos mais alguma coisa, precisamos falar com o senhor Enoch.

– E quanto a vocês? Alguma coisa? – Kimberly quis saber.

– Sim. – Nathan se manifestou. – Nas caixas lá da cobertura, há dezenas de documentos imobiliários... De início, eu não achei nada demais, até que... Olhei o final da folha... – Nathan retirou da mochila os papéis e entregou para Chloe.

– Eles estão no nome da Emeraude? Mas ela é só um bebê! Isso não é ilegal? – A ruiva resmungou.

– Não é só isso, os boletos de contas da Versalle tem uma circulação de milhões de dólares em projetos privados, entre eles, a redoma. – Nathan revelou, intrigado. – Poucos sabem da redoma e muito menos de seus empreendedores, mas, graças ao Griffin, eu e a Chloe temos uma boa ideia de quem são.

– Vladmir. Aquele local é dos Escorpiões. – Chloe se exaltou. – Precisamos mandar esses documentos pra polícia!

– Não vai adiantar. – Cortei-a. – A Lyn não é burra. É por isso que o Vince está lá dentro. Ele faz o serviço sujo dela. A polícia está com eles. Ela adultera tudo de dentro.

– E mesmo que pudéssemos chamar a polícia, o que coletamos não é suficiente. Precisamos de muito mais para entregar esse esquema. – Nathan observou. – E duvido muito que a Lyn deixasse as provas incriminadoras na Versalle ou na cobertura.

– Tudo deve estar com os escorpiões. – Harriet supôs. – Talvez na própria redoma. Tudo.

Eu levantei de onde estava e olhei para Nathan. 

– Lembra o que me animava quando eu estava pra baixo? – Perguntei a ele.

– Álcool? – Ele ergueu a sobrancelha.

– Melhor. – Resmunguei.

– Se meter em encrenca. – Coloquei a mão no ombro de Nathan.

– Isso aí, that.

– O que vocês estão pensando? – perguntou Chloe, temerosa.

– Já entrei na redoma uma vez, eles conhecem meu rosto. Posso colocar nós dois lá dentro. – Nathan garantiu.

– Eu vou também. – Harriet se decidiu. – Preciso tirar o Josh da cabeça. Pelo menos por enquanto.

– Chloe, preciso que vá atrás do Enoch. – Pedi, segurando em sua mão. – Por favor, eu preciso que me deixe fazer isso.

Ela não parecia mais tranquila, mas percebeu que eu já havia tomado minha decisão. 

– Tomem cuidado. São de traficantes que estamos falando. Assassinos, ladrões...

– Melhor que ficar no mesmo ambiente que a Kimberly. – Harriet deu um sorriso mínimo. – Prefiro os ladrões assassinos.

– Ela já está tirando uma com a minha cara, está perfeitamente bem. – Kimberly resmungou, dando outro sorriso. – Eu e a Madsen até que trabalhamos bem, relaxa, vamos fazer uma visitinha ao nosso professor.

Demos as mãos e sorrimos um para o outro. Eu não estava sozinho. Tinha eles ao meu lado. E com a força dessa minha nova equipe, sentia que finalmente, o destino poderia estar sorrindo bem para mim. 

***

A moto de Nathan não era lá muito confortável para o transporte de três pessoas. 

Fomos o caminho inteiro meio apertados, com Harriet reclamando da falta de espaço. Poderíamos ter ido de metrô, mas a moto era a desculpa para que pudéssemos entrar. Enquanto Nathan serviria de distração nas pistas de corrida, eu e Harriet nos infiltraríamos na administração do local gerenciada pelos escorpiões e encontraríamos qualquer coisa que pudesse nos ajudar. 

Já passava das nove da noite quando cruzamos o portão da redoma. Tínhamos nos disfarçado para que não fôssemos reconhecidos e adentramos o local, sentindo o cheiro de óleo de motor e fumaça de cigarro. Alguns motoqueiros rebeldes de jaqueta de couro apertavam os parafusos das rodas de suas motos, e, por um milagre, pareciam não se importar em ver 3 jovens encapuzados atravessando a pista e indo direto para a porta em que havia escrito "somente pessoal autorizado". 

Para um lugar tão desorganizado, ver uma sala de comando lotada de câmeras de segurança não era algo comum. Nathan fez sinal de que iria falar alguma coisa, mas pedi pra ele ficar em silêncio. Havia uma cadeira virada para os monitores, e, de onde estávamos, era quase impossível concluir se estava vazia ou não. 

Em passos curtos e silenciosos, caminhamos até o monitor. Harriet pediu silenciosamente para que a deixássemos ir a nossa frente, quando, de repente, a cadeira girou e pudemos ver um homem grandalhão alarmado com nossa presença. 

Ele segurou o pulso de Harriet com força, e nos olhou, irritado. 

– Esta sala é restrita, caiam fora, pirralhos. – falou o homem, nada simpático. – E você? Nada de chegar perto do equipamento, docinho. – Ele puxou Harriet para mais perto de si, dando um sorriso presunçoso.

O grandalhão mal pode ver de onde aquele soco na cara veio, o fazendo cambalear e bater a cabeça na quina da mesa. 

– Não toque em mim, docinho. – Harriet ironizou, puxando o homem e o trancando em um pequeno armário. – Nathan, vigia a porta!

O loiro correu para a entrada, indo para o lado de fora e vigiando de longe se alguém entrava. Harriet sentou na cadeira antes ocupada pelo homem e começou a dedilhar pelos monitores. 

– Libera o som das filmagens. – Pedi, e não demorou para Harriet obedecer.

Eram nove telas ao todo, tendo suas câmeras divididas entre a própria redoma e os escritórios. Passamos alguns poucos minutos olhando para simplesmente nada nas filmagens de mais cedo. 

– Vai passando mais rápido. – Falei a Harriet.

A imagem foi passando rapidamente pelos nove monitores, até que uma imagem loira surgiu em um deles. 

– Pera, volta lá.

Harriet rebobinou a fita e deu play no exato instante que duas pessoas surgiram na imagem das câmeras do escritório central. Um escorpião de ouro gigante estava localizado no centro do cômodo, e um homem tatuado e grandalhão surgiu na filmagem. 

– Aquele é Vladmir Ryles. – Harriet alertou. – O líder dos escorpiões e maior colaborador da redoma.

– Ryles? Como em Charlie Ryles? – Quis saber, meio alarmado. Harriet mordeu o lábio inferior.

– Não sei.

Ela liberou o som das filmagens. 

– Tivemos sorte que essas câmeras gravam sons além das imagens. – Observei.

– Claro. Para no momento que um deles se tornar uma ameaça para o resto, poder ser simplesmente removido. Afinal, na natureza, os escorpiões já começam a se destruir dentro da barriga da mãe, por que as gangues seriam diferentes? – Harriet explicou. – Agora, vamos escutar isso.

É bom que seja importante. Sabe que a chefe não gosta de ser incomodada. – Vladmir falou, andando até a parte de trás da mesa de mogno. – Mas eu admito que sentar na cadeira da chefia me faz me sentir poderoso, saca?

Uma careca brilhante surgiu na imagem. Harriet teve de pausar o vídeo para que pudéssemos engolir o choque de vê-lo ali. 

– Senhor Madsen. – Falei baixinho, tendo agora a oficial certeza de que ele estava envolvido.

Eu vou ser rápido. – Walter respondeu a Vladmir. – Minha enteada voltou de Brumby. Alyssa está muito devastada com a morte do namorado, Eric James. Eu achava que nosso negócio era limpo, sem a inclusão de mortes, principalmente de jovens!

Vladmir aplaudiu de forma sarcástica, mostrando seus dentes amarelados.

Que atitude mais nobre, senhor Madsen. Protegendo os sentimentos de sua enteada, que doce. – Sua ironia era totalmente irritante. Senti vontade de socá-lo. – Não tivemos escolha, pegamos aquele imbecil bisbilhotando. E quem brinca com os escorpiões, senhor Madsen, acaba sendo picado.

Quando eu disse a Lyn que iria ajudá-los, fui bem claro quanto a parte de que eu não sou um criminoso. Não disse?! Eu estou perdendo o sono, sabendo que tive algo a ver com a tristeza de Alyssa! – esbravejou o pai de Chloe.

Escute bem, seu velho. Pare de falar como se fosse uma vítima, e trate mais de olhar menos para a sua enteada e olhe mais para a metidinha da sua filha. – Senhor Madsen não conseguiu esconder a surpresa. – O quê? Penelope me ligou, dizendo que seu arquivo havia sumido, seu idiota! Sua filhinha está na sua cola! Ela e a putinha Sparks.

Mas isso é impossível! Chloe está em Brumby, com os amigos! – Walter parecia chocado.

Não. Ela está aqui em Sydney, como um bom abutre, rodeando a carne podre que o idiota do pai dela deixou para trás. – Vladmir resmungou, de forma chula. – Vou acabar tendo que cuidar dela, sabia?

Foi a primeira vez que vi o pai de Chloe irritado. Walter caminhou a passos largos, e com os olhos ardendo em fúria, puxou Vladmir pela gola de sua camisa. 

Se você tocar em um fio de cabelo da minha filha, eu juro que acabo com você. – ameaçou o senhor Madsen.

Ai que medinho, o Walter está me ameaçando. – Vladmir soltou mais uma de suas ironias gélidas. – Solte-me agora, se não quiser perder esses seus dedos.

A súbita coragem e adrenalina dele pareceu se esvair, e então, Walter finalmente largou Vladmir, que ajeitou a gola da camisa e olhou para o outro com desdém, juntamente com aquele sorriso presunçoso ainda estampado em sua face. 

Que vontade de socá-lo. 

Agora some daqui, velho. – Walter, mesmo a contra gosto, deixou a sala.

Bastou Walter sair para Lyn entrar. Ela usava um vestido negro que eu jamais a vi usando. Seu cabelo loiro estava preso em um rabo de cavalo com alguns fios soltos e usava botas de couro nos pés. Um visual meio esquisito para uma mulher dona de uma revista de moda. 

Harriet me olhou de esguio, curiosa para ver minha reação ao finalmente ter a confirmação de que Lyn realmente não era quem fingia ser. 

Ouviu tudo? – Vladmir perguntou, parecendo não ter muito interesse.

Digamos que o suficiente. – Lyn respondeu. – Sempre pensei que tinha as loucuras do Dylan e dos amiguinhos dele sobre controle, mas parece que Devon está certo. É impossível controlar Dylan Turner.

Mesmo sendo um pirralho metido, seu cunhado não é o problema. – Vladmir explicou. – Mas a garota Madsen.

De fato. A chegada de Chloe a Sydney foi o começo de todos esses problemas. Dylan já estava mais do que conformado com seu destino, até que ela chegou. – Lyn cerrou os punhos. – E desde então, tudo ficou mais complicado.

E então? Dou a ela o mesmo destino de Eric?

Senti meu coração falhar uma batida. Harriet colocou as mãos na frente da boca, horrorizada. 

Não, pelo contrário, acho que a senhorita Madsen ainda vai nos ser útil.

O vídeo parou no exato momento que Nathan abriu a porta, alarmado. Harriet tentou tirar uma cópia da filmagem para que a mostrássemos à polícia, mas não havia tempo. Pelo olhar de That, não tínhamos mais nem um segundo. 

Eu e Harriet corremos para fora da sala de filmagem e, junto de Nathan, fomos para fora, fugindo o mais rápido que pudéssemos dali. 

– Descobriram algo? – perguntou Nathan.

– Você não tem nem ideia. – respondi, totalmente chocado com o que havia acabado de assistir.

***

Paramos em um food truck no subúrbio. Era um trailer simples de sanduíche, com apenas uma senhora trabalhando, com um rádio mais velho que ela tocando algumas músicas antigas. Ela serviu nossos pedidos na mesa de plástico em que escolhemos ficar, enquanto comíamos em silêncio. 

– Eu... jamais imaginei que a Lyn fosse metida com esse tipo de coisa. – Nathan rompeu o silêncio, parecendo transtornado depois de tudo. – Será que... ela vai fazer mesmo mal a Chloe?

A minha vontade era sair correndo até Chloe e ficar ao seu lado para protegê-la, mas isso só a colocaria em mais risco. Eles sabiam que estávamos por perto, e se as câmeras dos papparazzi me encontrassem, seria desastroso para todos nós. 

– Já liguei pra elas. – Harriet avisou. – Nenhuma delas me atende.

– Em breve a Mercedes vai voltar, precisamos encontrar outro lugar pra ficar. Sabemos muito bem que se a Lyn tentar nos achar, ela vai conseguir. – Nathan argumentou.

– Tentei mesmo pegar a fita, mas não iria dar tempo. – Harriet se lamentou. – E ainda tem o Josh, que simplesmente sumiu do mapa. Eu fico pensando e se o pegaram?

– Não. Reginald está com ele. Meu pai pode ser muitas coisas, mas ele não é um assassino. – Falei, sem perceber que disse pai.

– E o Devon? Será que ele está com a Lyn? – That se perguntou.

– Não sabemos. – Harriet esclareceu. – Mas temos que levar em consideração que sim. Afinal, não há nada mais natural que os dois serem um time, não é mesmo?

– Sim, mas...

– Ei, escutem. – Nathan pediu, com um dedo levantado, pedindo para que prestássemos atenção no que o rádio dizia.

"A polícia de Sydney finalmente encontrou suspeitos para o misterioso assassinato do modelo Eric James, de apenas dezoito anos. Segundo fontes da perícia, uma amostra de DNA nas unhas do suspeito indicou uma prévia luta antes de sua morte. Todas as provas apontam para Chloe Madsen, de mesma idade, adolescente inglesa que vive em Londres. A polícia pede a todos os cidadãos de Sydney para, que se tiverem notícia de seu paradeiro, por favor comunicar às autoridades. Além de Madsen, a multimilionária Kimberly Sparks, também está sendo acusada de cúmplice no crime, e a força especial de Sydney pede a ajuda de seus habitantes para levar as duas infratoras à justiça."

Sem nem mesmo terminarmos nossos lanches, colocamos o dinheiro da comida em cima da mesa e corremos de volta a moto de Nathan, tentando voltar ao apê e assim, finalmente conseguiríamos localizar Chloe. 

Havíamos nos metido em algo perigoso, e agora, a guerra havia acabado de ser declarada.

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