Sinal em sonhos
Créditos:
Autor: Lys_aanny
Co-autor: PurpleGalaxy_Project
Avaliação por: Marizlle
Betagem por: parfaitjoon
Design por: J30N
Trailer por: Yooni937
Ele queria ser feliz, queria que seus sonhos fossem melhores. Queria poder ver coisas boas e magníficas, mas tudo o que via sempre o deixava muito triste.
Ele poderia ser um príncipe, quase um rei, mas desejava ser apenas mais um cavaleiro, com uma vida mais tranquila, sem muitas responsabilidades.
Desejava se deleitar com os vários rapazes belos que haviam em algumas tavernas noturnas sem ser repreendido por isso. Queria ser apenas ele, sem mas, sem preconceito.
Mas era um príncipe, futuro rei da Coreia. Tinha obrigações, uma reputação a zelar, uma imagem a ser seguida à risca, sem erros, sem opção de escolha. Ele era o futuro rei, deveria seguir as regras de seu pai.
Além de sua coroa, havia uma magia muito antiga em sua linhagem real. Filho do Sol, o príncipe Jung Hoseok possuía grandes habilidades de ver o futuro e isso lhe rendia grande dor de cabeça.
Com essa habilidade, ele acabava passando horas de sua manhã tentando decifrar se o que havia sonhado era apenas mera ilusão de sua mente, ou algum aviso importante que deveria passar para os conselheiros e seu pai e se na maioria das vezes, era necessário.
Eram poucas as vezes que seus sonhos eram isso, apenas sonhos. Ele podia contar nos dedos as vezes em que acordou de um e percebeu ser meros pensamentos aleatórios que invadiram sua mente durante o sono.
Como filho do Sol, o príncipe também possuía um grande brilho acalentador, cheio de carisma e um sorriso muito encantador. Ele era alguém muito querido pelos súditos pela sua forma meiga de ser, era um ótimo príncipe, mas possuía um coração triste.
Ver como todos se divertiam ao seu redor e viviam sem muitas preocupações o fazia imaginar um mundo onde ele era apenas alguém comum vivendo um grande romance. Um romance... Como ele desejava um grande romance, assim como o de seus pais!
Seus pais haviam se conhecido de uma forma inusitada. Seu pai era um guerreiro muito perspicaz e ágil, sua mãe era uma camponesa de temperamento forte. Seu pai tinha ordens de destruir por completo um vilarejo que havia quebrado as regras do antigo rei, seu avô, e sua mãe era uma das moradoras do local.
Ela com seu temperamento, se colocou na frente de seus familiares e amigos, insultou o rei e todas as suas gerações, além de acertar uma pedra na cabeça do príncipe, e assim ele se apaixonou por ela. No começo, seu avô não aceitou o relacionamento, chamou sua mãe de selvagem e imprópria para o príncipe, mas é claro que seu pai não o escutaria.
Assim, ele mostrou ao pai que a mulher que ele havia escolhido como sua esposa, era ideal para ser uma rainha e assim foi feito. O temperamento de sua mãe ajudou bastante no crescimento do reino e sua inteligência fez com que muitas novas leis e construções fossem feitas para a satisfação e aumento do reino, tanto que eles eram considerados o reino com mais tecnologia.
Eles já possuíam máquinas copiadoras que facilitam que as mensagens sejam repassadas de forma mais rápida. Remédios que eram usados apenas pelos plebeus para dores e até mesmo para infecções, foram repassados para os nobres também. Com uma rainha plebeia subindo ao trono, aqueles mais pobres se sentiram mais representados e assim, seu pai se tornou um rei muito amado pelo povo.
Assim que foi anunciada a chegada do príncipe herdeiro, o reino entrou em grande festa por sete dias. Todo o reino, independente de sua classe, foi convidado para uma visita ao castelo em comemoração a gravidez da rainha e esse foi o maior erro que eles cometeram.
Haviam ali um grupo que não aceitava a nova rainha e nem a forma como o rei usava a coroa, com isso, eles aproveitaram que o castelo estava aberto para todos e tentaram matar os reis e tomar a coroa.
Felizmente, a tentativa de traição falhou, eles não conseguiram nem mesmo chegar perto da rainha. Seus apoiadores, ao ver o que estava prestes a acontecer, se colocaram em sua frente, como um escudo humano e os guardas logo detiveram aqueles zombeteiros.
Todos que estavam envolvidos no atentado foram condenados à forca e a popularidade dos reis aumentaram ainda mais após nomearem cavaleiros, todos os plebeus que se puseram a protejer a rainha sem diseminação de sexo.
Neste período então, surgiram as primeiras mulheres guerreiras vindas das classes mais baixas do reino. Com o tempo, o reino foi se enriquecendo e evoluindo, quando Hoseok nasceu o sol beijou o céu, dando mais alegria àquele dia.
Ele era um bebê muito lindo, podia ver o sol brilhar em seu sorriso pequeno e a medida que crescia, mais se podia ver o sol naquele príncipe. A descoberta de seu dom ocorreu ainda quando criança, em uma noite chuvosa. Ele teve um pesadelo, uma guerra que se aproximava, muito sangue, morte, luto. O príncipe acordou assustado e chorando muito em puro desespero e dor.
Em primeiro momento, acreditaram tratar apenas de um sonho ruim, entretanto, duas luas depois, uma guerra sem precedentes explodiu no norte do país. E assim como ele sonhou, houve muita morte e muita perda para ambos os lados. A guerra durou dois anos, mas a inimizade entre o reino de seu pai e o que se encontrava ao norte de suas fronteiras prevaleceu até os dias de hoje.
Os sonhos foram ficando mais comuns e mais exatos, só aí é que eles perceberam a capacidade do príncipe. Com medo, seus pais esconderam este poder de todos, contudo, em algum momento de sua vida, alguém espalhou para todos que o príncipe herdeiro podia prever o futuro e, não querendo mais esconder a verdade de seus súditos, o rei confirmou a veracidade das informações que eram levadas pelo vento por todo o reino.
Após isso, a vida do príncipe, que já não era fácil pelo seu status social, ficou ainda pior. Pessoas de má fé tentaram se aproximar do mesmo na tentativa de descobrir algo sobre seus poderes e até mesmo, tentar usá-lo para benefício próprio. Se fosse apenas este o problema, era algo fácil de se resolver, contudo, nada é tão simples assim.
Alguns incrédulos e contrários à coroa, começaram a espalhar boatos sob os poderes do príncipe, afirmando que eram perigosos e vindos de seres maus. Afirmavam que o príncipe não era do bem e destruiu o reino com seu poder. Queriam a cabeça do herdeiro e assim, mais um atentado à coroa foi iniciado, desta vez, levou a vida da rainha.
Hoseok havia visto tudo em um sonho na noite anterior à morte da mãe, em silêncio, entrou nos aposentos de seus pais e se deitou no meio deles e chorou em seus braços dizendo amá-la muito. Os reis por um momento não conseguiram entender o que a criança estava a dizer, mas sabendo de seus poderes, entraram em alerta e logo ele explicou o sonho.
Ele não era claro, não dava muitas pistas de como aconteceria, mas que aconteceria e mesmo que o rei tentasse, a rainha seria assassinada no dia seguinte. O rei ordenou que a rainha ficasse em seus aposentos naquele dia e ninguém, além da família real, poderia entrar em seus aposentos.
Assim foi feito, já era fim de tarde, Hoseok estava no colo de sua mãe observando o pôr do sol se aproximar quando um burburinho começou no corredor. Logo em seguida, gritos, espada contra espada. Tentavam invadir o quarto real, os guardas lutaram sem cessar numa tentativa de proteger os reis, mas acabaram morrendo.
Um último sorriso e um beijo, era a lembrança que Hoseok tinha de sua mãe antes dela o esconder dentro de seu closet, entre suas roupas. Ela não lutou, não gritou, apenas usou sua voz como uma distração até que o rei pudesse se aproximar e salvar seu filho. Quando a espada atravessou seu peito, ela sorria, mesmo que aquele fosse seu fim, sabia que seu filho estaria em segurança. Era um sacrifício necessário para salvar a vida de quem amava.
Após a morte da rainha, a segurança do príncipe foi redobrada e isso o impediu de fazer muitas coisas que tinha curiosidade por seu pai viver em um estado de alerta. Quando o mesmo beijou um garoto pela primeira vez, seu pai quase mandou o jovem para a forca por tocar no herdeiro do trono, contudo, o príncipe intercedeu pelo garoto e conseguiu salvá-lo da morte certa, entretanto, ele nunca mais nem chegou perto de Hoseok.
E assim foi com todas as pessoas que o príncipe demonstrou um pouco de interesse. Todos tinham medo de duas coisas, de serem mortos pelos inimigos da coroa e a ira do rei caso machucassem o coração do príncipe. Ninguém gostava do príncipe o suficiente para enfrentar o rei.
Isso fez com que sua vida amorosa fosse inexistente, também não possuía amigos, ele se sentia muito solitário. Até que um dia as coisas mudaram, tivera um sonho, um presságio de várias estrelas se aproximando do grande Sol e o acolhendo em amor e paixão.
Dias depois do sonho, encontrou aqueles que se tornaram seus amigos de almas, Park Jimin e Kim Taehyung. Os dois eram cavaleiros em formação e tinham personalidades distintas. Enquanto Jimin era mais amoroso e carinhoso, Taehyung era mais explosivo e sem travas na língua.
Nenhum deles tinham medo do rei e desejavam ser amigos de Hoseok e assim aconteceu. Hoseok agora não estava mais tão triste como antes, e como os dois garotos eram cavaleiros, acabaram por se tornar da guarda particular do príncipe como generais.
Com Jimin e Taehyung no controle de suas tropas e guardas, Hoseok teve mais liberdade para se divertir e sair da bolha que seu pai havia colocado, começando assim, a experimentar tudo que tanto almejava.
A vida parecia brilhar em seus olhos e sorriso, ele era feliz e estava satisfeito com o que tinha alcançado com os amigos, então mais um sonho lhe invadiu sua mente.
Dois sorrisos em meio às estrelas, um caminho de lótus brancas rumo ao mar. Vozes doces, lindas e amigáveis o chamavam, o procuravam.
Dentro de seu peito um sentimento de conhecimento, de necessidade se apossou, tomando conta de seu corpo e mente. Várias e várias vezes, os mesmos sonhos, a mesma voz o chamando.
Hoseok estava a ficar maluco com tudo aquilo, contou aos seus amigos e eles lhe disseram que poderia ser sua alma gêmea o chamando. Contudo, havia algo estranho, não era apenas uma voz, um sorriso, um coração, e sim dois.
— Você é guloso não é, majestade? — perguntou Jimin, de forma brincalhona. — Como dará contas de dois paus? — disse explodindo em uma gargalhada logo em seguida.
— Jimin! — repreendeu o príncipe, assustado pela forma do amigo falar.
— Até parece que tu não é do mesmo jeito — sussurrou Taehyung se lembrando da noite anterior. O Park havia saído com Taehyung e mais um amigo em comum e terminaram os três, nus em seus aposentos.
— Só um pouquinho, amor — disse cutucando o Kim ao lado, Hoseok apenas revirou os olhos.
— Eu não sei o que isso significa, o que tenho que fazer. Estou ficando louco! — disse passando as mãos sob seus cabelos, os bagunçando.
— Calma Hope, vamos dar um jeito — confortou Taehyung, acariciando o ombro do amigo.
— Que jeito, Tae? Eu não sei nem por onde começar a procurar e nem sei se devo procurar. — Disse desanimado, não sabia até onde aquele sonho o levaria e temia o que encontraria.
— Vamos seguir os sinais e vamos achar esses sorrisos que estão em seus sonhos — disse Jimin, determinado, e Taehyung concordou com a cabeça.
Hoseok foi vencido pelo cansaço, era hora de seguir os sinais e ser levado até aqueles que deixariam seu coração quente para sempre.
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