Nave

     Cabeça doendo, olhos se abrindo. Uma luz forte sobre o meu rosto, me faz cobrir os olhos com as minhas mãos. O que aconteceu? Eu lembro que estava na floresta e, alguma coisa bateu em mim. Caramba, o que está rolando? Tento me levantar mas, não consigo, que dor horrível no meu abdômen e nas pernas. Com certo esforço, fico sentado. Onde estou, que lugar é esse? Chão metálico, paredes brancas, minhas coisas estão em cima de um balcão. Agora que notei que estou sem o meu traje, no meu lado tem uma pequena mesinha com algum tipo de anotação.

"Nome: Thomas Benjamin Baker

Ferimento: ferimento médio, na cabeça, abdômen e perna direita

Idade: 27

Nível de ameaça: Nulo

Nível da agência: Iniciante, pesquisador...."

    Nível de ameaça Nulo? Sacanagem né. Fico olhando aquela anotação e a coloco no lugar. Com dificuldade me levanto e devagar vou andando até o meu traje. Me visto e pego as minhas coisas. Não sei quem me trouxe até aqui, mas só de não ter me roubado, já me sinto grato. Esse quarto é um tanto grande, há uma grande janela que dá para a vista bem linda do planeta, dando destaque aquela grande montanha e floresta, agora já de noite, atrás daquele grande monte eu percebo que tem três luas. Uma das luas fica em cima e duas em baixo uma no lado da outra. Se acompanhar com os dedos, até que forma um triângulo... Triângulo... Interessante se não for coincidência não é mesmo? Eita, uma moça loira com cabelos ondulados está encostada na porta com os braços cruzados, ela é... Familiar.

— O misterioso astronauta acordou. — Ela disse com uma voz em tom de sarcasmo, ela anda pelo quarto e senta na cama, olha nos meus olhos, que belos eles são, que boca ela tem. Encantadora.

— Quem é você? — Pergunto um pouco tímido.

— Eu me chamo Amanda.

— Ah, prazer eu sou o..

— Thomas, sim eu sei. — Disse ela me interrompendo

— Como sabe? — Isso está estranho, quem é essa mulher, será que tem mais gente aqui?

— Isso é confidencial.

— Entendo, mas preciso de respostas. A minha tripulação caiu nesse planeta e desde então eu estou procurando algum sinal para entrar em contato com os meus superiores.

— Sim eu sei, mas vou logo adiantando, não vai conseguir.

— Pelo amor de Deus, só quero sinal e sair daqui- Estou perdendo a paciência com essa mulher. — Olha, se você tiver alguma coisa para me ajudar, por favor, sou da empresa O.H.E (Organização Hiper Espaço)

— Sei tudo sobre você Thomas, tenha calma tá, eu e o Philip trouxemos você, achamos que era um deles.. — Cansado de tanto mistério vindo dessa mulher

— Philip? Quem são vocês? — Pergunto curioso, esperando que ela entregue logo a resposta, não gosto de enrolação.

— É confidencial — Ela está de sacanagem comigo.

— Espera, algum de vocês metem um cacete na minha cabeça e agora tenho que aceitar isso? — Me exalto um pouco aumentando o tom para ela, para quê tanto mistério? Que saco.

— Baixe o seu tom, eu não vou abaixar a cabeça pra macho como você, fica quieto aí e cala boca. Está sem condições nenhuma, descanse e fique quieto, no momento cer... — O comunicador dela toca, fazendo encerrar bruscamente essa conversa. Ela atende.

— Amanda, venha pra cá agora, alguma coisa aconteceu.

— O que foi Philip?

— Amanda.... Amanda.... — Desligou, a voz dele transpareceu um grande terror. O que está acontecendo?

— Fique aqui, não se mexa, eu já volto. Não se mova.

— Para onde você vai? — Ela me ignora saindo do quarto, a sigo e no pequeno corredor ela desaparece de vista abrindo uma porta. Agora pronto, estou sozinho de novo e todo arrebentado. Observando essa nave, ela é grande. É toda metálica, ando devagar no mesmo caminho que a Amanda passou, abro uma porta, e me deparo em um laboratório. Tem duas mesas médias, com vários frascos com aquela água que eu peguei quando estava explorando a caverna. Mas aqui tem muitas delas, ando observando cada uma, mesa por mesa, todas bagunçadas, e ainda aquelas águas tem um cheiro doce de fumaça, dar um ar no mínimo bom. Observando tudo em volta agora, creio que eles são os únicos sobreviventes e estão fazendo pesquisas nesse planeta. Será que, o mesmo que houve comigo, aconteceu com eles também? Eu não sei. Pego um dos cadernos que está em cima de uma das mesas, folheio e folheio, são algumas das anotações dos tais "experimentos" todos escritos como "inconclusivos". Inconclusivos de quê? É uma água que se pode beber ou não? Não sei, mas pelo visto terei trabalho quando eu fizer minhas pesquisas, talvez uma dessas anotações me ajude. Guardo umas no meu traje.

    Preciso fazer alguma coisa, Amanda comentou que não tem sinal nesse planeta. Eu mal a conheço, talvez seja um blefe dela. Saio do laboratório e ando pelos corredores, e acho a sala de controle, no centro da sala há uma mesa e vejo um mapa. Interessante, é o mapa com quatro marcações em vermelhos, uma na montanha, duas na floresta e mais uma próximo ao rio, todas marcadas com um "x". Ajusto o traje para tirar uma foto do mapa . O que será que eles estão fazendo? Se me trouxeram para cá, não é bom, preciso dar o fora daqui. Quando me dou conta, no pequeno armário à direita, vejo uma coisa que... Ah não mas, o quê? Vejo um retrato... Meu retrato, minha foto, com a minha... Família... Eu, minha esposa e minha filha... Sorrindo... Felizes. Quem pegou essa foto? Quem fez isso? Amanda... Não, não, não, não... Porque essa foto está aqui? Minhas lágrimas caem no meu rosto, um sentimento escuro e estranho vai tomando meu coração. O que isso está fazendo aqui?!

Thomas

Que voz é essa?

Venha... — Essa voz, na minha mente, o meu corpo. Perco o controle e a obedeço, não consigo me controlar. Eu saio da nave... Estou do lado de fora, e o clima é tomado pela neblina, percebo logo então que estou numa pequena base com várias outras naves paradas, carros, cabanas, e vou caminhando rumo para fora da dela no meio da neblina.

— Venha garoto, venha Thomas — Essas vozes, o que é isso. Várias vozes diz "venha" e eu apenas obedeço. Passo pela floresta, que no momento está morta e vazia, galhos secos, sem cor e sem vida. De repente, depois de um tempo andando, chego em um templo, o mesmo que eu havia visto antes de chegar naquela base, ando no centro daquele templo, com pilastras em volta.

—Thomas, você está aqui por um motivo. — A voz possuí um pouco de eco, é sombria e gelada. Me dá calafrios.

    Os donos da voz se revelam, são três figuras encapuzados, um deles venho flutuando em minha direção me entregando um objeto triangular. Ela tem três cores, azul, verde e vermelho, embaixo é dourado.

Há muito poder nesse artefato Thomas. Leve um pouco do nosso poder para o seu planeta. Com ela, você voltará para casa. Poderemos dar tudo para você Thomas, tudo que deseja, tudo que sonhou, todas as coisas. Nos obedeça, entregue a nossa mensagem. Entregue o nosso poder. Mostre o nosso poder, Thomas.

      Me desperto sozinho na floresta cheio de neblina, com o Artefato Triangular em mãos. Os encapuzados desapareceram. Agora tenho o controle sobre o meu corpo novamente. O que acabou de acontecer?

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