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“Malfoy's boyfriend"

•Harry

A sala da toca parecia pequena para o número de pessoas que estavam ali, mas ninguém se importava com isso.

A Sra. Weasley como sempre fez um sweater para cada um de nós. O meu novamente era vermelho, mas o “H" estava bordado na cor azul.

Deixei os meus amigos na sala com a desculpa de que iria ver se a Sra. Weasley precisava de ajuda, mas na verdade eu só não queria segurar vela.

- Volte para sala, Harry - ela me olha - Tenho tudo sob controle.

- Okay - levanto minhas mãos em rendição - Tem certeza que não tem problema, Sra. Weasley? - perguntei  incerto.

- Sobre a garota Malfoy? - ela pergunta entendendo o que eu queria dizer.

- Sim - aceno com a cabeça.

- Harry, fique tranquilo - ela sorri docemente para mim - Sua namorada vai ser bem recebida.

Namorada...

Eu poderia corrigi-la, mas preferir não fazer. Soava bem.

- Então é verdade que vamos ter um Malfoy em nossa casa - a Ginny afirma ao parar na porta da cozinha - Deveríamos agradecer o fato da majestade sair do seu castelo e se misturar com as pessoas comuns? Temos que vestir nossas melhores roupas?

- Ginerva Weasley - a Sra. Weasley a repreende - O Harry é da família e nós vamos receber bem a namorada dele.

- Por mais que seja estranho para nós e a família dela não ser digna de confiança - o Sr. Weasley fala - Mas não vamos ser igual a eles, vamos receber a menina bem. Se o Harry confia nela é porque ela é uma boa pessoa.

- Obrigado por isso - dou um sorriso sem graça e volto a sala para me juntar aos outros.

Fico brincando com o meu afilhado, mas sempre de olho no relógio para conferir a hora.

- Olhar não vai fazer o tempo passar mais rápido - a Mione comenta.

- Tá muito na cara? - pergunto constrangido.

- Muito - ela sorri concordando.

- Relaxa, cara - o Ron fala - Ela disse que viria.

- É - afirmo - Mas e se o pai dela ou o Draco...

- Ela teria te avisado - minha amiga me fala - Ainda está cedo.

Quanto mais o tempo passava, mais nervoso eu ficava. Levanto do sofá para pegar um pouco de suco de abóbora na cozinha.

- Eu sabia que ela não viria - a Ginny cruza os braços e me olha presunçosa.

- Ela vem - afirmo com certeza.

- Harry, querido - ela me olha com pena? - ela não é como nós. Isso aqui - faz gesto com as mãos para mostrar o lugar - É pouco para gente como ela.

- Você nem mesmo a conhece - murmuro irritado.

- Eu conheço muito bem o sobrenome que ela carrega - ela me encara - Ele diz muita coisa.

Ouço vozes na sala e o som da porta, então volto para onde estavam os outros e vejo a Dray com o Teddy no colo.

- Eu falei que ela viria - murmurei para a ruiva ao meu lado que apenas deu de ombros.

- Vamos ver qual desculpa ela vai dar pra sair daqui em no máximo meia hora - minha ex namorada me olha emburrada.

- Você veio - sorrio e caminho até a Dray que parecia envergonhada.

- Eu disse que viria - deu um sorrisinho.

- Posso te beijar? - murmurei só para que ela escutasse e ela acenou em concordância.

Nos separamos com as pequenas mãozinhas me empurrando para longe da Dray.

- Minha - ele falou segurando nos cabelos dela e fazendo um biquinho.

- Sua, já entendi - sorrio para ele - Eu te levo até o banheiro para colocar o sweater.

- Okay - ela concorda com a cabeça e entrega o Teddy para a avó - Eu já volto.

Seguro a mão dela e a guio pelas escadas até o primeiro andar.

- Vai precisar de ajuda? - dou de ombros prendendo o riso.

- Consigo me virar sozinha - ela arqueia uma das sobrancelhas - Aprendi a vestir minha própria roupa quando criança.

- Eu não falei em vestir - me aproximo - Eu posso ajudar a tirar.

- Eu gosto dessa sua coragem, Potter - ela envolve seus braços em meu pescoço e me puxa para perto.

- Grifinórios são famosos por isso, Malfoy - dou um sorriso.

Seguro a cintura dela e a beijo profundamente, enquanto sinto os dedos dela com unhas curtas pintadas de vermelho envolverem meus cabelos.

Escutamos um pigarro e nos separamos rapidamente, as bochechas dela estavam vermelhas assim como os lábios que estavam avermelhados e inchados.

- A mamãe está esperando vocês para servir o jantar - o Ron parecia desconcertado.

- Já vamos descer - eu aviso.

Ela coloca o sweater e ajeita os cabelos olhando o reflexo no espelho.

- Como estou? - ela pergunta incerta.

- Linda - sorrio.

Descemos as escadas de mãos dadas e sentamos lado a lado na mesa. Os pratos são servidos e pareciam deliciosos. Como ficamos esperando ela chegar, todos estavam com muita fome.

Começamos a nos servir, percebi que ela colocou pouca coisa no prato, mas não me importei com isso. Provavelmente ela teve um jantar com a família.

- Está de dieta - a Ginny comentou olhando para o prato dela - Ou a comida não está a sua altura?

Percebo a Dray tencionar ao meu lado, aperto a mão dela fazendo um sinal para ela relaxar. A loira respira fundo e responde a Ginny educadamente.

- Eu já comi no jantar com a minha família - ela sorri polidamente - Mas faço questão de experimentar o que a Molly preparou com tanto carinho.

Para quebrar o clima de tensão, o Ron começa a contar uma história e acabamos todos conversando e rindo, até mesmo a Dray participou.

O som das conversas era alto assim com as risadas e o clima da sala de jantar era aconchegante. Era a sensação de se estar em família.

Nós voltamos a sala para beber um pouco de vinho quente. A Dray estava sentada com o Teddy no colo e conversava amigavelmente com a Mione, o que me deixou muito feliz.

- Você parece um idiota - o Ron murmura ao meu lado.

- O que? - eu o olho sem entender.

- Está sorrindo todo bobo, olhando a irmã do doninha - ele comenta.

- Eu gosto dela Ron - assumo.

- Eu sei - ele concorda com a cabeça - Pelo que eu vi hoje, ela parece uma boa pessoa.

Sorri para ele e no juntamos a conversa delas. Quando a Sr. Weasley me chama até o lado de fora.

- Esse presente foi guardado para você - ele aperta o meu ombro.

- Não precisava - eu falo culpado, sabia o quanto as economias deles eram apertadas.

- Na verdade esse é do seu padrinho - ele dá um sorriso e meu coração se aperta - Achamos que você gostaria de ficar.

Ele me leva até o lado da casa onde eu vejo a moto do Sirius. Meus olhos enchem de lágrimas e algumas delas escorrem pelo rosto.
Ela ainda era mesma, mas sem o side car.

Passo a mão pela lataria preta ainda emocionado e sorrindo alegremente.

- Muito obrigado - eu sussurro.

- Ele iria querer isso - o Sr. Weasley me diz.

- Eu posso? - pergunto apontado para a moto.

- Não sei se deveria, você não sabe pilotar - ele me olha desconfiado - Só hoje e não conte para a Molly.

- Certo - concordo várias vezes com a cabeça.

- O senhor pode chamar a Dray, por favor - peço.

- Tenha cuidado - ele me avisa - Não quero nenhum Malfoy irritado em minha porta.

- Pode deixar - sorrio.

Ele volta para dentro da casa e depois de pouco tempo a Dray sai preocupada, então ela me vê e me olha chocada? Impressionada?

- Wow - ela exclama vendo a moto.

- Que tal um passeio? - pergunto.

- Você sabe pilotar essa coisa? - ela me olha em dúvida, mas eu conseguia perceber o tom de provocação.

- Claro que sei - falo prepotente.

Subo e coloco um capacete e ofereço o outro para ela, que sobe logo após.

O ronco do motor parecia cortar o céu. A sensação de liberdade de estar voando era indescritível, assim como a vassoura a moto proporcionava o prazer de voar.

A Dray se segura em meu corpo, sua cabeça estava apoiava em minhas costas e eu tinha certeza que ela estava sorrindo. Isso me fez sorrir também.

Voamos até a Londres trouxa e deixamos a moto em um lugar discreto, enquanto fomos andar pela cidade decorada para as festividades.

O branco da neve cobria os prédios e as ruas, as únicas cores que víamos eram as das luzes piscando. Nós dois andávamos de mãos dadas, apenas mais um casal.

Sem guerra, oposição política, casas de Hogwarts, pais malucos.

Apenas duas pessoas sendo elas mesmas, sem precisar provar nada para ninguém ou agir de um jeito diferente.

Ela estava segurando o meu braço com as duas mãos tentando esquentar as mãos em meu Sweater e a cabeça estava em meu ombro, enquanto sorriamos e conversávamos.

- Obrigada, pelo convite - ela murmura.

- Fico feliz por ter gostado - eu falo.

- Sabe, eu me senti parte de algo - ela murmura triste, mas ainda sorrindo - O jantar com a minha família não foi dos melhores.

- Complicado - murmuro e coloco as mãos no bolso da frente.

- Eu fui tão bem recebida apesar do sobrenome que eu carrego e de tudo que a minha família já fez - ela comenta - Essa noite foi especial, Potter.

- Pra mim também, Malfoy - sorrio e a puxo pela cintura para beijá-la.

- Eu tenho que voltar - ela me avisa.

- Quer que eu te deixe em casa? - pergunto sorrindo.

- Por mais que eu fosse adorar encenar uma cena de filme trouxa e te dar um beijo na porta da minha casa - ela sorri - Mas meus pais me matariam ao ouvir o som da moto.

- É você tem razão - eu afirmo.

Nós voltamos a toca para ela se despedir das pessoas, mas principalmente da tia e do Teddy antes de ir para casa.

Ao descermos da moto seguro a mão dela para andarmos juntos até a casa.

- Sabe... - murmuro delicadamente - Você pouco fala do seu irmão.

- É? - ela me olha nervosa - Achei que você não iria gostar muito que eu ficasse falando sobre ele.

- Ele é seu irmão, isso vai ser inevitável - eu falo e dou de ombros - A menos que você não vá contar que a gente está junto.

- E nós estamos juntos, Potter? - eu sabia que ela estava mudando de assunto.

- Você entendeu o que eu quis dizer - falo sério.

- Eu entendi - ela sorri e me dá um beijo estalado - Quando você resolver me pedir em namoro e tudo se acertar lá em casa eu falo, okay?

- Okay - murmuro contrariado e ela me beija várias vezes até eu desfazer o bico que estava em meus lábios.

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