Escrita por renjunstarr

Olá, como estão? Eu sou a Ellezita, e este é meu primeiro trabalho em nome do Stellar Universe. Estou muito animada é realizada por estar fazendo parte desse projeto incrível, e para debutar, estou trazendo minha participação no ciclo de Natal. Espero que vocês gostem, e uma ótima leitura. 💭🤍

Era véspera de Natal. Para muitos, poderia ser uma data com muitos significados: a reunião da família, a troca de presentes, a decoração natalina e até mesmo a mesa farta da ceia de Natal. Tudo isso parecia muito empolgante.

Para Kim Seungmin, era exatamente assim. O jovem adulto de cabelos pretos morava sozinho desde que atingira a maioridade e, desde que se entendia por gente, era apaixonado por aquela época específica do ano. Gostava de tudo que envolvia o clima natalino: das cores de suas roupas, que sempre alternavam entre verde, vermelho, azul e branco a cada ano. Naquele momento, não era diferente. Vestia um suéter quadriculado em tons de verde e vermelho, combinado com uma calça de moletom fofinha, branca como a neve. Como era óbvio que passaria mais uma data natalina em casa, ele não abria mão de estar com roupas confortáveis e quentinhas, usando meias e uma touca felpuda para comprovar aquilo.

Do lado de fora, a neve caía suavemente e Seungmin podia ver os flocos através da janela. Ele amava a neve mais do que tudo e achava que aquele clima combinava perfeitamente com a lareira acesa em sua sala de estar. Era a época ideal para relaxar e curtir a própria companhia.

Agora, aos vinte e quatro anos, podia afirmar que tinha bastante experiência em ter apenas sua própria companhia. Amava sua família, mas gostava de ficar só na maior parte do tempo. Entretanto, aquele ano era diferente, porque seria o seu primeiro aniversário de namoro. O único problema era que seu relacionamento era virtual. Havia  conhecido seu namorado, Christopher Bang, durante uma partida de jogos de RPG exatamente em uma véspera de Natal, há exatos dois anos. 

Como sempre, ele estava em seu mundinho e preferiu ficar apenas jogando em seu computador. Se lhe contassem nos dias de hoje como ele se apaixonou pelo carinha que xingava no chat do Fortnite, ele não saberia responder. Mas, sabia que com o tempo, seria inevitável não cair nas graças do australiano com uma péssima mira. Era óbvio que iriam se aproximar mais com o tempo, pois Christopher se mostrava cada vez mais atencioso, sempre provando que amava sua companhia e que adorava trocar horas de mensagens com o Kim. Isso lhe deixava com o coração mais acelerado a cada ideia trocada. Ainda assim, sentia que a barreira da distância física era quase inexistente, sabendo que nunca teve uma conexão tão forte com alguém antes de conhecer o mais velho.

Seungmin pensava que era mais que o suficiente ter apenas a amizade de Bang, pois ele ainda estava ali do seu lado. 

Aquele seria o segundo Natal que passavam juntos e não apenas jogando, como reservando horas e mais horas do dia vinte e cinco para conversarem com empolgação e flertarem um com o outro. Aquele ano havia sido uma loucura completa, pois as semanas haviam se tornado meses e os garotos ficavam cada vez mais íntimos, com direitos a apelidos fofos e carinhosos. Seungmin estava feliz e percebia estar sentindo muitas coisas além de uma simples amizade. Ele estava mais leve, vivia mais corado e sempre que recebia qualquer mensagem besta de Bangchan, como carinhosamente havia o apelidado, seus lábios só faltavam rasgar de tanta felicidade. Ele estava perdidamente apaixonado pelo seu amigo virtual.

Não foi surpresa quando descobriu que o sentimento era recíproco, pois Bangchan nunca fez questão de esconder nada dele. Por isso ao ouvir um “Também estou apaixonado por você, Minnie” ele obviamente surtou um pouco, mas deu um dos seus sorrisos brilhantes como se o mais velho fosse capaz de enxergar algo e deu uma risadinha de leve.

Ele sentia, afinal sabia que não amava sozinho. 

E lá estavam os dois atualmente, trinta minutos antes de completarem o primeiro aniversário e como sempre, juntos por mensagens. Seungmin gargalhava por conta de uma piada mal contada que Bang acabara de lhe mandar. Era engraçado, o que ele tinha de bonito, tinha de péssimo gosto para piadas, mas ainda assim, conseguira tirar boas risadas do Kim e isso era o que valia para ele. Estava um clima gostosinho e leve, isso até uma mensagem bem específica chamar a atenção do coreano.

“Você não me contou que tinha trocado a sua guirlanda de novo, Minnie.”

Seungmin arqueou a sobrancelha ao ler o que seu namorado tinha acabado de lhe mandar. Ele era muito bom de memória, por isso, passou um tempo tentando lembrar se já havia passado aquela informação para o seu hyung, e não, ele não havia dito absolutamente nada.

“Como é que você sabe disso, Chan? Não lembro de ter contado para você.”

Foi o que Seungmin digitou, realmente confuso com aquele comentário, as vezes podendo ouvir a risada divertida do Bang em meio aos seus pensamentos confusos. A palavra “digitando” e os três pontinhos já estavam há alguns segundos na tela do celular do Kim, o que era mais simbólico ainda para aumentar a ansiedade do garoto que não via a hora de sua pergunta ser respondida, mesmo que não precisasse de tanto alarde assim.

“Abra para mim, Minnie.”

Tudo aconteceu rápido demais. A mensagem que tinha acabado de receber vinha como um baque imenso para Seungmin, mas aquilo não o impediu de ouvir o soar leve da campainha. Com passos cautelosos e ainda assim, firmes, foi de encontro com a porta de madeira enquanto a encarava com um misto de receio e dúvidas. Decidiu dar um fim em seus pensamentos e abri-lá de uma vez e o que estava vendo era algo surpreendente demais. Ele sentia que ia desmaiar ao notar a presença dele.

Era ele…

Seu Bangchan estava bem ali na sua frente. Usava um lindo e elegante sobretudo marrom que combinava perfeitamente com os sapatos sociais e a jeans escura, além de um suéter preto e de tecido grosso. Estava lindo como o Kim tinha a certeza de que ele seria pessoalmente. 

Seungmin estava em êxtase completo. Seus olhos estavam bem abertos e o coração estava errando muitas batidas, enquanto ele sentia suas pernas tremerem incansavelmente. Ele tinha a certeza de que iria de encontro com o chão, isso se Bangchan não tivesse sido mais rápido que seu próprio corpo.

Sentir as mãos firmes em sua cintura só lhe comprovaram que aquilo era mesmo real e que o seu amor realmente estava em sua porta, bem pertinho de si.

Seungmin quis morrer de felicidade.

Seu visitante surpresa ainda continuava a lhe encarar calorosamente, o cabelo castanho estava recém cortado como ele mesmo já tinha lhe dito naquela mesma semana. Os olhos tão carinhosos estavam inteiramente e apenas dedicados a Seungmin, assim como aquele sorriso lindo. Ele estava impecavelmente perfeito.

— Não vai me convidar para entrar? – perguntou Bangchan, com um sorriso caloroso. — Ou melhor… quer dar uma volta?

Seungmin prontamente aceitou, acenando com a cabeça pois ainda não tinha forças o suficiente para proferir alguma coisa além de murmúrios apaixonados. 

Pegou um casaco e um cachecol, calçou seus sapatos, tateou sua chave, pegou alguns pertences e logo após se certificar de que havia mesmo fechado sua casa, partiram em direção a rua, esta que estava totalmente decorada com diversas luzes penduradas nas grandes árvores. A neve parecia estar um pouco mais grossa, mas ainda sim suportável para uma caminhada. Sentiu os dedos gélidos irem de encontro com os seus sob a luva quentinha e não teve outra reação senão olhar novamente para o Bang. Decidiu ousar um pouco mais e deitar sua cabeça no ombro do rapaz, enroscando sua mão livre no braço do namorado.

Seungmin sentia paz.

Conseguia notar algumas crianças brincando na calçada de suas casas com músicas de fundo em algumas delas.

Tudo parecia estar a favor de criar o clima perfeito para eles. Próximo a uma pequena praça, Seungmin tomou coragem e parou o Bang, segurando ambas as mãos e voltou a olhá-lo nos olhos, desta vez um pouco mais firme.

— Eu estou muito feliz por você estar aqui. Você é maluco, sabia? Pensei que tinha esquecido de quando te mandei minha localização inteira!

Ah, o fatídico dia em que Seungmin bebeu até quase morrer e lotou o australiano de mensagens e mais mensagens, insistindo que ele viesse lhe visitar, nem que fosse apenas por uma hora. No outro dia só restava um Kim Seungmin morrendo de dor de cabeça e com uma ressaca terrível. Ainda assim, sendo lembrado de tudo o que havia falado para Bangchan que apenas ria e lhe mandava tomar algum remédio para dor em mais uma ligação rotineira.

— Eu sei, mas eu tenho uma ótima memória e você sabe bem disso. – Contou com um sorriso grande, apertando as mãos do Kim e desfazendo o contato de uma apenas para levá-la ao encontro da bochecha do menor. Bang também estava encantado com tanta beleza e amor. — Eu posso te assegurar que não vou ficar apenas por uma hora, Minnie.

Seungmin conseguiu sentir a sinceridade nas palavras de Bangchan. Apesar de ser a primeira vez que ambos se vêem pessoalmente, ele tinha a certeza de que o australiano sempre fora verdadeiro consigo em todos os momentos.

Mesmo que o momento implorasse por uma resposta do Kim, seu coração gritava de que não precisava e que estava tudo bem. Fez um carinho nas costas das mãos por cima das suas e se aproximou um pouco mais, notando que a diferença de altura entre os dois era considerável e clichê. Teve de ficar na ponta dos pés para que assim pudesse beijar o seu amor como sempre sonhou em fazê-lo. Os lábios se encontravam em uma linda sintonia de movimentos juntos, era um selar doce e recheado de sentimentos. Seungmin não era tão explícito com suas palavras, mas conseguiu passar exatamente o que sentia com aquele ato para Bangchan: amor e felicidade.

Era exatamente aquilo que explodia no peito e atitude de Seungmin.

Tiveram de se separar graças a falta de ar presente, pois se não fosse aquilo, Seungmin tinha plena certeza de que não se importaria em ficar horas com a boca colada na de Bangchan. As respirações estavam falhas e os corpos quase colados, mesmo assim, o sorriso de ambos não largava os rostos corados.

— Também te amo, Channie… – O Kim finalmente disse com os olhos presos nos do mais velho. Sentindo seu coração quase sair pela boca ao constatar o que já sabia, ele seria para sempre de Bangchan e Bangchan seria sempre dele.

Suas palavras surtiram o efeito que ele já sabia que causaria, os olhos brilhantes e marejados de Bangchan estavam ali em sua frente comprovando aquele fato. O estrangeiro acariciou e ajeitou a touca nos fios de seu pequeno que sentia todo o cuidado em si. Chris balançou a cabeça em uma resposta muda enquanto sentia os lábios tremerem, não sabia exatamente se de frio ou de tamanha emoção — era muito provável que fosse dos dois sentimentos. 

Estava tão inerte na bolha que se formava ao redor dos dois que quase não ouvira o grito em coro de alguns vizinhos do Kim, indicando que já era meia-noite. Era Natal.

Seu olhar mais uma vez fora de encontro com Seungmin que obviamente não tirava os olhos dele. Sorriu terno mais uma vez. Disseram um feliz natal ao mesmo tempo, o que fez com que risadas escapassem dos dois, como se aquilo fosse algo premeditado e não suas almas em sincronia com o espírito Natalino. Estavam onde deveriam estar e a brisa gelada parecia estar a favor disso, pois deixava o ambiente ainda mais acolhedor.

Seungmin teve seu corpo puxado delicadamente para um abraço caloroso vindo do Bang e foi exatamente naquele instante que ele se viu mais uma vez perdidamente apaixonado pelo australiano bonito e gentil. Enquanto estavam parados e abraçados entre muitos flocos de neve e conversas quentinhas, ele estava em seu verdadeiro lar.

Quero dar meus parabéns e agradecimentos a capista maravilhosa, Hywnie. Também gostaria de agradecer muito a beta Crxisz, que fez um trabalho lindo revisando e corrigindo esse capítulo único, sou imensamente grata a vocês duas.