Demons
Enfim, o demônio venceu a disputa.Robert queria esconder a verdade e protegê-la, mas com esse animal selvagem dentro dele não havia nenhum lugar onde poderiam se esconder.
Tomou coragem e fechando os olhos deu um beijo leve e rápido nos lábios dela. A sensação de estar fazendo algo perigoso e proibido o invadiu junto com o perfume das flores que ela segurava ; ele afastou-se receoso, o coração disparado como se estivesse fugindo do ser feroz que habitava sua alma.
—Hum! Aposto que não foi desta maneira! Vamos, faça direito — ela ordenou, sussurrando com um largo sorriso convidativo nos lábios.
Ele respirou fundo. Maldição! Não podia esconder de si mesmo o desejo que sentia.
Os rostos de seus pais e do conde apareceram diante dele, balançando a cabeça em negativa. O anjo bateu as asas para chamar sua atenção e gritou para ele fugir.
Ele ignorou tudo aquilo e colocou-se à frente dela. Afinal, era um homem. E desde o início dos tempos os homens desejavam o que lhes era proibido. Se nem Eva e Adão resistiram... Quem sou eu para fazer isto! E, além disso, é apenas um beijo...
Olhou-a nos olhos, tentando disfarçar os demônios que se escondiam dentro deles e apoiando as mãos na árvore ao redor de seu rosto, desta vez, realmente a beijou.
E depois mais uma vez... E outra mais...
Uma onda de calor o invadiu; ele a pressionou contra o tronco, segurando-a pela cintura e beijou-a ainda com mais força. Uma região escura de sua alma sonhara secretamente com isso em sonhos que não confessara nem a si mesmo e agora eles vinham à tona, dominando-o como se estivesse sendo arrastado por uma grande onda em um mar revolto. Não chegue muito perto, é escuro aqui dentro, onde meus demônios se escondem..., queria alertá-la.
— Pare! Pare! — ela pediu sem fôlego, empurrando-o.
Ele a soltou.
— O que foi? Não gostou? — perguntou inseguro, tentando recuperar o fôlego e o autocontrole, surpreso com a intensidade dos sentimentos que despertavam dentro dele.Subitamente, as máscaras com as quais ele tentara se proteger caíram ao chão e ele soube que estava cavando o próprio tumulo.
As flores também haviam caído e Marion abaixou-se para apanhá-las.
— Fiquei sem ar, só isso... — ela respondeu, o rosto escondido pela massa de cabelos escuros enquanto refazia o buquê ajoelhada na grama.
— Desculpe-me! — ele murmurou, ajoelhando-se ao lado dela para ajudá-la.
Seu olhar deteve-se na pele clara e nos lábios avermelhados que acabara de beijar e que pareciam um milhão de vezes mais apetitosos do que a maçã do Paraíso. Ele teve que fazer um esforço enorme para não a abraçar novamente.
— Acho melhor voltarmos. Devem estar esperando por nós! — ela disse,levantando-se rápido, como se pressentisse o perigo que corria.
Robert balançou a cabeça, concordando. Ele começava a sentir-se miserável e confuso. Ergueu-se devagar e devolveu as flores que recolhera com uma expressão transtornada.
Os raios de sol rodopiavam felizes ao redor dela, iluminando-a com um brilho incandescente. Uma emoção inexplicável, uma mistura de dor, ternura e desejo o invadiu e ferroou seu peito com uma sensação fria como o metal de uma espada e quente como um ferro retirado das brasas de uma fogueira. Seus olhos não conseguiam desviar-se, hipnotizados, e ele ficou parado admirando-a por um instante que lhe pareceu uma eternidade.
Ela voltou-se para ele e sorriu. Estranhamente aquele sorriso lhe causou uma dor insuportável.
⚜️⚜️⚜️
Andaram durante um tempo sem olhar um para o outro. Subitamente, ele parou e deixou escapar um palavrão:
— Droga!
Marion vinha um pouco atrás dele e parou, assustada.
— O que houve?
— Nada!
Ele tinha percebido que se distraíra e andara a esmo para dentro da floresta. Agora não conseguia lembrar-se do caminho de volta.
Nota da autora: Oops, e agora?
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