53. NÃO MEXA NO QUE ESTÁ QUIETO
É difícil encontrar um horário em que todos possam se reunir para a prova das roupas do casamento, o que nos leva a ter que ir para o ateliê da famosa madame Katrina por volta das onze horas da noite, em plena quarta-feira.
"Eu juro que não entendo porque precisávamos vir todos no mesmo horário, se era muito mais fácil e prático cada um vir quando pudesse", Timotheo faz questão de explanar a sua opinião sobre a nossa reunião quando entramos na sala designada para os homens.
O mais difícil sobre ouvir o que ele diz é ter que admitir para mim mesmo que o príncipe rabugento tem razão. Seria muito mais fácil se fosse assim, mas isso também significaria ter que continuar adiando a conversa que estou há dias querendo ter com ele, o que eu não conseguiria suportar. Por isso, armado com a minha melhor cara de pau, apenas digo:
"Eu vou casar na próxima semana. É errado querer compartilhar cada momento da preparação para isso com os meus amigos?".
Sendo o menos sentimental de nós, a reação que consigo de Theo é um revirar de olhos, mas ele não acrescenta mais nada. Meu amigo apenas caminha até o sofá branco e arredondado no centro da sala, e eu o acompanho quando Aiden surge, seguido de Tobias e da própria madame Katrina e um séquito de funcionárias carregando os nossos trajes de casamento dentro de capas pretas.
"Bem, altezas, deixarei os quatro à vontade para que possam experimentar os seus trajes. Na sala os senhores têm champanhe e alguns petiscos, como podem ver", ela indica a mesa de centro entre os sofás, que está repleta de canapés, macarons, bolinhos com recheio de feijão doce, petit four, Blini e outros petiscos cujos nomes não faço a menor ideia. "Mas, se precisarem de qualquer coisa a mais, não hesitem em usar o telefone para pedir", agora, madame Katrina indica um modelo antigo e charmoso de telefone em um aparador próximo à uma sala adjacente, que suponho ser o provador.
"Obrigado, madame Katrina. Como sempre, a senhora é muito adorável e acolhedora conosco", sendo sempre um grande galanteador, mesmo que comprometido, Tobias beija a mão da senhora e nós a assistimos corar até o último fio de cabelo acaju.
"Ora, não seja tão gentil comigo, Lorde Tobias. Isto é apenas parte do meu trabalho. Sua alteza sabe o quanto sou grata por sempre escolherem o meu ateliê para seus eventos, e faço questão de demonstrar isso para os meus melhores clientes".
Tenho que morder o lábio para não rir da cena, o que é uma tarefa difícil e me faz sentir alívio quando a senhora se retira junto de suas damas, depois de elas colocarem os trajes no provador.
"A Elisabeth sabe que você fica bajulando a madame Katrina?" Pergunto para Tobias em tom de piada, que apenas dá de ombros.
"A princesa sabe que, por mais charmosa que a peruca acaju da madame seja, ela é a única que possui o meu coração, obrigado".
Sua declaração faz Timotheo grunhir, e arranca uma risada minha e de Aiden.
"Já faz dois anos. Você nunca vai se acostumar com o namoro deles?".
A resposta de Timotheo para Aiden é um olhar bastante fatal.
"Experimenta ter que ouvir o seu amigo falando sobre a sua irmã de forma tão... Pessoal".
Apostando tudo sem garantia de nada, deixo escapar:
"Que eu me lembre, você já foi assim com a Cassie no passado, e eu não tinha todo esse ciúme. Não sabia que o príncipe herdeiro era ciumento".
A resposta de Theo para mim é ficar levemente corado pela surpresa do comentário, mas logo ele disfarça ao ficar de pé em um rompante.
"Vamos acabar logo com isso. Eu irei experimentar a minha roupa primeiro".
Assisto Timotheo seguir até a sala adjacente e se fechar lá. Depois me volto para Aiden e Tobias, sentados na outra ponta do sofá e se servindo com o champanhe.
"Citar a Cassiopeia sempre é tiro e queda para fazê-lo ficar na defensiva de alguma forma", Tobias comenta, mordendo um canapé. "Adoraria ter sido a mosquinha que provavelmente testemunhou o que aconteceu entre eles. Os dois eram unha e carne e então... Do nada era Cassie e Kyle, e Theo sozinho".
"Acho que, nesse caso, a ignorância talvez seja uma benção", eu respondo, pensando no quanto anda me angustiado a busca por uma solução para esses dois. A verdade é que eu nem sei por onde começar e mal consigo pensar em nada, mas o que sei é que não me agrada nem um pouco a possibilidade de Cassie sofrer ainda mais por causa da nossa família.
"Está falando isso porque sabe de alguma coisa?" Aiden questiona, olhando-me como se estivesse me interrogando.
Banco o sonso outra vez, sentindo que isso já está se tornando a minha especialidade:
"Estou falando isso porque já tenho problemas demais com os quais lidar", pego um macaron de cor azul e o mordo, a fim de dar o assunto por encerrado.
De certa forma, funciona.
"Se você diz...", Tobias dá de ombros e, em seguida, muda de assunto.
Ele e Aiden começam a conversar sobre David e o quanto o Durkheim mais velho anda distante de todo mundo por causa do trabalho e de seus deveres como o provável herdeiro do Condado Minerva.
"Ele só aparece por poucos minutos em nossos encontros, e depois vai embora e volta a trabalhar", diz Tobias. "Meu irmão sempre foi introvertido e propenso a seguir uma rotina rígida, mas, depois do divórcio dos nossos pais, isso se tornou um pouco demais. Antes ele até saía para se divertir e encontrava algumas garotas, mas agora a única garota com quem ele se encontra é a Antonella, para tomar café".
"E o que te faz pensar que não há nada demais acontecendo entre ele e a Antonella? Vai ver, o café é só uma desculpa", eu digo, lembrando-me de Niklaus e Violet no labirinto. A essa altura, eu não duvidaria de que eles não são os únicos que escondem um romance por receio de serem confrontados pelos mais velhos de nosso meio.
Tobias franze as sobrancelhas e faz uma careta, como se a ideia dos dois juntos fosse ruim.
"Coitado do meu irmão, a Antonella é tão chatinha e cabeça de vento".
"Eu acho ela legal", Aiden dá de ombros,
"E vocês ao menos já conversaram, para sua opinião ser essa?" Tobias rebate. "Nunca vi vocês dois juntos".
"Conversamos uma vez, mas foi suficiente para que eu formasse uma opinião imparcial", Aiden responde. "Sei que só pensa dessa forma sobre a ideia porque a Antonella implica com você sobre a Elisabeth".
Tobias bufa diante da provocação.
"Não gosto da ideia porque sou um ótimo irmão. Sei muito bem que a Antonella não combina com o David. Ele precisa de alguém que o faça sair da rotina e vire o seu mundo de cabeça para baixo, e não de alguém que o leve para tomar café".
"Não bastaria ser só alguém que o seu irmão goste?" Retruco.
Mas Tobias não tem tempo de responder, porque é quando Timotheo sai do provador.
"Está sob medida", ele diz, embora não esteja usando o traje do casamento. Ele deve ter apenas colocado rapidamente e depois retirado. "Acho que já posso ir agora, não é?".
Nem pensar!
"Na verdade, eu gostaria de falar com você sobre outra coisa, antes de ir", decido que não posso mais adiar o verdadeiro motivo para isso tudo.
"Sobre o que é?".
Olho para Tobias e Aiden de rabo de olho, os quais rapidamente entendem o que quero dizer.
"Ah, você está de segredinho com o Theo agora", acusa o Durkheim, afunilando os olhos.
"Tudo bem, já entendemos o recado", Aiden vira sua taça de champanhe na boca e se põe de pé em seguida. "Vamos, Tobias. Esses dois já não se importam mais conosco, embora sempre nos procurem quando estão com problemas".
"É, os de verdade eu sei quem são", o dramático diz antes de acompanhar o outro, embora eu saiba que só estão nos provocando.
Por isso, quando eles saem da sala para nos dar privacidade, eu rapidamente me volto para Theo.
"Aconteceu alguma coisa?" Ele me pergunta. "Você sabe que o Tobias e o Aiden vão querer saber depois, então...".
"Não acho que você gostaria que eu perguntasse na frente deles o que tenho para perguntar".
Meu tom de voz soa um tanto sério e parece deixar Timotheo em alerta. Ele me olha com um misto de curiosidade e confusão.
"É algo sobre o meu tio?" Não o julgo por pensar nisso, considerando que é o nosso maior segredo em comum.
No entanto, eu balanço a cabeça em negação.
"Não, não é sobre o Elio dessa vez. É sobre você e a Cassie".
É claro que desperto outra vez a carranca de desagrado do príncipe.
"Isso de novo?" Ele rebate. "Quantas vezes mais terei que dizer que, se quiser saber sobre algo, você deve perguntar para a sua irmã e não para...".
"Mas eu já sei", corto-o, notando Timotheo perder a fala e a cor.
"Você sabe o quê?" Ele pergunta, tendo sido pego completamente desprevenido.
"Eu sei que vocês tiveram um romance. A Cassie me contou", completamente contra a vontade, mas isso não é um detalhe que me ajudará a descobrir o que quero.
Timotheo parece perdido, como se, de repente, ele tivesse sido puxado para uma realidade alternativa.
"Por que ela faria isso?".
Dou de ombros, tornando-me a pessoa mais sonsa do país durante um momento.
"Talvez ela esteja cansada do modo como se tratam", minto, mas digo a mim mesmo que é pelo bem da minha irmã. "Por que vocês terminaram? Foi por ela ser Maximoff e Feng?".
"Por que está supondo que fui eu quem terminei? Ela não te falou essa parte?".
"Então você confirma mesmo que houve algo", pego-o no pulo, o que Theo parece perceber.
"Ela não te falou nada!" Ele acusa, de repente irritado. "Por que quer tanto saber sobre esse assunto?".
"Porque eu acho que ela ainda tem sentimentos por você e gostaria de saber se você também sente algo por ela", vou direto ao ponto, porque sei que a paciência de Theo é curta em se tratando de joguinhos. E ele já está irritado por eu tê-lo pego com perguntas soltas.
A resposta imediata do príncipe para mim é um olhar sério, mas que é quebrado por um sorriso repleto de escárnio.
"É claro que nunca falou sobre isso com a sua irmã. Se tivesse falado, saberia que não poderia estar mais fora da realidade", a frieza na sua voz surge como uma arma de defesa, e isso me deixa em alerta.
"Por que diz isso? Pelas implicâncias da Cassie?".
"Não", Theo diz. "Porque ela me falou há dois anos, com todas as letras, que não sente absolutamente nada por mim. Então, seja lá o que está pretendendo com essa conversa, apenas pare. Estou cansado desse assunto, Caellum".
"Mas e você?" Eu insisto. "Não sente nada? Vai deixar que ela vá embora e que tudo fique por isso mesmo?".
"E o que é que você quer que eu faça?" Timotheo rebate, cansado. Seu maxilar está rígido, o que prova o quanto isso tudo o tira dos eixos. "São decisões dela e nós não temos mais nada um com o outro. Se desistir da realeza e ir embora é o que a Cassiopeia quer, eu não tenho nada a ver com isso. Já se foram sete anos, Caellum. Não vou passar a vida inteira preso a um passado e a alguém que me despreza. Para mim, é melhor que ela vá, então apenas pare de trazer esse assunto à tona de novo. É desgastante e tenho mais com o que me preocupar".
Todo o seu discurso demonstra um rancor e uma mágoa que são inesperados e me fazem saber que, não importa quais sejam as minhas boas intenções, a situação dos dois se tornou mais complicada do que eu posso resolver. Enquanto Cassie nunca vai ceder com a ameaça velada do nosso avô, Theo nunca vai ceder porque parece mais convicto sobre os sentimentos dela do que os dele próprio.
"É melhor que eu vá embora", o príncipe continua diante do meu silêncio. "Não preciso pedir para que esqueça de tudo isso, preciso? É meu amigo, Caellum, mas detesto quando me colocam contra a parede e não irei tolerar que volte a fazer isso e que se meta na minha vida dessa forma. Não quero nunca mais ter que falar sobre Cassiopeia com você".
Fico em silêncio, mas ele parece interpretar isso como uma resposta positiva a sua ameaça e passa por mim para sair da sala, deixando-me sozinho, mas com a mente repleta de boas intenções que não vejo como colocar em prática. Talvez, por mais que eu queira, para os dois o melhor seja isso mesmo. Talvez eles não tenham conserto.
Mal Timotheo me deixa sozinho e a porta da sala volta a abrir para que os dois fofoqueiros entrem.
"Seja lá o que conversaram, o Theo pareceu estar puto quando passou pela gente, e ele sempre parece puto, o que significa que você o irritou para além do...", Aiden para de falar quando percebe a minha expressão derrotada. "Você falou da mãe dele ou algo assim?".
"Da Cassiopeia, na verdade".
"Está explicado!" Tobias nota. "Você viu como ele ficou irritado antes, então por que insistiu nesse assunto de novo?".
"Não importa mais", fujo da sua pergunta, porque sei que os dois não precisam que mais pessoas saibam do desastre do qual fazem parte. Ainda mais Tobias, que é a Amy Stone da Corte Real, por mais que negue. "Eu vou experimentar a minha roupa. Fiquem à vontade".
Lizzie consegue ajustar o vestido ao meu novo corpo e, dessa vez, quando o experimento, não penso sobre as minhas inseguranças e apenas contemplo cada detalhe da mais linda peça que eu já vesti em toda minha vida.
"Mal vejo a hora de usá-lo", acaricio o tecido do corpete até a saia, sorrindo para o meu reflexo ao pensar em como Caellum ficará quando me vir.
"Tudo certo, Mimi?" Aeryn me pergunta do lado de fora do provador, onde ela está esperando para me ver junto de Elisabeth, Amelia, Yan An e Cassiopeia.
Por mais desconfortável que tenha sido quando a avó de Cal surgiu aqui com as netas, querendo participar do momento, tentei ao máximo agir com cordialidade e aqui estamos. Ainda desconfortável? Com certeza. Mas ao menos ela também está se esforçando a ser amigável desde que os gêmeos nasceram e meu noivo a convidou para ser sua madrinha.
"Estou saindo!" Respondo.
Dou uma última olhada no meu reflexo e, quando me dou por satisfeita, saio do cortinado e assisto as mulheres expressarem variadas reações: Aeryn sorri, Elisabeth transborda orgulho, Amelia e Yan An transmitem satisfação e mesmo a apática Cassie tem um olhar de quem ficou impressionada.
"Está linda, Mimi!" Aeryn exclama, olhando-me com atenção especial para ter certeza de que acho o mesmo, já que, diferente das outras, ela sabe que me senti desconfortável na última vez.
"Sim, eu amei", deixo claro, e busco Elisabeth para expressar a minha gratidão. "Está perfeito depois dos ajustes. Como sabia exatamente o que me agradaria?".
Lizzie fracassa em tentar parecer modesta ao dar de ombros. Ela claramente está satisfeita com a minha nova reação à peça.
"Foi só um chute", ela diz. "Acho que ninguém resistiria a um vestido inspirado no século XIX, com detalhes transparentes e algumas pedrinhas de diamantes".
"Desculpe, pedrinhas de quê?".
"Diamantes", Elisabeth repete como se não fosse nada demais. "Primeiro eu usei cristais, mas aí pensei que seria um vexame se descobrissem, então troquei por pedrinhas de diamantes", ela deve notar a minha cara de pânico com a informação, porque diz: "Ah, não se preocupe. Eu só precisei me desfazer de um colar pavoroso e então...".
"Esse vestido deve valer uma fortuna, Elisabeth!".
"É, eu chutaria uns quinhentos mil dólares. Talvez mais de um milhão, se pertencesse a uma grife de renome, mas isso não vem ao caso. Sou a sua madrinha e é meu presente, então não faça essa cara".
Ai meus Ancestrais. Como eu vou viver daqui pra frente pensando o tempo todo que tenho um vestido que custa quinhentos mil dólares e só o usarei uma vez? Isso é mais do que exagerado, isso é...
"Certamente, um vestido como esse merece jóias à altura", Yan An me tira de meus pensamentos, deixando-me ainda mais atônita.
"Agradeço, mas...".
"Será o meu presente. Por favor, não recuse", pelo amor dos Ancestrais, isso é... "Amelia cuidará disso. Será uma noiva impecável e digna do sobrenome Feng, Miranda".
Claro que o seu presente é muito mais sobre ela e sua família do que sobre mim. Por um lado, isso é ofensivo, mas por outro eu sou obrigada a ceder de que, pelo menos, ela desistiu de ir contra o casamento e está mais acolhedora do que os Maximoff.
"Está bem", cedo. "Vou tirar o vestido agora".
Volto para dentro do cortinado antes que alguém me ofereça um buquê com flores exóticas que custam o valor de uma casa e retiro o vestido com o máximo de cuidado, voltando a usar minhas roupas de costume.
Quando volto para a sala em que as outras estão, junto-me à Amelia enquanto as madrinhas seguem para fazer suas provas de roupa uma por uma.
A cor dos vestidos delas é vermelho, que é a cor representativa da casa Maximoff. Pela tradição, por mais careta que ela seja, todo casamento com membros das famílias do Grande Conselho carrega, além do branco, a cor referente à casa. Essa tradição só é expandida quando um membro de uma casa se casa com o membro de outra, o que significa uma cor a mais na decoração. Foi por isso que Elisabeth insistiu tanto no tal branco pérola.
"Acho que vai precisar de alguns ajustes de novo...", Cassiopeia, que é a última a sair do provador, sai segurando um pouco do tecido de seu modelo justo de ombro único.
"Pelos Ancestrais, você tem que parar de emagrecer!" Elisabeth se exalta ao notar o tecido sobrando na cintura. "Eu já tinha ajustado ele há duas semanas e estava perfeito. Você não está fazendo nenhuma dieta maluca, está?".
"Pode apostar que não", Cassiopeia responde, contrariada.
Ela só deve estar pirando com os últimos acontecimentos e, se for minimamente semelhante à quando pirou sobre o segredo da Katherine, é um mistério como Cassie ainda se mantém de pé. Não deve estar se alimentando direito.
"A Cassie não está nada bem", escuto Amelia murmurar para a avó. "Até quando a senhora e o vovô vão continuar a ignorando?".
"Até que ela retome o juízo", Yan An responde, nem um pouco sensibilizada. O que só prova o quanto os Maximoff e os Feng são, no fundo, farinha do mesmo saco.
Em silêncio, assisto Elisabeth fazer marcações com alfinetes no vestido e depois Cassie entra outra vez no provador para se trocar. Quando ela sai, agora com suas roupas normais, penso em me aproximar para conversar, mas é bem quando algumas batidas soam na porta.
"Pode entrar", Elisabeth diz.
A porta é aberta e uma das funcionárias do ateliê de madame Katrina coloca a cabeça para dentro e nos olha com certo nervosismo.
"Desculpe a interrupção, alteza, mas um tal de Sr. Hastings me pediu para avisar à Lady Maximoff de que ele está aqui".
Senhor Hastings? O chefe do Caellum? Eu e as outras olhamos para Cassiopeia com curiosidade sobre isso, mas ela não nos dá atenção.
"Avise que eu já estou indo".
"Ao menos você não é um desgosto em tudo", Yan An comenta após a funcionária se retirar, ácida.
Cassiopeia escuta, mas continua não lhe dando atenção.
"Eu tenho que ir agora", ela fala diretamente para mim. "Se possível, avise ao Timotheo que estarei no palácio amanhã para o último ensaio e espero que ele tenha devorado a partitura".
"Com essas palavras?".
"Pode ser mais cruel. A música do seu casamento depende disso".
"Não vai mesmo nos falar quem é o tal Sr. Hastings e qual o motivo de estar saindo com ele?" Aeryn resolve jogar verde.
"Não é óbvio? É o tão falado Ryan, que a ajudou com o intercâmbio para a Alemanha", Elisabeth comenta.
"Um rapaz de grande apreço para nossa família", acrescenta Yan An.
Mas Cassiopeia não parece ter nem um pouco de paciência para essa conversa, pois apenas diz:
"Vou sair agora. Tenham uma boa noite".
Ela então segue até a porta e nos deixa para trás com um milhão de dúvidas nos rondando a respeito. Entre elas, a minha principal é: será que Cassiopeia está usando o tal Ryan como um pretexto para deixar Theo no passado, agora que Caellum sabe seu segredo?
Isso, com certeza, seria algo que Cassiopeia faria.
Olá, pessoas.
O capítulo saiu em um horário diferente, mas saiu... e peço desculpas por ter pisado nas possíveis esperanças sobre Cassiel. Era de se imaginar que eles não se resolveriam nesse livro, mas sei que é difícil deixar escancarado o quão difíceis serão as coisas para os dois.
Enfim, temos apenas, mais ou menos, mais cinco capítulos para SLGA acabar. Foi um looooongo caminho, mas estou 80% satisfeita com o resultado e empolgada com a ideia de poder finalizar mais uma história de ABT.
Até a próxima <3
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