• floco de neve •
❄
Eu posso ver em seus olhos como se sente. Eu o conheço melhor do que qualquer pessoa. É cruel a forma como ele me encara por de baixo dos cílios negros.
Os olhos pidões que estão lacrimejando, me condenando secretamente. Me pedindo silenciosamente para ficar.
Me implorando para que eu não te deixe. Nunca.
Seus lábios tremem e eu posso sentir meu corpo inteiro vacilar... Ele não vê, certo? Não vê o quão vulnerável eu fico quando estou ao seu lado. Eu posso lê-lo e sei que ele não faz a menor ideia de que me têm na palma das mãos.
Me torno tão submisso que se ele verbalizar agora mesmo, nesse nosso pequeno caos, o que realmente quer — não apenas com o olhar, mas em palavras, ditas claras e especificadamente —, eu abandono qualquer plano para realizar teu pedido.
Porque sempre foi assim. Eu evitei, mas ele me reivindicou e não renunciou mais. Meu coração e mente lhe pertencem.
E meu coração pesa quando vejo que ele acaba de derramar a primeira lágrima.
Eu cerro os punhos.
— Jimin-ssi... — meu nome escapa num sussurro por teus lábios finos — Jimin-ssi... — Chama-me, clamando por algo que nós dois queremos.
— Por favor, não chore... — vejo-o piscar lentamente com os olhinhos miúdos e molhados em minha direção — Sem lágrimas agora. É Natal, amor meu.
Eu não quero partir.
Eu não quero ter que deixá-lo.
Não resistindo em tocá-lo, minhas mãos avançam tocando o rosto rubro e febril pelo recém pranto. Sinto minhas digitais queimarem, nosso contato de pele com pele é sempre assim:
Eletrizante.
— Meu Jimin... — Taehyung arfou com nosso singelo toque, estávamos nos encarando, nossos olhares trocando informações, queríamos dizer inúmeras coisas, mas simplesmente não conseguíamos, deixei meus lábios arquearem-se levemente para cima na tentativa de esboçar algo parecido com um sorriso, mas no meio do processo, o inverso aconteceu, minha boca curvou-se para baixo e senti meus dentes e lábios tremerem. Eu estava prestes a desabar diante do meu amor. — Meu Jimin... fica. Fica comigo.
Os braços de Taehyung rodearam-me, mantendo meu corpo firme, como se ele fosse o pilar que me sustenta, e talvez realmete seja. O homem a minha frente segurou meus ombros com firmeza, procurando meus olhos que fugiam dos dele.
— Tae... — Lamuriei, eu sabia que não conseguiria negar com ele verbalizando, com ele me tocando, eu sentia seus dedos longos ficarem mais tensos sobre meus ombros, tornando seu toque mais apertado que antes. Taehyung estava me segurando, me mantendo firme, eu sabia o que ele estava sentindo; medo. Medo de que se ele afrouxasse, eu sumisse diante de seus olhos, simplesmente evaporasse num piscar de olhos, e honestamente eu também temia por isso.
— Fica comigo, Jimin. Não me deixa mais. — Taehyung suplicava, nós dois sabíamos do peso e das consequências que esse pedido nos traria, já havíamos dissertado tantas vezes sobre e sempre opitávamos por seguir a razão quando o momento chegasse... Mas agora, de frente para o abismo, de frente para o meu homem, cara a cara, é totalmente diferente. Eu não quero e não posso ficar longe dele, mesmo que isso implique perder regalias e talvez até mesmo minha moral. — Não volta pra ela, Jimin-ssi.
Ela.
Minha noiva. Minha noiva de contrato, minha noiva de conveniência, minha noiva por puro capricho de meus pais e dos dela, três pessoas sofrendo demasiadamente por conta de canalhas que só pensam e se interessam apenas por dinheiro.
Nas poucas e breves vezes em que me encontrei com Miseon, pude observar o quão desconfortável ela se sente com esse contrato, sempre muito calada e obediente aos pais, é claro o modo com ela se esforça para agradá-los. E Para que? Se eles não dão a mínima para a filha e sobre o que ela pensa.
Por muito tempo eu fui como Miseon. Mas o brilho nos olhos de Taehyung nesse exato momento, e todo amor que eu estou sentindo, transbordando de todo o meu ser, me enche de coragem. A coragem que Kim Miseon não tem para acabar com toda essa farsa.
— Eu fico, minha neve.
— Fica hoje? — Taehyung afrouxou seu aperto em meus ombros.
— Fico hoje. — Setenciei — Fico amanhã, fico pra sempre, meu amor.
Bastou um momento para que o homem na minha frente se desse conta do significado de minhas palavras, e então ele teve a reação mais linda que eu já vi; jogou-se em meus braços, eu o abracei com a maior felicidade que já senti em toda minha vida.
— Você jura? — Tae me afastou, o rosto corado e úmido, atento a mim.
— Com todo o meu ser, Taehyung. — procurei por suas mãos e entrelacei nossos dedos, deixando-os unidos.
O rubor lindo descendo por seu pescoço, alcançando suas bochechas e as pontas das orelhas. A pele habitualmente clara e pálida como a neve, num tom cor de rosa. Os cílios longos e presos batendo.
Como pode ser tão lindo? Tão delicado e precioso?
— Jimin-ssi... Beija-me. Beija-me com força, toma-me. Eu não aguento ficar longe de ti, eu preciso que nossos corpos tornem-se um só. — Suplicou-me, o que foi o estopim.
Num ato calculado, prensei-o contra a porta com força comedida, eu sentia o ar se tornar rarefeito, meu peito alavancando com pressa, denunciando o estado em que ele me deixou com suas recém palavras; completamente afoito e sedento.
Em minha frente Taehyung não demonstrava estar diferente, olhava-me luxurioso e necessitado.
— Quero te marcar todo, minha neve. Quero reivindicar-te.
Com a sentença de minhas palavras, beijo-lhe furiosamente, talvez como nunca antes. O desejo e a saudade emanavam de nós, não conseguiríamos nos conter. E nem mesmo ser discretos.
Durante o beijo molhado e ardente, deslizo minha destra até seu pescoço imaculado, segurando-o. Sei como meu homem gosta, da forma bruta como gosta de ser tocado, da forma ríspida como ele gosta de ser tomado por mim. Somente por mim.
Com seus olhos miúdos encarando-me com tanto desejo e súplica, eu sei exatamente o que ele quer, mas gosto de ouví-lo dizer.
— Diga, minha neve... — observo-o morder com força o lábio inferior — O que você quer que eu faça?
— Jimin-ssi... — Taehyung fecha os olhos, procurando inutilmente algum tipo de controle. — Eu... — Assim que Tae se perde nas palavras novamente, eu insinuo afastar minha mão de sua garganta, e num alto automático, ele leva suas duas mãos ao meu braço, uma segurando meu pulso e a outra meu antebraço, mantendo o toque ali. — Aperte. Eu quero que me sufoque gostoso, Jimin-ssi...
E assim eu o obedeci. Senti meu corpo todo fervilhar ao assistir o acastanhado revirar os olhos por puro tesão.
Pressionei levemente minhas mãos sobre o pescoço alheio, sem impedir completamente o ar mas sim dificultando-o de passar. Essa dinâmica é frequentemente explorada por nós dois, ou seja, nos conhecemos bem, sabemos estimular nossos pontos sensíveis e fetiches, e acima de tudo, conhecemos e respeitamos nossos limites.
Ao liberá-lo do aperto, Taehyung suspirou extasiado, ele amava a sensação.
— Meu homem... Jimin-ssi... — Ele parecia não conseguir sequer formular uma frase coerente — Foi tão, tão gostoso... — seu pescoço pendeu para frente e se encaixou perfeitamente no meu pescoço.
— Meu floco de neve, eu vou te fazer derreter essa noite.
Ainda abraçado a Taehyung, fomos andando embolados até o sofá, onde o deitei e posicionei-me por cima de si. Taehyung e eu não temos a mesma altura, sou aproximadamente um palmo mais baixo que ele, gosto de pensar que somos exatos até nisso. A gente se encaixa bem demais, e a saudade que nossas almas e corpos sentem está prestes a ser amenizada.
Faremos amor.
— Tira, Tira.
Tae mandou, já puxando minha camiseta para cima, jogando-a no chão. Meu dorso nu se arrepiou, o clima gelado de dezembro estava no seu auge, lá fora a neve caía, deixando tudo mais esbranquiçado e mágico.
Na sala de estar, onde estávamos, era possível enxergar as luzes de enfeites que refletiam levemente no cômodo. Ao lado do sofá, o pisca-pisca da árvore trazia aconchego. E um sentimento de satisfação invadiu-me completamente. Eu não poderia querer estar em outro lugar senão aqui, com ele.
Eu desabotoei sua camisa lentamente, enquanto Taehyung parecia o oposto de mim, já estava com as calças pela metade fora do corpo, todo desengonçado e afobado. Todo meu amor.
Em pouco tempo, ele e eu estávamos praticamente despidos, exceto pelas cuecas.
Montado em cima do corpo delgado, eu me sentia ainda mais a sua mercê, totalmente vulnerável a esse homem. Sinceramente, o que ele me pedir, eu obedeço.
Passei a trilhar beijos desde o alto de seu maxilar, caminhando para seu pescoço, e então deixando um cheiro ali.
— Você é tão lindo, Taehyung.
O maior suspirou manhando totalmente dengoso.
Desci os beijos para seu tórax, completamente devoto ao peitoral levemente definido. Taehyung passou a contrair o abdômen involuntariamente, quando abocanhei um de seus mamilos, beijando-o e chupando gostoso, tamanho era o desejo.
— Jimin-ssi...
Desci minha boca pouco a pouco, até parar sobre o fim de sua barriga lisinha, deixando beijos molhados abaixo de seu umbigo.
— Jimin-ssi... mais... — murmurei um "hm?" — Mais embaixo.
Não pude deixar de escapar um sorriso sacana. Taehyung sabia que eu estava provocando-o.
— Mais embaixo, minha neve? — indaguei com falsa inocência.
— Por favor, Ji... Eu preciso. — Eu assoprei sua derme, onde haviam rastros de meus beijos molhados e o Kim arqueou as costas em puro deleite.
Decidindo acabar com sua espera, abaixei de vez sua boxer, expondo seu membro ereto. Pulsava forte, as veias calibrosas delineavam a pele amarromzada. Serpenteei com meus lábios úmidos, a cabeça de seu pau, passando então a beijar o comprimento, Taehyung fervilhava, parecia explodir a qualquer instante.
Estimulei-o com minha boca, usando a língua e beijos molhados que faziam Taehyung tremer inteiro, até alcançar seu ápice, se desmanchando em minha boca.
Aceitei de bom grado.
Afinal, vê-lo alcançar o prazer máximo, era o meu próprio prazer. Por isso, logo em seguida, também acabei atingindo um orgasmo delicioso, sem ao menos um toque, apenas satisfazendo meu garoto. Minha neve.
Taehyung se abriu mais para mim. Expondo tudo.
— Vem, Jimin-ssi... Eu já estou pronto.
Alucinado com suas palavras, beijei-o ardentemente, enroscando nossas línguas até que o ar faltasse.
— Ah, Taetae... Você ainda vai acabar comigo. — O maior sorriu atrevido.
Encaixei-me em sua entrada e me enterrei lentamente. Centímetro por centímetro.
Eu metia em seu interior vagarosamente. A passo que cada estocada, gemiamos juntos.
— Você faz tão gostoso lentinho assim, Jimin-ssi... — Taehyung murmurou fraquinho.
Beijavamos a todo momento, não era possível ficar muito tempo com nossas bocas distantes uma da outra.
Era conexão pura. Amor e mais amor. Saudade.
Até alcançarmos o mais alto nível de tesão, gozando juntos. Em júbilo pelo momento compartilhado.
— Parece que meu floco de neve derreteu, não é amor?
Taehyung sorriu manhoso, encolhendo-se sobre o sofá. Me puxou para ficarmos lado a lado e passou as pernas sobre minha cintura, agarrando-me como um coala carente.
Seu jeitinho gostosinho de agir depois do prazer.
— Tô fraquinho, Jimin-ssi... Foi tão gostoso.
— Foi sim, Tae. — acariciei seus cabelos — Tenho certeza que esse é de longe o melhor Natal de todos... Ter você comigo transforma tudo em felicidade e amor.
— Jiminie! Me lembrei de algo agora que falou sobre Natal! — O maior se sentou rapidamente, levando os braços esticados até uma caixinha pequena que estava embaixo de sua árvore natalina. Após alcançar a pequena caixa, Taehyung entregou-me a mesma.
— Oh... Para mim, Tae? — Ele assentiu com os olhinhos brilhando em expectativa — Eu pensei que fizesse parte da decoração.
— Abra logo, Ji!
Sorri com sua ansiedade, me sinto tão leve com Taehyung, como se a vida fosse um espetáculo a ser apreciado, e talvez ao lado dele, realmente seja.
Abri a caixinha verde com um laço vermelho sobre a tampa e me deparei com um delicado globo de neve... um boneco de neve usando um cachecol vermelho e diversos floquinhos de neve caindo.
Sem palavras, Taehyung sempre conseguia essa proeza.
— Espero que tenha gostado, Jimin-ssi... — Ele disse sorrindo todo meigo — Já que me chama tanto de neve... Pensei que isso o faria lembrar sempre de mim. — Explicou.
— Meu amor... Você é dono dos meus pensamentos diariamente. Muito obrigada, minha neve, esse é o presente mais lindo que eu já ganhei! — Puxei-o para um abraço quentinho. — Feliz Natal, Taetae... Você é o maior presente que alguém poderia ter na vida.
— Feliz Natal, meu Jimin-ssi. Eu te amo.
— Te amo, meu floco de neve.
❄
Hohoho! Cheguei com meu primeiro especial de Natal!
A maioria votou em Vmin, então cá está... Espero que tenham gostado, comentem pra eu saber o que acharam!
E relevem qualquer errinho, por favor, já peço desculpas por isso! Um beijo! <3
De sua Nix
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