Chapitre Unique
Leiam as notas finais...
Ps: a música que está linkada acima é a última música que aparece no enredo!
Boa leitura!
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Muitos dizem que os olhos são as janelas da alma. Harry Styles não concordava com isso. Olhava as janelas sujas do trem que partiria de Hogwarts sem ele - talvez fosse o frio que as deixava com o aspecto opaco e embaçado, ou uma desatenção na hora da limpeza do transporte. Poderia, ainda, ser perfeccionismo do rapaz com tudo ao seu redor.
Seu mau humor se dava a mais um Natal que não pareceria com o Natal: longe de casa; apenas ele, Hogwarts e algumas "janelas sujas" espalhadas pelos corredores quase vazios. Era uma tortura olhar todos aqueles estudantes embarcando para suas casas, mas mesmo assim ali estava ele, observando a viagem de volta de muitos para seus lares, enquanto fazia observações e reflexões aleatórias.
Desde que se "descobriu" homossexual, ou viadinho - uma palavra que doía em seus ouvidos quando saía das bocas de (até mesmo) familiares -, havia praticamente sido deserdado de sua família puro sangue bruxo e sobrevivido em seu alojamento na escola de magia e bruxaria, com a ajuda de alguns amigos "mente aberta" ou de coração bondoso. Esse tipo de tema ainda era pouco discutido por ali.
Ter sido escolhido para a Lufa-lufa também não o ajudava em sua situação. Claro que nem todos os rótulos sobre as casas são reais, mas de certa forma são a essência de como os alunos que estavam nelas iriam agir e pensar sobre as coisas do mundo. Ainda sobre isso, ele se perguntava constantemente se havia sido "banido" do seu lar de sangue por ser da Lufa-lufa ou por ser gay? Harry tinha até medo de perguntar para sua mãe, era muita decepção para ser depositada em um filho, parecia que ele havia nascido para ser a ovelha negra da família "perfeita" Styles.
Lufa-lufa era sim um ótimo lugar para se viver "fora do armário" e como quer que você fosse (quase que sem preconceitos, e muito amor, todos ali possuíam o direito de estudar em Hogwarts), porém atrás das paredes do dormitório existiam outras casas... Como a Grifinória, Corvinal (casa onde a toda sua família esteve, excluindo ele) e por fim, Sonserina.
Tinham que conviver entre si. Entretanto, é claro que existe um certo estranhamento no tom de voz quando outras casas se referiam aos Lufanos.
Para a Grifinória, a casa do texugo precisava ser protegida por heróis como eles, com coragem e bravura. A Corvinal criticava seus métodos de ensino, como se nem todos ali fossem capacitado para aprender magia. Os piores eram os da Sonserina, os tratando como meros servos sem valor, como se uma vida valesse mais que outras.
Alunos como Harry eram apenas "figurantes" para os outros, que não sabiam apreciar as diferenças (seja lá quais estas sejam).
Longe de Harry falar que todos de Hogwarts (Sonserina principalmente) eram ruins consigo, porém cada azaração que lançavam sobre si o mantinha com um pé atrás sempre, seja as vezes que ia a Hogsmeade ou até ao Salão Comunal.
Por outro lado, não era como se estivesse totalmente desprotegido, ele sabia lançar um bom Expelliarmus e um Protego mediano quando ameaçado. Também existiam alguns alunos com os corações afetuosos que o ajudavam a escapar de uma visita a Madame Pomfrey na enfermaria.
Sob outro ponto de vista, alguns grifinórios gostavam de fazer "boas ações" pela glória de ajudar os mais "fracos", e logo depois quando as honras já haviam sido recebidas davam as costas. Os da Corvinal costumavam ficar mais na deles, valorizando o conhecimento, mas se certa forma o apreço pela família Styles deixavam as coisas mais amenas para seu lado.
Enquanto - ainda - olhava as janelas sujas, pensava se realmente todos não eram de certa forma sujos, e que ele mesmo talvez fosse realmente imundo para ter que passar essa data tão familiar e feliz sozinho, novamente. Definitivamente um Natal solitário e previsível. Era isso que imaginava.
Continuava divagando em seus pensamentos embaralhados, enquanto o trem partia para sua viagem de retorno natalino. E ele continuava ali... Sofrendo com o próprio "destino", e refletindo sobre coisas que lhe vinham em mente, aquilo só estava o deixando mais deprimido.
Bruxos de "sangue-puro" se achavam superiores aos Trouxas, mas também não conseguiam evoluir e aceitar o diferente como os "inferiores" não bruxos. Sua família sangue-puro não o aceitava, tentaram vários feitiços, poções e encantamentos, porém nada o consertava, um espinho na carne dos Styles. Então, com o passar dos anos foi inevitável que mais famílias bruxas soubessem do "probleminha" do caçula de uma das famílias mais antigas e poderosas.
Era difícil se esconder, e não ser julgado por onde passasse, nem no mundo Trouxa iria estar seguro. Pelo menos Hogwarts o protegía de muitos dos males que poderiam o afetar mundo afora, não todos, porém uma boa parte.
Corvinal, Sonserina, Grifinória e Lufa-Lufa eram apenas nomes para Harry. No final os puros se uniam contra os outros, de maneira idiota e medieval. Isso fazia o cacheado rolar os olhos de desgosto, o caráter é algo que está enraizado nas pessoas, e alguém com um péssimo caráter não iria mudar por entrar em casa A ou casa B.
Depois de algum tempo mordendo os lábios pensativo concluiu que não era sujo como as janelas. Em suma os olhos não eram as janelas da alma, ele conheceu várias pessoas que possuíam janelas ruins mais que eram boas e pessoas com janelas boas que eram ruins. Talvez ele fosse sujo por dentro mesmo tendo olhos bonitos, o que provavelmente era, já que estava sozinho na véspera de Natal.
Cansado de ficar ali apenas se lamentando, melancolicamente, resolveu esvair-se e dar uma volta pela escola. Os corredores pareciam silenciosos, mesmo com os fantasmas e os quadros que falavam entre eles mesmos, poucos professores e estudantes iriam ficar em Hogwarts numa data como aquela. Sem a maior parte dos estudantes era como se Styles estivesse dentro de um cenário de algum filme sobre o século passado, tantas coisas antigas por onde passava e nenhuma tecnologia... Ah, bruxos não usam tecnologia trouxa.
Nessas horas sentia falta de Gemma, sua irmã, ela nunca o deixaria passar essa data assim, perambulando por aí. Porém, ela estava trabalhando no Ministério da Magia em um projeto importante; algo relacionado a plantas com poderes magníficos e um grupo de animais do mundo mágico que -assustadoramente- estavam usando destas para projetarem seus poderes contra os trouxas de certa região tropical, os civis estavam tentando construir residência no habitat natural daquelas criaturas inteligentes e perigosas.
Sentia saudades e vontade que ela voltasse para junto dele, mas precisavam dela, a irmã treinou e se dedicou para aquela tarefa incomum. Não podia exigir que ela voltasse para casa apenas para o Natal, apenas para convencer os pais de como ele também era importante na ceia.
Seria muito egoísta de sua parte.
Em momentos egoístas, pensava que se ela ainda estivesse na escola talvez pudesse o ajudar, mesmo sendo da Corvinal, Gemma passaria bons momentos consigo sem se importar com classificações.
Somente Harry de toda a família estava na Lufa-lufa, o que tornava o assunto "bixinha fraca" entre seu pai e avô mais frequentes, como se tudo que ele fizesse desde nascer fosse seguir passos contrários de seus ancestrais, os "idiotas texugos" não eram valorizados, mesmo que se destacassem em várias áreas, eles preferiam não pegarem glórias desnecessárias e apenas ficarem satisfeitos com seus trabalhos e conquistas humildemente (não todos claro, mas grande parte). Era melhor ajudar alguém do que pisar para alcançar algum lugar, receber prêmios não era nada comparado a receber um novo amigo.
Mesmo com o ambiente regado de tristeza, da sua parte, ainda existiam diversos enfeites "Merry Xmas" que foram espalhados pelos elfos entre as colunas do castelo. Como se o universo estivesse esfregando em si seu mau momento.
Alguns balões e doces também poderiam ser encontrados pelo caminho, mas os doces não eram muito seguros, algumas pegadinhas eram feitas assim. Normalmente os primeiranistas caiam no joguinho de comer algo com uma coisinha a mais... Nada legal, e uma longa noite com a Madame Pomfrey. Harry esperaria chegar ao Salão Comunal para conseguir guloseimas confiáveis, ou algo que realmente não pareça uma bomba de problemas.
A princípio Styles sentiu que algo o observava, entretanto com tantos quadros falantes e figuras fantasmagóricas essa sensação era comum, porém algo estava estranho... Muito estranho. Como se um sexto sentido mágico o alertasse para manter a varinha em mãos, mas estava seguro na escola, não estava? Não era clima para se preocupar com coisas assim, queria ficar com sua depressão natalina e se empanturrar de comida depois.
Tentou deixar a paranoia de lado e tomou seu caminho para a adorável Lufa-lufa, onde iria tentar descansar a mente antes da ceia da virada da noite. Deitaria em sua cama e apenas olharia para as cortinas amareladas que existiam em volta dela, torcendo para mais algum lufano ter decidido de última hora passar o Natal ali, e comer junto à si no jantar. Talvez se algum lufano estivesse ali seria mais fácil sobreviver a essa data sem a família (sem Gemma) e talvez os olhares duros que os colegas miravam para si desde que se "assumiu" oficialmente se tornassem mais brandos. Nem todos da casa eram legais consigo, claro, porém a esperança é a última que morre (um ditado Trouxa).
Styles não entendia todo esse drama e repulsa por ele, estava muito óbvio (a muito tempo) que não era do tipo que convida uma garota para um encontro em Hogsmeade, estava mais para o tipo que iria ao cabeleireiro junto com a garota. Bem estereótipo, mas sua realidade, afinal seus belos cachos caindo poderosamente sobre os ombros não iriam se sustentar só com um tratamento caseiro, ele podia realizar mágicas, porém nada melhor que um salão bruxo de qualidade para lhe passar as poções certas. Ele não era afeminado, ou algo assim, afinal metaleiros também tinham cabelos longos, se cuidar não depende de gênero algum.
Machismo incrustado no mundo mágico o deixava com raiva. Ainda bem que algumas bruxas brilhantes - como a lendária Hermione Granger - estavam tentando mudar esse quadro ridículo e ultrapassado.
"É fácil rir. É fácil odiar. Mas é preciso coragem para ser gentil." - Repetia essa frase mentalmente do The Smiths (I Know it's Over) como um mantra enquanto alguns alunos, que não pareciam ser mais velhos que ele, cochichavam e desviavam de si pelo corredor. Harry apenas acenou para o grupo simpaticamente esperando uma resposta, que não voltou.
- Ótimo! - sussurrou ironicamente, mas não poderia os tratar como eles o tratavam.
Helga Hufflepuff ensinou a aceitarem todos como iguais... Por que então havia este preconceito? Obviamente que aquele pequeno grupo não era da sua casa (não conhecia os rostos), o que custaria se eles fossem mais gentis?
Por perto de seu dormitório se sentiu uma das pessoas mais azaradas que poderiam existir. Estava ouvindo passos... Péssimo dia para uma corrida contra bullying.
Como Madeleine Scudéry disse "a desconfiança é a mãe da segurança", e já bastava de coisas péssimas no seu dia. Os outros alunos azarados, que como ele não iriam para casa, não tinham nada melhor para fazer do que o seguir para tentarem fazer alguma gracinha?
Os olhos esmeralda se estreitaram. Calculou que se atingisse o perseguidor com um Rictusempra iria conseguir fugir e adentrar ao seguro conforto de sua Sala Comunal. E só então conseguiria tirar seu momento de paz, como se nada pudesse o afetar, apenas ele e seu pequeno mundo.
Um equívoco.
Apressou os passos com a varinha na mão. Os cachos estavam um pouco suados e colados na testa, mas no momento não se importava. Rapidamente foi à frente dos "baldes" e bateu na sequência correta e conseguiu entrar no seu destino.
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As cores de sua casa se misturando a decoração floral avermelhada - escolhida especialmente para o Natal - o acalmaram um pouco, mesmo que na sua opinião não combinasse com o ambiente. Poderia não ser nada e apenas sua imaginação, mas para que se arriscar? Uma azaração feita por alguém desocupado não estava em seus planos.
Ainda havia muito tempo até a ceia, de acordo com o relógio trouxa que havia ganhado de um amigo - que possuía os pais Trouxas. Niall era realmente uma pessoa curiosa em sua opinião, mas não conhecia muitos nascidos trouxas para poder ter uma base boa sobre o que era normal entre eles ou não, talvez ele fosse apenas um garoto qualquer como ele era antes.
Curiosamente, e estranhamente, a mesinha no centro da sala possuía alguns docinhos... Docinhos muito cheirosos. E eles não estavam sozinhos, uma boa caneca com chocolate quente estava bem ao lado da bandeja com os açucarados.
Suspeito? Muito.
Harry pensou nisso naquele momento? Não.
Não faria mal ele pegar alguns... Os elfos de Hogwarts devem ter percebido que passaria o Natal ali e colocado essas maravilhas de doces para ele.
Estava dentro de sua zona de conforto, não tinha o porque desconfiar... Ou teria? Baixar a guarda estava em seus planos ali dentro.
"Harry, você tem que parar de ser tão medroso", seu subconsciente dizia. "Aproveite!"
Não conseguiu resistir. Se sentou na poltrona em frente à lareira e começou a devorar, mais tarde se preocuparia com o quanto comeu e quão pouco espaço em seu estômago reservava para o jantar natalino.
Tudo aos poucos começou a ficar escuro, estava realmente cansado mas não se lembrava que era tanto assim...
Os olhos esverdeados estavam pesando mais do que de costume. Ficava cada vez mais difícil mantê-los abertos.
Parecia que o mundo tinha parado ao seu redor. A única coisa que ouviu ao fundo (antes de apagar) foi uma espécie de cochicho, algo como "Não acredito que funcionou!".
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"We wish you a merry Christmas
We wish you a merry Christmas
We wish you a merry Christmas"
Música?
"And a happy New Year"
Ano novo?
"Glad tidings we bring
To you and your kin
Glad tidings for Christmas
And a happy New Year!"
Harry estava meio tonto e tinha a certeza que não estava bem. Estava ouvindo músicas de Natal de dentro do seu dormitório! Nem era ainda o horário da ceia... E ainda eram músicas trouxas!
De repente tudo veio como um baque.
"We want some figgy pudding
We want some figgy pudding
We want some figgy pudding"
Os doces...
"Please bring it right here!
Glad tidings we bring
To you and your kin
Glad tidings for Christmas
And a happy New Year!"
O chocolate quente...
"We won't go until we get some
We won't go until we get some
We won't go until we get some
So bring it out here!"
Aquela voz...
"Glad tidings we bring
To you and your kin
Glad tidings for Christmas
And a happy New Year!"
Ele conhecia aquela voz...
"We wish you a Merry Christmas
We wish you a Merry Christmas
We wish you a Merry Christmas
And a happy New Year"
Abriu os olhos e se deparou com uma situação estranha.
"Glad tidings we bring
To you and your kin
Glad tidings for Christmas
And a happy New Year!"
Estava em uma espécie de armário - irônico - e amarrado por diversas luzinhas piscas-piscas de decoração natalina. Aquilo não poderia estar acontecendo, pelo menos a música havia parado. Talvez a ceia já tivesse acontecido...
"Oh não!".
Tudo estava silencioso, e brilhante demais. Harry achou que estivesse sozinho até sentir algo se movendo atrás de si. Mas não conseguia se mexer o suficiente para ver quem foi o outro azarado que também havia caído nisso.
-Olá... An...Você está acordado?
- Claro, Styles. Só você estava dormindo quando nos amarraram aqui - uma voz aguda respondeu em um tom rude.
- Quem nos amarrou aqui? E como sabe meu nome?
- Uns idiotas da minha casa e um babaca da Lufa-Lufa, e...Não é tão difícil saber seu nome por aqui...
- Ah! -gemeu em desgosto, a voz do aluno que ouviu antes de desmaiar só podia ser de Stanley, um novato - Saquei... Você seria da...?
- Sonserina - falou, meio desanimado - e infelizmente não temos como nos soltar... Eu já tentei. - Apenas comentou, quando percebeu que o cacheado estava se movendo muito.
- Certo...Não acredito que me amarraram aqui.
- Eu não fico surpreso - Estalou a língua no céu a boca - Todos meio que querem "pegar" o lufano que gosta de... Você sabe... Pênis.
- Eles sempre tentam, normalmente sou mais cuidadoso nesse quesito. Só não esperava que alguém da minha casa ajudasse com isso... - rolou os olhos mesmo que o outro não fosse ver.
- Stanley é um "pau-mandado".
- "Pau-mandado"? - Harry fica confuso com a expressão Trouxa usada pelo sonserino, será que havia ouvido errado?
- Expressão trouxa, lufano.
- Eu sei, só não esperava ouvir uma de alguém como você...
- Como eu?! - Parecia ofendido.
- Sonserino, quis dizer.
- Não me conhece, Styles.- Isso fez Harry ficar quieto por um instante. - Erros de pessoas que estão na minha casa não são os meus erros.
- Será que não conheço?
- Tenho certeza do que falei.
"Dashing through the snow
On a one-horse open sleigh
O'er the fields we go
Laughing all the way"
Outra música se iniciava.
- Ahhh, já começou a ceia? Há quanto tempo estamos aqui? - Harry resmungou.
"Bells on bob-tail ring making our spirits bright"
-Não tenho certeza, estamos aqui há um bom tempo. Talvez já tenha até acabado... Espero que as suas perguntas também.
"What fun it is to ride and sing
A sleighing song tonight"
- E essas músicas? Por que estão tocando isso por aqui?
"Oh, Jingle bells, jingle bells, jingle all the way
Oh, what fun it is to ride
In a one-horse open sleigh"
- Clássicos do Natal Trouxa...
"Jingle Bells, Jingle Bells, Jingle all the way
Oh,What fun it is to ride
In a one-horse open sleigh."
O cacheado franziu o cenho.
- Por quê?
"A day or two ago, I thought i'd take a ride
And soon miss fanny bright,
Was seated by my side
The horse was lean and lank
Misfortune seemed his lot
He got into drifted bank
And we,we got up sot."
Sentiu o garoto atrás de si ficar tenso e deixar a voz mais grave.
- Uma espécie de castigo para mim... Mais como um lembrete.
- Para você? Não é para nós?
- O seu castigo é só ficar amarrado perto de um garoto na sua noite de Natal, eles acham que só porque você é gay isso seria uma tortura. Não poder... me tocar. - Harry percebeu o constrangimento nas palavras do garoto, mesmo que ele tentasse mascarar com um tom de piada.
Harry não entendia mais nada, o que aquele garoto havia feito? Ele não parecia ser alto pelo que sentia em suas costas, e nem ameaçador pelo timbre se sua voz(um pouco raivoso talvez), e de a acordo com o pouco que falou com ele o sonserino possuía um conhecimento sobre os Trouxas impressionante... Talvez fosse bom com feitiços e tivesse azarado alguém, mas isso não explicaria a escolha musical trouxa. Teria ele defendido algum "sangue-ruim"?
"Oh, Jingle bells, jingle bells, jingle all the way
Oh, what fun it is to ride
In a one-horse open sleigh
Jingle Bells, Jingle Bells, Jingle all the way
Oh,What fun it is to ride
In a one-horse open sleigh."
- Você simpatiza com eles? Por isso está aqui?
- Eles quem?
- Os Trouxas...
Silêncio por um tempo.
"Now the ground is white
Go it while you're young
Take the girls tonight
And sing this sleighing song!"
- Meio que sou um deles...Um sangue ruim...- a voz do desconhecido começa a dar sinais de choro, e pela primeira vez parecia frágil.
"Just get a bob-tailed bay
Two-forty for his speed
Hitch him to an open sleigh and crack
You'll take the lead."
- Ninguém deveria ser chamado assim. - Styles disse sério.
- Pena que "meus irmãos" sonserinos não pensam assim. E não tenho como discordar...
Aquele clima estava pesado, mesmo que as músicas fossem bonitinhas e animadas. O contraste piorava a situação.
- E por que exatamente estamos nesse armário? - Harry ouviu o garoto bufar, mas pelo menos não estava chorando.
-Só te respondo educadamente porque sei que estava "dopado" quando nos trouxeram aqui, e que talvez você ainda esteja "chapado" daqueles doces.
"Oh, Jingle bells, jingle bells, jingle all the way
Oh, what fun it is to ride
In a one-horse open sleigh
Jingle Bells, Jingle Bells, Jingle all the way
Oh,What fun it is to ride
In a one-horse open sleigh."
-Acharam que iria ser divertido amarrar o viadinho da Lufa-Lufa com o sangue-ruim da sonserina... Por motivos óbvios: primeiro porque você está "dentro do armário", e segundo que eles acham que isso pode "pegar", e iria ser mais um forma de acabar com a minha vida...
- Primeiramente, sério? Não tenho uma doença. E segundo, é tão ruim ser gay? - Aumentou seu tom de voz sem perceber.
-Não, mas no mundo bruxo ser trouxa e homossexual é pior. Você vai ser só... "Viadinho". Eu seria o "viadinho sangue-ruim".
- Ei! Não é ruim ter nascido Trouxa. Eu os acho fascinantes...E finalmente a música acabou! - Pelo menos alguma coisa boa aconteceu.
-Fascinante não para quem está em uma das casas mais exigentes da escola. E não comemore cedo, logo outra música vai começar...Está programado para tocar à noite toda, eu acho, ou até a pilha acabar - foi muito cedo, realmente.
- O que está programado?
- O rádio.
Mesmo com a iluminação bem ruim e psicodélica das luzinhas um objeto diferente do cotidiano do jovem bruxo poderia ser visto colado na parte superior do armário. Não era um rádio normal, ele era movido a energia de pilhas, e não mágica - o que para um bruxo era estranho.
E realmente as músicas continuaram a tocar. O que não deixava o silêncio entre eles menos constrangedor.
- Você não me disse seu nome.- Harry tentou puxar assunto.
- Por qual motivo isso importaria? - Dava para ver que o garoto estava saturado daquilo, talvez estivessem a muito mais tempo do que Styles achava ali amarrados, ou poderia muito bem estar se esquivando da resposta.
- Não precisa ser agressivo, estamos literalmente "no mesmo barco"...
- Conhece bem ditados do "meu povo". -Dava a impressão que o garoto desconhecido sorria enquanto comentava aquilo.
- Eu tento - se gabou - Não gosto de como julgam os outros por serem diferentes.
- Também não sou a favor disso...E você sabe a fama da minha casa né? - disse de maneira triste e meio infantil, Harry não estava preparado para isso vindo de alguém como ele.
Era errado julgar mas... Inevitável em alguns casos.
- Complicado, você parece tão doce... De certa maneira...
- Não diga isso. Nunca mais. - A voz do garoto ficou sombria enquanto o interrompia.
- Por qual motivo? - Se remexeu um pouco, tentando aliviar o aperto das luzinhas, inutilmente.
- E se alguém te escuta? Eu seria o sangue ruim "delicadinho". - Deu uma remexida forte fazendo com que as cordinhas elétricas ficassem incômodas para o de olhos verdes, assim como as palavras que proferiu
- Ei!
- Me desculpe... Não era para sair no sentido ofensivo... Homofóbico... Ou machucar você, de qualquer maneira.
Styles suspira, deixando de lado.
- Certo. Mas você... É também?
- Sou o quê?
- "Delicadinho" como eu? - Deu um breve sorriso no final da frase. - Acha que não reparei como você fica na defensiva com esse assunto, somente quem tem algo a esconder reage assim.
Mais uma pausa longa enquanto o desconhecido pensava.
- Prefiro não me rotular...
- Você é pan? - Tentou o chute.
- Não precisa falar em voz alta, mas talvez, Harry...
- Você é totalmente o que eu não esperava de um Sonserino. E olha, já me chamou pelo primeiro nome, agora pode me falar o seu.
-E você julga muito para um Lufano. E também não parece ter noção do perigo, não esqueça de onde eu sou.
- Bem colocado - Aquele garoto tinha uma língua bem afiada - Mas que perigo...
- Louis...
- O que disse?
- Louis Tomlinson. Meu nome, Harry.
Nunca havia ouvido o nome desse garoto... Louis, o nome soava doce em sua mente, era francês?
- Prazer, pena que não podemos nos cumprimentar adequadamente. - Tentou se mover para ao menos ser educado.
- De certa forma estamos fazendo isso... Amarraram nossas mãos juntas.
- Oh...
Só agora Styles havia percebido aquilo. Amarraram Louis e ele juntos, de mãos dadas, como um casal. De repente Harry ficou constrangido.
- Desculpe por isso Louis...
- Não precisa se desculpar. São apenas mãos.
- Eu sei, porém, sabe, é... Algumas pessoas têm nojo de mim, por ser quem eu sou.
- Não sou uma delas. Sou - diminuiu drasticamente a voz, dando um efeito sensual inesperado - "pansexual". - Sussurrou como uma segredo, mesmo que dentro daquele armário só os ouvidos de Styles captariam aquilo.
- Certo, ama humanos, não gêneros. É isso né?
- Sim, está certo, texugo.
- Cuidado com a maneira que me chama, cobra...
- Eu? - Gargalhou - Cuidado? Foi você quem comeu doces soníferos mágicos.
- Ah! E como você veio parar aqui?
- Acredite, foi com mais honra que um certo lufano atrás de mim.
⊰᯽⊱┈──╌❊╌──┈⊰᯽⊱
Os minutos pareciam horas. O rádio já havia se silenciado a um bom tempo tendo apenas alguns lapsos de bateria mas depois se silenciava novamente, então o tédio pairava sobre os garotos. Harry esperava que aquelas luzes, as quais estavam presos se apagassem, aquelas combinações já estavam o deixando com dor de cabeça.
- Ahhhhhhhh, Louis! - gemeu de desgosto.
Tomlinson sabia que não era momento para aquilo, porém ao ouvir seu nome ser pronunciado de uma maneira quase que promíscua, uma outra parte de seu corpo começou a dar vida (ele estava a muito tempo sem sexo). Já havia visto Styles pelos corredores de Hogwarts, até pensou uma vez em chamá-lo para sair, porém duas coisas o impediam.
A primeira era a vergonha. Ele, um cara baixo, tímido, e (em sua visão) com nenhum atributo fixo em especial, além da sua enorme parte traseira, tentando falar com Harry Styles. Este que andava praticamente desfilando pelo castelo, mexendo naqueles cachos (provavelmente muito macios), e com aquela altura de dar inveja em muitas modelos. Sem falar em como aqueles olhos cor esmeralda o julgava por usar um uniforme da cor "inimiga".
A segunda era o segredo sobre seu sangue... Agora todos iriam saber, porém antes apenas ele e poucas pessoas que confiava sabiam de sua mãe bruxa que decidiu se casar com um simples trouxa que morava nos subúrbios de Londres. Estranhamente, só ele havia recebido esse "dom" da genética de sua progenitora, suas irmãs mais novas não eram nada diferentes de seu pai. Não que isso fosse ruim, apenas fazia com que Louis tentasse se manter fora de olhares preconceituosos do mundo bruxo.
Antes de receber a carta de Hogwarts, desejava não ser bruxo e não ter que ficar longe da família que tanto ama para estudar. Gostava de quando sua mãe, no dia a dia, realizava alguns feitiços simples, mas nunca imaginou-se realizá-los também. Esse era um dos motivos que não voltava para a casa em momentos como aquele, todos na estação iriam saber do seu segredo, e isso poderia fazer sua vida em Hogwarts ficar ruim, pelo menos agora ele não teria que guardar mais tudo para si.
Voltando ao armário.
Harry Styles era bem sensual, em sua humilde opinião. Louis poderia ser baixinho e parecer "fofo", mas gostava de mandar, e sabia que o lufano tinha tudo que o atraía. A pose de "Sonserino sangue puro" o fazia se remexer na cama todas as noites em desgosto, não gostava daquilo, desde o primeiro ano no castelo queria poder andar com quem quiser e poder falar sobre sua família e de suas experiências... Como ex-trouxa. E talvez até arranjar um namorado bem resolvido sobre si, como o cacheado.
Era assustador pensar que depois das comemorações de fim de ano ele poderia ser quem ele quisesse. Via como Styles era tratado, e sabia que poderia acabar recebendo tratamento pior... E a tendência era apenas piorar mais e mais, conforme sua vida for sendo pesquisada.
- O que foi Harry? - Respondeu aos gemidos do garoto como se aquilo não estivesse o afetando.
- Está quente aqui... Esse uniforme é tão desconfortável...
- Infelizmente não tem nada que possamos fazer.
- Chamar ajuda?! Como não pensamos nisso antes? - Ficou feliz por um breve momento.
- Nem precisa tentar... Eu já tentei, e aqueles idiotas colocaram um feitiço abafador aqui. Ideia do idiota do Stanley...
- Não acredito! Quando sairmos daqui...
- Um lufano? Fazendo ameaças? - Sorriu divertido.
- Sou uma caixinha de surpresas... - "E você também", Harry queria acrescentar. - E tenho um sonserino do meu lado agora, eu acho. O diretor não vai deixar isso aqui sair impune, sabe como ele preza pelo respeito.
- Talvez...
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Durante todo esse tempo "colados", Styles conseguiu reparar em um volume confortável e "abastado" na parte traseira de Tomlinson, bunda grande foi seu veredito... Seria ele bonito além de bundudo?
Não deveria pensar nisso em uma suturação daquela, porém era de certa forma tentador ter um garoto que parecia ser tão bom, ácido, e talvez belo próximo de si e que não fosse um completo babaca a primeira impressão.
O termo "pan" abriu em sua mente uma caixinha, com vários rostos de sonserinos que via pelas aulas, tentando achar quem poderia ser aquele. Aquela voz não era conhecida por si, a escola era grande, mas a chance havia chances que aquele garoto fora daquela situação fosse ser tímido era ainda maior.
Tudo em Harry incomodava. As mãos do cacheado começaram a ficar dormentes, então Harry em uma tentativa de voltar a circulação começou a apertá-las, consequentemente apertou a de seu "companheiro" também. E suas pernas estavam em uma posição estranha, porém nada conseguiria fazer devido ao espaço restrito do ambiente.
- O que está fazendo, lufano?
- Minhas mãos... Estão dormentes, estou tentando fazer o sangue rodar. E achei que já tínhamos superado essa fase, só Harry.
- Sangue rodar - deu uma risada gostosa aos ouvidos de Styles - Eu te ajudo, pensei nisso antes, mas achei que ia ser estranho.
-É estranho, mas até alguém chegar e nos resgatar vai ter que servir. - "Se alguém vier", acrescentou mentalmente.
As mãos daquele sonserino eram muito macias e delicadas, Harry percebia isso agora. Deveria ser um garoto bem pequeno... Ah! Ele não poderia pensar nisso agora, não poderia pensar em coisas sexuais que aquelas mãos poderiam fazer.
As mãos daquele lufano eram tão grandes. Qual seria o tamanho do... Não, Louis não poderia pensar naquilo, naquele momento.
Os dois estavam entediados, e de certas forma excitados. Eram jovens, o que poderiam fazer?
-Mas então... Lou... Como veio parar aqui?
Para cortar o tédio, Louis resolveu contar. Aquele apelido esquentou um pouco seu coração... Há quanto tempo ninguém o chamava assim?
{...} Depois de uma longa história...
- Não acredito! - Harry ria de maneira escandalosa.
- Não ria! Você foi bem pior que eu.
- Bem eu fui, de certa forma drogado, você já se escondeu no banheiro dos monitores achando que eles não te achariam.
- Eu sei reconhecer quando estou em desvantagem em uma luta!
Ambos estavam se divertindo da maneira que podiam. Criando "brigas" sobre coisas bobas e rindo em quase todos os momentos.
⊰᯽⊱┈──╌❊╌──┈⊰᯽⊱
Eles emendaram um assunto no outro e o clima entre eles começou a ficar mais leve,estavam se dando bem. Um lufano e um sonserino.
Enquanto compartilhavam algumas histórias para passar o tempo uma certa conexão foi sendo criada. Não sabiam que horas eram, e nem em qual armário estavam. Louis tinha uma vaga lembrança de subir muitas e muitas escadas, mas ele não havia conseguido decorar o caminho.
Não que saber o caminho fosse ajudar, nem conseguiam soltar seus corpos, imagine voltarem aos seus dormitórios.
O sono foi os pegando aos poucos. Harry relaxou sua cabeça para trás, com isso Louis sentia os cachos macios pressionados em sua bochecha. E Styles conseguia sentir o cheirinho de morangos que o garoto exalava.
Aos poucos os corpos foram relaxando, e relaxando...
Não perceberam quando um elfo doméstico do castelo entrou naquele cômodo, em uma busca por um banheiro, acabou achando aquela sala onde os professores depositavam alguns livros que eram utilizados durante as aulas, o mesmo por curiosidade abriu o armário que fazia barulho de roncos e que possuía um feitiço infantil de "tranca". Quando a porta se abriu o elfo conseguiu visualizar dois garotos presos, de costas um pro outro, por fios de luz natalinos.
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O som do armário se abrindo fez com que os garotos despertassem. Finalmente estavam livres!
- Oh! Obrigado, estamos aqui há horas e...
Nem conseguiram agradecer ao elfo, o mesmo se assustou um pouco com a situação inesperada e saiu correndo pelos corredores. "Pelo menos ele deixou as portas abertas", Harry observou positivamente.
- Vamos tentar sair daqui, Harry. Eles deixaram nossas varinhas em cima daquela cômoda ali...
Depois de tanto tempo parados naquela posição seus músculos estavam rígidos. Foi complicado se esticarem e se colocarem de pé no início, mas depois que conseguiram se ajeitar de uma maneira que a altura de Harry não fosse tão gritante comparada à de Louis seguiram até uma cômoda antiga onde se encontravam as varinhas.
Teriam que trabalhar em equipe para pelo menos um deles conseguir recuperar a varinha e realizar algum feitiço para desenrolá-los. Uma pequena discussão foi iniciada, mas depois de muito insistir Louis seria quem faria o feitiço.
Manobras elaboradas foram realizadas e quando a varinha foi para as mais de Tomlinson em pouco tempo tudo foi resolvido.
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Harry não conseguia parar de olhar para o sonserino que estava a sua frente. Não era o que ele esperava, era melhor.
Louis era lindo.
Possuía uma pele bronzeada que parecia muito macia, cabelos rebeldes e um nariz arrebitado de quem "sabe tudo". Todo esse pacote ainda era acompanhado de uma bela bunda(como ele havia deduzido antes) e uma bela "mala" que era visível nas suas calças.
Mesmo para Tomlinson que já conhecia o cacheado, aquele momento em que se colocaram de frente um para o outro foi diferente. Mágico. Ambos estavam se apreciando discretamente, como quem não quer nada, mas querendo muito.
- Então Louis? O que vamos fazer agora? - Seria um convite para algo?
- Hum...Acho que não perdemos a ceia, o tempo dentro daquele armário mexeu um pouco com nossos relógios "mentais" e...
- Iria a ceia de Natal comigo, Tomlinson?
- Styles - falou com um sorrisinho de canto, fazendo com que algumas ruguinhas se formassem no canto de seus olhos. - Vamos direto ao ponto, posso ser "bonzinho" para alguém da minha casa, mas não gosto desses joguinhos. Que tal irmos para um local mais reservado e acabarmos logo com essa tensão sexual que está me matando à noite toda?
Chocado. Era nesse estado que Harry se encontrava.
Para alguém tímido, Louis estava bem confortável consigo. Seria muita falta de sexo de ambos os lados que estava gerando aquele fogo? Os dois preferiam (por hora) acreditar que sim, e não que talvez depois dessa noite um romance ameaçasse surgir entre eles.
- Quem disse que precisamos de um lugar mais reservado?
Assim Styles puxou Louis para um beijo quente e necessitado. Intencionalmente, Harry fazia um carinho na nuca de seu acompanhante -queria deixá-lo calmo e confiante sobre o que estavam fazendo.
Aquilo estava muito bom, porém Louis quis tomar as rédeas da situação. Aquele lufano estava o deixando louco, e queria que ele fosse um "bom garoto" para si.
Usando um pouco de sua força, tentando não ser muito bruto, levou o cacheado de encontro à parede perto da porta entreaberta. Harry ofegou surpreso, Louis tinha mais força do que imaginava, e com isso tinha ficado ainda mais excitado.
Saberem que a porta não estava totalmente fechada dava um clima a mais na situação.
Harry ainda tentou, em meio a surpresa do ato, revidar a ação e inverter as posições em que estavam, mas perdeu todas as suas forças quando sentiu seus cachos serem puxados pelos dedos ágeis de Tomlinson momentos antes de se arrepiar por inteiro por ter aquela boca tão bonita sussurrando por seu pescoço exposto totalmente sensível, aumentando potencialmente seu prazer com tudo aquilo.
- Nós vamos fazer isso, Styles, mas será do meu jeito.
Então sentiu aquelas mãos leves porém firmes descerem por sua coluna até chegaram próximas a sua bunda o puxando para perto do corpo do sonserino. Enquanto fazia isso Louis provocava Harry com beijos lentos e molhados.
Tomlinson sabia que Styles havia gostado da forma mais firme que havia o dominado, mas agradar tão facilmente assim o cacheado definitivamente não condizia com sua postura. Por isso continuou com os toques suaves e beijos leves que faziam apenas o lufano murmurar em desaprovação em busca de mais, adorando o ver tão frustrado.
- O que foi? Você parece querer alguma coisa.
Louis perguntou roucamente antes de pousar de forma firme suas mãos na bunda coberta do garoto, o puxando de surpresa mais perto de seu corpo (estavam se encostando agora) e se deliciando com o gemido surpreso que o mesmo soltou, vendo a resposta dele vir numa tentativa em vão de se esfregar contra o corpo do sonserino, implorando por mais contato. Styles sabia que tinha que falar o que queria, pois havia percebido que Tomlinson só iria fazer algo consigo se ele falasse. Enquanto tentava de alguma forma se aliviar, Tomlinson continuava com os beijos leves e suaves ao mesmo tempo que esfregava sua ereção dolorida na ereção de Harry.
- Me diz Harry, o que você quer?
- Você sabe muito bem o que eu quero, Tomlinson. - Ofegou no que sentiu um aperto em sua intimidade, Louis estava tirando sua sanidade.
- Eu realmente não sei, Harry, me diz. - falou com um sorriso travesso na face.
- Não me faz implorar por isso, Lou...
- Eu não estou fazendo nada, não sei o que quer, podia me falar. Como um bom garoto lufano, que eu sei que você é...
- Ah! Me fode, Tomlinson!
- Pode deixar que eu vou fazer isso Styles, mas garotos bons como você não deveriam usar esse tipo de vocabulário. - Disse em um tom de desaprovação puxando o cabelo cacheado de forma que Harry tivesse seu pescoço totalmente a mostra.
Naquele momento nem parecia que Tomlinson era aquele garoto quieto, tímido e reservado que estava "dividindo" o armário consigo a instantes atrás. Dizem que os silenciosos são os melhores, e Louis parecia ser um bom exemplo disso.
Lentamente o uniforme do lufano foi sendo retirado, Louis queria apreciar cada parte daquela pele branquinha com algumas pintinhas espalhadas. Os olhos verdes acompanhavam os movimentos do sonserino, porém Harry sabia que tinha que esperar, e também queria ver a reação de Louis a "surpresinha" que escondia debaixo das roupas.
Tomlinson assim que levantou a camisa passou os olhos azuis pelos pelos verdes e voltou a olhar aqueles mamilos rosados. O que o surpreendeu foi ver que não haviam apenas dois mamilos, e sim quatro!
Uma anomalia para alguns, porém aquilo aos olhos do sonserino o deixava ainda mais excitado. Mais áreas para estimular o prazer em Harry.
Harry estava ansioso, então tentou tomar novamente a frente da situação, sendo impedido por Louis que enquanto falava consigo estimulava um de seus mamilos.
- O que eu te disse, Styles?
- Mas...
- Sem "mas", vai ser do meu jeito. Hoje sou eu que mando, príncipe.
Mesmo tendo essa parte dominadora, Louis queria passar confiança a Harry. Queria lhe transmitir todo o prazer que estava disposto a lhe oferecer e todo o carinho e respeito por ele.
Harry sentia esse respeito, mesmo com os toques mais fortes em suas áreas íntimas sabia que tudo estava sendo feito de modo consensual e respeitoso. Nunca fazendo nada a força ou usando humilhações, só porque dessa vez ficaria por baixo não significava que era menos que o outro.
Mesmo tendo se tido o primeiro contato a pouco tempo se sentiam confortáveis um com o outro. Passarem aquele tempo juntos fez com que as mentes dos dois se abrissem.
Antes Harry não achava possível um sonserino ser tão amável e frágil, e Louis não achava que um lufano poderia ser tão forte.
Antes que pudesse pensar mais sobre o que estava acontecendo Harry notou que já estava apenas de cueca. Todo seu corpo estava em chamas.
Os dois serem de casas diferentes dava um ar de "proibido" aquela situação, mesmo que não houvesse nada de errado, a única coisa perigosa era praticar aqueles atos dentro da escola. Se alguém os pegasse ali muitas coisas iriam sair errado, mas eles duvidavam que quem os prendeu ali fosse voltar para buscá-los.
De repente ouviram um som vindo do armário.
"Jingle-bell, jingle-bell, jingle-bell rock
Jingle bells swing and jingle bells ring
Snowing' and blowing' up bushels of fun
Now the jingle hop has begun"
Aquele rádio trouxa havia voltado a tocar. Mas isso não os impediria de continuar.
— "Jingle-bell, jingle-bell, jingle-bell rock
Jingle bells chime in jingle-bell time
Dancin' and prancin' in jingle bell square
In the frosty air" - Louis cantou rente ao seu ouvido, Harry havia esquecido por um momento que ele viveu entre os trouxas.
Enquanto cantava Tomlinson começou a tirar a própria roupa (para a alegria de Harry), e deixou exposto seu peito bronzeado e suas pernas grossas. Conseguiu ver também alguns desenhos espalhados por aquela pele, tatuagens, Harry sempre quis fazer uma e talvez agora que conhece Louis poderia perguntar onde o mesmo as fez.
Olhar os olhos verdes hipnotizador sobre seu corpo aumentava o tesão de Tomlinson. Harry estava ofegante com alguns cachos caindo sobre seus olhos e a boca entreaberta, imagina quão lindo ele ficaria depois que fizessem sexo.
"What a bright time, it's the right time
To rock the night away
Jingle-bell time is a swell time
To go gliding' in a one-horse sleigh"
Logo as cuecas também foram ao chão.
Já que não havia ali uma cama apropriadamente Louis fez um feitiço para aparecerem algumas cobertas grossas e macias no chão daquele lugar. Harry logo se posicionou de quatro, esperando.
Aquela visão poderia matar Louis. Harry estava entregue, com a sua entrada rosada piscando propositalmente.
Tomlinson não resistiu e começou um belo beijo grego. Esperava que Styles estivesse gostando, e ele estava pois nunca haviam feito aquilo em si. Nas poucas vezes que ficou por baixo a coisa era mais rápida, mas não com Tomlinson, com ele as coisas estavam sendo deliciosas em todos os aspectos.
Seu corpo se contorcia com a ação de Louis, que logo já se pôs atrás do lufano e aos poucos foi entrando dentro dele. Depois dessa ação as coisas fluíram.
Esperaram o tempo de Harry, e quando este disse que estava tudo bem foram com força e paixão. Cada estocada os gemidos saiam altos, esperavam que ninguém passasse por aquela área do castelo.
Quando gozaram ficaram abraçados um pouco naquela "cama" improvisada por cobertas. Ambos olhavam um para o outro e sabiam que depois daquele dia não conseguiriam mais ficar longe.
Mesmo que fossem de casas diferentes, mundos diferentes, iriam suportar os preconceitos e adversidades que viriam. Não gostavam um do outro pelo corpo, pois o tempo que conversaram naquele armário conseguiu criar uma conexão na mente deles.
"Giddy-yap jingle horse; pick up your feet
Jingle around the clock
Mix and mingle in a jinglin' beat
That's the jingle-bell rock"
Hogwarts iria ter uma surpresa no final das férias de Natal e ano novo. Louis Tomlinson da Sonserina estaria namorando Harry Styles da Lufa-lufa.
Um romance improvável e inesperado, mas muito verdadeiro e recíproco. Azul no verde e verde no azul, conectados depois daquela noite de Natal.
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Olá, essa fanfic foi desenvolvida para participar do concurso Houis Awards (holiday edition) de 2018, auhouis.
A ideia é completamente minha, não é plágio ou adaptação. Pensei nela enquanto me recordava da cena triste de "Harry Potter: A Pedra Filosofal", na qual Harry se sentia sozinho no Natal, porém seu novo amigo Rony o ajuda a ter uma ótima noite - entre outros acontecimentos. Mesmo que "Slytherpuff's Xmas" não tenha o mesmo enredo de onde me inspirei.
Para os fãs desse universo mágico: tentei fazer algumas referências para aquecer nossos corações, porém não abusei deles pois compreendo que muitas pessoas só viram os filmes.
Quem me ajudou com erros gramaticais e com a organização foi a "minha" lindíssima beta reader Bekindpls ,que vem me acompanhando desde "Sweet Creature". Obrigada por essa betagem sensacional, e por me corrigir da melhor maneira tornando o que eu escrevo mágico e especial! Ela merece muito amor e (de certa forma)compaixão... Sempre envio o que escrevo em horários aleatórios e ela sempre consegue entregar em prazos impossíveis! Agradeço muito! Sem ela essa OneShot não seria possível.
O smut teve a colaboração e grande ajuda das escritores maravilhosas: mmithwx e Veyda15 . Obrigada por me ajudarem no meio da noite com essa questão! Sem vocês talvez essa parte não tivesse ficado tão boa, na verdade, essa parte só ficou como está porque vocês deram seus toques fantásticos! Agradeço pelas ideias fantásticas, e foi (literalmente) um prazer fazer essa parte com vocês duas!
A capista que fez essa belíssima arte foi a lwtjjk, que já me ajudou com capas como a de "Why do you hate me?" e "Harry's Disorder", obrigada por essa capa incrível e por sempre atender aos meus pedidos, mesmo que sempre tão complicados e talvez inusitados; agradeço pelo carinho e paciência. Você tem um talento sensacional! Quase chorei quando vi a capa de "Stytherpuff's Xmas" pronta, está lindíssima, como todos os seus trabalhos!
Também gostaria de agradecer a SweetOnlyAngel , é a primeira vez que "trabalhamos" juntas e ela me deu ideias incríveis sobre o que fazer com a capa e foi muito doce comigo; espero fazer algum dia alguma parceria com ela, muito obrigada pela atenção!
Espero que tenham gostado, mesmo se eu não me classificar em nenhuma categoria com esta OneShot, foi muito divertido escrever e imaginar os "garotos" nesse universo alternativo tão amado por muitos. Espero que consigam matar um pouquinho da saudade do universo da J.K.R. e que se divertiram com Larry nesse pequeno trecho. Tudo foi feito com muito amor e dedicação!
Ps: o título possui XMAS pois é a abreviação de Christmas em inglês, acho um jeito fofo de escrever, e lá muitos lugares usam esse modo de escrita em cartões de Natal e decorações no geral;
Ps2: o Shipp de lufanos + soncerinos é Slytherpuff, e decidi colocar assim porque me fez lembrar do nosso amado casal, diferentes, porém opostos se atraem. E também gostaria de dar foco a um lado dessas casas que as pessoas não costumam conhecer ou "shippar", já que o foco normalmente é Grifinória. Talvez eu escreva mais sobre essas casas, ou sobre as outras também, gostei de explorar um pouco esse tema.
Bjss, e obrigada por terem lido até aqui!
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