22. PADRINHOS E MADRINHAS


"A casa Maximoff comunica por meio desta nota que o lorde Caellum Stephen Maximoff Feng, filho de sua alteza, a duquesa Katherine, está em um relacionamento sério com a senhorita Miranda Jean Miller e os dois serão pais em breve. Neste momento, o casal deseja passar pela experiência de se tornarem pais com privacidade antes que mais detalhes se tornem públicos. Portanto, pedimos encarecidamente que o desejo seja respeitado, visando a saúde e o bem estar da mãe", leio novamente a publicação feita através das redes sociais da casa Maximoff naquela manhã, a qual parece ter sido apenas parcialmente lida pela maioria das pessoas, pois a última coisa que estão fazendo é respeitar a minha privacidade.

Tão logo a gravidez se tornou pública, o assunto se tornou o mais comentado do Twitter e manchetes pipocaram em todas as revistas onlines e blogs, também se tornando pauta em programas de TV, Podcasts de fofoca e canais do YouTube. Com todo mundo falando a respeito, não foi difícil que eu saísse do anonimato e que descobrissem informações a meu respeito, além das minhas redes sociais (que me vi obrigada a deletar e entendi o porquê de nenhum membro da realeza ter uma conta).

"A própria Amy Stone escreveu sobre você para a The Royals", Amelia Feng, que está me ajudando com a administração da montagem do apartamento nas últimas semanas, comenta. Ela me oferece um sorriso sem graça ao dizer: "bem-vinda ao clube".

"Deixa eu ver", Aeryn se aproxima de Mia e pega seu celular. Ela faz caras e bocas ao ler o conteúdo, o que me deixa curiosa.

"Leia em voz alta", peço.

Nós estamos na cozinha do apartamento agora, porque a equipe de design que Caellum contratou está mexendo no quarto que será meu - e de Caellum, quando ele resolver ficar por aqui, e porque Aeryn e eu estamos tentando preparar um jantar para receber nossos amigos. Tudo isso porque o apartamento fica pronto hoje e porque Caellum e eu finalmente escolhemos os nomes dos bebês e queremos anunciar.

As duas últimas semanas foram intensas na organização do apartamento e, nesse meio-tempo, Caellum e eu aproveitamos para sair juntos, o que nos levou a temer que acabassem descobrindo sobre a gente. Por isso a casa Maximoff soltou a nota a nosso respeito, mesmo que ainda reste cerca de quatro meses até que os bebês nasçam, os quais prometem ser de pouca privacidade.

"A casa Maximoff veio à público esta manhã para anunciar que Caellum, o filho homem mais velho da duquesa Katherine, está em um relacionamento sério e será pai em breve, o que tenho certeza que pegou a muitos de surpresa", Aeryn lê, imitando uma voz esnobe e enjoada. "Mas, com certeza, não pelo lorde ser pai tão jovem. Afinal, os pais dele tinham por volta de sua idade quando se tornaram pais e outros exemplos disso não faltam na realeza (aparentemente, eles não conhecem os métodos anticoncepcionais existentes no mundo contemporâneo). Todavia, deve ter chocado a todos a identidade da jovem com quem ele está se relacionando e a falta da menção de um matrimônio entre os dois na nota".

Não escondo a careta que me toma o rosto. Por mais que não soe mais uma ideia ridícula me casar com Caellum, soa ridículo o tom de obrigação ainda imposto porque vamos ser pais.

"Para quem não se recorda, o lorde Maximoff ficou o último ano cumprindo o seu serviço militar e foi liberado há cerca de dois meses. Antes disso, ele estava em um relacionamento sério com a senhorita Cecily Pitch, que foi o seu único relacionamento público antes da senhorita Miller", agora Aeryn também faz careta. Ela vivia reclamando de ter que ser amigável com Cecily que, definitivamente, soava falsa toda vez que falava com ela. "Bastante conhecido pelo carisma e beleza, Caellum sempre foi um dos jovens que dava dor de cabeça à assessoria de sua Casa Real, sendo um amigo próximo de sua alteza, príncipe Timotheo, e sua graça, lorde Tobias Durkheim, cujas reputações duvidosas não são segredo. Apesar de, aparentemente, serem coisa do passado".

"Embora fosse de se esperar que o tempo no exército tivesse imposto algum juízo em lorde Caellum, não parece ser o caso quando acaba de ser anunciada a paternidade dele fora do tradicional matrimônio. Seria esse o início de uma nova era para a realeza? O povo está tranquilo com essa perspectiva que foge do que se espera em anos de tradição seguida à risca?".

"Ela é tão hipócrita", Amelia opina, revirando os olhos. "Diz isso como se ela própria não tivesse uma filha que ninguém sabe quem é o pai".

"Tem mais algumas coisas, mas é sobre você", Aeryn me informa. "Ela descobriu que você estuda na Aureum College, qual o seu curso, que somos próximas... Mas acha que fui eu que fiz a ponte entre você e o Caellum", minha amiga me olha com uma sobrancelha arqueada. "Sério, qual é o segredo? Todo mundo que tentou namorar escondido foi pego pela The Royals, exceto por vocês dois".

"Isso é verdade", Mia também me olha com ar de curiosidade.

Eu rio de nervoso.

"A gente tinha que ter sorte em alguma coisa, né? Agora vamos parar de fofocar e voltar para o que realmente interessa, senão não vai dar tempo de terminar tudo antes do pessoal chegar".

XxX

A equipe termina de montar o novo quarto por volta das três da tarde e Aeryn e eu terminamos de cozinhar por volta das quatro, o que nos dá cerca de duas horas para ficarmos prontas e mais uma para que eu esquente a comida antes do jantar.

Assim que Mia e Aeryn vão embora, eu levo as coisas que trouxe dos Kannenberg para o meu novo quarto e tento ao máximo ficar apresentável, o que se tornou uma tarefa complicada ao longo do tempo.

Com cinco meses de gestação e sete quilos a mais do que o normal, a maioria das minhas roupas estão apertadas e isso é algo bem notável, então Caellum insistiu em me dar alguns vestidos de presente. No início eu recusei por orgulho, mas ele nunca foi de me ouvir muito e acabou comprando mesmo assim. É por isso que tenho algo apresentável para vestir hoje e que me faz sentir bonita pela primeira vez em muito tempo.

Trata-se de um vestido azul-bebê com alcinhas e decote em V. Ele tem uma fita da mesma cor abaixo do busto, o que evidencia a marcação da barriga, mesmo com a saia drapeada se abrindo de forma etérea até os joelhos.

É tão bonito que me esforço para fazer um penteado que combine, então começo a trançar meu cabelo longo para prendê-lo em uma coroa de tranças. Estou pondo os prendedores quando alguém bate na porta e eu me viro para encontrar Caellum sorrindo.

"Por todos os meus ancestrais, eu acho que devo ter resolvido a guerra para o primeiro Timotheo na minha vida passada!" Ele invade o quarto antes mesmo que eu fale alguma coisa e se coloca atrás de mim na penteadeira, abaixando-se o suficiente para enfiar sua cabeça em meu pescoço, onde beija. "Você é a mulher mais linda e cheirosa de Orion todinha, mas sabe o que é ainda melhor?".

"O quê?" Entro na sua onda.

"Você é minha!" Ele sussurra em tom de conspiração, dando-me uma série de beijos na bochecha que acabam na minha boca.

"Eu preciso terminar de me arrumar, Caellum", eu o lembro, apesar de não estar desgostando de seu carinho. "O pessoal vai chegar daqui a pouco".

"Acho que estou um pouco arrependido de ter marcado esse jantar tão cedo. O quarto finalmente ficou pronto! Você sabe, seria uma ótima oportunidade", ele me lança um olhar para lá de malicioso através do espelho, o que me deixa ruborizada.

Estamos namorando há duas semanas, mas ainda não tivemos grandes oportunidades quando eu estava hospedada com os Kannenberg e ele mora no palácio. Seria constrangedor tentar algo em algum desses lugares e o apartamento ainda não estava pronto.

"Fala sério, Caellum!" Obrigo-me a ser a voz da razão e o empurro para longe de mim, embora a minha mente estivesse maquinando formas de darmos um jeito.

O Lorde ri.

"Depois do jantar, então", ele me lança uma piscadela seguida de seu sorriso com covinhas que tanto gosto. "Eu vou conferir as bebidas e revisar o projeto do estágio enquanto você termina. Acho que convenci a Cassie a aparecer também, no fim das contas, mas o Theo e o Kyle não virão por estarem cumprindo agenda".

"É uma pena que percam a surpresa, então", respondo. "Conversei com a Elisabeth por mensagem e ela e o Tobias vão fazer vídeo chamada na hora".

"Isso é porque os dois estão apostando quem vai acertar os nomes", Caellum me confidencia. "Ambos vão perder, é claro. Para ter noção, o Tobias chutou o nome Luosi para a garota, porque ele acha que ela vai nascer com cara de Luosifen de tanto você comer".

Fecho a cara.

"Tem certeza mesmo de que é esse cara que você quer que seja padrinho do nosso bebê?".

Caellum ri e me rouba mais alguns beijos antes de sair do quarto, deixando-me sozinha. Assim que ele sai, volto a fazer o penteado e finalizo com uma maquiagem leve e com sapatos confortáveis nos pés.

Assim que entro na cozinha para começar a esquentar a comida, vejo uma caixa de papelão sobre a bancada com a prataria que Caellum comprou para o apartamento e que ainda não guardamos em seus devidos lugares. Para adiantar as coisas, começo a arrumar os lugares na mesa de doze cadeiras da sala de jantar (que é um exagero, mas vem a calhar para o número de convidados).

Ainda estou distribuindo talheres quando ouço movimentação e Aeryn aparece acompanhada de Antonella Lawrence.

"Ainda é estranho ver vocês juntas", comento, porque em um passado não tão distante elas costumavam se detestar.

Mas Aeryn e Antonella agora apenas se entreolham e dão de ombros.

"Eu ia vir com o David, mas ele teve que furar por causa do aniversário da mãe", Ella me diz, o que me deixa tentada a provocá-la. Não é de hoje que a aproximação entre ela e o lorde Durkheim vem me chamando a atenção. "Então pedi carona à Aeryn".

"E, na verdade, nós duas viemos de carona com o Aiden", acrescenta Aeryn. "Só que ele ficou na sala com o Caellum, onde tem bebida e nenhum sinal de trabalho para ele".

"O seu primo é um folgado!".

A constatação é óbvia demais para que Aeryn não tente rebater e, ao invés disso, comece a me ajudar com Antonella - apesar de esta última mais atrapalhar por não ter qualquer experiência mexendo com louça, fora as que usa para comer e terceiros limpam para ela. Mas ao menos ela se esforça, então não faço comentários.

Quando a gente finaliza tudo e a comida está devidamente esquentada, vamos para a sala nos juntar aos rapazes e encontramos Leonard e Sofya com eles.

"Que bom que vocês puderam vir", digo, cumprimentando os dois com um sorriso. Nós não somos particularmente próximos, mas, ainda assim, trata-se de um casal do qual gosto muito e Leonard é primo de Caellum.

"A gente não perderia nem com a faculdade nos matando!" Sofya me responde com seu jeitinho caricato de sempre. "E, por sorte, o Leonard é o príncipe que não herdará nada, então a agenda dele permite que esteja aqui também, diferente dos irmãos".

"Fala sério, Amendoim!" O príncipe a empurra de leve, provando que a dinâmica de provocação dos dois ainda existe, como quando começaram a namorar há dois anos.

"Estou mentindo?" Ela insiste.

Para sorte ou azar de Leonard, ele é o quarto na linha de sucessão ao trono (e vai ficar cada vez mais para trás conforme os seus irmãos forem tendo herdeiros).

"Você não deveria estar sendo um pouco mais gentil quando vou me alistar em breve no serviço militar e nós nos veremos apenas esporadicamente por um ano?" O casal continua o show como se não tivesse uma plateia.

"Eu vou sobreviver..." Sofya brinca, dando de ombros.

É quando a campainha toca. Caellum faz menção de ir atender, mas me adianto:

"Deixa que eu vou".

Do outro lado da porta, nossos últimos convidados nos saúdam: Mia, Henry, Cepheus e Cassiopeia.

"Olá! Sejam bem-vindos".

"Olá, boa noite!".

Empurro a porta para que eles passem por mim e entrem e cada um vai me cumprimentando de acordo com a intimidade que temos. Mia me dá um beijinho no rosto, Henry me acena timidamente, Cepheus me abraça e depois diz:

"O Ren ficou preso na faculdade para treinar com o time de rugby e o Lucas saiu para comemorar o aniversário da mãe, então não puderam vir".

E, por fim, Cassiopeia também me acena e força um sorriso, porque é o jeito dela se manter distante mesmo que eu me considere mais próxima dela do que dos outros três.

"Que bom que você veio", sou honesta.

É bom ver Cassie, ainda mais depois de saber o que realmente aconteceu com ela há duas semanas e o quanto aquilo abalou Caellum.

"Meu irmão insistiu bastante", ela diz, atipicamente acanhada. Talvez ela se pergunte se eu sei o que aconteceu. "Você sabe como ele é quando coloca uma coisa na cabeça".

"Ninguém é tão determinado quanto", reconheço, sabendo muito bem que, se não fosse pela insistência dele sobre mim, nós jamais estaríamos aqui.

Cassiopeia assente. Ela está com uma aparência menos intimidadora que o normal e usa uma calça jeans azul, blusa branca, um cardigã amarelo e sapato fechado de couro preto e fivelas douradas. Parece uma universitária, apesar de nunca ter se vestido assim na faculdade.

"É melhor nos juntarmos aos outros...", digo. "Jantaremos daqui a pouco".

A minha cunhada não faz objeções.

xXx

O jantar transcorre com vários elogios à comida feita por mim e por Aeryn, além de assuntos aleatórios que nunca se esgotam porque, apesar de brincarmos chamando Tobias de fofoqueiro, todo mundo gosta de opinar sobre tudo. Dessa forma, falamos sobre o ocorrido com os materiais do projeto do professor Prescott (que ainda não foram encontrados, o que parou a pesquisa e afastou o professor da universidade até o fim da investigação).

"Isso é muito injusto!" Aeryn finaliza a questão, tendo sido uma das mais atingidas pelo ocorrido, assim como Henry.

Depois disso, para tornar o clima mais leve, nós falamos sobre Hermione Osborne, a namorada de Lucas, a qual vai participar da edição deste ano do torneio do melhor jogo do mundo, vulgo Mundo Onírico.

"Ela vai botar todo mundo pra comer a poeira dos sonhos!" Não escondo a minha alma de fangirl que, praticamente, foi à loucura quando conheceu Hermione pessoalmente no ano passado. Eu acompanho os torneios de Mundo Onírico desde o início e sempre sonhei com a ideia de trabalhar na equipe de desenvolvimento do jogo, embora boa parte disso tenha a ver com o mistério por trás da identidade do criador.

"Espero que ela consiga entrar na Aureum College também", Mia diz. "O Lucas ficaria muito feliz de tê-la por perto, apesar do namoro à distância estar funcionando".

Também comentamos sobre o estágio de Caellum e seus planos de retomar a faculdade apenas no ano que vem, como eu, para me ajudar com os bebês ao máximo durante os primeiros meses.

"Encerrarei esse semestre e então trancarei", digo, o que não foi uma decisão fácil quando não tenho renda e Caellum está assumindo tudo com relação aos gastos, mas, depois de muito pensar, tive que ceder ao fato de que não conseguiria dar conta dos últimos semestres do curso e de dois bebês.

"Também tranquei o meu curso", Cassiopeia fala de repente, o que não pega ninguém de surpresa. Ela abandonou o intercâmbio e não apareceu na Aureum College desde então. "Acho que a advocacia não é para mim", ela continua, e isso sim pega alguns de surpresa.

"Mas não era um dos cursos óbvios para o seu futuro papel de duquesa?" Caellum pergunta. Ele soa, ao mesmo tempo, um irmão provocativo e preocupado, o que é estranho.

Cassie dá de ombros.

"Você pode ser o duque, mas cursa engenharia e quer trabalhar no desenvolvimento de próteses. No que isso te ajudaria na política de Orion?".

"Não vou ser duque. Esse sonho é seu".

Cassie parece querer falar mais, mas apenas olha o irmão e permanece em silêncio. Logo, não demora para o assunto da mesa se tornar outro. Dessa vez, o fato de Benjamin Hendrick ter assumido o papel do falecido pai e estar sendo alvo de críticas ridículas, mesmo que esteja se esforçando sendo tão jovem e ainda se recuperando do acidente.

Quando todos terminamos de comer, obrigo Caellum e os outros rapazes a cuidarem da louça com o meu imbatível argumento de estar grávida e não poder fazer tanto esforço. Além de acrescentar um pouco de direitos iguais, visto que Aeryn e eu cozinhamos.

"Lembre-me de contratar pessoas para fazerem isso no futuro", o preguiçoso privilegiado do meu namorado resmunga antes de eu sair da sala de jantar com as meninas.

"Então", digo, depois de me sentar no sofá entre Antonella e Cassiopeia. "O que mais vocês me contam?".

"Estão sabendo que tem uma novela online que está fazendo o maior sucesso e que os protagonistas foram baseados na Elisabeth e no Tobias?" Sofya, que vive mergulhada no obscuro mundo das fanfics, fala de repente.

"O quê?" Aeryn soa descrente. "Como você descobriu isso?".

"Vi um pessoal comentando em um fórum do fã-clube da Fly High. No início achei que fosse uma fanfic da banda, mas tenho certeza que a Eleanor é a Elisabeth e o Tiago é o Tobias depois de ler os dez capítulos postados. Tem muita coisa lá que lembra o que aconteceu com eles, como o acordo de namoro falso e o assédio midiático. Além de que a Eleanor é uma princesa fria e o Tiago tem a mesma reputação duvidosa do Tobias".

"Quem é que foi que escreveu isso?" Cassiopeia pergunta, meio horrorizada. "Teria que ser alguém que conhece os dois de perto para saber de tanta coisa".

"Será que eles estão sabendo disso?" Aeryn pergunta, mostrando o site com a novela na tela de seu celular.

"Sobre uma princesa e a sua mentira perfeita", leio o título completamente clichê. "Escrito por Huang Jin Mi".

"Deve ser um pseudônimo", Mia diz. "Ao menos a pessoa tem talento, aparentemente, já que a novela está no TOP 20 de mais lidas".

"Ainda assim, talvez a Elisabeth não goste de saber que isso está acontecendo. E se Huang Jin Mi for um stalker e por isso tantas semelhanças?" Aponta Aeryn.

"Vocês não estão exagerando um pouco não?" Antonella, até então em silêncio, se pronuncia. "Meio que a teoria do namoro falso já circulava e tenho certeza que vocês só vincularam os dois ao livro por se tratar de um romance de realeza".

"Ainda assim, concordo com a Aeryn que a Elisabeth e o Tobias iriam gostar de saber", Cassiopeia opina.

Então a gente manda mensagem para acertar a vídeo chamada com o casal e telefona assim que eles nos dão bandeira verde.

"Quantas fãs reunidas apenas para me ver!" Tobias Durkheim se adianta a falar antes que Elisabeth nos cumprimente, exibido e convencido como só ele é. "Amo vocês meninas, embora pertença apenas à possessiva Elisabeth Greenhunter", ele dá um beijo no rosto da namorada, que o empurra para longe.

"Sai pra lá!" Ela diz antes de nos abrir o sorriso mais simpático que consegue. "Oi, meninas. Como estão?".

Começamos a falar sobre nossas vidas e perguntamos como está sendo para ela e Tobias em Nova Iorque, onde estudam atualmente e, por consequência, moram. A princesa cursa moda e o namorado está fazendo um curso de artes dramáticas após ter se dado conta de que não gostava de medicina.

Depois que falamos sobre nossas vidas e o casal me faz perguntas sobre os bebês querendo descobrir os nomes para finalizar a tal aposta (o que me faz ralhar com eles), contamos sobre a novela e a reação do casal é tão surpreendente como tudo sobre eles: ambos desatam a rir.

"Sim, a gente lê!" Diz Elisabeth. '"É muito divertida. Huang Jin Mi escreve muito bem".

"E não incomoda vocês que os associam aos personagens?" Cassiopeia soa descrente.

"É só um livro de romance na internet", Elisabeth dá de ombros. "Então não, não me incomoda".

"Não é pior que a The Royals no nosso pé", Tobias acrescenta e depois abre um sorriso provocativo ao dizer: "aliás, seja bem-vinda ao clube, Mirandinha. Você é o assunto do momento e a própria Amy Stone fez questão de sair do seu sarcófago para escrever sobre você com os dedinhos endurecidos de múmia dela".

"Ai, fala sério!".

Nós conversamos mais um pouco sobre os artigos que saíram depois da nota da assessoria, mas logo Caellum e os outros rapazes se juntam a nós e nos lembram o grande motivo de nós termos nos reunido:

"Então", Aeryn fala, também sendo uma das grandes interessadas. "Nomes dos bebês. Chega de enrolar".

"Estamos todos muito curiosos", Tobias acrescenta.

"Você só quer saber sobre a aposta, seu paspalho!" O repreendo, ao que ele não nega e só dá de ombros.

"Ainda assim, o resto de nós está mesmo curioso", Cepheus fala. "Como meus sobrinhos vão se chamar?".

Caellum e eu nos entreolhamos. Depois da nossa lista de exigências, ficamos dias trocando sugestões de nomes até chegarmos a dois considerados bons por ambos. Mas, para além disso, conforme o planejado, também queremos anunciar os guardiões deles.

"Você começa?" Caellum me pergunta.

Eu assinto. Acho que vai ser melhor que ele fale depois mesmo, porque sabemos o que esperar de Aeryn, mas não de Cassiopeia.

"Então...", começo. "Antes de falar o nome da menina, eu gostaria de fazer um convite à Aeryn e ao Cepheus".

"Um convite?" Os dois me olham com confusão.

"Quero que sejam os padrinhos da nossa menina, nossa estrelinha", sorrio quando eles estampam caras confusas de surpresa. "Quero que sejam um porto seguro para a Caeli".

"Caeli?" Aeryn sorri feliz, mesmo com lágrimas surgindo em seus olhos. "Ah, Mimi, que nome lindo! É claro que sim!".

Minha amiga fica de pé e me abraça, o que devolvo com todo o carinho do mundo, porque esse momento jamais existiria se não fosse pelo companheirismo dela comigo. A melhor amiga do mundo, que me apoiou e me fez enxergar um pouco de luz no meio da tormenta de desespero em que estive.

"Eu não sei o que dizer. Estou um pouco chocado de terem pensado em mim", ouço Cepheus dizer e o vejo abraçar Caellum.

"É meu irmão, Ceph", Cal diz. "Tinha que ser você, assim como os padrinhos de June, o nosso menino, tinham que ser o Tobias e a Cassiopeia".

"Eu ainda não sei se o Tobias é a melhor opção", aviso.

"Vou mimar ele o suficiente para te aporrinhar o juízo!" Garante o lorde arteiro, que sorri diante da perspectiva e não parece tão surpreso com o convite. "Mesmo que tenha me feito perder a aposta. Que raios de nomes são Caeli e June?".

"Exijo uma troca de padrinho!" Aviso.

Mas Caellum não está me ouvindo. Ele está encarando a irmã, que o observa com assombro.

"Cass?" Ele chama. "Você também não gostou do nome?".

"Eu... Só estou surpresa", ela fala. "Por que June?".

"Por causa do papai, é claro. June, semelhante à Jun".

"Não sei se é uma homenagem que ele merece".

O que ela diz deixa não só Caellum, mas todo mundo confuso. Não é de hoje que se diz o quanto Cassie é devota ao falecido pai. Se existia alguém que Cal esperava ficar feliz com a homenagem, é ela.

"O quê?" Caellum pergunta. "Por quê?".

Mas Cassiopeia não responde. Ela apenas balança a cabeça em negação, parecendo atordoada, e noto que lágrimas tornam seus olhos aquosos, embora elas não caiam.

"Acho que eu preciso ir embora".

Quando ela simplesmente sai andando apressada, estamos todos surpresos o suficiente para não fazermos nada a respeito.

Olá, pessoas. Como estão?

Essa semana foi bem corrida para mim (como todas quando estou em período da faculdade), mas a notícia boa é que tenho uns dez capítulos adiantados, de modo que possivelmente não iremos nos preocupar com falta de capítulos tão cedo.

Espero que estejam gostando de SLGA. A partir de agora, a história vai tomar um rumo meio agridoce com a resolução do Caellum e da Mimi e a questão dos Maximoff, mas mais doce que azedo, prometo.

Até a próxima semana <3

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top