08) Caos em Atlanta
Rick parou o carro quando percebeu que mossa gasolina havia acabado, ele tirou uma foto de dentro do porta-luvas e encarou-a esperançoso.
— Esses são eles? — perguntei — Carl e Lori?
— São. São eles. — ele assentiu e mostrou-me a foto.
Pareciam uma família feliz, Lori era quase ruiva e Rick tinha seus cabelos loiros e olhos verdes, já Carl tinha traços diferentes, seus cabelos eram escuros e os olhos azuis como o mar.
— Ela é linda. — me referi a Lori.
— Sim, ela é... — Ele concordou e guardou a foto no bolso da camiseta — Tudo bem para você caminharmos um pouquinho?
Sorri pensando no quanto caminhei por tanto tempo antes de encontrá-lo, ele se preocupava no quanto eu teria que caminhar agora, preocupava-se comigo.
— Sim, tudo bem. — concordei.
Caminhamos pela estrada até encontrar uma casa abandonada, Rick não esperou para chamar por alguém.
— Olá! Alguém em casa?! — gritou fazendo-me ficar em alerta — Espere aqui, eu vou ver se encontro gasolina.
fiz exatamente o que ele pedira, mesmo sendo perigoso Rick já havia gritado, se houvesse qualquer sinal de morto já teria se manifestado, Rick era a definição de atenção, ele batia na porta esperando por uma resposta como se alguém fosse realmente abri-la para um estranho, tirei a pistola do coldre e decidi segui-lo devagar, Rick olhou pelas janelas até que avistou algo, ou alguém.
— Não... não precisa ver, pedi esperar lá, agora vai. — disse preocupado.
— Estão mortos... não estão? — perguntei.
— É, estão. — ele respondeu decepcionado.
Nos sentamos em um banco atrás da casa, ao ar livre, Rick precisava respirar um pouco, até que ele avistou um carro as chances eram muito pequenas de encontrar o que queríamos, até que vimos um cavalo, Rick foi até ele com uma corda em mãos, ele estava assustado mas Rick conseguiu acalma-lo e prende-lo. Lembro-me das aulas de hípica que tive aos 10 anos, mas com pôneis, ele era duas vezes mais alto, Rick tentava dialogar com o cavalo sobre a cidade como se realmente fosse entender, me fez sorrir. Ele me ajudou a montar e ambos decidimos ficar com ele agora.
— Vamos dar um nome para ele? — perguntei.
— Claro, você pode escolher. — ele disse e sorriu.
— O nome dele pode ser... hum... caramelo.
O animal fez um som estranho como se tivesse entendido, o acariciei.
— Gosta do seu novo nome Caramelo? — o nome era como sua cor, apesar de ser um pouco mais escura.
Rick fez com que ele corresse, segurei-me forte para não cair e seguimos para a cidade, mais algumas horas e havíamos chegado em Atlanta, estava deserta, me despertava medo, haviam muitos carros mas ninguém, para onde todas as pessoas haviam ido? Olhei em volta em alerta.
Cavalgamos mais algumas horas, até que Caramelo começou a ficar assustado, como se soubesse de algo, ele sentiu os mortos se aproximarem.
— Calma, são poucos... nada que a gente não dê conta. — Rick avisou.
Passamos por um tanque de guerra, algo que nunca havia imaginaria ver, era enorme e podia fazer um estrago, ver de tão perto era incrível, de repente ouvimos um som estranho, vinha do céu, uma hélice.
— Helicóptero? — perguntei.
— Pode ser. É. — Rick disse esperançoso.
Ele então apressou o cavalo para virar a esquina aonde quase nos jogamos para a morte, mais mortos do que podíamos contar, de repente todos os carros, todas as pessoas, agora fazia sentido, estavam todos mortos.
— Rick! — gritei.
Num instante ele fez caramelo recuar, estávamos todos com medo, segurei-me forte nele para que os mortos não me puxassem, assim que nos viram eles começaram a se mover rapidamente ansiosos por carne, vinham logo atrás de nós, contornaram o tanque em segundos nos cercando comecei a gritar, não queria morrer ali e muito menos daquela forma, senti meu rosto queimar e as lágrimas escorrer deixando meu rosto molhado, os mortos conseguiram derrubar nosso cavalo fazendo-me cair no chão junto com Rick.
Num segundo subi no cima do tanque de guerra e vi Rick indo para baixo dele antes dos mortos tomarem conta de minha visão, haviam muitos, talvez milhares os vi abrir a barriga de caramelo com as mãos e mastigar suas tripas a sangue frio, como verdadeiros carniceiros, minhas mãos voltaram a tremer nunca havia visto devorarem desta forma, ansiosos por sangue como monstros, ele ainda conseguia sentir e ver, gritava alto e desesperado.
— Rick?! O-onde você está?! — gritei procurando-o — E-eu estou presa! Estou aqui em cima!
Ele estava lá embaixo e ainda vivo, sabia disso, os mortos tentavam me puxar pelo pé enquanto vários outros entravam para baixo do tanque para pegar Rick, ele puxou a arma do coldre e começou a atirar neles, fiz o mesmo, de alguma forma Rick conseguiu entrar no tanque por uma abertura debaixo do tanque, quando percebi que alguns mortos estavam escalando comecei a atirar neles, de repente Rick saiu da abertura de cima do tanque e puxou-me.
— Vem! Por aqui! — gritou.
Ele me ajudou a entrar no tanque e fechou a abertura, veio até mim e procurou por algum ferimento.
— Você está bem? — perguntou.
Assenti, ele me abraçou e depois nos sentamos para recuperar o fôlego, sei que Rick já estava pensando em uma forma de nos tirar do tanque mas eu ainda tentava tirar as imagens de Caramelo sendo mastigado ainda vivo pelos mortos de minha cabeça.
— Ei xerife, você e a garotinha chorona estão bem aí dentro? — a voz veio do rádio no cinto de Rick.
Encarei espaçosa, Rick me olhou como se perguntasse: ouviu o mesmo que eu? Não estou alucinando?
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top