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Qualquer erro durante o capítulo me avisem. Pode ter passado despercebido durante a revisão.
“Dray's constellation"
•Harry
Dizer que eu estava animado para voltar a Hogwarts seria eufemismo, eu estava fora de mim. Desde o natal eu vinha pensado nisso e eu queria pedir a Dray em namoro.
O Ron havia me dado algumas ideias que eu descartei de primeira e a Hermione me deu livros para ler e achar algo romântico o suficiente.
Os primeiros dias da volta às aulas foram um caos. Todos os dias o rosto da Dray, antigas do Draco e dos pais deles eram expostas em jornais e revistas. Eles falavam absurdos e tentavam provar que a Dray na verdade era o Draco.
Eu estava sempre do lado dela, pois sabia muito bem o que era ter calúnias sobre minha vida pessoal na mídia e o olhar das pessoas. Mas ao contrário de mim, ela estava sendo atacada e não coroada como um herói.
...
Eu não tinha um anel de família, não tinha como sair da escola para comprar nada. Então o jeito seria improvisar.
- O importante são o seus sentimentos, Harry - a Mione me diz - Vai ser bonito.
- Tem vários lugares nessa escola - o Ron dá de ombros - Você vai achar um legal.
- Okay - suspiro cansado - Vocês vão me ajudar a achar um lugar?
- Claro - a Hermione sorri pra mim.
Nós íamos as aulas e no intervalo delas arrumavamos as coisas que eu havia pensado. Pulamos até o almoço para que tudo ficasse perfeito. Foi ótimo não ter aulas junto com a Sonserina hoje, pois eu não era muito bom em fazer surpresas. Com certeza eu acabaria contando.
Depois de tudo pronto, tomo banho e me arrumo para tirá-la do Grande Salão, pois tinha pedido a um elfo doméstico para levar um pouco do que fosse preparado para nós no lugar que eu escolhi.
Entrei pela grande porta e vejo a Dray abraçada ao Blaise caminhando entre as mesas da Grifinória e da Sonserina. Eu iria chamá-la, mas algo aconteceu muito rápido.
Não escutamos quem pronunciou tal feitiço, mas o burburinho e as risadas que explodiram no Grande Salão quando a saia da Dray caiu foi insuportável. Eu mesmo não reconheci o som de surpresa que escapou pela minha boca quando eu vi.
A Dray era um garoto...
Por Merlin!
Draco... Dray... Porra!
Vejo quando a Pansy e a Hermione correm para alcançá-la, o Rony também vai até lá para ajudar as garotas. Eles ajudam a tirar ela desse lugar, enquanto a Minerva gritava ordens para que todos fizessem silêncio e dando um prazo para que o culpado se entregasse.
Minha mente havia dado um nó, eu não sabia o que fazer, mas não podia deixar que fizessem aquilo com ela.
- Qual o problema de vocês?! - eu gritei e os olhares deles fixaram em mim - Hogwarts é uma família, por mais diferenças que nós temos, ela é um lugar para nos fazer sentir seguros.
- Senhor Potter - a Minerva me chama, mas eu ignoro.
- Nós lutamos juntos contra o Voldemort, outros não, mas isso não importa - Grito - A droga da guerra acabou, nós não somos inimigos. Qual a necessidade de fazer isso? Puro prazer de humilhar o outro? Vocês são ruins, não se considerem melhores que o Tom. Podem até não ter matado pessoas, mas acabaram de matar sonhos... Eu achava que Hogwarts era minha casa, talvez eu estivesse enganado.
- Potter - a Minerva chama novamente, mas eu dou as costas e saio daquele lugar.
Por mais que tudo dentro de mim tivesse confuso, eu só queria achar a Dray e ver como ela estava.
Me apressei, correndo pelos corredores até ver o pequeno grupo que fazia a proteção. Eu sorri tristemente ao ver pessoas que eram “inimigos" se ajudando.
Entrei no meio deles e abracei ela de lado.
- Vai ficar tudo bem - murmurei e deixei um beijo na têmpora dela.
Ela envolve meu tronco com os braços e sinto suas lágrimas molharem minha camisa, mas eu não me importava com isso. Afaguei os cabelos dela, enquanto andávamos em direção às masmorras.
O silêncio era terrível, só escutávamos os passos ecoando no chão e o choro baixo da Dray. O Blaise murmura a senha do salão comunal deles e nós entramos juntos pelo buraco deixado pelo retrato.
- Qual é a dos grifinórios em nosso salão comunal? - o Nott nos encara enojado, mas dando um sorriso deixando claro que estava zoando - Isso não é coragem é burrice.
- Nott, dá um tempo - a Pansy murmura impaciente - A Dray...
- Merda! - ele fala exasperado ao ver o estado da minha garota - Quem eu tenho que matar?
- Metade da escola - o Ron dá de ombros.
- Porra! - ele murmura irritado - O que fizeram com ela? - ele parecia preocupado.
- Blaise, mostra o dormitório de vocês para o Harry. A Dray precisa descansar - a Pansy pede - Eu, a Granger e o Weasley vamos explicar ao Nott o que aconteceu.
- Certo - ele concorda com a cabeça - Vem comigo.
Ele me guia até às escadas que levavam ao dormitório masculino. Entro no quarto e ele aponta a cama da Dray. Levo ela até lá e coloco ela na cama.
- Vou deixar vocês a sós - ele fala incerto - Harry... - ele fala meu nome como se me desse um aviso silencioso.
- Eu sei, Blaise - murmuro - Fica tranquilo.
Depois que ele sai, eu olho para ela, que estava próxima a cabeceira da cama com o rosto escondido, enquanto abraçava os joelhos.
Por mais que minha mente dissesse que ela me devia explicações, aquela não era a hora.
Sentei ao lado dela e passei um dos meus braços pelos ombros dela, a fazendo deitar em meu peito. Fiquei em silêncio, esperando que ela se sentisse a vontade para falar comigo.
- Harry - ela levanta a cabeça e seus olhos ficam presos nos meus. Meu coração acelera, era o mesmo sentimento, nada havia mudado - Eu sei que você deve estar com raiva de mim... Nojo...
- Ei - seguro seu queixo - Nem fala isso, entendeu? Nada que aconteceu entre nós vai mudar por causa disso.
- Eu sou um garoto - ela abaixa a cabeça e tira minha mão do queixo dela.
- Eu só vejo uma garota em minha frente - dou um sorrisinho.
- Não quero sua pena - ela murmura.
- Eu gosto de você, mulher - murmuro sério e dou um sorriso - É muito difícil de você entender?
Ela deu um sorriso pelas minhas palavras e ficou em silêncio por um tempo.
- Eu não queria te enganar, juro - ela explica - Eu ia te contar hoje, mas tudo isso aconteceu... Eu me apaixonei e as coisas aconteceram rápidas demais...
Ela se apaixonou...
Se apaixonou por mim!
- Tudo bem - afirmo.
- Você é grifinório demais - ela murmura - Você deveria brigar comigo, sei lá.
- Você que é sonserina demais - eu dou de ombros - Nós somos leais, lembra?
- Blé - ela mostra a língua.
- Sua maturidade me choca - eu brinco para quebrar aquele clima tenso.
- Eu não sei se eu quero encarar as pessoas de novo - ela me diz depois de um tempo - Talvez seja melhor eu voltar para casa.
- Cadê a garota forte? - a encaro - A Sonserina que não tem medo de ninguém.
- Acho que ela sumiu no Grande Salão - ela sussurra.
- Não deixe que esses idiotas estraguem tudo - digo - Esse é o nosso último ano aqui, você não pode perder. Além disso, você tem muitos amigos prontos pra te defender. Tem a mim ...
- E você não é meu amigo, Potter? - vi ela sorri e sorri também.
- Meu plano era que se você aceitasse hoje - dou de ombros - Eu fosse mais que um amigo.
- Você ia me pedir em namoro? - ela me olha com os olhos arregalados.
- Eu vou - a corrijo.
- Harry... - ela me olhava confusa - Quero que você entenda primeiro, o que eu sou e...
- Você é a Dray - eu falo simples.
- Tem muito mais coisa envolvida - ela suspira.
- Então me explica - peço ao me encostar na cabeceira da cama para ficar confortável - Se você quiser, é claro.
- Não sei se você já ouviu falar sobre transgênero, é uma palavra mais conhecida pelos trouxas - ela senta em minha frente com pernas cruzadas - Eu nasci com partes de menino, então meus pais me chamaram de Draco.
Eu escutava em silêncio, sem esboçar nenhuma reação. O que ela falava me fazia lembrar das conversas que a Mione tentava ter comigo.
- Eu sempre provoquei você, aquele papo de inimigos. Mas depois eu entendi que era inveja. Você era o garoto que eu deveria ser, o garoto que meu pai teria orgulho. - ela contava calmamente - Depois da guerra bruxa eu passei um tempo na França com a Pansy. Foi lá que eu descobri sobre o assunto. E entendi o que acontecia comigo, até encontrei uma medibruxa experiente no assunto.
- Mas o que você sentia? - perguntei ainda confuso.
- Eu me sentia mais confortável em roupas consideradas femininas, sendo tratada no feminino - ela explica - Por mais que eu não tenha um grande grau de disforia ou aversão pelo órgão genital como outras pessoas, era como se aquela coisa não fizesse parte do meu corpo. Algo ali estava errado... Eu atuei por tanto tempo como o Draco que já estava acostumada, mas não era eu.
- Por isso “Dray" - afirmei.
- Era para manter o nome que minha mãe escolheu - ela explica - Foi complicado para ela entender, mas a medibruxa ajudou muito.
- E o que ela faz? - eu queria entender tudo sobre ela.
Eu leria milhões de livros que a Mione me obrigasse de bom grado.
- Ela me ajudou a me entender - dá uma risadinha - E a realizar mudanças em meu corpo, para ele se adaptar ao que realmente é.
- Como isso acontece? - perguntei.
- É bem mais rápido que no mundo trouxa, a medibruxa me explicou - conta - Eu tomo algumas poções para reorganizar meu corpo. Fazer os cabelos crescerem - passo as mãos pelos cabelos dela e ela sorri - Meus seios também - dou uma olhada de relance e ela dá um tapa fraco em meu peito - Harry!
- Desculpa - abaixo a cabeça e mordo o lábio para conter o riso.
- As poções fazem a gordura e pelos se realocarem - ela explica - E quanto ao pênis, eu só posso retirar quando for maior de idade e preciso manter o tratamento por um ano para o mundo bruxo autorizar.
- Entendi - concordo com a cabeça - Assim que terminar o ano letivo...
- É - ela concorda sorridente - Você já pode correr se quiser - ela fala ao terminar.
- Eu não vou a lugar nenhum - a encarei - Nada disso vai me fazer mudar o que eu sinto por você.
- Obrigada - ela sorri.
- Você não tem o que agradecer - falo - Mas pedir desculpas pelas coisas que você me fez no passado é uma boa - provoco - “Potter fede" , “Saint Potter" e “Potty"
- Potty é fofo - ela sorri me provocando.
- Dray! - falo exasperado.
- Desculpa - ela aperta minha mão e eu sabia que ela estava sendo sincera.
- Ah - exclamo ao tirar um papel do bolso - A Hermione me ajudou a preparar isso - Entrego um papel a ela.
- O que é isso? - ela pega o papel curiosa - Oh - coloca a mão sobre os lábios surpresa.
- Você disse que o Draco tinha sua própria constelação - eu sorrio de canto - Eu resolvi dar a sua.
- Isso é lindo - ela diz com os olhos marejados e eu enxugo as lágrimas que insistiam em cair com o polegar.
Era um desenho de uma constelação que lembrava uma serpente, por causa da Sonserina, os pontos brilhavam no papel escuro com um encantamento que minha amiga havia lançado.
- A constelação de Dray - sorrio de canto.
- Obrigada...Obrigada...Obrigada - ela me abraça e deixa beijos rápidos sobre os meus lábios entre os agradecimentos.
Aquilo nunca pareceu tão certo.
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