08- Eu quero mais um

Lee Yura

Me joguei na cama enquanto suspirava, era sábado a noite então eu não tinha trabalhado naquele dia mas eu havia passado o dia inteiro fazendo intervistas de emprego já que eu preciso de um pouco mais de dinheiro e não quero mais depender tanto da tia Lee. Ouvi duas batidas na porta, me levantei da cama e abri a porta, vendo a figura de Nako com o cabelo feito, unhas pintadas e uma maquiagem bonita.

—Oi Yura, eu vou pra um clube hoje a noite já que a banda do meu namorado vai tocar, você quer vir comigo?— Ela indagou enquanto sorria levemente.

—Hum... Mas eu não tenho nem roupa pra isso.

—Tudo bem, eu posso te emprestar um vestido.

Pensei um pouco: ir para um clube foi uma coisa que os meus pais nunca me deixariam fazer, o que de alguma forma me fazia querer aquilo ainda mais, seria uma experiência nova que o meu eu adolescente nerd nunca pensaria em fazer uma coisa assim. Depois de alguns segundos de silêncio, eu finalmente cheguei em uma conclusão.

—Certo.— Sorri. —Eu vou.

(...)

Entrei naquela boate junto com Nako enquanto puxava o vestido tubinho rosa dela um pouco para baixo, ela era um pouco mais baixa e magra que eu, o que fazia o vestido um pouco mais curto e apertado. As pessoas estavam dançando enquanto uma banda tocava em um palco, eu não prestei muita atenção neles em si, mas a música era boa e a voz do vocalista principal era muito bonita e os instrumentos muito bem tocados, eu me segurei para não elogiar o namorado de Nako na frente dela sem soar muito estranho.

Fui até o bar e pedi um drinque, aquela era a segunda vez que eu bebia álcool fora uma vez que eu tomei um soju com Heeseung e a minha tia, e foi aí que eu percebi que eu não era muito boa de beber, mas eu decidi dar uma segunda chance ao álcool. Vi Nako se perder na multidão enquanto ela olhava para seu namorado com os olhos cheios de admiração e eu dava uma olhada no cardápio.

—Eu quero um desses.— Apontei para um drinque qualquer no cardápio.

—Esse é um pouco pesado pra uma menininha tão nova como você, não acha?

—Não, não acho.— Respondi em um tom confiante.

—Como quiser...— O barmen deu de ombros antes de começar a preparar meu drinque.

Fiquei um tempo esperando até que o barmen me passou um copo, eu segurei o objeto me virando na cadeira do bar enquanto direcionava meu olhar em direção a banda enquanto tomava um gole da minha bebida, e quando eu vi quem era o vocalista principal da banda, eu quase cuspi toda a minha bebida, arregalei os olhos quando eu vi Kang Taehyun cantando enquanto segurava o microfone fortemente. E ao invés de suas roupas geralmente largas e de manga comprida, Taehyun usava uma regata branca com uma estampa que eu não consegui identificar e uma calça jeans, eu me irritei um pouco porque ele parecia mais atraente do que nunca com aquelas roupas e me irritava o fato daquele babaca conseguir ser tão bonito.

Continuei com os meus olhos fixados em Taehyun enquanto ele cantava aquela música da forma mais apaixonada possível, como se ele vivesse pela música. Eu continuei tomando goles daquele drinque qual eu não conseguia identificar o que tinha na composição enquanto balançava a cabeça levemente no ritmo da música, eu não queria admitir, mas eles eram ótimos no que faziam, infelizmente, com o Taehyun incluso. Dei o último gole na minha bebida e deixei o copo vazio na bancada.

Eu quero mais um.— Eu disse ao barmen.

—Tem certeza? Isso daí tem bastante álcool e você não parece muito boa de beber.

—Tudo bem, eu quero mesmo assim.

(...)

Minha cabeça latejava, eu mantinha meu olhos fechados enquanto sentia que tinha alguém ao meu lado, mas eu ainda não estava pronta para descobrir quem era, eu já tinha acordado, mas ainda não tinha reunido coragem para abrir os olhos, até que senti a mão de seja lá quem estava ao meu lado no meu cabelo e rapidamente abri os olhos. Gritei quando vi um Kang Taehyun sem camiseta ao meu lado, ele pareceu ter se assustado também, já que gritou junto comigo, vi ele rolar para fora do sofá-cama em que nós estávamos deitados.

—Que merda, cara, você é pesado.— Ouvi Huening Kai murmurar.

—Foi mal.— Taehyun se levantou do chão rapidamente.

Me sentei no sofá-cama, me encolhendo enquanto não dizia nada, Kai se sentou no chão enquanto reclamava de dor, o que provavelmente foi causado pela a noite de sono que ele teve deitado no chão. Taehyun parecia tão confuso quanto eu enquanto me encarava fixamente com aqueles olhos castanhos enormes. Era como se a minha garganta tivesse travado e eu não conseguisse mais falar nenhuma palavra se quer, reuni todas as minhas forças e finalmente consegui falar a primeira coisa que veio na minha cabeça:

—Seu pervertido, coloca uma camisa!

—O que...— Ele olhou para baixo, provavelmente se lembrando de que estava sem camisa, ele foi até uma caixa no fundo da garagem onde estávamos e pegou uma camiseta de dentro antes de colocá-la em seu corpo. —Eu não acho que sou o pervertido aqui.

—Não é?— Me levantei enquanto cruzava os braços.

—Você dormiu praticamente em cima de mim, sua maluca.— Ele disse, eu revirei os olhos.

—Eu vou te mostrar quem é maluca.— Eu cerrei os punhos, fingindo que ia dar um soco nele. —Meu Deus, eu nunca mais vou encher a cara.

—Você não se lembra?

—E você acha que eu faria uma coisa dessas estando sóbria?

—Talvez.— Deu de ombros.

—Huening Kai, você lembra o que aconteceu?— Indaguei, ainda bem confusa.

—Mais ou menos...

—Como assim mais ou menos?— Eu e Taehyun dissemos ao mesmo tempo antes de olharmos um para o outro com a testa franzida.

—Olha, eu tava bêbado também, só pra constar.— Kai se levantou do chão. —Mas eu vou dizer exatamente o que eu me lembro, cada detalhe, sem deixar nadica de nada de fora, e...

—Desembucha.— O Kang interrompeu seu amigo.

—Deixa o garoto falar, seu grosso.— Revirei os olhos.

—Sem briga, vocês dois.— O Huening cruzou os braços. —Bem, o que aconteceu foi o seguinte: eu já tava bêbado e eu queria achar o Beomgyu já que ele disse que não ia beber e que tava de carro, mas eu não achei nem ele, nem a Nako em lugar nenhum, então eu fui ver se ele tava no banheiro, mas aí, eu achei vocês dois.

—E o que a gente tava fazendo?— Eu indaguei enquanto Taehyun se encostava em uma parede e tomava um copo d'água.

—Vocês tem certeza que querem que eu fale?— Kai mordeu o lábio inferior nervosamente.

—Absoluta.

—Vocês tavam se pegando.

—O que?— Praticamente gritei.

Vi Taehyun cuspindo um pouco de água pela minha visão periférica.

—Eu... Eu ganhei?

—É ganhou.— Kai acenou com a cabeça.

—Ganhou o que?

—Hum, nada.— O Kang murmurou. —Mas como a gente foi parar dormindo aqui juntos?

—Isso foi uma história engraçada.— Kai deu uma risadinha. —Quando eu separei vocês dois, a Yura ficou enjoada e vomitou na camisa do Taehyun.

Abri minha boca para dizer algo, mas o olhar de desgosto de Taehyun me foi o suficiente para me fazer calar a boca.

—E depois eu liguei pra a minha irmã mais velha e ela nos levou pra cá.

Eu já estava envergonhada o suficiente, então decidi sair de lá o mais rápido possível.

—Hum, obrigada Kai, eu já tô indo.— Peguei minha bolsa e saí de lá em passos rápidos.

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