01) Emboscada na floresta
O C.C.D. foi um destino que só nos deu dor de cabeça, o doutor estava cansado de tentar entender o vírus, ele acreditava que o mundo agora era do mortos e não restara mais nada para nós, por sorte, conseguimos sair a tempo de ver o prédio explodir, eu consegui convencer Andrea de que ficar lá para morrer não era o certo, que ela poderia fazer algo melhor e escolher viver e lutar por uma nova vida.
Agora, Rick nos levara até Atlanta novamente, para buscar suprimentos e gasolina e nosso destino já estava definido, um lugar chamado Fort Benning onde ele acreditava ser seguro e eu acreditava nele, era isso que importava, a estrada era longa e eu apenas observava cada cenário diferente pela janela, as vezes Carl me cutucava entediado e começava a me irritar, ou pegava num sono, o que trazia paz para Lori.
— Estou pensando na nossa viajem ao Grand Canyon com Carl.
Ainda de olhos na estrada ouvi Rick rir do que Lori dissera, nunca estive neste lugar, ou em qualquer outro que estava nos planos de férias da minha outra família, vi ele olhar pelo espelho retrovisor percebendo que estava de olhos na estrada, na verdade meus olhos tentavam ver minhas lembranças,
— Vamos? Todos nós. Você, eu, Carl e Triny.
— Claro! Vamos todos! — Lori disse e sorriu.
Puxei um sorriso e olhei para o retrovisor, Rick sorriu vitorioso, ele conseguira me tirar de apenas lembranças para talvez férias reais,
— Eu quero ir, podemos ir com vocês? — Sophia perguntou.
— Claro, claro que sim! — Rick respondeu.
Carl e eu começamos a irritar um ao outro novamente, ele puxava o cadarço do meu sapato e eu o empurrava.
— Crianças. — Carol sussurrou.
Carl sorriu e eu o empurrei novamente também rindo, de repente o carro freou devagar e nós espiamos pela janela.
— O que foi pai? — Carl perguntou e não recebeu uma resposta, Rick estava concentrado demais.
— Acho que os carros estão bloqueando a passagem — respondi por ele.
Saímos do carro e Dale avisou que a mangueira do trailer havia estragado novamente, todos se dividiram para procurar suprimentos nos carros, quando Lori percebeu que estava me distanciando certificou de avisar.
— Crianças! Não vão muito longe! Fiquem aonde possamos ver! — avisou.
Carl veio atrás de mim, ele se sentia mais seguro com alguém da sua idade que sabia usar uma arma em caso de correr perigo.
— Ei! Espera! O que está fazendo?
Abri o carro pronta para atirar no que estivesse dentro e quando percebi que não havia ninguém virei-me para Carl.
— Vasculhando, como Rick pediu — me estiquei para dentro do carro para ver se encontrava algo no banco de trás — e você?
— Eu o que?
— Porque está me seguindo? — perguntei.
— Não estou.
— Admita. Se sente mais seguro comigo. — disse, cruzei os braços e sorri esperando por uma resposta.
— Não é verdade.
— Crianças! Para baixo dos carros! Agora! — Rick sussurrou chamando nossa atenção.
Carl se enfiou no carro em que estava vasculhando e me escondi debaixo do carro da frente, uma horda de mortos se aproximava e seus grunhidos me paralisaram, coloquei as mãos sob a boca tentando impedir que minha respiração chamasse atenção deles, Sophia não estava muito longe, mas estava sozinha como eu e Carl.
Os mortos seguiram passando calmamente por nós, quando senti que finalmente estavam longe esperei pelo sinal de Rick para sair, avistei Sophia levantando-se de onde estava, neguei com a cabeça.
— Sophia! Não! — sussurrei quase gritando, Rick chamou minha atenção e fez sinal para mim continuar em silêncio.
Dois mortos saíram de trás de onde eu estava e pude ver seus pés seguirem Sophia, ela saiu da estrada e correu para a floresta assustada, Rick saiu de onde estava e correu atrás dela.
Saímos de baixo dos carros e Lori foi ajudar Carol a manter-se firme, ela estava apavorada, olhei para a floresta, para a direção onde Rick fora esperando que voltasse logo com minha amiga.
— E-ela é só uma garotinha. — Carol dizia.
— Nós vamos encontrá-la. — disse e estiquei os lábios chateada.
— Nós vamos. — Carol respondeu esperançosa.
Avistei Carl vindo em nossa direção com uma bolsa grande, fui até ele.
— O que é isso?
— É um arsenal, tem machado e facões esse tipo de coisa... mas temos que levar para o Dale.
— Você encontrou?
— Eu e Shane.
— Belo achado — disse impressionada e ele sorriu orgulhoso.
Deixamos o "arsenal" no trailer com Dale e nos sentamos nos degraus, o céu já começara a ficar escuro, Rick e Daryl voltaram depois de muito tempo mas sem Sophia, Carol gritou apavorada e começou a chorar. Senti meu peito doer por minha amiga desaparecida.
🔫
Já fazia um dia desde que Sophia desapareceu, o que significa que ela havia passado a noite na floresta sozinha, não ficaria preocupada se fosse eu invés dela, sei me virar sozinha, mas Sophia nem sabia se proteger dos mortos e estava desarmada, mal consegui dormir pensando nisso, passamos a noite no meio da estrada, pela manhã bem cedo Rick distribuiu armas para todos que não tinham e pediu para Dale cuidar de nós.
— Eu quero ir com você! Cobrimos mais lugar se eu ir também! — Carl pediu.
— Eu também quero, sei me virar sozinha! — pedi ao lado dele.
Rick e Lori trocaram olhares, ela desaprova a ideia com certeza, mas estaríamos seguros com os outros também procurando.
— Mas sem armas, elas atraem ainda mais os mortos.
Concordei e entreguei minha pistola, Dale ficou na estrada cuidando do trailer e o resto de nós entrou na floresta chamando por ela, estava com meu canivete em uma das mãos em alerta, de repente um som de sinos chamou minha atenção e a de todos os outros, poderia ser Sophia mas não era certo, atrairia muitos mortos, seguimos os sons até uma igreja, quando entramos havia apenas alguns mortos e os sinos tocavam automaticamente a cada horário, ficamos lá mesmo descansando por alguns minutos e depois Rick decidiu que devíamos voltar para a estrada, ele e Shane continuariam a procura.
— Isso não é certo. Devíamos procurar todos juntos — sugeri.
— Eu vou com vocês! Sophia é minha amiga! — Carl disse.
— Se o Carl for eu também vou.
Sabiam que não íamos concordar em voltar tão facilmente, afinal queríamos procurar nossa amiga, Rick e Shane concordaram e entramos na floresta caminhando por um longo tempo, Rick ouviu algo e nos mandou, por um segundo esqueci como respirar e mantive-me em silêncio, era um cervo, seu tamanho me assustava mas ele estava tão calmo sobre os raios de luz que entravam por entre os galhos das árvores.
Carl tentou chegar perto concentrado, sorri prestes a vê-lo tocar o cervo quando um estouro ensurdecedor assustou todos, um tiro destinado ao cervo atravessou-o acertando Carl em cheio.
— Carl! — gritei vendo-o desmaiado no chão com sangue em sua roupa Rick correu na direção do filho — Carl! Levanta!
Comecei a gritar assustada, Shane segurou-me para que não tocasse no garoto, senti um arder em meus olhos e forcei as lágrimas a saírem enquanto Shane me envolvia em seus braços olhando em volta, procurando de onde diabos viera o tiro que o aceitou.
— Carl!
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