09. A FAMÍLIA MAIS PODEROSA DE ORION
Para mim, qualquer pessoa normal se sentiria incomodada de ter uma estranha, de um dia para o outro, vivendo sob o seu teto. Mas, assim como eu não sou uma estranha por completo, também não posso alegar que o avô de Aeryn e Aiden é uma pessoa inteiramente normal.
Dois dias depois de eu ter me mudado provisoriamente para o quarto ao lado do de Aeryn, estou dividindo mais uma mesa de café-da-manhã com minha melhor amiga e com o seu avô. Não há sinal de Aiden dessa vez, porque, por mais surpreendente que pareça, não é aqui que ele mora e sim em um apartamento que ganhou dos pais, como quase todo membro de uma família abastada.
"Então você está esperando um filho, Miranda?", o senhor K. fala de repente, fazendo Aeryn engasgar.
Eu não sou pega de surpresa. Para todos os efeitos, achei que, como ele estava sendo tão generoso de não contestar a decisão de sua neta em me oferecer abrigo, Maxwell deveria ao menos ser informado do porquê eu de repente ter me tornado uma suposta sem teto. E como ele costuma sempre ser tão direto, é óbvio que algum comentário sobre a minha gravidez surgiria mais cedo ou mais tarde.
"Sim, senhor", respondo.
"E os seus pais ficaram surpresos, eu suponho".
"Vovô!".
Surpresos é eufemismo. Depois que cheguei nos Kannenberg, não demorou e minha mãe me telefonou para avisar que, assim como havíamos previsto, o meu pai não reagiu nem um pouco bem ao saber sobre o Pesadelo e queria dar um jeito de vir atrás de mim ou de Caellum para tirar satisfações, o que, felizmente, mamãe conseguiu fazê-lo desistir.
"Ficaram", é tudo o que digo, mas como alguém que já viveu demais, o senhor Kannenberg me fita como se pudesse ver o que não estou lhe contando.
Em um gesto inesperado da sua parte, o senhor me dá uma palmadinha nas costas de minha mão, como se quisesse demonstrar apoio.
"Eles vão superar isso e pedir desculpas para você depois que pensarem melhor", Maxwell afirma.
"E como o senhor tem tanta certeza disso?".
"Porque já agi como os seus pais, querida. E o meu maior arrependimento é não ter tido tempo de consertar o meu erro com minha filha", surge um clima repleto de coisas não ditas que amargam os pensamentos, haja vista que a filha a que ele se refere é a mãe da Aeryn. Pelo que ela me contou acerca do desencontro que a fez conhecer seu avô apenas aos 19 anos, o senhor K. não foi nada acolhedor com a filha quando ela se casou com um estrangeiro e ficou grávida. "Agora, meninas, se me derem licença...", ele fala de repente, afastando a cadeira para ficar de pé. "Eu tenho uma partida de golfe com o velho Ashworth no clube hoje", como sempre costuma fazer, o senhor Kannenberg dá um beijo no topo da cabeça da neta e, sem que eu consiga prever, faz o mesmo comigo antes de nos deixar a sós.
"Será que os meus pais vão mesmo agir diferente dele?" Eu pergunto em voz alta.
Apesar do apoio da minha mãe, o modo como ela falou comigo ao telefone deixou bem claro que, tanto quanto eu, ela está de mãos atadas enquanto o meu pai estiver desapontado.
"A sua mãe ainda não telefonou para falar se conseguiu ou não convencer o seu pai de ir ao jantar dos Maximoff?" Aeryn questiona.
Eu balanço a cabeça em negação.
"Ainda não", digo o que é um problema, já que o jantar é hoje.
Aeryn, ainda assim, tenta parecer otimista e sorri.
"Tenho certeza de que ela ligará em breve com notícias melhores", minha melhor amiga afirma. "Enquanto isso, o que você acha de escolher um dos meus vestidos para o jantar? Eu sei que você adora quando o assunto é o meu closet".
Aeryn me conhece bem o suficiente para me arrancar um meio sorriso. Eu realmente sempre vi o seu closet como um sonho, o que ela não consegue entender. Roupas costumavam ser uma das minhas paixões antes de moletom e flanela se tornarem meus principais aliados.
"Duvido que você tenha algo que caiba em mim", respondo.Não só porque engordei alguns quilos, mas também porque Aeryn é uns dez centímetros mais baixa do que eu.
"A gente sempre pode encomendar algo à madame Katrina, se for o caso. Agora vamos!".
xXx
Aeryn consegue o grande feito de me distrair pelo restante da manhã com a questão da escolha de uma roupa e, por incrível que pareça, encontro algo que me cabe, apesar de não parecer muito adequado ao código de vestimenta da realeza.
"Você não acha que é sensual demais?" Questiono ao sair do banheiro, para que ela me veja no modelo.
Trata-se de um vestido cor de cobre. Na parte de cima, ele possui mangas longas e largas que se abrem nos punhos, além de um corpete com abertura lateral, que permite mostrar um pouco da pele da cintura. Já a saia é drapeada e com o comprimento até as panturrilhas.
"E daí?" Foi a opinião da minha amiga sobre isso. "Quem for da realeza que siga o código de vestimenta antiquado deles".
Em um clima um pouco melhor, nós duas almoçamos na varanda de seu quarto, já que o senhor K. ainda está no clube, e conversamos sobre a pequena discussão que tive com Caellum na sua última ligação, porque o linguarudo já falou para três pessoas sobre o bebê.
"Com que cara eu vou olhar para a mãe dele sabendo que ela sabe?".
"Não seja dramática. O Caellum falou que ela lidou bem, não foi?".
"Ele pode só ter ficado com medo de me assustar depois de saber que os meus pais surtaram".
"Eu duvido", Aeryn rebate. "A Lady Katherine é ótima. Simpática e acolhedora. Uma sogra ideal".
"Sendo filha de alguém que acredita que quem não faz parte da realeza tem sangue sujo e não merece estar com eles?" Acabo com o humor de Aeryn ao lembrá-la da megera da Nancy Maximoff e do que ela lhe falou quando ainda não era público que Aeryn era neta de Sir Maxwell Kannenberg.
Minha amiga faz careta.
"A Nancy é horrível mesmo e o Patrick não fica muito atrás, mas insisto que a Katherine é diferente. Até a rainha não é tão ruim assim".
"Ah, mas isso eu discordo, Aeryn! Você não se lembra de tudo o que a Lizzie nos falou? Ela não gosta da própria mãe".
"É verdade que a Irene errou feio com a Elisabeth, mas, como uma pessoa de fora, consigo julgar que ela errou tentando acertar. A rainha empurrava a filha para casamentos porque aconteceu o mesmo com ela, e se preocupava com a relação dela com o Tobias porque não há nada que os Maximoff sejam mais obcecados do que pela boa imagem".
"O que é irônico. O duque Patrick não foi nem um símbolo da moral e dos bons costumes na sua juventude. Todos sabiam de seus casos, inclusive com a atriz Felicity Jones. Há até um fórum de discussões de que a filha mais velha dela é, na verdade, bastarda dele".
"Mas isso foi antes de o antigo duque ter laços com duas das famílias mais poderosas do país. Quem você acha que é a família mais influente na política atual de Orion?".
"A Greenhunter?".
Como quem sabe um segredo que eu não sei, Aeryn dá o típico sorriso de alguém com um trunfo na manga.
"É o que todos pensam", ela admite. "Mas são os Maximoff. Eles têm membros que carregam o sobrenome de uma das famílias mais ricas e membros que carregam o sobrenome da família que, para todos os efeitos, ainda representa o país. Em outros tempos, eles seriam a família mais propensa a dar um golpe e não dividir mais nada com ninguém".
"Um golpe?".
"Há apenas um único filho de sua majestade que não é um Maximoff e que, por ventura, é herdeiro do trono por primogenitude", Aeryn diz, referindo-se ao príncipe Timotheo. "Nesse caso, se os Maximoff quisessem garantir o poder absoluto, eles teriam dois modos de agir: propôr uma nova união matrimonial com os Greenhunter ou dar um jeito de sumir com o problema e entregar a coroa para o segundo filho, que é um Maximoff".
"Sumir com o problema?" Estou completamente absorta no seu raciocínio. "MATAR O TIMOTHEO?".
Aeryn ri, como se fosse uma suposição engraçada.
"Calma, nós não estamos na idade média. Foi só uma análise boba. O máximo que eles poderiam fazer era tentar anular as chances dele assumir alegando alguma condição que não o permitisse ser rei ou seguir a primeira opção, mas você sabe quem é a única Maximoff solteira atualmente, o que torna essa questão tão impossível quanto assassinar o príncipe herdeiro".
"Cassiopeia", suspiro. "Ela não te procurou desde que voltou da Alemanha, procurou?" Acabo mudando de assunto.
Aeryn balança a cabeça, de repente parecendo desapontada.
"Ela não está vendo nem Kyle. Acho que a Cassiopeia está tentando esconder algo".
"De nós?".
"De todo mundo".
"E o que poderia ser?".
"Quem somos nós para supor os segredos da realeza?".
Estou prestes a insistir que Aeryn faça algumas suposições como as do assunto anterior sobre os Maximoff, mas é quando alguém bate na porta do quarto.
"Senhoritas?" Diz a voz suave de uma das muitas empregadas da mansão. "Há uma pessoa na sala de visitas que veio ver a senhorita Miller. Trata-se de uma senhora que se apresentou como sendo a sua mãe".
Por um momento, Aeryn e eu nos entreolhamos, ambas surpresas. Afinal, eu estava esperando apenas por uma ligação e não por uma visita de carne e osso. O que isso pode significar?
"Será que ela já veio me buscar?" Não consigo deixar de pensar nessa opção.
Mas Aeryn não me responde. Ao invés disso, ela fala para a empregada:
"Por favor, avise que Miranda já está indo, Adda".
XxX
Como tudo na casa da família Kannenberg, a sala de visitas é um cômodo amplo e muito iluminado por janelas amplas. Há um papel de parede dourado, quadros com molduras cor de cobre, um piano de cauda em um canto e móveis antiquados. Dentre eles, um sofá, que é onde a minha mãe está sentada e completamente deslocada do ambiente quando entro.
"Mãe!" Sem perder tempo, vou até ela e Juliana mal pode se levantar antes que eu a abrace com toda a saudade e insegurança que tenho. "Eu não esperava que fosse aparecer. Como sabia onde era a casa da Aeryn?".
"Não foi difícil de encontrar o endereço de um Sir na internet", ela responde. "Agora, deixe-me olhar para você", mamãe me afasta um pouco e me observa atentamente. "Por acaso, não está se alimentando direito, Miranda? Acho que está mais magra e devia acontecer o contrário".
"Você não está tentando me enrolar para não falar logo o que a trouxe aqui, está?".
Sem que eu entre na conversa sobre meu peso, mamãe fica visivelmente desanimada e me solta.
"Não queria começar pela parte difícil", ela admite.
"Pelo modo como está falando, só posso supor que nada mudou sobre o papai e que não conseguiu convencê-lo de ir ao jantar", por mais que diga isso, no fundo, torço para que ela negue.
Mas não acontece.
Mamãe deixa os lábios em uma linha fina e cada traço seu transmite a tensão de um assunto sério.
"O seu pai foi muito radical", ela diz. "Não quer uma filha mãe solteira".
"Então ele está me renegando?" Soa absurdo demais para que eu consiga aceitar, mas o silêncio de Juliana me leva a acreditar que é o caso.
"O seu pai...", começa. "Disse que, se você não casar ou não abortar, ele não quer mais vê-la".
Fico tão transtornada que a minha reação diante disso é soltar uma risada falsa.
"Então no fundo eu estava certa sobre temer falar para vocês quando descobri tudo", percebo. "Você veio para me avisar que eu estou sozinha e não tenho mais família".
"Não é isso. Você tem opções, Mimi".
"Eu tenho?" Retruco, de repente me agarrando à raiva para não ceder de novo à melancolia. "Porque não há chance alguma de eu me casar com o Caellum e o aborto...".
"Você já cogitou o aborto antes".
"Mas por desespero!" Praticamente grito. "Eu estava sozinha e parecia ser a minha única opção. Mas mesmo parecendo ser a única opção, eu não fui até o final. Eu tive medo. Eu... Acho que não quero interromper a gravidez".
"Como não, Miranda? Vai mesmo estragar o seu futuro?".
"Mamãe!".
"É a realidade", Juliana muda como que da água para o vinho. "Como pôde deixar isso acontecer, minha filha? Ainda mais com alguém de uma família tão importante. Você acha mesmo que a família dele não vai pensar o mesmo que nós?".
"É claro que não". Eles são ainda piores. "Mas já estou enfrentando a pior situação possível, que é ser abandonada pelos meus pais quando mais preciso. O que eles podem fazer que vai me machucar mais do que isso?".
"Miranda, por favor".
"Por favor, digo eu, mãe", as lágrimas vêm, inconvenientemente. "Sei que cometi um erro e que não agi como a filha que você e o papai gostariam que eu fosse, a que se submete a um namoro repleto de agressão verbal e física pelo nome da família e a manutenção de uma amizade. A filha que se dedicaria aos estudos, mas só para se mostrar aos outros até o dia em que o namorado agressor a pedir em casamento, o matrimônio vir e depois filhos e um casamento repleto de terror", minha mãe parece em choque com as minhas palavras. Ela deve estar conectando os pontos entre o que digo e o que provavelmente aconteceria se eu nunca tivesse rompido com Landon. "Só que eu não sou a filha que vocês gostariam que eu fosse. Eu não consigo me submeter a esse tipo de coisa e eu cometo falhas com muito mais frequência do que a senhora gostaria, como ficar grávida de uma forma não planejada. Mas eu preciso mesmo ser condenada ao ostracismo em nossa família apenas por isso? Não é como se eu já não tivesse sofrido o suficiente tendo que me adaptar a uma situação assustadora que não pedi? Vocês têm mesmo que tornar tudo ainda mais difícil para o bebê e para mim?".
Juliana não fala nada, o que interpreto como um sinal de que ela não tem mais nada a me dizer e que essa conversa acabou. Bem como a nossa família.
"Você falou que ficaria do meu lado, não importava o quê, mas acho que isso não abrangia o meu pai, não é?" Forço-me a perguntar.
Todavia, minha mãe não me responde. Ela parece estar em um conflito interno, sem querer ceder a nenhuma opção. Por isso, faço a escolha por ela e, assim que me viro para sair da sala primeiro, ela diz:
"Você não podia mesmo só obedecer dessa vez?" Juliana pergunta. "Pela nossa família?".
"Uma família que me deixa entre a cruz e a espada?" A olho por cima do ombro. "Eu estou morrendo de medo, mãe. Tudo indica que não vai ser fácil. Mas se essa família impõe que eu só posso fazer parte dela de uma forma tão cruel, então eu não quero fazer parte dela".
Quando me viro para sair outra vez, ela não me impede mais, mas eu estou me desfazendo em lágrimas, porque nunca me senti tão sozinha.
xXx
O último lugar em que eu gostaria de estar hoje era em um jantar com a família mais poderosa de Orion. Não depois de uma conversa tão difícil com a minha mãe, seguida de uma tarde inteira chorando e sentindo dor pelo corpo todo. Mas com que cara eu ligaria para Caellum a fim de cancelar os nossos planos em cima da hora?
Mesmo contra a minha vontade e no pior momento possível, obrigo-me a levantar e deixo que Aeryn banque a herdeira rica que é. Uma herdeira que contrata uma equipe de beleza para tentar disfarçar de alguma forma que eu não estou no clima para um jantar de aniversário.
"Você tem que concordar que elas fizeram um bom trabalho", Aeryn fala enquanto observo a minha imagem no espelho de sua penteadeira, após a equipe terminar conosco.
"Pelo menos eu não pareço mais doente", a maquiagem disfarça bem todos os sinais de crise de choro e até me dá um pouco de cor. Infelizmente, é algo totalmente superficial, já que continuo com um humor de merda. "Obrigada por isso. E por ter aceitado ir comigo a esse jantar".
"Eu não a deixaria ir sozinha", ela rebate, estando bem mais deslumbrante do que eu em um vestido verde que realça a cor incomum de seus olhos. "Sei o quanto os Maximoff são assustadores. O Kyle é um deles, o que me obriga a conviver com os outros".
"Acha que todos eles vão estar lá?" Pergunto. "Até a rainha?".
"Talvez eles apareçam em algum momento sim. O Kyle me falou a respeito do aniversário da tia e que haveria um jantar na casa de chá da família Feng".
"Nesse caso, eu só espero conseguir passar por mais essa provação", respondo. "E que os Ancestrais estejam comigo".
A casa de chá da família Feng é um estabelecimento bastante renomado da capital de Orion e, geralmente, encontra-se sempre cheia de clientes. Só que hoje não é uma noite comum. Como todos os anos, a casa de chá foi fechada apenas para a família no aniversário da minha mãe.
Assim, para adequar o espaço ao evento, as mesinhas que costumam ficar no salão foram substituídas por uma mesa ampla de vinte e quatro lugares e a decoração tradicional do império chinês foi substituída por uma decoração mais cálida e simplista da Europa clássica.
Agora o salão está tomado por pequenos grupos de membros da minha família e amigos próximos, como o Sr. Hastings, os Srs. King e, é claro, meus avós Feng.
No momento, como Miranda e sua família ainda não chegaram, tento parecer o menos suspeito possível ao circular enquanto bebo uma taça de champanhe e cumprimento alguém aqui e acolá. Mas não me sinto convincente nem para mim mesmo, pois estou tenso até o último fio de cabelo.
À procura de um pouco de apoio, procuro pela minha mãe entre as pessoas, mas ela está em uma conversa com o meu avô Patrick e o sr. Hastings. O mais próximo de apoio que encontro é a presença de Cepheus quando o meu irmão se aproxima, olhando-me com desconfiança.
"Você está estranho, Caellum", ele acusa. "Você e a Cassie. Por acaso insistiu em encher o saco dela e os dois acabaram brigando também?".
"É claro que não", respondo.
Mas não pareço convencê-lo.
"Há algo de podre no reino da Dinamarca", Cepheus semicerra os olhos, fitando-me.
"Você vai descobrir em breve que, na nossa família, sempre há algo de podre", por mais que seja só dois anos mais novo, não consigo evitar tratar meu irmão como se ele ainda fosse criança, algo que Ceph, obviamente, percebe e desgosta.
"Só é raro o podre ser seu", ele rebate antes de afastar.
É quando encontro o olhar de Cassie através do salão, a qual parecer continuar pensando como na noite em que ficou sabendo de tudo. É quase como se eu não conhecesse mais a minha própria irmã, porque jamais esperaria que Cassiopeia me condenaria tanto sem pensar duas vezes. Ela sempre foi a pessoa dos bons conselhos e das soluções sensatas.
Estou quase indo a seu encontro para tirar a prova do que penso, mas paro quando novas pessoas chegam ao salão e, de repente, estou olhando Miranda Miller entrar acompanhada de Aeryn Kannenberg e de mais ninguém. Não há sinal algum de sua família, o que me deixa confuso.
Caminho até as duas com o cenho franzido e a mente repleta de perguntas, mas não falo nada nem mesmo quando as alcanço. Entendo tudo pela forma como Miranda parece deprimida, mesmo em um vestido infernal (grávidas deviam ser tão sensuais?) e tão bonita quanto sempre - para meu completo azar.
"Pronta?" Eu estendo uma mão para ela, ignorando a ausência de seus pais por ora. Com ou sem a presença deles, nós dois ainda teremos que seguir com o plano e contar aos outros.
"Não", Miranda é honesta ao aceitar a minha mão. "Mas preciso estar".
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