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Qualquer erro durante o capítulo me avisem. Pode ter passado despercebido durante a revisão.

“It's gonna be okay"

Dray

Aparatei de volta para a mansão Malfoy sem nenhum problema. Meus pais nem ao menos desconfiaram que eu havia saído.

Fiz uma nota mental para agradecer ao Nott por ter me ensinado aquele feitiço para fingir que eu estava dormindo.

De todas as coisas que passaram na minha mente sobre essa noite, as palavras do Harry eram as que faziam meu coração apertar.

Draco

Draco

Draco

Como eu diria a ele que meu irmão na verdade era alguém que eu deixei no passado? Ele era apenas a casca que eu preferia esquecer.

...

A grande festa de ano novo na mansão dos Parkinson recebeu muitos convidados. Famosos, ex comensais, sangues puros.

Por mais que eu me sentisse bem naquele lugar com as pessoas vestidas em seus trajes de gala e com suas taças de alguma bebida cara, rindo e ouvindo uma música calma tocar. Eu sentia falta do barulho das vozes conversando ao mesmo tempo, do jantar na grande mesa e do calor dos sweaters.

O vestido prata caía bem em mim, meus cabelos estavam presos em um penteado simples e eu ostentava as jóias da família.

Sempre que eu passava por alguém eram as mesmas perguntas.

Onde está o Draco?

Por que você estudou tão longe?

Por que seus pais nunca falavam de você?

Eu fugia com um sorriso educado de cada uma delas e dizia estar muito ocupada procurando alguém.

Subi as escadas com cuidado e andei o longo corredor até o quarto da Pansy. Era enorme e espalhafatoso, combinava muito com a personalidade dela.

Ela estava na sacada com o Blaise e eu me senti um pouco mal por interromper aquele momento.

- Preciso dos meus amigos - faço um biquinho ao me aproximar deles.

- Vem cá - ela abre os braços me chamando para um abraço.

Ela me abraça com carinho e o Blaise nos envolve com os braços dele.

- O que houve? - ele pergunta preocupado.

- Todos perguntando pelo Draco - suspiro e dou de ombros - Mas acho que a resposta que eu tenho não vai agradar muito a eles.

- O que seus pais estão respondendo? - a Pansy perguntou.

- Que o Draco resolveu fazer seu último ano na Ilvermorny - eu reviro os olhos.

- Quem em sã consciência sai de Hogwarts pra estudar em Ilvermorny? - o Blaise murmura ofendido.

- É a melhor desculpa que eles puderam inventar - falo olhando para a paisagem gelada - Ah... Eu vou contar para o Harry.

- Sobre você ser você? - a Pansy me olhou surpresa.

- Sim - concordo com a cabeça - Eu penso nisso desde o natal.

- Você confia nele? - ela perguntou preocupada.

- Confio - sorrio de canto.

- Então nós vamos confiar também - o Blaise aperta minha mão - Qualquer coisa... Se ele não reagir bem... A gente quebra ele.

- Espero que vocês não precisem - murmuro sorrindo.

💚💚💚

Eu teria que voltar para Hogwarts amanhã, então peguei uma bolsa com o uniforme, a varinha, o sweater que a Sr. Weasley me deu e alguns itens que eu havia comprado.
Vesti uma roupa comum e desci para o café da manhã.

Meus pais estavam à mesa comendo em silêncio. Havia um exemplar do profeta diário jogado no chão e pela cara do meu pai a notícia de hoje não era das melhores.

Desde a festa de réveillon, várias manchetes em diversos jornais foram publicadas, perguntando sobre o que aconteceu com o Draco e quem era a filha que até o momento ninguém conhecia.

Os Malfoys evitavam sair e dar entrevistas para não complicar ainda mais a situação. Meu pai deu algumas declarações para explicar as coisas, mas as perguntas continuavam e as pessoas não acreditavam no que ele estava falando.

- Você volta hoje para a escola - o Sr. Malfoy fala polidamente ao me ver.

- Sim, senhor - murmuro concordando.

- Não responda perguntas, não fale do assunto para mais ninguém - ele complementa - Não quero nosso nome envolvido em escândalos mais uma vez.

- Ser quem eu sou seria um escândalo para você? - pergunto fria.

- Para o mundo bruxo sim - ele responde.

- Eu não quero saber do mundo bruxo - murmuro - Que se foda o mundo bruxo.

- Modos, Dray, modos - minha mãe me repreende.

- Pra você pai - o encaro - É um escândalo?

- Eu aceitei você assim, não? - ele fala polidamente - O que você quer mais?

Seu amor, pensei.

- Nada - nego com a cabeça e como em silêncio.

...

Minha mãe vai comigo até as dependências do castelo. Ela queria garantir que eu chegaria em segurança e que não encontraria nenhum repórter.

- Tenha cuidado - ela fala preocupada.

- Vou ter - murmuro.

Aperto a mão dela com força e me despeço antes de entrar.

Malfoys não eram muito bons em afetos públicos. Pelo menos, meus pais não eram.

Às poucas pessoas que haviam ficado no colégio durante as festividades me olhavam estranho. Eu sentia o olhar delas me encarando e escutava quando elas tentavam de maneira falha falar sobre mim sem que eu escutasse.

- Hey, Draco - alguns babacas cumprimentaram quando eu passei por eles no corredor.

Apertei a bolsa contra o meu corpo, segurando o choro que insistia em querer sair, enquanto eles mostravam uma revista sensacionalista que inventava histórias sobre qualquer um.

- Qual é Draco? Não vai falar com a gente? - falou um deles que continuava me seguindo.

- Até que você ficou bonitinho usando saia - outro comentou.

Draco! Draco! Draco! Draco! Draco!

Eu comecei a andar apressadamente. Eu não tinha certeza sobre o que acontecia a minha volta e pra onde eu estava indo. Apenas queria me trancar no meu dormitório e dormir pra sempre.

Acabei esbarrando em alguém que acabou segurando meus pulsos e minha única saída foi me debater e gritar.

- Dray? - a voz feminina saiu incerta - Sou eu, Hermione.

- Granger - suspiro aliviada e tento me recompor.

- Você está bem? - ela me olha preocupada com uma revista na mão.

- Estou - menti, podendo agora soltar a bolsa que eu abraçava firmemente.

- Não parece - ela rebate.

- Você não deveria voltar amanhã? - a encaro.

- Você também - ela diz.

- Bom ponto - dou de ombros.

- Fui visitar meus pais, mas eles tinham compromisso hoje, então voltei antes - ela explica andando ao meu lado.

- Não vou te explicar nada - a olho e ela sorri.

- Eu não esperava que fosse - ela afirma.

- Meus pais me mandaram de volta - suspiro.

- Por causa das manchetes? - ela pergunta.

- É - afirmo.

- Aqueles idiotas estavam te perseguindo por causa dessas notícias - ela diz.

- Eu não me importo - dou de ombros - são mentiras - minto.

- Essa revista está mostrando pistas sobre você ser o Draco - ela comenta e eu apenas escuto - Você sabe que isso não tem problema, não é?

- O que? - pergunto - Eles exporem a minha vida?

Atacar era uma defesa.

- Não - ela nega com a cabeça - Você ser você - a Granger dá de ombros - Algumas pessoas nascem em corpos errados. É mais comum do que você imagina.

- O que você está querendo dizer? - arqueio uma das sobrancelhas.

- Você sabe, Malfoy - ela sorri - Não precisa me dizer.

Vejo que já estávamos próximas ao salão comunal da Sonserina e como se as velas no fim do corredor fossem a luz no fim do túnel. Eu agradeci pelo fim daquela conversa.

- Tchau, Granger - murmuro.

- Tome cuidado, Malfoy - ela diz.

...

A volta dos outros alunos no dia seguinte melhorou minha situação em partes. Eu tinha meus amigos de volta, então não precisava enfrentar nada sozinha, mas havia mais gente para me zoar e me xingar.

Também tinha o Harry e de brinde os seus amigos. Veja, eu não estou reclamando... Quanto mais gente ao meu lado mais segura eu me sinto.

Depois de duas semanas, já estava ficando cansativo. Toda manhã quando as corujas chegavam com o correio matinal, eram diversos jornais com manchetes sobre mim.
Todos eles falavam a mesma coisa, apenas esperando que alguém confirmasse aquilo.

Com mais uma manchete diária e praticamente todo o Grande Salão me encarando, levanto da mesa da Sonserina e saio de lá antes de terminar meu café.

- Você é rápida, garota - a Pansy sorri cansada ao me alcançar quando eu já chegava no salão comunal para pegar o material da primeira aula.

- Eu sou uma atleta - murmuro convencida.

- Joga isso na cara da sua amiga sedentária que fica no quarto escrevendo romances Veela - ela brinca.

- Eu vou contar ao Harry - falo abruptamente.

- Quando? - ela pergunta afobada.

- Hoje - afirmo - Agora se fosse possível.

- Boa sorte - ela me abraça forte.

- Obrigada - sorrio para ela.

Não foi tão fácil. A Sonserina não teve aulas com a Grifinória hoje e eu não o vi em lugar nenhum no intervalo das aulas. Ele nem sequer apareceu no treino de quadribol.

O trio de ouro simplesmente desapareceu.

Talvez eles estivessem fazendo algo idiota, arriscando a vida deles por um bem maior.
Era rotina para eles, afinal.

Os boatos daquela revista sensacionalista estavam piores hoje. Eles estavam oferecendo dinheiro para quem conseguisse provar o meu segredo.

Estava quase impossível caminhar pela escola sem ter alguém me incomodando.

- Mas ela tem peitos - ouvi alguém murmurar.

- Cara, tô te dizendo a revista falou que é o Draco - o outro insiste.

- Mas e os peitos? - a outra pessoa continuou a perguntar.

- Deve ser algum feitiço, poção, sei lá - falou exasperado.

- Coisa de gente doida - outro comentou.

- Isso é tão repulsivo - mais um.

Eu estava andando sozinha e praticamente pulei de alegria ao ver o Blaise caminhando em minha direção. Então corro para alcança-lo e fico ao lado do Blaise para ir ao Grande Salão jantar, onde eu finalmente veria o Harry ( pelo menos eu achava que veria).

Segurei no braço do meu amigo com força ao entrarmos, pois os olhares eram insuportáveis.

Quando algo aconteceu de repente, foi uma bagunça. Um feitiço silencioso e minha saia foi ao chão. E o grande salão explodiu em comentários, risadas e murmúrios surpresos.

Meu coração batia acelerado, mas a dor que eu sentia era tão forte que eu nem sequer conseguia respirar. As lágrimas começaram a cair descontroladamente, enquanto eu tremia.

Foi um borrão.

Eu ouvi a voz da Minerva ordenando algo, vi meus amigos correrem em minha direção, assim como a Hermione.

Eu não via o Harry naquela bagunça, minha cabeça apenas parecia que iria explodir.

Eles me ajudam com a saia e me tiram de lá, mas eu escuto alguém falando alto dentro do Grande Salão.

Depois de alguns minutos sinto um braço envolver minha cintura e aquela voz que eu passei a conhecer bem, sussurrar para que só eu ouvisse.

- Vai ficar tudo bem - ele falou e deixou um beijo em minha têmpora.

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Votos e comentários fazem uma autora feliz e são necessários para a continuidade da história.

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