Conflito

    Sair da casa andando o mais rápido possível, quero parar com essa enrolação e chegar logo no destino marcado no mapa. Fora de casa, o carro vermelho está parado à minha direita com um quintal médio.

      Na minha frente alguns metrôs vejo uma porteira, dando um caminho escuro e sombrio à floresta. Ando em direção à ela, escuto um som vindo debaixo da terra. Dou dois passos bem devagar, e o chão balança com certa violência. Ele mexe e mexe, até que se parte ao meio.

      Eu caio para trás, trêmulo, e uma criatura surge da terra, fazendo ruídos de choro de criança, ela tem dois bebês grudados nas costas e tem pele de carne viva. Possuí quatro patas e dois braços, a sua cabeça não tem olhos e sua boca é enorme com vários dentes à mostra.

     Ela se movimenta de maneira estranha, tremendo, e o som que ela solta é de choro e ruído. Pego meu revólver e atiro nela. Essa arma é uma das boas, não precisa de munição como as armas antigas, ela recarrega através da energia, então quando atiro, é tiro a laser.

     Mesmo tendo recebido treinamento básico, preciso aprender na marra agora. Ela vem em minha direção, desvio todo desajeitado e atiro nela ao cair no chão. Que merda é essa? Que criatura bizarra, me levanto e corro o mais longe possível dela, tendo cuidado para não cair no buraco criado por essa criatura. Ela não desiste e vem novamente pra cima de mim.

       Corro e continuo atirando nela ao longe. Aos poucos ela começa a se enfraquecer. O barulho que ela faz é endurecedor, ela chora a cada tiro e diz palavras como "Papa"? É tão confuso. Me restam poucos tiros antes da arma descarregar. Tentarei atirar na cabeça. Atiro. Droga, errei, ela corre para cima de mim, e me agarra com força. Eu resisto e me esforço para sair dos braços dela. O cheiro dela é horrível, e com dificuldade eu consigo sair, caio no chão, pego a minha arma e dou um tiro no queixo dela. A criatura cai no chão. Finalmente morta.

    O cansaço recaiu sobre mim como um tsunami, e por sorte, a arma não ficou descarregada, mas está quinze porcento, que é bem pouco. Fico deitado, exausto, observando o céu nublado. Eu preciso ir, as coisas estão começando a ficar cabulosas demais, e que criatura bizarra é essa?. Me levanto, respirando forte. Olho aquela coisa horrenda no chão morta, meu estômago embrulha.

    Agora a terra partido ao meio, eu noto uma passagem de onde a criatura veio. Eu desço com cuidado. Ao chegar, eu entro no buraco de onde supostamente veio a criatura, eu pego a lanterna, ligo e sigo o meu caminho. Pela estrutura, parece que alguém projetou isso, mas para qual finalidade? Continuando andando, é uma reta, nas paredes não há nada de interessante que eu possa ver.

     Eu só quero chegar no fim desse corredor esquisito. Até que, depois de alguns minutos caminhando, vejo uma escada. O que está acontecendo? Eu subo, e ela é longa. A minha cabeça dói de novo. Que pensamentos são esses que estão vindo em minha cabeça?

— "Você é um fracasso, nunca vai conseguir nada"

—"Sempre foi sozinho, aquele quadro é uma mentira"

— "Pai, para, não faz isso"

— "Mamãe, mamãe acorda"

— "Estou pensando... Em me matar"

     O que é isso ? O que são essas coisas. Porque esses pensamentos? O que está havendo? Que vozes são essas? Prossigo subindo as escadas, e braços saem pelas paredes. E nas suas mãos tem cordas, elas querem pegar o meu pescoço, eu desvio delas e continuo subindo rápido. Está escuro, sombrio, os braços me perseguem com aquelas cordas e eu sigo correndo delas. Até que finalmente chego no fim, uma porta. Eu a abro sem pensar duas vezes.

      Só quero fugir daquelas coisas. Fecho a porta com tudo, e me encosto nela, mais cansado ainda. Se eu for sair desse planeta, sairei em forma de tanto exercício físico que fiz. Que pesadelo. Quando me dou conta, me vejo na floresta novamente, e a minha frente um corpo ensanguentado caído no chão encostado em uma porta dupla, coberto pelas folhas das árvores.

      Caminho devagar, observando o corpo, vejo o crachá no peito do cadáver, escrito "Philip". É o cara que tinha chamado a Amanda. Entro numa bela sala de uma mansão. Janela enorme, tapete vermelho, biblioteca exageradamente grande, até o teto. Mesa de escritório e um computador. Eu estou ficando maluco, uma mansão, em um planeta desconhecido, no meio de uma floresta…. Eu estou ficando louco, mais a frente tem mais uma porta. Alguém abre. Amanda?

— Eu disse pra você não dar um passo. — Disse Amanda, olhando seriamente pra mim. — Esse lugar desperta os seus piores pesadelos Thomas, tentei poupar você disso.

    Eu me levanto, me dirijo até ela. E a olho no fundo dos olhos.

— Não me poupe, me explique tudo. — Pedi a ela

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