Qualquer erro durante o capítulo me avisem. Pode ter passado despercebido durante a revisão.

Votem e comentem, por favor💚

“Broken mirror"

•Dray

Meu coração ainda batia acelerado e minha pele estava quente. O Harry havia acabado de me pedir em namoro e eu aceitei.

Por mordred!

O céu perdia os tons de laranja e rosa, dando espaço para o azul escuro da noite. Algumas estrelas já apareciam em meio a escuridão.
O Harry estava deitado com a cabeça em minhas coxas e eu estava meio deitada no gramado apoiada pelos cotovelos e antebraços.

- Acho que nós devíamos ir - comento - Já estava começando a ficar frio.

- Você tem razão - ele concorda e levanta rapidamente para depois me ajudar.

- Os outros já devem estar voltando e  eu não estou afim de enfrentar uma fila no banheiro - nego com a cabeça.

Eu não me sentia confortável em dividir o banheiro com os garotos, então eu tomava banho primeiro ou teria que esperar.

Visto o sweater novamente, espanando a sujeira com as mãos. O moreno segura uma das minhas mãos e entrelaça nossos dedos antes de caminharmos de volta para o castelo.

Nós andávamos pelo castelo, os corredores estavam um pouco movimentados por causa do feriado, eu estava de cabeça baixa e levantava de vez em quando para observar o Potter.

Os cabelos pretos sempre bagunçados, os óculos redondos pendendo no nariz, a pele mais escura em contraste com a minha e o sorriso confiante no rosto.

As características que eu odiava e hoje me faziam sorrir como uma boba.

- O que foi? - ele me olhou curioso ajeitando o óculos no nariz.

- Nada - neguei sorrindo.

- Você estava me encarando - ele afirma dando de ombros e largando a minha mão - Sou tão irresistível assim? - para em minha frente.

- Menos, Potter. Bem menos - eu reviro os olhos ainda sorrindo. Tento desviar dele, mas o moreno me puxa pela cintura para me beijar.

Ele me beija repetidamente, enquanto eu sorria audivelmente tentando me soltar.

- Alguém pode nos ver - comento o repreendendo.

- Eu não me importo - ele diz sorrindo ainda me abraçando pela cintura.

Sorrio e o beijo profundamente, mas depois me afasto e puxo ele, segurando seu pulso para que me seguisse.
Encontramos vários casais pelo caminho e conseguimos finalmente nos misturar. Sem atenção exagerada, ninguém nos encarando ou murmurando palavras ruins. Apenas um casal como todos os outros.

Uma coisa que eu ainda guardava do Draco, era sua confiança. Então ergui a cabeça e encarei as pessoas de frente.
Não havia nada de errado comigo, nada do que eu tivesse que me envergonhar.
Coloquei um sorriso no rosto e apertei mais forte a mão do Harry para me sentir segura.

Paro próxima as escadas que levavam a torre da Grifinória e me despeço dele.

- Em casa - murmuro sorrindo de canto.

- Obrigado por me trazer em segurança - ele brinca e faz uma reverência.

- Eu acho que mereço bem mais que um “obrigado" - dou de ombros.

- Verdade - ele afirma com a cabeça arqueando uma da sobrancelhas. Ele se aproxima e deixa um beijo em minha bochecha. O seguro pela nuca, impedindo-lhe de se afastar e selo nossos lábios por um tempo.

- Tchau, Potter - sorrio de canto.

- Tchau, Malfoy - ele sorri e sobe as escadas.

Sigo pelos corredores até às masmorras. O salão comunal da Sonserina estava bem animado, o som das vozes eram altas e haviam muitas pessoas tomando cerveja amanteigada. Alguém trouxe algumas coisinhas de Hogsmeade.

- Drayyyy! - o Nott exclama animado e passa o braço pelo meu pescoço - Não vi você em Hogsmeade.

- Theo - sorrio negando com a cabeça - Estava treinando.

- Treinando? - ele me olha exasperado - Só se for a língua na boca do Potter - ele fala um pouco alto - Eu viii...

- Shiii - coloquei o dedo indicador sobre os meus lábios - É segredo.

- Ahh - ele concordou com a cabeça repetidamente.

Me desvencilho do Nott e subo para os dormitórios. Tomo banho e visto uma roupa confortável. Volto para a cama e fico lendo um livro.

- O Potter te achou? - a Pansy pergunta animada se jogando na minha cama. O cabelo molhado indicava que ela já havia tomado banho.

- Sim - afirmo - Cadê o Blaise.

- Jogando algum jogo idiota lá embaixo - ela sorri - O que vocês fizeram? - a morena me pergunta curiosa.

- Voamos um pouco, comemos juntos... - dou de ombros e finjo pensar.

- Só isso? - me interrompe exasperada.

- Bom ... - demorei um tempo para falar - O Harry me pediu em namoro.

- O Harry é muito devagar... Merlin - ela começou a murmurar e só depois ela pareceu entender o que eu disse - O Potter te pediu em namoro?!

- Isso que eu disse - concordo com a cabeça - E eu aceitei.

- Por Salazar Slytherin! - ela exclama - Todos aqueles anos eu ouvi você xingar o Potter pra isso? - ela brinca e eu deito a cabeça no colo dela - Você está feliz?

- Estou - falo sincera e sorrio de canto.

- Que bonitinho - ela me faz cócegas - Casal mais famoso do mundo bruxo.

- Para - exclamo me contorcendo e rindo.

- Hummm vai conhecer a varinha mais desejada pelos bruxos - ela sorri marota.

- Merlin! Pansy - eu reviro os olhos e nego com a cabeça.

- Se ele te magoar - ela fala séria pegando a varinha - Diga a ele que eu conheço todas as maldições imperdoáveis e não tenho medo de usa-lás.

- Ui - provoco ela - Fiquei apavorada.

- Na verdade - ela dá de ombros e depois ri - Ele só vai ter a varinha chutada com muita força.

- Chega de trocadilho com varinhas - murmuro rindo.

...

No outro dia eu estava extremamente cansada, pois havia ficado conversando com a Pansy até a madrugada. Eu poderia deitar minha cabeça sobre a comida no prato, ela parecia bem confortável.

Apoiei minha cabeça em uma das mãos, enquanto com a outra eu levava a comida até a boca de maneira preguiçosa.

O barulho das corujas me fez ficar mais desperta, elas entraram trazendo o correio matinal.
Recebi uma carta dos meus pais, um embrulho que também veio de casa e um exemplar do profeta diário, que eu sequer assinava, mas eles insistiam em mandar.

Eu iria ignorar o profeta diário, mas a minha foto junto com o Harry no campo de quadribol, fez meu corpo gelar.
“Menino que sobreviveu, o grande herói do mundo bruxo, namorando um “ex-comensal da morte" que se veste de mulher"
A matéria era resumida em ofensas a mim e ao nosso namoro. E como forma de ridicularizar o Harry.

Eu nem consegui terminar de ler, apenas larguei as folhas na mesa. Levantei a cabeça e olhei para o Harry que lia o jornal irritado.

Tudo culpa minha!

- Nott, o que você fez? - apontei para o amigo sentado de frente para mim.

- Eu? - ele me olhou confuso.

- Você estava lá ontem! - afirmo lembrando do que ele me disse.

- Eu estava bêbado demais - ele explica - Whisky de fogo - dá de ombros.

- Desculpa - passo a mão pelo cabelo o prendendo de forma irritada.

- Mas tinha alguém lá - ele me encara - Disso eu tenho certeza.

- Pode ter sido qualquer pessoa - o Blaise murmuro cansado - Eles podem ter conseguido entrar.

- Verdade - a Pansy afirma - Lembra do caso da Rita Skeeter.

- Que droga! - murmuro sabendo que eu ainda teria que lidar com meus pais, aquela carta provavelmente tinha haver com aquilo.

Desisto de comer e abro a carta, me deparo com a letra do meu pai e a pulsação acelera.

“D
Recebi o jornal ontem a noite. Alguém achou divertido me provocar com essa notícia. Eu estava pronto para te deserdar por mais uma vergonha. Mas sua mãe me convenceu que isso seria bom para nós.
Nosso sobrenome associado ao Potter poderia limpar a nossa imagem.
Gostaria de marcar um jantar na mansão em homenagem ao seu namorado.
Espero sua resposta o mais rápido possível.

- L.M"

Eu sabia que minha mãe havia feito aquilo por mim, mas eu preferia que me pai de deserdasse a ter que alimentar esses monstros com notícias sobre mim. Principalmente daquela forma ofensiva.

Amasso a carta e me levanto da mesa, deixando o outro embrulho lá. E sigo para o banheiro dos monitores.
Era um lugar que eu conhecia bem e geralmente estava vazio.

Junto toda minha força e soco o espelho, fazendo o vidro quebrar e o sangue começar a escorrer pela minha mão. Caio sobre os meus joelhos e as lágrimas começam a embaçar minha visão.

Sinto braços rodearem a minha cintura, sento no chão e encosto em seu peito. Sinto o cheiro familiar e respiro fundo. Nós ficamos abraçados por um tempo, só nossas respirações eram ouvidas naquele silêncio.

- Como sabia que eu estava aqui? - pergunto ao Harry que continuava me segurando forte como se eu fosse desmoronar a qualquer momento.

Mas já havia acontecido.

- Já tivemos nossos momentos aqui, lembra? - ele tenta brincar.

Lembro desse banheiro... Sexto ano... Sectunsempra... Sangue jorrando pelo chão... Snape... Harry... Draco.

- Você deveria ir embora - murmuro baixo.

- Não - ele nega e olha a minha mão para ver se tem algum caco de vidro.

- Harry, você leu tudo aquilo... Ficar comigo só vai estragar sua vida - falo exasperada.

- Dray... - ele segura meu rosto.

- Você merece alguém melhor - sorrio tristemente - Alguém sem essa carga toda pra carregar.

- Você é perfeita pra mim - ele murmura - Eu também tenho meus fantasmas. Temos muito em comum. Podemos ajudar um ao outro.

- Eu não posso te deixar fazer isso - o encaro.

- Eu não estou pedindo sua permissão - ele fala sério.

- Potter, você é muito cabeça dura - murmuro irritada.

- Tenho que ser para poder encarar você, Malfoy - ele sorri sem mostrar os dentes.

O moreno envolve o meu corpo me dando um abraço apertado para me fazer sentir segura. Ele murmura um feitiço para consertar o espelho. Me explicou que era um parecido com que a Hermione usava para consertar os óculos dele.
Ele teria gastado uma fortuna a cada vez que trocasse o óculos quebrado.

Com muita insistência ele me leva a enfermaria, onde a senhora Pomfrey faz um curativo na minha mão.

Me despeço do Harry e sigo para a aula de herbologia. Chego atrasada para a primeira aula, mas a professora Sprout me deixa entrar.

Sento ao lado da Queenie Greengrass para dividir a bancada. A Pansy aponta para a minha mão de forma preocupada, mas eu digo que foi apenas um acidente.
Recebemos uma advertência por causa das conversas paralelas e resolvemos conversar depois.

No caminho para a aula de Transfiguração, que ainda era dada pela Minerva, expliquei o que havia acontecido para os meus amigos. E recebi reclamações. Eu queria me enxergar da forma que eles me enxergam, sempre querendo que eu me sinta bem.

- Não ouse dizer que não é suficiente - a Pansy murmurou.

- O Potter tem muita sorte de ter você - o  Blaise aperta o meu ombro carinhosamente.

- Tenho mesmo - ouço a voz do Harry, que também tinha essa aula com a gente - Mas ela é teimosa demais pra entender.

- Então vocês são almas gêmeas, Harry - a Hermione murmura nos fazendo rir.

- Granger, até que você não é ruim - a Pansy comenta e incrivelmente elas começam a conversar.

- Em que realidade paralela estamos vivendo? - o Weasley pergunta.

- Quando você descobrir me avisa - falo perplexa.

Depois da aula de Transfiguração, vou para aula de feitiços com a Corvinal. Pausa para o almoço e depois aula dupla de artimancia é uma de astronomia.

Três semanas depois, as notícias ainda eram manchetes de jornal. Parecia que tudo que envolvia o nome do herói bruxo, como um simples “Harry Potter caminha com a namorada pelos jardins do colégio". Sim, agora eles se referiam a mim da maneira correta. Minha mãe investiu muito dinheiro e a influência que restava para corrigir isso. E as matérias não eram mais ofensivas.

O que o dinheiro não faz?

Meu pai havia me mandado algumas cartas cobrando uma resposta, mas eu ainda não havia conversado com o Harry.
Não confiava nas boas intenções do meu pai.

Abri o embrulho que minha mãe havia me enviado e eram algumas roupas junto com um bilhete “Não se envergonhe de ser você. Eu me orgulho de quem você é"
O que me fez chorar. Eu andava muito emotiva nos últimos dias, meu humor oscilava, mas a medibruxa disse que isso faria parte do tratamento. Então, estava fazendo efeito.

Depois de completar minha grade de aulas do dia, ainda tinha um longo tempo até o jantar, então resolvi descer até o pátio do castelo. Haviam algumas pessoas deitadas na grama, outras sentadas nos bancos, conversando, estudando ou namorando.

Sentei numa parte mais afastada, o dia estava ensolarado deixando uma sensação mais quente.
Joguei a capa sobre o banco, por causa do calor e sentei para estudar.

- Estudando? - ouço a voz do Harry, depois de um tempo, ele senta ao meu lado.

- Tenho várias atividades para entregar - murmuro frustrada.

- Nisso não tenho como te ajudar - ele fala sincero dando de ombros.

- Meu namorado só é bom em quadribol e defesa contra a arte das trevas - nego com a cabeça brincando.

- Ei, em transfiguração também - ele fala ofendido.

- Qual foi a última vez que você entregou uma lição sem ter copiado da Granger? - arqueio as sobrancelhas.

- Prefiro a prática - ele dá de ombros - Mas fala de novo.

- Falar o que, doido? - o olho confusa.

- O que eu sou seu - ele pede.

- Ahh - sorrio para ele - Meu namorado.

- Amo escutar isso - ele sorri orgulhoso.

Faço algumas páginas de pergaminho para o exercício, enquanto o Harry transfigurava uma pedrinha em diversas coisas para passar o tempo.

- Cansei - largo a pena.

- Eu também - ele concorda e eu reviro os olhos.

Pego o óculos dele e coloco em meu rosto. Percebo o quanto grau era forte e depois devolvo.

- Já pensou em usar lentes? - perguntei ao vê-lo colocando o óculos no rosto de novo.

- Elas irritam meus olhos - ele faz um bico - Por que?

- Você fica sexy com eles - mordo o lábio sabendo que estávamos escondidos pela enorme coluna e longe do campo de visão dos outros alunos.

- É? - ele arqueia uma das sobrancelhas, enquanto jogava meus materiais na bolsa, antes de abandoná-la junto com a capa.

- Hunrrum - aceno com a cabeça e ele se aproxima.

Sua mão vai para minha cintura apertando o local com força, me encosto na grande coluna e ele se inclina sobre o meu corpo para aprofundar o beijo, enquanto eu o puxava ainda mais perto pelo pescoço.

O moreno morde meu lábio inferior, enquanto eu arfo por ar e logo volta a me beijar profundamente. A língua dele tinha gosto do bombom de licor da Dedos de mel, o que me fazia querer chupar a sua língua.

O Potter me segura pela cintura me fazendo sentar sobre o colo dele e eu sinto a protuberância em sua calça.

Nós não havíamos conversado sobre isso, apenas estávamos agindo pelo calor do momento. Aperto seus ombros com minhas unhas médias e ele aperta minha coxa onde a saia havia subido e deixado exposto.

Beijo seu maxilar e deixo uma fraca mordida, o fazendo jogar a cabeça para trás e respirar fundo. Mas da mesma forma que o corpo dele reagia a mim, meu corpo reagia a ele.

Sinto o líquido molhar minha calcinha, por mais que eu fosse uma garota, ainda havia uma parte masculina que começava a endurecer.

Me levanto rapidamente e abraço meu próprio corpo ainda encarando o Harry que estava sentado respirando fundo sem sabe o que aconteceu.

E se ele tivesse sentido?

- Dray? - ele passou a mão pelos cabelos tentando deixá-los menos bagunçados - O que houve, babe?

- Harry - respiro fundo e me sento de frente para ele - Você sabe minha situação - Sorrio constrangida - Ainda tem um pênis e ... Eu não queria que você...

- Tá tudo bem - ele sorri e faz um carinho em meu rosto - Quando você se sentir a vontade, okay?

- Okay - suspiro e ele me abraça me fazendo encostar no peito dele, enquanto acariciava minha mão.

- Eu não sei se estou pronta pra deixar você me tocar - admito.

- Sem problemas - ele fala calmo e eu sorrio feliz por ele ter compreendido - Vamos com calma.

💚💚💚

- Ella

“Slytherin Girl" vai ter 22 capítulos de acordo com os meus cálculos e anotações. Então espero que continuem acompanhando a história.