Cap. 15

POV Lucas

To chegando gente, antes que me esqueça sou Lucas, médico cardiologista, e não façam julgamentos precipitados pelo vídeo, vou esclarecer algumas coisas, sou gay desde criancinha, já levei mulheres pra cama, mas só conseguia gozar se fechasse os olhos enquanto ela me chupava e eu imaginava um homem bem barbado fazendo isso, pois é, então, mas sou discreto, algumas pessoas sabem dessa minha opção, mas não fico expondo isso no trabalho, se alguém perguntar não nego, mas nem por isso vou por uma plaquinha neon no pescoço né?

Mas o que aquele filha de uma mãe do Luciano tinha que ter me filmado travestido cacete, eu não costumo fazer isso, mas era carnaval e meu parceiro de foda da época me convenceu com o melhor boquete que já recebi em um chuveiro, não tinha me arrependido até agora, se esse vídeo cair na net to fudido, não me importo que as pessoas saibam, mas atendo muitos pacientes homens e idosos, tenho medo de me prejudicar, por isso ainda estou "dentro do armário com a porta aberta"

Voltando a realidade tenho uma princesa pra cuidar e um demente pra segurar a franga, vou até meu carro, pego minha maleta (qual é, sou cardiologista lembram? Tenho que andar com essa joça o tempo todo) e vou pro quartinho dela

- Oi princesa, como você tá?

- Tio eu to bem, fala pro papai deixar eu ir brincar

- Deixa o tio te examinar primeiro e se for verdade eu falo com ele

- Tá bom – pego meu estetoscópio, um termômetro e começo a verificá-la

- Você tá com febre ainda princesa, o tio vai te dar o remédio e você vai dormir, quando acordar vai estar boa rapidinho

- Que remédio que você vai dar pra ela? – lá vem o pai desesperado

- Fica tranquilo é só um antitérmico que eu tenho aqui, se a febre não baixar em uma hora eu levo vocês pro hospital tá bom? – O homem desesperado

- Por que eu esqueci minha maleta em casa? Lá tem tudo o que ela precisa

- Sossega essa franga, é só uma febre, a princesa aqui ficou muito no sol deve ter dado uma insolação nela, amanhã tá nova

- Espero que sim, você fica com ela um pouco, tenho que tomar banho caso eu tenha que levá-la ao hospital

- Vai de uma vez que agora eu roubei essa lindinha pra mim

- Ei, vê se faz uma pra você que essa é minha – Quem dera, eu já tentei, fecho o sorriso na hora mas ele nem percebe.

Dez minutos depois a Jú está dormindo no meu colo praticamente febre e um certo Aramis aparece desesperado no quarto

- Como ela está?

- Aramis, pelo amor de Deus, a febre já baixou, sossega esse coração pq não quero cuidar de infartado hoje

- Obrigado por cuidar dela – ele está mais aliviado, seus ombros relaxam – eu não sei o que faria sem ela, entro em desespero só de pensar, ela é tudo o que eu tenho, ainda mais depois de ter perdido a Lívia

- Você devia amar muito aquela mulher né?

- Ela era a minha melhor amiga e confidente, agora me sinto sozinho – diz triste enquanto se senta ao meu lado fazendo carinho na Júlia

- Do jeito que você fala nem parece que era a sua mulher, mas apenas uma amiga, é estranho – ele me olha enviesado – desculpe, não deveria ter falado isso

- Tudo bem, mas o que você disse é verdade

- Como assim?

- Nós só fomos casados no papel, ela queria ser mãe, eu quis ser pai, nossas famílias nos pressionavam então fizemos um acordo

- Não estou entendendo nada

- É simples, ela era lésbica e eu gay, com famílias tradicionais no pé, fizemos um acordo, seriamos pais por inseminação artificial e marido e mulher de aparência, mas a única vez que beijei a boca daquela mulher foi no dia do casamento

- Eu não posso acreditar, como vocês esconderam isso?

- Essa é simples, quando estávamos querendo ficar com alguém combinávamos e para todos seria um jantar de casais, o que não deixava de ser verdade, aí íamos todos pra casa e cada um tinha seu quarto.

- Vocês enganaram a todos direitinho

- Pois é, fizemos isso até essa lindinha aqui vir ao mundo, aí tivemos que maneirar, depois veio a doença e agora estou sozinho com ela no mundo.

- E seus pais?

- Rompi com eles quando resolvi me assumir gay, a família da Lívia me culpa pela morte dela e como moram longe me deixam em paz

- Que triste, mas se quiser estou aqui...

- Obrigado

- Papai?

- Oi minha linda, como se sente?

- Estou melhor, o tio Lucas me deu um remedinho e ficou contando historinhas pra eu dormir e ficar boa

- Que bom, você está toda suada, quer ir tomar um banho?

- Quero sim, me ajuda?

- Claro, vamos pricesa

- Só vou pegar suas coisas e já vamos

- Tudo bem

- Deixa que eu levo ela pro banheiro enquanto isso – Lucas se oferece

- Oba, posso ir de cavalinho tio?

- Outra hora princesa, agora vou te carregar como os príncipes carregam suas princesas – e a pega no colo com todo cuidado

- É assim que eles fazem?

- Pelo menos nos filmes sim princesinha

- Então você é meu príncipe?

- Hoje posso ser o que você quiser

- Ebaa!!

Lucas a leva para o banheiro e vai enchendo a banheira enquanto Aramis separa as roupas para Júlia, assim que tem tudo pronto deixa os dois no banheiro e vai trocar a roupa de cama que ficou toda suada por causa da febre

- Aramis, vou lá fora, depois agente se vê

- Beleza, obrigado

Lucas começa a caminhar pela chácara pensando em tudo o que Aramis passou e como ele deve se sentir sozinho, "será que se eu me assumir pra ele vai me dar problemas? Afinal ninguém do trabalho sabe, mas também não sabem sobre ele, podemos guardar esse segredo um do outro, é isso, vou me abrir para ele em troca de tudo o que me contou"

- Lucas? – Aramis estava em seu encalço

- Ah, oi, cadê a princesinha?

- A Manu tá com ela, queria conversar com você pode ser?

- Eu também quero, mas fala primeiro

- Eu não sei pq te contei aquelas coisas, deve ser pelo cuidado que teve pela minha filha durante meu desespero e ter visto sua aceitação, mas como deve imaginar ninguém do trabalho sabe, então por favor quero que continue assim

- Eu também

- Não entendi

- Aramis, eu sou gay, te entendo mais do que possa imaginar, cuidei de sua filha como se fosse minha pois sempre tive esse sonho, mas que pra mim é impossível, além de gay sou praticamente estéril, já tentei ter meus filhos, mas jamais conseguirei. – Aramis estava em choque

- Peraí, você é gay?

- Sou, apenas sou extremamente discreto, mas minha família graças a Deus me aceita e como não tenho filhos me contento com meus sobrinhos mesmo

- Fico triste por você, ser pai é a melhor coisa que já me aconteceu

- Imagino, mas quem sabe um dia eu consiga um nem que seja apenas no coração

- Faça isso, tente adotar

- Eu já dei entrada na papelada, mas quando digo que sou gay e solteiro vou pro fim da fila em qualquer opção, ninguém vê que posso ser um bom pai, e enquanto isso vou levando...

Quando Aramis olhou em direção a casa viu que estavam muito afastados e que ninguém mais os podiam ver pegou Lucas pela mão

- Lucas, eu nunca imaginei que diria isso, mas se esse é seu sonho vou ajudá-lo, você é uma pessoa maravilhosa, será um pai centrado e não desesperado como eu, a minha Júlia precisa de mais alguém além de mim na sua vida e se quiser participar da vida dela como um tio ou qualquer outro nome eu ficaria muito feliz e acho que ela também, além disso tenho um grande amigo que é juiz, quem sabe ele não o ajuda a adotar também?

Lucas ficou o olhando surpreso, e de tanta felicidade começou a beijar a boca de Aramis que era muito mais baixo que ele, tinha uma barba cheia, cabelos lisos e compridos e os olhos mais doces que ele já havia visto, após o susto ele correspondeu e ambos sentiram que a partir daquele dia muita coisa iria mudar entre eles.


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