03- Eu achei seu skate muito bonito
Lee Yura
Deixando todo o meu amor próprio e orgulho para trás eu voltei para a pista de skate não para fazer o que as pessoas geralmente fazem lá e sim para saber se aquele cara estava ali de novo, eu sei o quanto isso parece com um caso de stalking mas eu juro que eu não sou uma stalker, bem, quem nunca achou alguém bonito e acabou querendo ver aquele rosto divino todos os dias sem nem saber o nome da pessoa? Por favor, não é nem a primeira vez que eu faço isso.
Então, eu estava apenas assistindo ele, fazendo aquelas manobras que eu nunca aprendi a fazer por ter um medo colossal de me machucar feio. Pude notar algumas vezes que ele me olhava de canto de olho com um sorriso maravilhoso nos lábios, eu tinha que pelo menos tentar falar com ele, nem que seja apenas um "oi bom dia" e nada mais, porém ele parecia ocupado demais por isso, decidi voltar no dia seguinte para tentar a minha sorte.
Dito e feito, na manhã seguinte lá estava eu, mais cedo que o comum apenas esperando pelo menos um sinal daquele garoto. Senti como se meu coração estivesse quase saindo pela a boca quando vi ele e os dois amigos chegarem, ele instantaneamente direcionou seu olhar para mim enquanto sorria de canto, vi ele cochichar algo para um dos amigos. O amigo riu e acenou com a cabeça enquanto o bonitão apenas me encarava, aquela era a minha chance.
Me levantei do banco em que eu estava sentada e caminhei com toda a minha confiança restante enquanto tentava manter um sorriso simpático, escondendo o meu nervosismo. Depois de alguns passos e muito arrependimento por ter ao menos se levantado daquele banco, eu finalmente parei bem na frente do cara bonito.
—Olá.— Ele disse com um sorriso de canto. Sua voz era grossa e levemente familiar, mas não sabia de onde.
Senti meu coração acelerar enquanto eu olhava fixamente para os olhos dele, seus olhos eram grandes e marcantes e estavam sendo levemente cobertos por seus cabelos. Ele mantinha um sorriso de canto, uma de suas mãos estava em seu bolso enquanto a outra apoiava seu skate no chão.
—Oi.— Eu respondi sentindo toda a minha confiança ir embora. —Bem... Eu...— Tentei formular uma frase. —Eu achei seu skate muito bonito.
O que eu quiz dizer foi: "eu achei você muito bonito", mas não tinha coragem o suficiente para dizer isso. Os amigos dele estavam se olhando e rindo enquanto seu sorriso de canto se tornava maior.
—Gostou do meu skate, huh?— Ele acenava com a cabeça lentamente. —Eu achei que tinha gostado de outra coisa, mas muito obrigado.— Ele disse em um leve tom de flerte.
—Você não perde uma oportunidade, né Taehyun?— Um de seus amigos riu.
—Eu não tô fazendo nada.— O rapaz que a acabei de descobrir se chamar Taehyun deu de ombros enquanto olhava para seu amigo, ele rapidamente voltou seu olhar para mim de novo. —Então gostou do meu skate, algo mais?
—Não, só isso mesmo.— Me virei começando a caminhar rapidamente enquanto uma vergonha me consumia.
Eu não podia acreditar que reuni coragem o suficiente para falar com alguém desconhecido, por mais curta que seja a conversa, já soa como um avanço. Me sentei em um banco qualquer enquanto me recompunha e seguia Taehyun com o olhar, ele conversava com os amigos e andava de skate enquanto eu olhava para ele.
Foi quando eu me lembrei que não era —mais— herdeira e que tinha de trabalhar. Me levantei o mais rápido possível e dei uma rápida última olhada para Taehyun antes de sair de lá.
...
Me sentei naquela cama de pedra assim que voltei para casa, eu estava pensativa, consegui falar com o cara, mas saber impressionar ele era outro assunto um pouco mais complicado. Certo, não era a minha primeira vez falando com um garoto que achei interessante, mas era a primeira vez que algum garoto falava comigo com tom de flerte, o que já me deu alguns pontos positivos —ou talvez o sinal de que ele provavelmente era um galinha que dava em cima de qualquer garota a sua disposição.
O que eu poderia fazer para impressionar alguém? Como alguém que passou mais tempo se preocupando em estudar do que em ter um namorado, o que fez as minhas habilidades de flerte serem equivalentes as habilidades de uma criança de oito anos querendo mandar um bilhetinho para o garoto que gosta, o que quer dizer que não tenho habilidade alguma. E para quem eu poderia perguntar? As únicas mulheres que eu poderia ter um contato eram a minha tia e a Nako.
Isso! A Nako! É claro que ela ia saber sobre flerte, ela tem um namorado! Pensei enquanto me levantava daquele tijolo. Saí do meu cubículo e dei duas batidas na porta do cubículo de Nako.
—Entra.
Abri a porta.
—Nako, eu preciso de uma ajudinha.
Ela guardou o maço de cigarros que ela segurava em uma gaveta e voltou sua atenção completamente a mim. Me sentei em uma cadeira enquanto ela continuava sentada na cama pedra dela.
—O que é?
—Seguinte, eu conheci um cara bonitão ontem.
—Já conseguiu seu primeiro rolinho em Seul? Uau, tô impressionada.— Nako se inclinou na minha direção, parecendo estar bem interessada na minha vida amorosa.
—Na verdade eu não consegui exatamente um rolinho, eu vi ele de longe e achei ele bonito.
—E falou com ele?
—Sim, mas não foi bem o que eu queria, eu queria saber como dar um jeito de impressionar ele.
—Calma, calma, me conta essa história direito.
Contei a história de início ao fim, explicando desde o momento que fui para a pista de skate pela a primeira vez e o vi até quando eu falei com ele. Nako parecia estar bem inteirada na história, apenas soltando alguns suspiros de surpresa em alguns momentos da história —principalmente quando eu falei que fui para a pista de skate.
—Puta merda, eu acho que ele gostou de você!— Ela disse animada, alimentando meus delírios.
—Pois é! Eu tava pensando o mesmo, eu só preciso de um empurrãozinho.
—Já sei! Como ele é skatista, por que você não tenta alugar um skate e impressionar ele?
—Ah, faz sentido.— Eu esfreguei meu queixo com a mão. —Valeu Nako.
...
Caramba, não atualizo desde o ano passado.
Brincadeiras aparte, feliz ano novo pessoal!!
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