𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐎
O SOL REFLETIA NAS GRANDES janelas da luxuosa biblioteca da mansão Kiramman, iluminando os milhares de livros expostos em prateleiras brancas detalhadas em dourado que se estendiam até o teto. O chão de madeira era coberto por um tapete persa precisamente desenhado, que abafava os passos de qualquer visitante que decidisse entrar no lugar, preservando o silêncio do ambiente.
A garota de cabelos castanhos longos estava sentada em uma grande mesa de carvalho polido que se localizava no meio da sala. Ela folheava um dos muitos livros que havia sido retirado de uma pilha ao seu lado. Concentrada em tentar capturar qualquer tipo informação relevante nas páginas amareladas.
— Então, encontraram algo? — a voz de Jayce quebrou o silêncio.
— Não, nenhum desses livros parece dizer nada sobre a história da magia, principalmente em Piltover — Caitlyn disse enquanto fechava seu livro e colocava-o em seu colo.
— Eu também não, mas acho que esse não é o lugar certo para procurar — falou Ashley — Sabe que a nossa mãe não é muito fã de magia.
— Eu sei, mas qualquer pessoa pode mudar de opinião, principalmente a Cassandra — o inventor comentou com esperança.
Ashley nunca havia considerado a possibilidade de sua mãe mudar de opinião em relação à magia. A mulher sempre demonstrou uma aversão profunda à feitiçaria. Mesmo quando a garota, ainda pequena, exibiu sinais de seus poderes pela primeira vez, sua mãe a proibiu de usá-los e de mostrá-los, transformando seu dom em um segredo guardado pela família.
— Mas afinal, para quê você quer saber disso? — a de cabelos azulados questionou curiosa.
— Para uma pesquisa que estou fazendo.
— Para quê? — foi a vez da mais nova perguntar.
De repente, o moreno soltou uma curta risada que ecoou pelo ambiente. Seus olhos brilharam com um misto de surpresa e diversão com o "interrogatório" que as meninas estavam fazendo.
— Olha — ele começou, fazendo com que a risada se dissipasse tão rapidamente quanto havia surgido — eu prometo que não é para nada de ruim.
Jayce então se levantou da cadeira acolchoada em que estava sentado, cruzou os dedos da mão direita e colocou a esquerda em seu peito, como se estivesse fazendo um juramento solene, mas sua postura descontraída transmitia uma sensação de confiança e brincadeira, fazendo com que as irmãs soltassem leves risadas com a cena.
— Então tá inventor, acreditamos em você!
— Falando nisso — ele falou desfazendo a pose e caminhando em direção à porta — vocês não gostariam de me ajudar a levar algumas peças para o meu escritório?
— Sim! — Ashley gritou enquanto se levantava de sua cadeira e corria em direção a Jayce apressadamente, sem se preocupar com alguns livros que deixou cair no caminho.
— Calma lá, borboletinha! — o inventor disse antes de fazer um cafuné na cabeça da mais nova, sabendo em como ela gostava de ver as suas engenhocas.
— É Ash! Temos que pegar as peças primeiro. — Caitlyn comentou, se juntando aos dois.
— Tá... — a morena parou por um momento — Então eu vou pegar as peças antes de vocês! — e a garotinha se pôs a correr para fora da sala.
— Ei! Não vai não! — Cait correu, seguindo a irmã.
As duas saíram da biblioteca rapidamente, deixando o homem mais velho para trás com um sorriso bobo no rosto, apreciando a alegria das garotinhas que considerava como suas irmãs mais novas.
🦋⏱️
Os três atravessaram os portões da mansão, saindo para as ruas deslumbrantes da cidade. Elas eram adornadas com edifícios de design arrojado, onde o moderno se encontrava com o clássico criando uma paisagem elegante e sofisticada para Piltover. Era possível ver alguns moradores que andavam pela cidade, ostentando seus trajes caros e elegantes que refletiam a influência, riqueza e inovação típica do lugar.
Eles continuaram caminhando, passando por diferentes construções e cidadãos até chegarem ao escritório de Jayce, um edifício moderno de cor bege claro, com grande janelas e adornos em dourado. O moreno abriu a porta permitindo que as duas garotinhas entrassem. Eles subiram as escadas do prédio, passando por diversas portas de madeira que pertenciam a outros indivíduos da cidade.
— Então Jay, onde você arruma todas essas peças? — indagou Ashley, observando alguns objetos que estavam dentro da caixa que carregava.
— Algumas eu compro aqui, mas essas — ele apontou para a caixa que Caitlyn carregava — eu tive que ir até Zaun para consegui-las.
— Foi mesmo até a subferia pegar isso? Não ficou com medo? — Caitlyn também perguntou curiosa.
— Um pouco de perigo vale o risco. Não acha?
Ashley caminhava muito focada em examinar os objetos que não notou que Caitlyn havia desacelerado o ritmo, esbarrando na mesma, fazendo com que algumas peças caíssem no chão do corredor com um som metálico.
— Desculpe. — a garota de cabelos longos disse envergonhada, agachando rapidamente para pegar as peças com a ajuda de sua irmã.
— Cuidado, está deixando cair o dinheiro dos seus pais. — Jayce falou de maneira descontraída enquanto caminhava até a porta de seu escritório, retirando a chave de seu bolso para abri-lá.
Ele encaixou a chave e virou a maçaneta, mas para a surpresa do inventor a porta não se mexeu. De repente, um estrondo ensurdecedor ecoou pelo corredor e uma forte onda quebrou a porta do cômodo, arremessando Jayce contra a parede e assustando as irmãs Kiramman, que se abaixaram abraçadas instantaneamente para se protegerem.
A fumaça densa e o cheiro de ozônio preencheram o ar, criando uma atmosfera caótica ao edifício. Ashley saiu do aperto de Caitlyn, tentando observar o local através da fumaça que se dissipava lentamente. Logo ela avistou Jayce que estava deitado contra a parede atordoado e correu em sua direção, com sua irmã logo atrás.
— Jayce ! Jayce! — a mais velha gritou com a preocupação evidente em seu rosto jovial — O que aconteceu?
— Parece que alguma coisa explodiu lá dentro! — falou enquanto se agachava perto do homem, analisando seus ferimentos.
A morena apegou a cabeça dele cuidadosamente com as mãos, temendo que qualquer movimento brusco piorasse o estado em que ele se encontrava.
— O que você ...
A garota de cabelos azulados nem conseguiu terminar sua frase quando uma luz dourada intensa emanou das mãos de Ashley. A coloração se espalhou pelo ar como uma névoa encantada, com pequenas faíscas brilhantes dançando em tudo ao seu redor, fazendo com que as feridas de Jayce se curassem quase que instantaneamente.
Caitlyn observava a cena maravilhada, ela já tinha visto a irmã usar seus poderes antes, mas nada se comparava com o espetáculo que acontecia diante de seus olhos. Por um breve momento, o corredor se tornou um espaço aconchegante e iluminado dissipando qualquer resquício da atmosfera conturbada que o edifício tinha visto a poucos segundos atrás.
Logo a luz que brilhava intensamente começou a suavizar, tornando-se um brilho suave e cintilante. As faíscas de luz lentamente se apagam, como estrelas desaparecendo ao amanhecer e a névoa começa a se dispersar, se misturando com o ar. O clima mágico e calmo se dissipa completamente, voltando ao ambiente caótico de antes.
— Acho que ele vai ficar bem, só parece desacordado. — a morena diz calmamente.
— C- como você conseguiu fazer isso? — questionou Cait ainda perplexa.
— Eu ... vi alguns livros sobre magia na biblioteca pública quando fui pegar os que eu precisava para meus estudos sobre políticas públicas — ela disse brincando com os dedos nervosamente — e aí eu li alguns e treinei em casa escondida. Por favor, não conta para a mamãe Cait. — a morena suplicou, com os olhos fixos no chão.
Caitlyn pegou as mãos da irmã gentilmente, interrompendo o movimento nervoso. Ela as apertou levemente, tentando transmitir compreensão e apoio com o toque, fazendo com que Ashley olhasse para ela.
— Não vou contar Ash. Eu prometo!
🦋⏱️
A chuva caía incessantemente transformando o jardim da mansão Kiramman em um mar de pequenas poças que refletiam as luzes da casa. A grande janela do quarto, normalmente uma fonte de luz natural, agora mostra gotas de chuva escorrendo pelo vidro, desenhando caminhos tortuosos.
Ashley estava sentada em sua cama observando fixamente a chuva cair lá fora, perdida em seus pensamentos sobre o incidente que havia ocorrido essa semana no escritório de Jayce. Ela se sentia realmente grata por ele não ser preso, mas achava injusto que ele tivesse que interromper suas pesquisas permanentemente, e mais ainda, que eles não pudessem mais ser amigos. Afinal, nada daquilo havia sido culpa dele.
De repente, o som de leves batidas na porta ecoou pelo quarto, rompendo o silêncio que reinava há poucos segundos. Ela piscou algumas vezes, saindo de seus devaneios e voltando à realidade.
— Entre.
— Querida, é a hora de dormir — Cassandra disse enquanto abria a porta suavemente e adentrava no cômodo.
Ela observou a filha por um momento, notando seu semblante triste. Com passos calmos, aproximou-se da cama, sentando-se ao lado da garota delicadamente.
— Ashley — Cassandra começou, sua voz suave e cheia de carinho — Eu sei que você deve estar preocupada com o Jayce. — a mulher falou, colocando uma mecha de cabelo da menina atrás da orelha.
— É tão injusto, mãe. Ele não merecia isso. Jayce sempre foi tão dedicado às suas pesquisas e agora ... agora está tudo arruinado — Ashley disse olhando para a mãe com os olhos marejados.
A mais velha enxugou as lágrimas que começaram a escorrer dos olhos da filha e acariciou suas bochechas.
— Filha ... não foi uma decisão injusta, o Conselho tomou a decisão certa em proibi-lo. Ele estava mexendo com magia arcana ... É muito perigoso.
A garota ficou calada por um momento.
— Mãe ... Por que você não gosta de magia?
Cassandra soltou um suspiro pesado, como se estivesse carregando um peso invisível, e olhou nos olhos de Ashley.
— Ashley, a magia ... a magia pode ser perigosa. Muitas pessoas se perdem para ela, foi o que levou a Guerra dos Magos. Eu ... só não quero que isso aconteça com você.
A mulher, então, ajeitou seus cabelo e sua roupa, tentando esconder a emoção que transbordava de seu peito.
— Lembre-se Ashley — Cassandra começou, se levantando da cama — Você é uma Kiramman. Você não precisa de magia.
A garota estremeceu com o olhar de repreensão da mãe e permaneceu em silêncio.
— Boa noite, borboletinha. — ela disse, dando um beijo na testa da filha e dirigindo-se até a porta.
— Boa noite mamãe.
🦋⏱️ Oiii gente!! Espero que vocês gostem desse inicio, eu realmente me esforcei para escrevê-lo, mas estou aceitando críticas construtivas. Pfvr se lembrem de não serem grosseiros ou mal educados se forem criticar.
Bjsss 😘
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