Querida Lucy,

Eu sinto muito. Sei que agora é tarde para isso, e também sei de que nada adiantará eu implorar pelo seu perdão agora, afinal você nunca lerá esta carta. Mas, mesmo assim, eu me sinto na obrigação de escrevê-la; de usá-la como um tipo de recinto onde eu poderei perdoar a mim mesmo pelos meus pecados.

... só espero que assim eu possa retirar pelo menos um pouco o peso da culpa da qual está literalemente me matando aos poucos.

Sim, eu sei que isso soa egoísta. Talvez eu realmente seja, mas... quem liga? Eu admitir isso não irá mudar o que eu fiz e tão pouco lhe trará de volta.

Droga. Como irei dizer isso? Aposto que, se você estivesse na minha frente neste momento, eu travaria. Iria ficar encarando seus profundos olhos âmbar e gaguejaria. Provavelmente até mesmo sairia correndo.

Mas você não está. Não está aqui na minha frente. E tudo isso é culpa minha e do meu maldito egoísmo e da minha ignorância.

Droga. Me desculpe.