Mundo Sinistro: Parte Final
Ao dizer essas palavras. Uma fraqueza foi ficando forte em meu corpo. Caio no chão, e tudo fica escuro...
– Breno... Acorda Breno... Breno — Me desperto no pulo. O mestre está na minha frente e, juntamente com eles, todos do grupo estão presentes, menos a Gabriela.
– Tá tudo bem, encontramos você desmaiado no corredor. Breno, chegou a hora, estamos no fim do mundo, tudo se corroeu. E todo o Multiverso, esse, do Autor e os Mundos que ele criou, todos estão entrando em colapso. Vocês precisam subir a Montanha agora — O mesmo não para de falar, cadê a Gabriela..
– Cadê a Gabriela — Kevin anda até a janela, evitando contato visual comigo. Emanuel, machucado, sua expressão é pesada. Giovana, tentando se manter segura, não consegue ficar forte, vejo umas lágrimas em seus olhos.
– Ela simplesmente desapareceu Breno — Disse Giovana
– Como assim?
– Procuramos por todo lugar, e a achamos em seus quarto. Quando nos se aproximamos dela. Uma sombra estava em sua volta, e ela simplesmente desapareceu — Giovana chorou no momento. Isso tudo parece um pesadelo sem fim
– Ninguém sabe ao certo quem são essas criaturas Éramos mais gente, e todos estão morrendo e não podemos fazer nada... Lutamos com eles direto até chegada do salvador... Estou cansado de lutar... — Raras vezes escuto a voz do Kevin, que na janela, contempla o céu escuro todo falhado.
Me levanto da cama, coloco a roupa, pego a minha espada e ando até a porta. Todos me olham paralisados.
– Vamos subir naquela merda agora, chega.
Ao colocar a mão na maçaneta, eu, na minha cabeça, memórias estranhas... Vejo um quarto... Um garoto amarrando algo na escada.… Ele.… Tentando... Meu Deus…
Volto em si, e todos me observam. O que aconteceu? Já estou no lado de fora.
– Breno? O que foi? — Disse Giovana, com um olhar preocupado. Estou caído no chão. Emanuel e Kevin estão na frente segurando suas armas.
– O que foi? Tá bem?
– Eu não sei Gi, eu... Abrir a porta e... Não sei, estranho.… Como paramos aqui? Estava no quarto.
– Sim estávamos, mas saímos assim que você saiu. E estamos aqui agora na Floresta das Luzes — O nome faz total sentido, as flores das árvores iluminam todo caminho. Luzes azuis, mas não são todas as árvores que são assim.
– Que bizarro.… Certo.... Vamos seguindo.… — Me levanto, e a Giovana segue os caras que tão na frente.. No momento estou sozinho...
– Você, pode parar com isso — Silêncio, ele não respondeu… — Eu sei que está me ouvindo. E estou entendendo o seu joguinho.
– "Eu não faço parte dessa história Breno"
– Ah então você fala né seu verme.
Ele me ignorou de novo. Devo fazer algo para despistar ele.
– Vai, essa baboseira toda é tudo mentira não é?
– "Sem perguntas"
Eu apago. Escuto gritos. Explosões.
– VAI VAI, TIRA ELE DAQUI, AGORA EMANUEL — Não enxergo nada, mas sinto ele me segurando e me colocando em um local seguro. Abro os meus olhos, e viro o meu pescoço para onde está vindo o som... Vejo os três lutando com uma criatura enorme, mas não vejo a forma completa dela... Apago de novo.…
Acordo novamente e dessa vez, me encontro sozinho. Cadê eles? Onde estão? Me levanto rapidamente.
– Pessoal??? Cadê vocês??? — Não sei porque, o medo está me corroendo...
– Autor, qual é o seu problema comigo? Porque sempre me faz dormir ou perder memória? Porque sinto que estou sendo sabotado o tempo inteiro? Eu não quero ser mal aqui, eu só estou confuso com esse mundinho que você criou. AUTOR FALA COMIGO.
– "Quando subir a Montanha das Angústias, você saberá"
– Fala como se fosse um deus não é? Aposto que é só um homem comum, frustrado, que gasta suas ideias mirabolantes escrevendo histórias que pouca gente ler. E se ler, falam que gostam por dó, não porque gostam.
Na minha frente, ao terminar de falar, uma criatura surge no buraco preto que se sugou no chão. Tem uma forma de mulher com um cabelo preto enorme. Eu puxo minha espada na cintura. A criatura vai se criando mais duas pernas no nas suas costelas. Seu rosto fica escondido entre os seus cabelos. E ela partir pra cima de mim. Eu me desvio do ataque dela, e por segundos acerto um golpe nela. Estou morrendo de medo, mas diferente de antes, me sinto pouco mais corajoso... Porém, eu sinto o medo aos poucos ganhando forma dentro de mim.
– BRENOOOO — Que bom meu Deus, que bom, são eles. Emanuel, Kevin e a Giovana vieram. — Foi mal irmão, fomos buscar comida e.….. SANTA CAPIVARA QUE BICHO FEIO É ESSE !!! — Emanuel todo espantado, não consegue ficar firme, ele cai no chão apavorado. Kevin e a Giovana a mesma coisa. A criatura se aproxima do Emanuel, e o jeito como ela anda é todo distorcido. E simplesmente ela se envolve em volta dele, nem gritar ele consegue. Kevin avança rapidamente pra cima do bicho e mata a criatura em um só golpe... Emanuel fica com um olhar de completo medo... Eu não consigo me mexer, de novo... O apavoro que sinto é surreal... E pelo jeito não sou o único.
– Levanta Emanuel, você está seguro — Disse o Kevin.
Todos se levantam e seguimos rumo a Montanha em silêncio. Me sinto péssimo. Se sou o salvador, como posso ser tão medroso desse jeito? Certeza que isso é coisa do autor, colocando obstáculos para mim. Mas sinto medo. Que merda.
4
– Essa floresta acontece coisas estranhas demais. Mesmo que nós preparamos, tudo é muito aleatório — Disse Kevin, rompendo o silêncio que dominava o percurso, que agora esta tranquila de andar. E já estamos quase perto da Montanha.
– Você está estranha Breno, duas vezes que você apagou. Tá bem mesmo? — Perguntou Giovana
– Estou... Gente, além da Montanha, não estamos se esquecendo da Gabriela né?
– Caraca, a Gabriela — Exclamou Emanuel — Acredita que eu me esqueci dela?
– Meu Deus, eu também me esqueci — Giovana ficou desacreditada consigo mesmo.
Por um lado, Kevin não se pronunciou.
– E agora? Vamos seguir rumo a Montanha? — Perguntou Emanuel
– Eu não sei, pergunta para o salvador de vocês — Respondeu Kevin, olhando fixamente para mim, com sua expressão séria e vazia.
Todos olham para mim, e a minha cabeça dói de novo. E mais memórias vem em minha cabeça, posso dizer que são visões… Vejo alguém numa cozinha.… Copo cheio de água…. Comprimidos.…
Volto ao normal. Emanuel e a Giovana me seguram, pois estou de joelhos caído no chão. Kevin fica parado lá na frente me observando.
– Kevin, precisamos voltar, Breno não está bem.
– Ele não é desse mundo — Disse Kevin.
– Como assim? Vem ajudar Kevin.
– Breno, nos conte o que está vendo. Você tá tendo visões de outro mundo não é?
– Para com isso Kevin — Giovana ficou brava com ele.
– Anda Breno, responda!
– Kevin — Emanuel aumenta o tom de voz.
– Sim, sinto tendo... Mas não são minhas... São coisas que... Nunca passei, não que eu me lembre.
– A nossa caminhada termina aqui. Suba a Montanha sozinho.
– Quê? Porquê? — Confuso, pergunta o Emanuel.
– Vocês sabem o porquê.
– Ah não… Não pode ser — Emanuel se levanta olhando para mim, desacreditado.
– Breno... — Diz Giovana, com semblante e uma voz embargada
– Eu desconfiei por um tempo. Sempre me sentir sem propósito nesse mundo confuso. Nada faz sentido aqui. Até que percebi que tudo é literalmente falso. Essa jornada de ir até a Montanha, lutar contra monstros, Gabriela sumindo. É mais um roteiro repetitivo que vivemos dias e dias... No final das contas somos apenas um fantoche na mão de um lunático invisível — Pela primeira vez eu vejo Kevin se abrindo. Já de pé, concordo com ele.
– Sinto a mesma coisa. Faz dias que penso nisso.
– Mas quem garante que é você que nos manipula.
– Não Kevin, eu não faço nada. Quem faz tudo é o Autor. Os monstros, os cenários, tudo é a criação dele.
– Não vem com essa. Eu vivo aqui há décadas. Nunca vi você por aqui.
– Mas isso não é a questão aqui. O autor tem tentada apagar minha memória, tem tentado fazer eu esqueci de tudo mas não esqueci.
– Não mete essa Breno. Não existe autor coisa alguma. É tudo você. Foi você que sumiu com a Gabriela! — O ódio de Kevin se torna crescente conforme ele vai falando. Os outros dois ficam em silêncio.
– Eu jamais sumiria com ela. Estou querendo tanto achar ela como vocês... Aliás... Vocês se esqueceram dela né...
– Porque foi você que nos fez esquecer dela!
– Isso não é verdade. Foi o autor, eu juro, eu tenho falado com ele!
– Agora você fala com autor? É impossível falar com ele. Ele nunca entrou em contato com a gente. Aliás, não existe essa de autor que o Mestre fala. Sério, eu cansei.. você não é salvador coisa nenhuma. Não existe nada de Salvador, nada!
Ele saca sua espada e vem correndo pra cima de mim. Me desvio de seu ataque. Eu pego minha espada, e entro em confronto com ele.
Emanuel e Giovana ficam de fora. Eu e o Kevin lutamos, e usamos o mesmo movimento dos golpes, e não conseguimos acertar um ao outro. Eu uso meu poder de raio que sai pelas minhas mãos, e ele usa o de fogo. Ao mesmo tempo nos compramos e voamos para longe.
Eu caio perto da Giovana e do Emanuel.
– Vai, saia daqui, não luta contra o Kevin. Vai pra Montanha e salva o mundo, salva o Multiverso.
Me levanto rapidamente e corro o mais rápido possível, eu não quero lugar contra o Kevin. Ele é muito forte.
Correndo sem olhar para trás. Me encontro sozinho nessa vasta floresta. Não escuto sons, não escuto a voz deles, eu não escuto ninguém em volta. Nem um sinal de vida. E finalmente cheguei no início da suba da Montanha. E lá em cima, vejo um brilho azul, misturado com amarelo, as cores fazem um contraste com o céu preto todo falhado por ser o fim do mundo. Nessa Montanha das Angústias eu não preciso escalar. Apenas andar. Eu fico segurando minha espada, olho para trás, e estranhamente, não vejo ninguém me seguindo. Que bom, eles de alguma forma conseguiram parar o Kevin.
5
Subindo a Montanha, o vento começa a ficar pouco mais forte. O frio vai se formando em volta do meu corpo. Mas eu apenas quero subir e salvar a Gabriela e esse mundo que tanto falam. Vou ser sincero, os meus objetivos são tão... Superficiais... Não sei porque estou fazendo isso, não tenho motivação alguma... Continuo subindo e eu escuto risadas, e são risos de crianças.… Sigo andando e entre as árvores vejo duas crianças brincando, mas elas não me vêem. Eles são memórias. Não sei porque eu penso isso, mas é a única coisa que eu penso.
Me aproximo deles, ambos não me vêem. A garotinha se parece muito com a Gabriela, e o garoto, nunca vi na minha vida. Eles brincam um com o outro de pintar a cara do outro. Estão de divertindo muito. Por um breve momento me vejo rindo com eles.
– Seu bobo — Disse a menininha
– É você Gabriela — Realmente, é a Gabriela mesmo.
– Bruno você ta engraçado com essa cara — A Gabriela ri demais da cara do Bruno. Que está com a tinta preta no rosto. Ele fica pouco sem graça, mas logo começa a ri também.
Em seguida, vejo os dois na sala de aula, porém só estão ambos conversando. Conversa de criança, sério, muito fofos os dois juntos.
– Bruno, você quer namorar comigo? — Eu e o Bruno ficamos espantados com a pergunta. Mas de imediato ele aceita, todo bobo, e ela toda sorridente pra ele. Ambos gostam da companhia do outro, e a conversa não entendo nada pra ser sincero.
Depois dessa memória, vejo os dois sentadinhos juntos perto da casa da árvore. Parecem que estão na escola. Vejo só os dois. As outras crianças estão ensaiando uma música.
– Bruno vai lá dançar, quero ver você lá dançando, é divertido.
– Eu não, quero ficar aqui com você, é melhor – Ambos dão risada. São memórias tão inocente, pura, são apenas crianças ali.
– Quando eu for pra escola, eu vou pro Quirino, porque você não vai pra lá também? — Disse o Bruno
– Claro, mas eu não sei qual escola eu vou ano que vem.
– Poxa, mas tenta falar com seus pais, aí a gente vai poder continuar juntos.
Depois dessa breve conversa, vejo ambos na sala de aula de novo. Descobri que não estavam nem na primeira série, e sim no fim do prezinho. Vejo eles dois conversando sozinhos de novo, e a mãe do Bruno veio buscar ele.
– Tchau Gabriela.
– Tchau Bruno — Disse ela com sorriso pra ele...
Depois dessas memórias, continuo subindo mais a Montanha. E vejo Bruno sozinho na escola. Poxa, aquele foi o último tchau deles.
Vejo ele sozinho na escola, pessoas mexendo com ele, fazendo bullying…
Sigo subindo e mais memórias são desbloqueadas. Vejo Bruno adolescente. Poucos amigos, mas verdadeiros... Em cima da cabeça de cada um vejo nome deles
– Kevin, Emannoel, Amanda e Leninha — Não consigo ouvir conversas, mas vejo muitos momentos entre eles aleatoriamente. Um deles andou até o Bruno. Uma outra memória, só estava ambos numa quadra, e agora consigo ouvir
– Bruno, eu conheço a Gabriela.
– Sério Victor? — Quem é esse agora? Outro amigo? Mas não estava entre os quatro que vi, acho que não fazia parte do grupo do Bruno.
– Tentarei falar com ela. Eu tenho uma vizinha com mesmo nome, e ela sempre fala que conheceu um garoto muito legal no prezinho, eu ouvia aquilo e, vendo sua história. E fez sentido com tudo que você disse.
Vejo Bruno empolgado. Só que, memórias a frente. Vejo ele com expressão de certa frustração.
– Ela já estava de mudança, no dia que fui falar com ela... Ela tinha ido embora… — Expressão de Victor de fato é triste... Bruno ficou quieto, pensativo… Mas nunca sozinho, esses quatro amigos dele estavam sempre com ele.
Ele cresce… Os amigos cada um segue seu caminho... Conhece novas pessoas, vejo ele escrevendo livros, ele é… autor de livros? Que estranho, as coisas passam muito rápido, as memórias são embaraçados pra mim… Vejo agora ele jovem... Lidando com problemas de adulto... E caramba… a vida dele foi estagnando.
– Não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não — Quantas vozes na minha cabeça agora. Meu Deus, ao ver mais memórias, escuto somente essas palavras.
Chega, preciso parar de subir, está ficando forte isso.
– Autor... Você se chama Bruno não é?
Na minha frente, vejo uma luz, e ela se materializa, vejo um jovem.
– Você — Estou vendo o autor. Ele esta de costas, não olha para mim
– É impossível eu vir para esse mundo. No momento estou no meu celular escrevendo essa cena.
– Entendo... Porque Bruno... Porque fez eu ver suas memórias?
Ele esta em silêncio.
– Então é assim? Eu sou apenas um personagem que máscara suas dores em palavras? Sabe Bruno, é difícil pra mim também. Simplesmente sou criado pra nada?
– Não é verdade.
– Eu sou só mais um? — Pergunto de forma branda, não quero explodir.
– Todos vocês tem propósito para mim. Amo cada um igualmente.
– Qual é o meu propósito?
– Você vai descobrir por si mesmo.
– É muito bonito suas memórias. Mas as últimas não consegui acessar.
– Não precisa.
– Estranhamente me sinto como você sente. Não me sinto nesse mundo. É como se, se eu estivesse aqui mas, não estivesse entende?
– Entendo — Ele está tão melancólico. O que houve com ele?
– Por ser somente um personagem, sinto que vou viver esse ciclo dia após dia.
– Você é mais do que um personagem pra mim Breno, pra mim você é vivo. Você só teve consciência no novo conto que estava criando. Você é o único que sabe que é um personagem. Isso torna você especial.
– Entendi... Por isso nada faz sentido aqui... Esse mundo, tudo é falso... Agora estou entendendo tudo... Você não deixou em ver suas últimas memórias, porquê?
– Eu não devia está aqui. — Ele me leva rapidamente para o topo da Montanha.
– Resolva isso. – Ele é bem firme em suas palavras
– Espera, o que? Não. Assim do nada...
– Eu não quero falar sobre isso, pessoas vão ler esse conto. Expus muita coisa já... — Vejo seu rosto, ele é só um jovem. Aquela criança feliz que vi nas memórias atrás, simplesmente desapareceu. Vejo uma expressão cansada, machucada.
– Os comprimidos... O quarto… Todos os contos...
– Para, pessoas vão ler isso.
– Eu vi coisas que pouca gente sabe de fato… Mas a dor ainda está aí dentro, não é?
– Você está aqui na Montanha, resolva, salve logo esse mundo.
– O problema não tá aqui Bruno. O problema é você. Esse mundo não tá acabando, o seu mundo interior que está.
– Breno... Chega — Ele estala os dedos. Todo o cenário começa a a deteriorar. Todo a falha que estava no céu agora está em volta de nós. Vejo Bruno chorando copiosamente.
– Não.… Precisa disso.… Bruno — Meu Deus, as coisas começam a se destruir, uma tremedeira horrível e eu simplesmente não consigo me segurar em nada. Saco minha espada. Preciso parar o autor.
– Sei que está escrevendo essa cena e essa minha fala. De qualquer forma você vai decidir esse final, mas quero dizer. Não desista de você. Lembre se de quem você é. Resgata sua criança interior.
Tudo em volta está escuro. As árvores, o mundo, está flutuando em volta no cenário todo preto. Eu e o Bruno estamos numa espécie de arena. Não sei explicar.
Eu fico na superfície, enquanto ele flutua no céu. Atrás dele, aparece duas criaturas enormes. A mesma que eu vi antes, tem formato de gato, sem olhos, apenas um grande sorriso com muitos dentes. Tem mais de oito pernas dessa vez, e é muito rápido. E o autor com movimentos em mãos, joga coisas em mim, usando seu poder poder psíquico. Me desvio.
– Bruno, esse não é você. Isso é a sua crise! — Ele não me escuta. Me desvio e tento pensar em alguma coisa. É impossível lutar contra ele. Ele é o CRIADOR desse universo todo. Ele é autor. No piscar de olhos posso morrer. Não há o que fazer a não ser usar palavras, mas antes disso, preciso abater essa criatura primeiro. Mas tenho que está esperto com Bruno.
O gato demônio pula em cima de mim. A risada dele é de humano. Não vou deixar o medo me dominar agora. Eu avanço pra cima da criatura e corto uma das pernas. Mas recebo o golpe em seguida, me recomponho e enfio a espada bem no coração do gato. Que desaparece como fumaça. Estou tremendo. O autor centraliza mais poder para ele, e tudo começa a se desmoronar rapidamente.
Está tudo fácil demais, esse gato demônio foi moleza derrotar. Estou achando tudo isso estranho. Vejo Bruno chorando muito enquanto junta todo o poder pra si. E ele o motivo desse mundo está acabando.
Me concentro.… Não há o que fazer... Ele é poderoso demais.… Mas as palavras.... Palavras... Lutar com as palavras.
– No final do conto Paradoxo de Kevin... Você é amado, você é o escolhido... Você leitor, você também é… Bruno e leitor... Pense na sua criança interior... Você é muito amado pelo verdadeiro Criador.
A energia escura que está em volta do Bruno fica muito forte, muito, muito forte, o poder continua mais poderoso que eu esperava. Mas ele precisa dessas palavras. Me concentro de novo.
– Você não tá sozinho como pensa que está. Por onde você vai, Ele está contigo. Se lembre disso Bruno. Essas coisas que escutam são mentiras. São mentiras, são mentiras, são mentiras. Sua vida vale a pena. Não desista.
As coisas progressivamente foram ficando mais calmas. Deu certo. As palavras, elas deram certo. Porque, nas melhorias dele jovem, lembro que ele é amigo do Homem de Branco, e esse Homem falava coisas muito boas para ele, dava bronca, aconselhava, corrigia... Um relacionamento e digo de forma espiritual.
Ele está caído no chão, todo cenário preto, todo aquele poder. Tudo se acalmou. O céu foi ficando normal aos poucos sem toda aquela falha que há ia nela. Que batalha bizarra. Mas pelo menos matei um monstro, que bosta de guerreiro que eu sou né.
– Autor... Você tá bem? — Corro até para poder ajuda-lo mas ele faz sinal com as mãos para eu parar de correr até ele. O autor se levanta, olha pra mim.
– Obrigado… Ainda não estou bem, mas suas palavras vão me fazer prosseguir...
– E eu? Vou poder prosseguir também?
Ele olha para mim, noto um olhar cansado, e um leve sorriso em seu rosto, e ele desaparece na minha vista… Certo… Se isso é um conto é a história mais sem lógica que o leitor vai ler. Que mundo sinistro….
– Breno? — Escuto uma voz atrás de mim, é conhecido. Olha para ver se é ela mesmo.
– Gabriela.… — Dou um sorriso para ela, e ela retorna para mim.
Tempo se passa, e vou resumir o que houve. Me casei com a Gabriela. Kevin tá de boa comigo. Emanuel é palhaço como sempre e a Giovana é doce e brava do mesmo jeitão dela. Sou praticamente o salvador desse mundo... Mas eu acho que salvei o mundo do autor, assim eu espero. Serei sincero, não está tudo bem, estamos lidando com problemas ainda. Mas, prosseguimos lutando... É isso... Eu devo ter misturado o tempo verbal né, mas relaxa, o conto é pra ser confuso mesmo, o importante é você entender. Você entendeu? Então não reclame certo? É isso.… Até logo... Eu acho.
FIM
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