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🚨 Soube que Síndrome de Asperger não é um termo muito apropriado para se usar. Sei que muitos sabem disso. Mas não poderei mudar no momento. Para mudar o nome também preciso mudar a capa e no momento  não tô podendo fazer. Até tentei, mas saiu ruim. Preciso  de uma capa que supere a que atual, na qual sou apaixonada. Então terá que esperar um pouco. Leia a história com o coração tranquilo. É uma boa história e não tem nada haver com o passado.

Leiam o capítulo de aviso.

Boa leitura a todos.
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Enquanto se escondia embaixo do cobertor cinza escuro que geralmente era seu espaço seguro sempre que se sentia desconfortável, triste, ansioso ou deprimido, ele ouviu uma batida forte em sua porta.

— Jimin, eu vou entrar!

Seu irmão Seokjin gritou do lado de fora, anunciando sua entrada, não querendo que seu irmão mais novo se sentisse mais ansioso e louco do que já estava sentindo.

— Eu não quero falar com você! —  Jimin gritou enquanto ainda se escondia debaixo do cobertor, mesmo assim Seokjin entrou e deu alguns passos mais perto de onde Jimin estava coberto.

— Jimin, você precisa parar de fazer isso. — Jin disse com uma voz firme, mas Jimin apenas zombou. — Sério. Você não pode simplesmente entrar no meu quarto sem bater sabendo que Namjoon está lá. Isso é rude.

Jimin finalmente empurrou o cobertor de seu rosto.

— Ah, é mesmo? Eu não posso entrar! E se houver uma emergência? E se eu colocar fogo em alguma coisa? E se alguém morrer? — Jimin disse exagerando com suas palavras.

— Eu não me importo com nada disso porque estávamos no meio de algo, Jimin!!! — Jin gritou, o que fez Jimin cobrir a cabeça novamente.

— Você não estava no meio de nada importante. — Ele disse debaixo das cobertas, sua voz estava abafada, mas Jin o ouviu perfeitamente.

— Você entrou enquanto estávamos transando, Jimin! — Jin gritou novamente.

— Exatamente. Nada importante. — Jimin respondeu e sentiu o cobertor sendo puxado de seu rosto.

Isso é estranho. Seu irmão geralmente nunca faz isso. Seokjin sabe o quão delicado e frágil Jimin é, e como cada pequena coisa pode desencadear seus medos mais profundos, ataques de pânico, ansiedade, mas ele estava obviamente chateado.

— Jimin, você não pode agir como uma criança de três anos. Você não pode decidir o que é importante e o que não é quando se trata de mim e da minha vida.

Jimin tentou empurrar o cobertor sobre sua cabeça novamente, mas Jin não o deixou.

— Eu pensei que eu fosse a coisa mais importante em sua vida.

Seokjin revirou os olhos.

— Claro que sim. Jimin, você é meu irmãozinho e eu sempre vou cuidar de você, mas você precisa saber que algumas coisas não são aceitáveis ​​nem para você.

Jimin fez beicinho.

— Eu não fiz nada de errado. — Ele disse baixinho, sabendo muito bem que fez.

— Jimin, você invadiu meu quarto sem bater para reclamar que o pão do seu sanduíche foi cortado do jeito errado e você claramente viu eu e Namjoon no meio de... Você sabe... isso não soa errado para você! — Jin gritou com raiva em seus olhos.

— Bem, se ele aprendesse a fazer isso corretamente, não teríamos essa discussão novamente.— Jimin cruzou os braços em cima do peito, obviamente ficando irritado também.

— Sério Jimin? Existe uma maneira errada de cortar um sanduíche em forma circular? Ou você está apenas sendo malvado com Namjoon por algum outro motivo? — A voz de Jin ficou muito mais suave e triste.

— Bem, se você cortar em forma oval claramente não será um círculo. Você obviamente não o ensinou direito.

Para muitos, Jimin pareceria malcriado com esse tipo de explosão, mas Seokjin sabia que seu irmão foi diagnosticado com síndrome de Asperger aos oito anos de idade, e desde então o garoto vem lutando com todos os tipos de dificuldades que vieram junto com a síndrome.

Seokjin foi quem mais o entendeu. Ele levou Jimin para morar com ele no momento em que terminou a faculdade e começou a trabalhar, conseguindo finalmente sustentar o aluguel e a alimentação dos dois.

Seus pais não aceitaram bem o diagnóstico precoce de Jimin, então o garoto lutou enquanto crescia porque eles sempre diziam para ele não ser muito sensível ou muito teimoso quando se tratava de sua incapacidade de socializar normalmente ou mostrar interesse em algo que ele não gostava. Eles nunca entenderam que Jimin não conseguia controlar seu comportamento obsessivo.

Então naquele momento, enquanto ele estava sendo repreendido por seu irmão mais velho, que geralmente nunca o confronta, e sempre faz o que eles concordaram, Jimin sentiu um leve ataque de pânico se formando na boca do estômago.

— Ele está se esforçando muito. Ele está. Você sabe como é difícil para alguém se encaixar em nossa vida, além disso, eu realmente gosto dele. Você poderia dar uma folga para ele? — Jin quase chorou, seus olhos se encheram de lágrimas.

— Ele deveria aprender a cortar meus sanduíches do jeito certo. Além disso, ele deveria parar de quebrar as coisas em nossa casa. Ele deveria parar de se atrasar quando for me buscar na Universidade, e ele deveria lavar os pratos no momento em que terminarmos o almoço, não horas depois.

Jimin era teimoso e não tinha empatia alguma. Algo com o qual Jin teve que viver toda a sua vida.

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Dois dias depois disso, Seokjin voltou do trabalho com olhos inchados e bochechas vermelhas, parecendo o inferno.

Jimin já estava em casa, trabalhando em algum ensaio na sala.

Seokjin entrou na cozinha e depois de pegar uma garrafa de soju, sentou-se perto do irmão, e começou a olhar o que ele estava fazendo.

— Oi. Como foi seu dia de trabalho?— Jimin fez a mesma pergunta que sempre fez no último ano e meio.

— Bem, mas eu briguei com Namjoon.

— Oh, sinto muito. — Jimin continuou trabalhando em seu ensaio, parecendo totalmente despreocupado com o que Jin havia dito. Isso porque ele realmente estava despreocupado. Ele não conseguia se importar com Namjoon nem com o relacionamento deles.

Jin deu um suspiro profundo e bebeu alguns goles antes de falar.

— Tivemos uma briga e no final ele me disse que não pode estar em um relacionamento comigo se eu sempre vou priorizar você.

Jimin olhou para Jin, de repente se sentindo envolvido na história.

— Oh sério?

— Sim.

— Então o que você disse a ele? —  Jimin olhou para Jin, sem saber que a resposta estava matando seu irmão por dentro.

— Eu disse a ele que você é minha prioridade e sempre será, e se ele não pode aceitar isso talvez seja melhor não estarmos mais juntos. — Jin disse enquanto uma lágrima rolava pelo seu rosto.

— Isso soa muito inteligente para mim. — Jimin concluiu, ignorando as lágrimas escorrendo pelo rosto do irmão.

— É... Achei que você não se incomodaria tanto com isso. — Jin disse sarcasticamente antes de se levantar e sair para seu quarto.

Jimin apenas o seguiu com os olhos, dizendo seu pequeno 'boa noite' para o mais velho, pensando como isso era uma coisa boa e como com o tempo, Jin descobriria isso também.

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Só que não.

Seokjin ficou deprimido, uma bagunça chorando, alguém que obviamente estava com o coração partido, e tudo isso começou a afetar Jimin também.

Ele começou a esquecer como cortar o sanduíche de Jimin em forma circular, então Jimin apenas olhava para um retângulo de fatias de pão sendo colocado dentro de seu recipiente de comida. Depois do quarto dia com Jin 'esquecendo' de cortar o sanduíche dele da maneira certo, Jimin finalmente decidiu falar.

— Jin, eu sei que tenho sido um pé no saco nos últimos três dias porque você continuou fazendo meus sanduíches errados, mas você meio que fez de novo.

Jimin falou enquanto entrava na casa deles, olhando sério para o irmão.

Jin estava assistindo algum filme romântico, com uma caixa de papel ao lado dele, obviamente preparado para as lágrimas que estavam prestes a ser derramadas.

— Desculpe, vou tentar lembrar amanhã. — Seokjin não soou tão convincente.

— Você diz isso todos os dias. Há algo errado?

Jimin decidiu ser um bom irmãozinho de repente.

— Hm... Tem algo errado? Deixe-me pensar? — Jin colocou o dedo indicador em cima da boca como se estivesse pensando sobre isso. — Talvez o fato de eu estar sozinho, Jimin. De não ter mais a pessoa que amo ao meu lado. O fato de eu não gostar de ficar sozinho, mas ser exatamente assim que me sinto agora.

Jin se abriu, então Jimin tentou entendê-lo. Tentou ser solidário.

— Então você está sentindo falta dele mais do que você poderia imaginar?

— Sim. Eu sinto. Eu sinto falta da presença dele, sinto falta de estar perto dele, sinto falta das nossas longas conversas, beijos, dormidas... eu sinto falta de tudo sobre ele.

— Bem, isso é péssimo. Espero que você se sinta melhor logo. — As únicas palavras reconfortantes que Jimin aprendeu quando criança e ainda usa nesse tipo de situação.

Seokjin conhecia bem seu irmão, sabia que tipo de compaixão poderia ter dele, então não ficou surpreso com sua resposta.

— Obrigado irmãozinho. — Ele disse baixinho antes que outra chuva de lágrimas escorresse pelo seu rosto.

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Seokjin não melhorou. Na verdade, ele começou a fazer cada vez menos para ajudar em casa, o que deixou Jimin louco. Ele esquecia de cortar o sanduíche do jeito que o mais novo gostava, às vezes esquecia de comprar sorvete para que eles pudessem saborear alguns doces nas noites de sexta-feira como sempre faziam. Inferno, ele até esqueceu de dizer ao entregador de pizza para não cortar a pizza de Jimin porque bem, triângulos, então mais uma vez, Jimin não comeu a refeição que estava desejando, e teve que se contentar com alguns biscoitos de arroz e queijo que ele teve que se preparar para si mesmo.

Desastre.

— Jimin, você está bem? — Seu melhor amigo, Taehyung, perguntou vendo o garoto com a cabeça apoiada nos braços, encolhido no refeitório da Universidade, sem almoçar por oito dias seguidos.
(Ele só não almoça na faculdade. Ele come em casa)

— Não estou. — Jimin respondeu e contou a verdade, então sentiu um cotovelo acariciando suas costas tão suave e lentamente que quase poderia substituir o toque com a pena deslizando por sua pele. Seu corpo ficou tenso imediatamente, o toque desaparecido um segundo depois, e ele felizmente se conteve para não atacar Tae, ou mordê-lo em qualquer lugar, ou chutar sua bunda, ou ter mais uma birra porque ele realmente não gostava de ser tocado, e Tae sabia disso.

— Aqui, eu trouxe algo para você.

Jimin olhou para o pequeno recipiente branco, e depois de limpá-lo com seus lenços desinfetantes, por causa dos germes... e tudo mais, seus olhos se arregalaram ao ver um sanduíche circular de formato perfeito, do tipo que seu irmão normalmente faria para ele.

— Tae... — Foi tudo o que Jimin conseguiu dizer antes de devorar o sanduíche em dois segundos.

— Eu apenas imaginei que poderia fazer um sanduíche como o meu e depois cortá-lo em um círculo, porque vejo que você não está comendo há dias e eu estava ficando preocupado.

Jimin terminou de comer e respirou fundo.

— Eu acho que meu irmão está triste.

— Oh, por que?

— Ele não foi trabalhar esses dias. Ele não faz meus sanduíches como sempre fazia. Ele se esquece de me comprar comida e de ter noites de cinema comigo. Ele não consegue parar de chorar e a única coisa que ouço quando chego perto do quarto dele é 'Namjoonie, sinto sua falta'...

Tae fez uma cara de 'Aha, entendi'.

— Ele está passando por um rompimento. Isso é uma merda.

— O que posso fazer para ajudá-lo? Eu odeio vê-lo assim. E eu odeio a maneira como seu comportamento mudou.

A segunda parte era principalmente a verdade.

— Bem... Ele só precisa esquecer Namjoon e seguir em frente.

— Bem, por que isso já não aconteceu? Já faz mais de uma semana. — Jimin estava confuso.

— Ele não conseguirá superar o ex que namorou por três anos em uma semana, Jimin. Ele precisa de pelo menos um ano para ficar bem de novo... Ou...

— O quê?! Um ano? Não. Eu não posso ter minha vida bagunçada por um ano. Não. Eu me recuso. Me encontre outra maneira. Por favor, Tae... — Jimin estava prestes a ter um colapso.

— Ou... Sempre há uma chance de encontrar um novo parceiro para que possa esquecer o ex mais facilmente. — Tae sorriu diabolicamente, mas o cérebro de Jimin já estava funcionando a toda velocidade.

Novo parceiro.

Isso poderia funcionar.

Alguém que fosse melhor que Namjoon.

Eu posso ajudá-lo.

Mas onde encontrar....

— Tem aquela coisa de encontros rápidos todo sábado à noite na cidade, nós poderíamos ir juntos e checar as coisas, Deus sabe que eu preciso transar...

Jimin fingiu vomitar.

— Nojento, mas na verdade isso poderia funcionar. Eu poderia encontrar um monte de estranhos e fazer perguntas a eles livremente para que eu possa encontrar uma combinação em potencial para meu irmão e então eu pego o número dele e marco um encontro. Essa é realmente uma ideia genial, Tae. Obrigado.

Jimin pulou da cadeira animadamente e foi para sua aula. Ele deu alguns passos e voltou para a mesa onde Taehyung ainda estava almoçando calmamente.

— Me envie a hora e o local exato para que possamos nos encontrar no sábado, e me faça outro sanduíche até que meu irmão melhore.

Taehyung assentiu e sorriu carinhosamente, adorando ver seu melhor amigo esperançoso e animado novamente.

— Combinado.

Jimin assentiu, o calor se espalhando por seus olhos, mas como sempre, não alcançando sua boca. Ele nunca sorria com os lábios, apenas mostrava sua gratidão pelo brilho e pelo calor dentro de seus olhos.

E assim começou.

O plano de encontrar alguém perfeito para seu irmão para que todos pudessem voltar ao seu dia a dia habitual.
  
  
 

CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Gostaram desse capítulo? O que acharam dos personagens?? Nos próximos capítulos iremos descobrir se o plano para encontrar o homem perfeito dará certo.

Espero que vocês entendam que Jimin tem dificuldade em “ler” outras pessoas. Reconhecer ou entender os sentimentos e intenções dos outros, por isso ele meio que não se importou com o sofrimento do irmão e por isso ele ficará alheio a certa situação futura.