01. Atração instantânea

BEM VINDES À SIRVA AO SEU CAPITÃO! 

➼ Fanfic está concluída. Por que aparece em andamento? Para ver se o wattpad não derruba por considerar ter sexo e pouco enredo (é, meus doces, eles baniram as pwp). Espero que essa tática funcione se não terei que retirar a fic daqui;

➼ Alfa x alfa lúpus;

➼ Mantenho idade brasileira nos personagens para evitar confusão;

➼ Conteúdo +18, não me responsabilizo por menores de idade lendo;

➼ Reforço que esta é uma estória fictícia, nada condiz com a realidade dos membros do BTS, qualquer semelhança é mera coincidência e é uma obra sem o intuito de ofender;

➼ Nunca esqueça que um autor se dedica muito para fazer os capítulos, então se você gosta das obras dele, não deixe de demonstrar apoio votando e comentando pois traz uma alegria sensacional, além de incentivá-lo a continuar.

➼ Esta fanfic está disponível apenas no meu perfil no wattpad, para sua segurança leia apenas no próprio site ou pelo app!

Boa leitura! 

Atenciosamente SweetNaminnie.

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Capítulo 1 - Atração instantânea

Me encontro suado, o peito ofegante, meus cabelos desgrenhados, os olhos semicerrados, minhas coxas ardem por ficar em tal posição durante longos minutos e, não, eu não estou fazendo exercícios físicos. Quer dizer, se sexo for considerado um exercício, aí sim. 

Esse faz gostoso... Uhm... Sou obrigado a morder o travesseiro para evitar gemidos pois não gemo para qualquer um.

Meu abdômen já contraia e meu pau pulsava diante das sensações deliciosas de um orgasmo próximo. Sabe quando você sente um calor que vai subindo junto de picos de prazer pelo seu corpo e, mesmo com sua mente embriagada de tesão, você sabe que é a hora? Eu estou assim, quase lá, só mais uma estocada... 

Tudo parou. Isso porque de repente a porta se abriu. Fomos interrompidos. Meu colega comedor paralisou, meu orgasmo evaporou e eu também fiquei quieto, do jeito que estava, de quatro e com o travesseiro na boca. 

— Jeon Jungkook! — a voz grave do alfa lúpus junto de sua cara ríspida soou como uma ordem de morte. Mas eu já estou acostumado. 

Espera... Por que meu acompanhante está correndo? Não acredito que ele vai embora e me deixar sozinho. Me sento na cama, o observando com incredulidade. Ele parece desesperado, tanto que sequer lembra das roupas. O vejo tremer ao passar próximo àquele monstro forte de dois metros de altura que trajava uma farda oficial e simplesmente sair. Covarde. Cagão. Frouxo do caralho. De maricas aqui basta eu. Que fuja para o inferno!

Ah, é. Ele esqueceu as roupas. Ri maléfico. Bem feito. Que pague micão na rua. 

Eu detesto lupinos medrosos. Melhor dizendo, as que se deixam intimidar pelo meu avô só por ele ser um lúpus, general, autoritário. Talvez, além de sua posição na sociedade, sua cara feia junto do seu porte físico fora do comum, assuste. Todavia, se é para estar comigo tem que levar o velho numa boa. 

O sr. Jeon Dongho me encara com olhos que queimam a minha pele, ele está irado.

— Oi, vovôzinho — sorri como se nada estivesse acontecendo — Pensei que demoraria a voltar. — ele passa mais tempo no quartel do que em casa, como meu pai também fazia. Eu odeio aquele lugar. 

Dongho não diz nada, em sua testa uma veia latejava. Tenho a impressão que foi uma má ideia usar a cama dele para brincar. Mas que culpa eu tenho se é uma queen size, toda macia, com travesseiros de penas e lençóis de seda? 

Me sentei, usando o travesseiro que servia de mordaça para cobrir minhas intimidades.

— Na minha cama? — rosnou, furioso.

— Em minha defesa, essa cama gostosa estava me chamando, eu tive que aproveitar a chance única. E, olha que dó, nem cheguei a gozar. — meu lábio contorceu formando um biquinho triste.

— Jungkook. — rangeu os dentes. Ele não está afim das minhas gracinhas. — Eu vou sair por essa porta e você tem meia hora para limpar todo canto que vocês tenham se engraçado, se vestir e estar na sala. — pude ouvir claramente o "ou se não" ameaçador que continha ali.

Ao me ver sozinho, suspirei. Agora pronto. Vou me foder e dessa vez está longe de ser do jeito delicinha.

Após fazer o que o velho disse, fui para a sala e sentei relaxado no sofá. Ele estava a minha frente em sua poltrona, fumando um charuto e ainda com a carranca na face.

— Você devia sorrir mais, sabe? Essa sua cara fechada parece um testículo murcho. Você já tem certa idade então deve saber que é feio. — ele me fuzilou com o olhar. 

Limites? Desconheço. E com o tempo, se parar para observar, dá para ver que o General Jeon também não tem.

— Tenha mais respeito comigo, Jungkook. Hoje eu não estou para gracinhas. O que deu em você? Transar na minha cama? Ainda por cima com outro alfa? — é a primeira vez na vida que ele se depara com um alfa querendo se relacionar com outros, deve ser chocante. — Você não faz sucesso com os ômegas? Algum feriu seu coração? É por isso que decidiu mudar de time?

— Que? Não. Eu só gosto de alfas, vovô. Você sabe que é bem comum isso acontecer nos tempos de hoje. — apesar de que minha família é toda de alfas que se relacionam com ômegas e raramente algumas primas com betas.

— Mas você estava de quatro pra ele, mordendo a fronha. Eu nunca irei esquecer essa cena tão traumatizante.

— Eu curto dar para alfas. — deixa ele se traumatizar mais um pouco.

— Eu sei que você é maricas mas não imaginava que era a esse ponto.  

Eu ri. 

Maricas... A definição seria um lupino com jeitos efeminados ou medroso do tipo arregão. Eu sei que sou - apesar não tão medroso. Então adotei o termo desde o dia que vovô passou a me chamar assim. Ele usa pra me provocar visto que na nossa família só tem alfas machos e fêmeas muito ligados aos estereótipos antigos, coisa que eu nunca fui principalmente depois da adolescência quando parei de tentar me encaixar, ser aceito, e simplesmente passei a mostrar meu verdadeiro eu.

Sou um artista. Passo o dia pintando quadros e andando por aí com roupas coloridas, sujas de tinta. Gosto de fotografar coisas, animais, pessoas e lugares belos também. E sou muito, muito enviadado. Minha família cheia de virilidade e rudez que lute com essa pequena flor arco-íris, carinhosa e carente que cresceu no meio deles. Ainda mais meu avô. 

O que ele diz não me afeta, nunca me afetou, eu sei que é da boca para fora. Não posso cobrar nada pois eu faço o mesmo com ele. Parece que não nos respeitamos mas, ah, é só o nosso jeitinho sem limites de ser. Não falamos nada realmente na maldade, se algo afeta de verdade a gente nota e para de dizer tal coisa. Se não, nossa, nós nos xingamos, nos ofendemos e discutimos mesmo. Não temos filtro.

Ao meu ver, vovô é um velho chato, ranzinza, que acostumou a ser ríspido por conta da profissão, ainda que tenha um coração enorme escondido dentro dele. E eu sei que sou o neto preferido ainda que ele não admita. 

Ele teve uma criação difícil, a décadas e décadas faz parte do exército - como toda a minha família, menos eu - e é general a muito tempo. Isso exige dele postura, por vezes ser rude e autoritário, e o mesmo acabou trazendo tal jeito para a vida. 

Dongho já viu muita merda acontecer, coisas terríveis e traumáticas que sempre lhe tiram o sono. Por isso parece distante, alguém que não curte afeto ou algo do tipo. Mas eu o aperto as bochechas sempre que posso e encho de beijos, dane-se se falar que vai me dar um tiro, sei que no fundo ele gosta.

Vovô tem seus costumes, eu tenho os meus. Nós batemos de frente em praticamente tudo. E às vezes pode não parecer, mas ele se esforça para me entender, mesmo eu sendo dos novos tempos e ele não concorde com certas atitudes modernas. Logo, para ser recíproco, eu sempre busco entender o lado dele. 

Ele pensa que pode falar e mandar do jeito que quiser. Bem, eu sou parecido. Vivo o ofendendo também, então pra que me sentir ofendido com o que ele fala? Seria hipocrisia. Nós somos assim e pronto. Nossa relação é um tanto estranha - aliás, quem vê do lado de fora acha um absurdo - porém não trocaria por nada.

— Eu já disse que quis aproveitar. É um absurdo que a sua cama seja melhor que a minha. Eu deveria ser mais mimado nessa casa. — nego com a cabeça, como se estivesse decepcionado. — E eu mordi a fronha mesmo. Estava levando gostoso. Pena que você interrompeu. Não te ensinaram que deve bater na porta antes de entrar nos quartos dos outros? 

— Jungkook — rosnou. — Você está de castigo.

— Ah, não. Não me diz que eu estou de castigo por dar. Eu tenho vinte e três anos!

— Mas age como uma criança.

— Tenho certeza que crianças não transam. 

— A porra de um adolescente, Jungkook! É isso que você é! Ainda que eu não entenda sua fissura por alfas, aceito, mas fazer sexo na minha cama foi o cúmulo. Portanto, sem video game, sem celular, sem internet, sem sair de casa — opa, poderei considerar isso uma férias e terminar de pintar uns quadros que estão pendentes — E sem Hoseok! 

— Não! — sem meu melhor amigo é sacanagem, me senti no próprio Teen Wolf. — Tire tudo, menos o Hobi!

— Deveria ter pensado nisso antes de aprontar. — se levantou.

— Até quando?

— Até quando eu achar necessário.

Cruzei os braços. Eu odeio quando ele faz isso. Castigo e eu não combinam. 

Pois agora vou fazer questão de implicar com ele no quartel. Vou infernizar até ele me liberar para viver em paz. Vovô que lute.

🐺

Entrar no batalhão foi fácil visto que sou um dos netos do General Jeon. E, caminhando por lá, me veio toda a história na mente:

A cerca de 2.000 anos atrás os cientistas criam uma nova sociedade onde os humanos se tornaram híbridos de lobos, tudo a fim de construir um exército mais forte, ágil e inteligente para lutar na 3º Guerra Mundial que estava em andamento.

Com a nova sociedade feita justamente para a guerra, o sistema das forças armadas havia mudado. As crianças, podendo ser de ambos os sexos e qualquer uma das três classes, de dez a quinze anos, eram enviadas a uma escola preparatória. Dali somente os mais fortes e dedicados passariam para a segunda etapa onde eram realmente treinados até os dezoito. Com essa idade completa então entravam, aprendiam mais e cresciam naquele território. 

Eu não quis ingressar. Vindo de uma família de alfas importantes, eu sabia muito bem como funcionava o sistema, combates e guerras, então era melhor não. Eu não sobreviveria em um local desse, cheio de regras, dedicações absurdas e mortes sejam vindas das minhas mãos ou do inimigo matando dos meus. Até porque eu sempre fui maricas.

Ao passo que fui crescendo, fui detestando o exercício ainda mais. Primeiro porque viviam me cobrando - o que hoje sequer ligo -. Segundo porque ele fez meu pai se afastar de casa. Ele vivia só em função de ser o melhor major e futuro general, enquanto isso eu ficava sem o seu carinho e mamãe adoecia pouco a pouco por sentir sua falta. 

A gota d'água para mim foi ter meu pai morto em um combate, então ver minha mãe entrar em depressão profunda e não aguentar. Se antes eu detestava esse lugar e tudo o que o envolvia, agora eu odeio.

Descontar minhas dores, me aliviar de estresses, passando um tempo na arte, se tornou a melhor coisa para mim. E de um jeito meio torto - mesmo que no fundo quisessem que eu servisse o exército - todos os alfas da minha família me apoiaram. Atualmente estão loucos para a resposta da faculdade de Artes de Busan, bem mais que eu.

Querendo ou não, me tornei o mimadinho da família. Muito bom. Assim posso exigir deles mais afeto, comigo e entre si. Afinal, dar carinho não faz ninguém menos macho e é satisfatório demais.

Enfim, um ótimo fato sobre a criação de lupinos é que com o passar dos anos essa sociedade foi evoluindo cada vez mais, se tornando bem rica e igualitária - apesar da hierarquia de classes às vezes ser levada em consideração -. E outro fato bom é que de uns anos para cá tinha acabado a pressão sobre seguirem estereótipos correspondente à sua classe. Agora todos tinham a devida noção que a classe não moldava a personalidade da pessoa. Também estão aprendendo que não há problemas em se relacionar com a mesma classe, o que importa é a atração e o amor das pessoas uma para com as outras. Diante disso, cada vez mais ligações íntimas eram feitas entre alfas/alfas, betas/betas e ômegas/ômegas - ainda que alguns lupinos antigos não concordem ou achem terrivelmente estranho.

Eu sou o time que adora um alfa. Eu quero me ligar a um. Quero marcar e ser marcado mesmo que demore a cicatrizar. No entanto, nenhum deles nunca conseguiu mexer com o meu lobo, deixá-lo nas nuvens, todo bobo apaixonado. Então é aquele ditado, né? Enquanto não aparece o lupino certo, eu vou ficando com os errados.

Uma ômega trajando as típicas roupas manchadas do exército com uma plaquinha de "Tenente Choi" me parou.

— Você é neto do General Jeon? 

— Sim, eu sou.

— Ainda bem que você está aqui. Seu avô se acidentou-

— Eita, porra! É muito grave? Ele vai morrer? — já me desesperando.

— Não, calma. Ele quebrou a perna, fora isso está bem. Só precisa ir para ficar de repouso. — soltei o ar, aliviado. Ainda bem que ele não vai morrer. — O problema é que ele não quer sair daqui.

— Ah, mas ele vai. Pode deixar comigo, Tenente! — sai marchando, como uma mãe pronta para ir dar sermão e puxar o filho pela orelha. 

O encontrei em sua sala. Ele estava lá, negando de todas as formas se afastar do trabalho e pouco a pouco me deixando irado. Onde já se viu, precisar de cuidar da saúde e se preocupar com o ramo militar?! 

— Você entenderia se estivesse aqui no nosso mundo. Não quero mais discutir. Eu vou ficar aqui e pronto. 

— Ah, claro. Você fará muita coisa nessa cadeira de rodas e com a perna dolorida.

— Eu coloco algum aspirante para me ajudar. Agora me leve, vamos conhecer lupinos de verdade. Quem sabe eles te influenciam a ser um também.

— Porque não sou lupino de verdade por preferir não me alistar. — disse ironicamente.

— Não entendo porque é assim. Sempre fomos uma geração de machos e fêmeas fortes e viris que conhecem seu dever e lutam. Servimos nossa pátria com muito amor e orgulho, uh? — comecei a empurrá-lo na direção que ele indicava.

— Você sabe o porquê, General. Essa porra só me fere. Quer que eu passe a vida sofrendo? Fazendo o que não gosto e ainda me sentindo mal pelo passado? Eu já detesto só dar uma voltinha com você por aqui. 

Eu lembro do meu pai, quando ele raramente me trazia para passar um tempo consigo. Eu sinto falta dele. Mas não é novidade. Ele nunca esteve tão presente na minha vida por conta dessa porra de prestações de serviços militares. Eu sinto falta da minha mãe. Porém, as consequências das obrigações do meu pai com esse lugar não bastou levá-lo, mas também tirou a vida dela. Já disse que odeio o exército e tudo o que o envolve? Certamente terei problemas se me relacionar com alguém daqui. 

— Mas é que eu tenho o sonho de te ver fardado, andando por aí exibindo sua masculinidade...

— Eca. 

— Jungkook. — repreendeu, no entanto, acabou rindo. 

— Acho que você não ia gostar de me ver sendo uma cópia dos meus primos. Sabe, vovô, na verdade você se simpatiza muito com o neto maricas, de alma colorida e todo cadelinha de alfas. Entre tantos, eu sou o favorito. Pode dizer. Você me ama assim. 

— Você é chato. — disse rabugento só pra não afirmar que sim. Todavia, eu o conheço. Sorri. 

Em seguida o General Jeon me apresentou para as e os conhecidos mais íntimos e ficou tagarelando sobre coisas que não entendo. Eu dei a maior presa de escapulir com o meu celular, procurando por lugares para fotografar até vovô tirar o pé da minha janta para irmos logo.

Perdido no meu mundinho, eu tirava fotos de um corredor. Fiquei empolgado pois dava para fazer ficar um negócio sombrio, tipo enfermaria de um hospital de filme de terror, então fui me movendo para captá-lo de vários ângulos. Eis que uma porta apareceu do além, se chocando em mim, e eu cai ridiculamente no chão pondo a mão na lateral da testa e resmungando de dor.

— Meu Deus! Me desculpa! — disse uma voz suave e um tanto rouca, senti todos seus pelinhos se eriçaram. Curioso, levantei o olhar e instantaneamente fiquei de queixo caído diante tanta lindeza. Era até surreal. Devo classificar esse tesão fardado tendo a beleza de um anjo ou um demônio? Porque, olha, estou sem palavras. Ele não parece real. Bati forte demais a cabeça?

— Você está bem? — os cabelos escuros desse ser mitológico extremamente belo pareciam tão macios e puxáveis, as sobrancelhas são bem desenhadas, os olhos intensos, o nariz proporcional bem bonitinho e para completar a boca carnuda, toda sexy e mordível. Acho que estou hipnotizado.

— Deixa eu te ajudar. — segurou meu braço com firmeza, dando impulso para levantar. Só com isso e por estar próximo demais para sentir seu cheiro de cappuccino de baunilha, pude sentir uma corrente elétrica passando pelo meu corpo. 

— Tudo bem? — perguntou mais uma vez mas eu ainda estava sem fala pensando que de longe ele era belo, sensual, parecia lindo como um deus e de pertinho era atraente demais. Perfeito. Já posso oferecer minha bunda pra ele?

— Aí! — resmunguei finalmente saindo do transe pois o moreno havia encostado as pontas dos dedos na minha testa e ardeu.

— Vem comigo, vou providenciar um curativo. — era algo simples mas vindo daquela boca parecia ser tão sensato e inteligente. 

O acompanhei até uma sala bem ampla, arejada e repleta de macas.

— Sente-se. — pediu. Eu sento. Com muita vontade. Principalmente em um gostoso como você. Eu rebolo bem também. Quer experimentar? Pensei, mas só subi na maca, sentindo o sangue vindo do corte escorrer pela lateral do meu rosto.

Ele é médico? Deve ser visto que vestiu jaleco e estava providenciando um curativo. Uhm, será que podemos brincar com a profissão dele? Brincar de médico, de preferência sem roupas.

— Vai arder um pouquinho. — avisou o cheiroso, mas eu só sabia ficar lhe encarando hipnotizado, quase bobo apaixonado. Meu lobo está estranho. Ele gostou tanto assim desse macho bonito com cheirinho da minha bebida favorita? 

Eu gemi ao sentir o algodão molhado em contato com o ferimento.

Após limpar e fazer o curativo, acredito que por estar achando minhas reações estranhas, o doutor fez uns testes além de questionar:

— Como se sente? 

— Ótimo. — suspirei, vidrado na boca rosadinha e aparentemente gostosa.

— Parece afetado. — sorriu ladino. — Preciso que me olhe nos olhos para resolvermos isso. — o fiz e por um momento me perdi naquele olhar. 

Era tão magnético, tão expressivo, tão intenso... E brilhavam em um tom cor de mel. Meu coração acelerou e meu lobo ficou eufórico. Eu encontrei o meu par? Será que ele sente o mesmo? Ele está agitado por dentro como eu? Se está não dá pra ver pois está sendo um grande profissional focado em me analisar. 

Minha perna começou a tremer de ansiedade. Eu devo lhe questionar se ele me acha atraente? Se seu lobo gostou de mim à primeira vista, como gostei dele? Se por acaso tem interesse em me botar em todas as posições possíveis e foder até desmaiar?

— Está mesmo se sentindo bem? — tornou a perguntar.

— S-sim. Desculpa por agir estranho. É que não estou acostumado a ver pessoas perfeitas tão de perto. — o médico deu uma risada leve e gostosa de ouvir.

— Não sou perfeito. Todos nós temos defeitos.

— Pois então quero conhecer os seus, mas tenho certeza que vão apenas te deixar ainda mais único. — ele mordeu o lábio. Tesão de macho. Ah, eu quero ele todinho para mim! E se eu sair daqui e ir direto marcar nosso casamento?

— Eu sou o Capitão Park Jimin, e você, jovem paquerador? — perguntou cheio de humor.

— Não sou paquerador. Eu sou exigente e sinto que não sei flertar direito. Só que com você não dá para jogar a oportunidade fora. — sorri. — Me chamo Jeon Jungkook. — os olhos do lindão se arregalaram. 

— Seu sobrenome...

— Sou neto do general Jeon Dongho e filho do antigo major Jeon Jiyung.  — dei de ombros. Mal terminei de dizer e vi o velho entrar, sendo empurrado por algum aspirante que o deixou ali e saiu. — Falando no diabo. 
 
— Ora, seu anjo caído. — devolveu. — Não acredito que se machucou atoa. Se ao menos estivesse treinando com os soldados.

— Só vou se for treinando agachamento com ..

— Jungkook. Nem comece.

— Mas eu não ia dizer nada demais. — fiz uma falsa expressão de inocência. Eu ia dizer "só se for treinando agachamento com a bunda".

— Oh, é você que está aqui. — disse ao ver o outro.

— Senhor. — bateu continência.

Ok.

Nunca achei tal ato tão chamativo como agora. Foi sexy. Na verdade, esse moreno gostoso é sexy naturalmente, mesmo com essa farda feia que vou relevar pois caiu muito bem nele assim como o jaleco sem graça. Ficaria bem melhor sem roupas, eu aposto minha bunda que sim.

— A culpa foi minha. Eu estava com pressa e acabei não prestando atenção. Me desculpe.

— Não precisa agradar esse pestinha aliviando a culpa dele, Capitão. — resmungou. Precisa sim, me defenda. — Faz um tempo que não nos esbarramos por aqui. Como vai o trabalho? 

Park lhe atualiza sobre as novidades e em questão de segundos meu avô está o bajulando. 

— Pelo jeito ele é um dos favoritos. — não contive minha fala.
 
— Ah — Park coça a nuca, meio constrangido. Sua expressão é fofa. — O sr. Jeon praticamente me criou aqui dentro. Eu sou muito grato a ele. 

— Meu garoto cresceu. Vê, Jungkook? Ele já é quase um coronel e ainda atua como médico. Sem dúvidas ele se tornou uma ótima pessoa e belo profissional. — que lindinho ele sorriu tão encantador. Digo, o moreno atraente, não esse velho chato. 

— Obrigado. Receber elogios de um lupino como o senhor diz muito para mim, General Jeon.

— Não precisa agradecer. Você me dá muito orgulho por aqui. Diferente desse daí. — provocou.

— Por que? Esse garotão não quer servir ao exército? — ergueu a sobrancelha ao questionar curioso. Ui, sexy. Faz isso me falando safadagens, faz.

— Porte físico ele tem de sobra, é alto e tem força, vê? — ele puxou meu braço, mostrando o bíceps musculoso. Isso. Pode me gabar ao lindão. — Treina bastante, sabe? Mas não para fazer a diferença, é só para se exibir. A verdade é que esse peste que carrega meu sobrenome prefere rebolar e morder fronhas.

— Vovô! — exclamei, completamente surpreso porque ele nunquinha mostrou esse meu lado mais maricas para os outros. O que deu nele? Justo na frente do crush? Isso não se faz pois é o crush! Ele precisa descobrir essas minhas habilidades depois, quando estivermos a sós e por si mesmo, não através do sr. General Meu Avô.

— Por que está com vergonha? Não é você quem diz ter orgulho de quem é, principalmente de ter a alma colorida e ser... Como você diz? Ah, é. Cadelinha de alfas!

Eu quero cavar um buraco e me esconder. Principalmente porque o lindão não diz nada, apenas fica ali com uma expressão surpresa. Aposto que nunca viu o Jeon dizer algo do tipo visto que no trabalho ele é muito sério e recatado.

— Você é um sem limites. — acusei na hipocrisia, ainda mostrando um biquinho dramático.

— Bem, como disse, estou com pressa. Tenho uma cirurgia para fazer. — disse o moreno, tirando o jaleco e pegando suas coisas. — Nos vemos em breve. E, senhor general, não esqueça de relaxar, em casa, pois também precisa de férias. Descanse bastante para sua recuperação ser rápida e cem por cento. — bateu continência mais uma vez.

— Obrigado. Eu irei. — caralho, ele obedece a esse lupino tão fácil assim? Qual o problema desse velho comigo? — Obrigado também por cuidar desse moleque. E desculpa o atraso que ele te causou, Jungkook consegue ser bem inconveniente. — olha quem fala.

— Não se preocupe. — sorriu, seus olhos viraram dois risquinhos adoráveis, meu Deus, nunca quis encher um alfa com tantos beijinhos fofos. — Foi ótimo conhecer mais um Jeon. — piscou para mim, logo saindo. 

Coração atingido com sucesso.

Não me aguentei ao vê-lo de costas, o sequei todinho, me demorando na bunda farta... Que delícia. Ele é 100% gostosão. Ganhei um tapa no braço. 

— Vovô! Doeu!

— Se comporte. Esse lúpus aí não. Ele é como um segundo neto favorito para mim. 

— O primeiro sou eu, sei. Mas você não pode pôr o Park na família assim.

— Por que não?

— Tudo bem, até pode. Só que tenha em mente: eu vou praticar incesto de primos.

— Jungkook! 

— O que? Estou sendo sincero. — dei de ombros.

— Sua sinceridade às vezes é insuportável.

— Ah, fique quieto e vamos logo.

Saí o empurrando, ainda sobre protestos. Ele queria fazer isso, aquilo, blá, blá e blá. Ignorei sua birra porque a única coisa que deve no momento é ir para casa descansar e cuidar dessa perna sob minha supervisão. 

Dane-se o castigo, agora terei que ficar de olho nele e o ajudando mesmo. Mas me tendo por perto o tempo todo, pegando em seu pé para se cuidar direitinho, é bem como disse antes: vovô que lute. 

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