50. A VOLTA DOS BAUMANN

"Acho que a última vez em que estive no palácio foi há quase dois anos, no aniversário do Kyle", reflito enquanto o carro passa pelos portões altamente vigiados do lugar, após nossas identidades terem sido conferidas pelos guardas da entrada. "Parece ainda mais vigiado depois da tragédia que aconteceu com a família Hendrick".

Caellum, que esteve em completo silêncio desde a nossa saída do Maximoff Plaza, volta a atenção para mim e assente com uma expressão distante:

"O protocolo de segurança dos Greenhunter se tornou ainda mais rígido, assim como o das outras famílias", ele balança a cabeça em negação, mas em seguida me lança um olhar carinhoso ao continuar, mudando de assunto: "Aliás, obrigado por ter vindo comigo essa noite. Sei que preferia mil vezes ficar em casa com os gêmeos a me acompanhar em um jantar no palácio".

Isso eu não posso negar. No entanto, compreendo que, a partir do momento em que nos casarmos, não me tornarei apenas a senhora Maximoff. A realeza espera mais de mim.

"Tudo bem, eu admito que estou curiosa para rever os Baumann", seguro a sua mão na tentativa de transmitir alguma tranquilidade. Afinal, embora eu não possa dizer que é só um jantar, posso dizer que é um jantar em que nós não somos o centro das atenções e ele não deveria estar tão nervoso quando sempre comparece a eventos assim. Mas acredito que a tensão de Caellum tem algo a ver com se tornar o novo favorito à duque, algo que eu sei que anda lhe perturbando, o que me deixa preocupada.

Sem fazer ideia do que ronda a minha mente, Caellum não fala nada e apenas volta a olhar pela janela conforme o motorista nos leva até a entrada do prédio principal do palácio, com sua escadaria esplendorosa. No topo dela, mesmo de longe, consigo notar alguns empregados realizando a primeira recepção aos convidados em um modus operandi já conhecido por mim, que, por ser próxima de Aeryn, já consegui estar no palácio algumas vezes como sua acompanhante.

"Preparado para a encenação?" Pergunto para Caellum, depois que o motorista para o carro e avisa que chegamos.

Agora que nós estamos aqui, fico me perguntando se vou me sentir diferente ao estar nesse lugar como futura esposa de um membro da realeza e não apenas a amiga sortuda da namorada de um dos príncipes.

O meu noivo parece bastante propenso a ir embora diante da minha pergunta, mas suspira e assente.

"Vamos".

Mostrando que não se trata de um evento qualquer, Katherine enviou um dos carros blindados da frota dos Maximoff para nos trazer, com motorista particular e tudo. Desse modo, assim que fazemos menção de sair ao retirarmos os cintos de segurança, o motorista se apressa em sair do carro para me ajudar a descer.

"Obrigada", sorrio para o senhor, o qual assente em uma mesura. O tipo de coisa que acredito que nunca irei me acostumar.

"Não há de quê, senhora", ele se afasta, determinando o distanciamento que, provavelmente, lhe é exigido.

Fora do veículo, busco por qualquer coisa amassada pelo meu vestido amarelo e arrumo detalhes que nem sequer estão desarrumados, apenas para não correr risco de parecer minimamente desleixada sob os olhos maldosos dos Maximoff. A verdade é que Caellum está nervoso, mas acredito que quem deveria estar assim diante de estar prestes a dividir a mesa de jantar com as seis famílias mais influentes do país, sou eu. Porém, tento não pensar muito nisso. Se pensar, tenho certeza de que ficarei mais propensa a cometer gafes.

"Tudo certo?" Caellum se coloca ao meu lado, oferecendo-me o braço como um perfeito cavalheiro.

Assinto, notando que o motorista já não está mais à vista com o carro e só nos resta subir a escadaria e entrar no palácio. Desse modo, entrelaço o meu braço no seu e respiro fundo.

"Vai acabar logo", não sei se quero convencer a ele ou a mim mesma ao dizer isso.

De qualquer forma, Caellum não responde e apenas subimos os degraus, conversamos rapidamente com os empregados responsáveis pela recepção – entre eles, a velha governanta Zhong – e depois entramos na majestosa construção.

A verdade é que, não importa quantas vezes eu venha aqui, sempre irei contemplar cada detalhe com a admiração de quem não tem tanto luxo assim em seu dia a dia. Apesar do Maximoff Plaza ser uma construção magnífica e exageradamente rica, nada é como o Palácio Avery. São dezenas de cômodos com paredes altas, antiguidades exibidas em pedestais, lustres de cristais, detalhes de ouro, quadros de antepassados e cortinas e tapetes pesados. O tipo de lugar em que sempre parece haver um cômodo novo a ser descoberto, o que me faz pensar se, por acaso, os membros da família Greenhunter conhecem mesmo cada cantinho de seu lar.

É em meio a reflexões sobre alas particulares e possíveis passagens secretas que chegamos às portas do salão adjacente à sala de jantar, onde a recepção está sendo feita.

"Alteza", Caellum e eu nos curvamos diante de Timotheo, que hoje não é apenas o Theo, mas o príncipe-herdeiro e anfitrião. "Boa noite".

"Boa noite. Sejam bem-vindos".

Timotheo, assim como Cal, usa um smoking de alfaiataria da cor preta, mas sua camisa branca possui detalhes prateados na gola que formam as duas serpentes do brasão dos Greenhunter e os distinguem. Além disso, seu cabelo, mais longo do que o usual, está arrumado em um topete elegante que deixa sua testa à mostra e seus olhos escuros ainda maiores. Eu nunca havia reparado, mas o príncipe possui uma cicatriz perto de uma das sobrancelhas.

"Os Baumann já chegaram?" Caellum cede à curiosidade ao perguntar, olhando para o salão em que os convidados se espalham em pequenos grupos.

"Foram os primeiros", o príncipe responde. "Acredito que Lorde Johannes está querendo ser o mais discreto possível".

"Isso significa que a Taylor não veio?" É a minha vez de deixar a curiosidade falar mais alto ao citar a filha do duque Baumann. Há três anos, Taylor foi a grande polêmica da realeza de Orion ao se envolver de forma problemática com o príncipe Leonard e divulgar ao mundo seu problema com drogas.

Timotheo parece entender a minha curiosidade, mas é distinto e sério ao informar:

"Taylor Baumann foi enfática ao não querer mais se vincular à realeza quando abriu mão de seus direitos e do título de herdeira, então não está presente. Apesar do convite ter abrangido todos os membros da família Baumann, ela educadamente o recusou. Estão presentes apenas o lorde Johannes e seu filho Justin".

"Entendi", se fosse eu em no lugar de Taylor, talvez também tivesse vergonha de voltar a rever os Greenhunter depois da cena que ela causou ao acusar Sofya falsamente de tê-la roubado. Uma história que, com certeza, merece ser contada por outra pessoa.

"É melhor nós irmos cumprimentar os outros convidados", Caellum fala de repente, fazendo outra mesura ao príncipe. "Com licença, alteza".

É estranho quando eles têm que se tratar com tanta formalidade quando são tão amigos, mas não comento nada a respeito. Certamente, eles também estão acostumados ao protocolo, por isso apenas deixo que Caellum me guie para dentro do salão e para longe de Timotheo, combinando comigo mesma em pensamento de que é melhor ficar calada e apenas sorrir e acenar como uma noiva troféu. Assim fica mais fácil que eu não cometa algum erro que possa revoltar os Maximoff ou dar motivo para Caellum realmente ficar nervoso.

"Não acredito que o Benjamin veio!" Uma rápida olhada pelo salão me permite encontrar o atual duque do Condado Baco, o qual não via há mais de um ano. Depois do falecimento de seu pai e de seu irmão mais velho em um acidente que o deixou permanentemente manco, o jovem se viu obrigado a assumir uma cadeira no Grande Conselho com apenas vinte anos de idade, o que o distanciou de Dominique e de seus amigos. No momento, Benjamin está envolvido em uma conversa com Travis Ventura, herdeiro do Condado Luna, e o asqueroso duque de Minerva, George Durkheim. "É estranho vê-lo sem Leonard e Lucas".

"Sua nova posição exige que ele dê prioridade a assuntos burocráticos com os outros líderes", Caellum me informa com certo pesar.

E eu acabo triste. Para mim, é bastante claro que Leonard e Lucas sentem falta do amigo, pois o olham de vez em quando do lugar onde estão com Kyle, Tobias e Henry. Da mesma forma, consigo notar que Benjamin, nem de longe, parece estar se divertindo na conversa burocrática que está tendo.

Definitivamente, odeio as encenações da realeza. E passo a odiar um pouco mais esta ao me dar conta de que nenhum dos rapazes comprometidos está acompanhado pela namorada.

"Pensei que as garotas fossem vir", comento, de repente me sentindo deslocada. A geração atual da realeza nunca foi tão masculina. Com exceção de Lady Violet Hendrick, sua mãe, Lady Ventura, uma garota que nunca vi, Nancy Maximoff, Elisabeth e a rainha Irene, sou a única mulher presente.

"É um jantar mais íntimo; de família", Caellum me diz. "Só estão presentes aqueles que são membros das famílias por nascença ou possuem algum vínculo matrimonial".

"Não esperava que fosse ser tão íntimo assim", murmuro, meio preocupada. "A sua mãe não vai vir?".

Caellum franze a testa, como se só tivesse reparado na ausência da duquesa agora.

"Era para ela já estar aqui, na verdade. A minha mãe detesta se atrasar".

"Será que aconteceu alguma coisa?".

Não é minha intenção deixá-lo preocupado, mas sei que é o que acontece. Infelizmente, Caellum mal tem tempo de pensar em alguma possibilidade de explicação para o atraso da mãe antes de nós sermos abordados por uma senhora baixinha e de cabelos brancos, ricamente adornada por seda e jóias, a qual está acompanhada pela única convidada que não conheço.

"Lorde Caellum", a senhora, que sei ser a Lady Ventura, cumprimenta-o com uma mesura e um sorriso comedido. "Como vai?".

"Olá, Lady Ventura. Estou bem, e a senhora?".

"Muito bem, obrigada. Ando cada dia mais feliz", ela responde, embora a sua expressão esteja mais para deboche do que para felicidade. "Apesar do atraso no casamento do meu Travis em razão da urgência do seu, posso afirmar que estou feliz".

Ah.

Ela só quer nos confrontar.

Isso fica bastante óbvio quando a senhora retira o olhar de Caellum e o transfere para mim, analisando-me.

"A senhorita deve ser a noiva dele".

Eu assinto, obrigando-me a sorrir como ela, por pura cordialidade.

"Chamo-me Miranda Miller, senhora".

É visível que ela não parece se importar, porque não possuo um sobrenome impressionante para o mundo do qual faz parte.

"Esta é minha nora", Lady Ventura resolve indicar a mulher ao seu lado, que mais parece um enfeite de tão adornada. Ela sorri da mesma forma que a senhora enxerida. "Crystal Whitesands".

Não é preciso muito para supor o que ela pretende ao exibir a nora: mostrar para Caellum que, no mundo deles, Travis fez uma escolha muito melhor. Afinal, a família Whitesands é uma das seis famílias mais ricas do país junto dos King, Ashworth, De La Rue, Leibovitch e Feng. Em termos econômicos, eles até foram chamados de Pequeno Conselho em alusão ao Grande Conselho, já que têm em mãos boa parte da economia nacional.

"Olá, srta. Whitesands. Prazer em conhecê-la", Caellum cordialmente a cumprimenta com um aperto de mão.

"O prazer é meu, Lorde Maximoff", a garota responde, exibindo o requinte de quem nasceu em um berço tão dourado quanto um membro da realeza. "Sua noiva é adorável, aliás. Eu soube que foram pais recentemente e esperava poder ver os bebês por aqui hoje".

"Eles ainda são muito pequenos para este tipo de socialização", eu respondo, um pouco menos incomodada. É claro que amoleço quando o assunto é Caeli e June!

"Imaginei que fosse o caso", Crystal responde, ainda sorrindo. "Mas espero poder vê-los antes de retornar para Arabella com Travis. Realmente gosto de bebês e acho que os de vocês devem ser muito fofos, dadas as belezas dos pais".

"Modéstia à parte, eles são sim", sorrio como a mãe boba que sou. "Será muito bem-vinda em nossa casa para conhecê-los", decido que, apesar da sogra, Crystal é alguém que posso suportar.

"Obrigada. Aceito o convite sem relutância alguma".

"Será que eu posso saber qual é o assunto?" Surgindo como um fantasma, a princesa Elisabeth se coloca entre nós com uma expressão astuta. É quase como se ela pudesse ter sentido a tensão presente no grupo graças aos ataques velados da senhora Ventura, e admito que fico grata pela sua intromissão. A senhora, porém...

"Eu estava apenas conhecendo a nova membro da família Maximoff e apresentando à Lorde Caellum a minha nora, alteza", responde Lady Ventura, trocando a postura debochada por uma submissa. Ela certamente não exibiria qualquer comportamento velado diante da princesa de Orion, que também é Maximoff e, em certa instância de sua árvore genealógica, uma Ventura. "Por acaso sua alteza já conhece Crystal?".

É notável o quanto Elisabeth se esforça para parecer simpática enquanto observa a mulher apontada, analisando-a.

"Ainda não", ela admite. "Prazer em conhecê-la, Crystal".

"A honra é toda minha, alteza", a noiva de Travis realiza uma mesura, demonstrando o respeito devido.

Inevitavelmente, somos deixados de lado para que a Lady Ventura se exiba para a princesa, o que não reclamo. Olho para Caellum silenciosamente pedindo para irmos em busca de outro grupo, e ele parece entender a mensagem quando assente.

"Perdão pela interrupção, mas iremos conversar com os meus avós agora. Tenham uma boa noite, com licença", Caellum curva a cabeça para Lady Ventura e a princesa, o que imito em silêncio.

Infelizmente, mal tenho tempo de processar as suas palavras antes que perceba que Caellum está me levando na direção de ninguém menos que os carrascos da Nancy e do Patrick.

"Por que eles?" Pergunto, sem conseguir esconder o meu desagrado com a ideia. Afinal, Nancy e Patrick não se importam nem um pouco conosco e vivem nos ignorando. Sequer chegaram a tentar contato para conhecer os bisnetos e agem como se eles nem ao menos existissem, tal como eu e o casamento.

"Tenho uma pergunta a fazer", Caellum responde em um murmuro, pouco antes de alcançarmos o casal que conversa com o velho Lorde Ventura. "Boa noite", ele realiza as mesuras necessárias e eu o acompanho com certo delay. Não faço a menor ideia do que Caellum pretende e isso me deixa ainda mais tensa sob o olhar repleto de julgamento dos dois carrascos. Odeio ter que lidar com eles. Acho que sempre vou odiar.

"Olá, Lorde Caellum. Boa noite", na falta de uma resposta dos avós, Lorde Ventura toma a palavra. "Acredito que esta seja a sua tão falada noiva. Como vai, senhorita? Soube que vocês foram pais recentemente".

Ao contrário de sua esposa exibida, o senhor só parece indiscutivelmente cordial quando me observa por um instante.

"Bem, alteza", eu respondo.

"Foi menino ou menina?".

"Os dois, milorde. Um casal de gêmeos", deixo que Caellum guie a conversa.

"Ah, os genes Maximoff!" Ele exclama, com certa admiração. "Alguém deveria estudar porque apenas vocês são agraciados com a benção dos gêmeos nessa geração", ele diz isso olhando para Patrick e Nancy, os quais tentam sorrir e chega a ser patético de assistir. "Mas fico feliz. Os Maximoff, com certeza, são a maior família do Grande Conselho atualmente. Os Ancestrais sabem o quanto peço por esta benção para Travis e Crystal, já que só pude ter um herdeiro. Vocês têm muitos netos e agora bisnetos".

"Pois é, August...", sem a mínima vergonha, Nancy o responde. "Somos muito abençoados".

Provando que o que queria era testar os avós, Caellum bufa uma risada que causa estranhamento no Lorde Ventura e censura de seus avós.

"Algum problema, Lorde Caellum?" Pergunta o senhor, que não faz ideia do drama familiar.

"Não, eu só estava pensando no quanto Caeli e June, os meus filhos, são abençoados pela presença de seus bisavós".

É visível o quanto os Maximoff se incomodam com a indireta, mas para eles é mais seguro se manterem calados do que ousarem entregar ao membro do Grande Conselho o quanto são desprezíveis. Felizmente, é bem nesse momento que eu noto a chegada de Katherine com Cepheus e Cassiopeia e passo a ter uma desculpa para deixá-los sozinhos.

"A sua mãe chegou", indico a entrada para Caellum, onde Katherine conversa com o príncipe herdeiro e é assistida pelos filhos. "Não sabia que a sua irmã viria junto".

"Eu tampouco estava ciente", Caellum responde, depois se volta para os três que nos observam em silêncio. "O assunto estava interessante e peço perdão por ter de interromper de forma tão abrupta, mas Miranda e eu vamos cumprimentar o restante da minha família agora. Com licença".

Fico aliviada quando ele me guia para longe dos três e para perto de sua família, depois que eles terminam de cumprimentar o anfitrião.

"Não sabia que você também viria", Caellum diz para a irmã antes mesmo de um cumprimento.

Cassie, que usa o cabelo preso em um coque sob a nuca e um belo vestido preto, com mangas curtas e renda sobre o colo, olha-o com pouca paciência ao responder:

"Acredite, não foi por livre e espontânea vontade", ela lança um olhar atravessado para a mãe, a qual reorganiza a postura de forma dominante.

"Pedi que ela viesse para conversar com sua majestade e contar sobre a saída da Casa Maximoff. É protocolo".

"Balela", murmura Cassie, visivelmente incomodada com a ideia.

"Como é bom estar em família!" Ironiza Cepheus, apenas para receber um olhar sério da mãe.

"Por que vocês não se misturam e cumprimentam os demais convidados?" Sugere Katherine que, assim como a filha, está vestindo preto. Uma cor que destaca o acobreado de seus cabelos e olhos.

Sem esperar por uma resposta vinda da prole, a duquesa se afasta em busca de seu próprio grupo e fico para trás com os três irmãos, embora não por muito tempo:

"Vou falar com Daemon", diz Cepheus. "Com licença".

"Devo resgatar David daquela mesa de petiscos?" Pondera Cassiopeia em voz alta antes de seguir até o Lorde.

E então voltamos a ser Caellum e eu, apesar do meu noivo parecer estar muito mais longe do que aqui. Sua expressão é de quem está com a mente distante, mas isso não dura por muito tempo. De repente, a música ambiente é encerrada e nossa atenção se volta para o rei de Orion, que está no meio do salão com uma taça erguida, na qual dá algumas batidinhas para chamar a atenção dos demais convidados.

Ao lado dele, posiciona-se a rainha Irene à esquerda e Timotheo à direita, sendo seguido por ordem de nascença pelos irmãos: Kyle, Elisabeth, Leonard e Niklaus.

Fazia tanto tempo desde a última vez que vi todos os Greenhunter reunidos que chego a ficar surpresa quando percebo que, agora com 18 anos, Niklaus é o mais alto deles.

"Boa noite a todos", Timotheo IV diz em seu tom tipicamente brando, de quem não precisa se esforçar muito para ser ouvido. "É a primeira vez em muito tempo que todo o Grande Conselho se reúne para um jantar, e por isso me vejo na obrigação de um discurso de boas-vindas a todos, antes de seguirmos para a mesa", admiro a postura do rei, que, assim como os filhos, veste um smoking preto que destaca os fios grisalhos de seu cabelo. "Prometo que serei breve, afinal, pude conversar com a maioria durante a recepção. Por isso, gostaria apenas de propor um brinde ao retorno da família do Lorde Baumann à Orion", garçons do buffet se apressam a passar por nós com taças de champanhe, para que todos estejam com a bebida em mãos. "E também ao excelente trabalho de meu filho, príncipe Timotheo, para a organização desse momento", o rei ergue mais a sua taça e todos o imitamos.

"Viva Lorde Baumann!" Tobias, sempre o caos, grita. "Viva príncipe Timotheo!".

As pessoas mais velhas o olham com censura, mas ele pouco se importa. Sequer parece se abalar com a vermelhidão que toma o rosto de Elisabeth, que fica envergonhada, até porque o rei parece se divertir com o seu jeito.

"Viva!" Sua majestade ecoa, visivelmente satisfeito, o que é novidade. Em todas as vezes em que olhei para o quarto Timotheo e consigo me lembrar, ele sempre pareceu estar entre cansado e cordial. Mas admito que é bom saber que ele tem outros sentimentos. Ele bebe o conteúdo de sua taça com a animação de alguém que acabou de vencer o campeonato nacional de Mundo Onírico. "Agora, vamos todos jantar".

Vocês acharam que os Baumann iam ser esquecidos?

Vem aí um negócio bem forte :p

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