02. Se entregando
Capítulo 2 - Se entregando
Deixar ir.
Foi o que Jimin ensinou a Jungkook e era o que ele vinha praticando.
Desde que deixou os problemas para trás e sua família complicada de lado, passando a se preocupar de fato consigo mesmo, conseguiu amenizar seu sofrimento.
No início pensava que era muito egoísmo seguir em frente sozinho, mas com o passar do tempo o hyung lhe fez perceber que não. Fazia parte do amor próprio se afastar de pessoas tóxicas e se livrar de bagagens desnecessárias.
Jeon estava parando de fingir que ignorava, que estava bem e passando a focar de verdade em seu bem estar e foda-se o resto. Até porque não adianta ficar sofrendo por quem está pouco se importando para você ou para situação ridícula em que se encontra. Então, agora, podia dizer com todas as letras que estava bem melhor.
Aos poucos ia conseguindo controlar suas emoções, focando mais nas coisas boas, analisando e buscando os lados bons das situações e se mantendo focado na força de vontade que tinha por uma boa mudança em sua vida.
Equilíbrio era o que faltava na sua balança entre o bem e o mal e Park Jimin lhe apresentou a positividade que pesava do lado que antes se encontrava vazio. Assim pôde começar a ter paz de verdade. Leveza. Alegria. Dessa forma, já não se escondia em peças largas, capuzes e máscaras. Não estava mais fugindo das pessoas ao seu redor com medo de não ser entendido e sofrer mais, pelo contrário, voltou a ajudar o próximo acabando por conquistar novas amizades. Também estava firme e forte nos estudos retomando sua antiga fama de bom aluno.
Se sentia bem mais suave, seu interior havia encontrado a calmaria e, graças ao Park, os momentos bons e a felicidade aumentaram no decorrer dos últimos meses.
O homem conseguia lhe inspirar de uma forma surreal. Agora sim podia dizer que, todos os dias, estava dando seu máximo e sendo o melhor que conseguia. Não estava mais sobrevivendo, voltou a aprender a viver.
Como havia prometido naquela vez, o CEO lhe ajudou para a prova de inglês e também em todas as seguintes. Os dois passaram a conversar todos os dias por mensagem, a ficar um tempo juntos na empresa onde enquanto Jimin trabalhava Jungkook estudava - este vez ou outra pedia ajuda ao mais velho e ela era concebida com sucesso por mais ocupado que ele estivesse - e até saindo juntos para jantar eles estavam.
Quando perceberam, conversavam sobre tudo e qualquer coisa, se aconselhavam, se apoiavam e faziam o dia um do outro ser melhor. A amizade que construíram era muito satisfatória, ainda que o coração começasse a dizer que eram mais do que isso.
De pessoas próximas a Jungkook, Taehyung foi o único que percebeu uma diferença grandiosa nele e o único que estranhou ele parar de ficar o dia todo em sua casa. Mas como estava ocupado com sua própria vida, só depois de quatro meses que finalmente pôde marcar um encontro para contarem as novidades.
Neste instante estavam em Red Place, o restaurante dos pais de Namjoon, o assistente de Jimin, onde Jungkook havia se apaixonado pelo lugar e mais ainda pela comida.
— Até que enfim nos encontramos. — disse o Kim, trocando um breve abraço.
— Sim! O que você vai querer comer? — se sentou, sendo acompanhado, já pegando o cardápio.
— Você escolhe, pra mim parece tudo bom.
— E é mesmo. A comida daqui é maravilhosa. — após o pedido, perguntou — Quais as boas, TaeTae?
— Eu estou trabalhando com meu tio em alguns casos policiais, tem sido uma loucura. — sorriu, animado.
— Então você conseguiu?
— Sim, já estou fazendo meu estágio de perito.
— Isso é impressionante! — sorriu. E com esse sorriso, pela segunda vez naquela tarde, Taehyung percebeu o quão o amigo estava mesmo mudado. A primeira vez foi quando viu seu cabelo cortado e arrumado, não trajando um moletom e sim um look que consistia em uma camiseta vermelha, uma calça jeans apertada e um sapato despojado.
— Você está sendo ainda mais impressionante. Me conta tudo o que perdi nesses meses, fora você parar de se vestir como um menino e agora estar se vestindo como homem.
— Não sei do que está falando, você também está com um estilo diferente. — ele usava roupas sociais, as quais lhe davam um ar sério.
— Tenho que passar credibilidade. — deu de ombros.
— E eu não vou mais me esconder.
— Isso deve a que? Finalmente ouviu meus conselhos?
— Os seus e os de... Uhm... Lembra do homem que me ajudou naquele dia em que desmaiei na rua e que eu disse ser muito simpático?
— O vice-presidente bonitão da Imperius, claro que lembro!
— Ele chama Park Jimin e nós somos ótimos amigos agora. Ele me ajudou a lidar com os problemas e vem me ensinando coisas da vida. E matérias da escola, principalmente inglês. Eu fico toda tarde na empresa com ele. E mesmo ele sendo tão sério com os funcionários, comigo ele é um amorzinho. Nunca vi alguém tão gentil e encantador. — seus olhos brilhavam ao falar dele, isso não passou despercebido pelo amigo. — Mesmo ocupado, faz questão de me dar atenção ou até mesmo parar o que faz para me ajudar, e olha que Jimin é um daqueles caras compulsivos por trabalho. Ele também arruma um tempinho pra gente sair e é sempre tão divertido, fora que ele tem os melhores conselhos. Park Jimin é alguém tão sábio... Eu só consigo agradecer a todo tipo de divindade existente por colocar esse hyung em meu caminho, sem ele talvez ainda estivesse remoendo os acontecimentos e sofrendo sem necessidade.
— Você está com aquela cara. — segurou a risada.
— Que cara? — franziu o cenho, confuso.
— Cara de apaixonado! — disse, gargalhando em seguida.
— O que? — riu sem graça. — Da onde você tirou isso? — perguntou, sentindo o nervosismo em cada uma de suas células.
— Dá pra ver pelo seu sorriso, pela forma que seus olhos brilham e em como fala dele. Se isso não é no mínimo paixonite eu estou vivendo errado.
— Somos de mundos diferentes, isso... Isso nunca daria certo. Mas eu não nego que ele é lindo e gostoso e... Você tem que ver a expressão concentrada dele! Ele encara os papéis com tanta intensidade que chega a ser sexy! E quando ele está dando ordens? Sua posição fica autoritária e a voz grossa, eu chego a arrepiar! Toda vez eu me perco o observando porque ele é um baita tesão de homem. Além de, claro, ser inteligente, carismático, altruísta e atencioso. Digamos que ele tem seus momentos, sabe agir diante de qualquer situação e qualquer pessoa usando a pose adequada. As coisas que ele faz na empresa... É admirável. Ele é um homem incrível com um coração imenso. Ele é completamente demais! — parou por um instante, pensando no que acabou de dizer e no que sentia, suspirando antes de admitir: — Jimin é tudo o que um dia eu sonhei.
— Eu sabia! Por que não investe logo? — a comida chegou e ambos agradeceram.
— Porque somos amigos, oras. E de mundos completamente diferentes também. Eu sou só um garoto problemático, ele é a porra de um CEO em uma multinacional famosa. Sem tirar o fato de que é bem mais velho que eu.
— Não use desculpas clichês e esfarrapadas. Você acha que não tem nem um pouquinho de chance? Digo, ele te trata como todo mundo ou é diferente? Porque se for diferente já é meio caminho andado. — tomou um pouco de seu suco e tirou um pedacinho da comida.
Jungkook pensou um pouquinho antes de responder.
— Ele é arrogante em determinados momentos, coisa de chefe que trabalha demais e exige tanto a competência dos outros que chega a ser chato, sabe?
— Mas ele é vice de uma empresa enorme, claro que seria assim.
— É, faz sentido. Mas comigo, mesmo exausto, ele não responde rude, nem nada do tipo, continua sendo extremamente doce e gentil. Um dia desses ele falou que temos uma grande conexão e eu consigo fazê-lo se sentir leve. Eu entendo bem porque ele consegue fazer isso comigo.
— É recíproco. Perfeito! — exclamou, empolgado.
— Eu não sei... — encheu a boca, mastigando. — Talvez pode ser coisa da minha cabeça.
— Ter uma conexão com ele que importa. Essas coisas de sentimentos simplesmente acontecem, sem ligar se vocês são do mesmo mundo ou o escambau. Pensa bem antes que o perca por bobagens ou inseguranças porque ele deve ser bem disputado, não é? — o moreno assentiu. — No seu lugar eu não deixaria a oportunidade passar.
— Vou ver o que posso fazer. — eles focaram nos respectivos pratos.
— A formatura é daqui dois meses, ansioso? — perguntou Taehyung fatiando o bife e comendo um pedaço.
— Sim, mas ainda mais pela resposta da faculdade.
— Fica tranquilo. Vai dar tudo certo. — sorriu, terno. Jungkook devolveu o sorriso, para então se focar de vez em sua comida.
Após jantarem, os amigos conversaram coisas banais e riram de idiotices. No fim da noite ambos estavam satisfeitos, alegres por terem passado um tempo juntos e, claro, dando promessas de saírem mais vezes.
💘
Era mais um dia normal na empresa onde Jimin se mantinha concentrado no trabalho e Jungkook estudava inglês na mesa ao lado, vez ou outra encarando o quanto o hyung era absurdamente atraente. Este, não era bobo, a tempos vinha notando os olhares, os suspiros e mordidas no lábio, que o jovem dava, pensando que ele estava concentrado demais para perceber.
Como um homem de trinta e quatro anos experiente, sabia identificar as sutilezas de alguém interessado, talvez apaixonado. E, para si, aos poucos ficou claro que tinha conquistado Jungkook. E não era essa sua intenção, como também não era sua intenção se encantar tanto por ele. Mas essas coisas simplesmente aconteciam e com o tempo se tornavam difíceis de controlar, de esconder. Dizia por si próprio já que o sentimento da paixão vinha lhe dominando cada dia mais, assim como o tesão naquele garoto.
Quando os olhinhos brilhantes pousaram sobre si novamente, ergueu a cabeça, capturando o olhar de Jeon com o seu intenso, intimidante, o fazendo arregalar os olhos levemente por ter sido pego no flagra, porém não conseguindo desviar ainda que constrangido.
O loiro passou a língua entre os lábios carnudos, vendo a atenção alheia cair sobre eles, então sorriu mais lascivo do que pretendia.
— O que você está fazendo? — questionou, com sua voz baixa e grave. O dongsaeng piscou, confuso, o vendo aproximar.
— E-eu... — não tinha coragem de dizer que estava o secando descaradamente e apaixonadamente. — Eu não sei. — Jimin virou a cadeira giratória onde o rapaz estava, apoiando as mãos nas laterais dela, abaixando um pouco, o encarando no fundo dos olhos, como se pudesse ver sua alma... E devorá-la.
— O que você está fazendo comigo, Jungkook-ah? — questionou como se não soubesse: ele estava lhe enlouquecendo a cada dia mais.
Jeon ficou boquiaberto, sem fala, apenas devolvendo o olhar penetrante.
Park não sabia dizer o porquê de ter enrolado tanto, já que não era de hoje os olhares interessados do jovem e também seu desejo pelo o mesmo. Então, pensando em sanar sua vontade - a qual havia contado apenas para Namjoon - de beijar aqueles lábios aparentemente apetitosos que o moreno possuía, se inclinou mais um pouco finalmente colando suas bocas. E mesmo surpreso no início, Kook não deixou de corresponder, movendo seus lábios naqueles tão atraentes.
O empresário não demorou a adentrar a língua na boca alheia, buscando pela semelhante, as envolvendo sensualmente e deliciosamente.
Se deixando levar pelo beijo, Jungkook envolveu os braços no pescoço de Jimin, se levantando ao passo que sentia seu corpo sendo puxado e apalpado pelas mãos pequenas porém firmes.
O hyung os girou fazendo com que o parceiro encostasse na beira da mesa, o beijando com tanta euforia que o fez se inclinar para trás. Sem pensar duas vezes, passou o braço ali em cima, empurrando os papéis para o lado e Jeon aproveitou a deixa para descer as costas de vez, o puxando para cima de si. Entretanto, o CEO logo afastou, tirando o paletó.
— A quanto tempo você vem sonhando com isso? — perguntou, sorrindo devasso, abrindo bem as pernas dele e se enfiando no meio delas, em seguida passou a abrir um a um dos botões de sua camisa social enquanto o encarava com intensidade. O dongsaeng arfou diante daquela imagem... Porra! Que homem era aquele?
— Muitas vezes. — respondeu, quase babando. O Park deu uma risada maliciosa, tirando a camisa e mordendo o lábio, quando afrouxou a gravata o moreno o puxou pela mesma, o impedindo de tirá-la e o obrigando a deitar novamente sobre seu corpo. — Fica com ela. — ele assentiu, voltando a beijá-lo ao que as mãos curiosas lhe alisavam o tronco.
Em algum momento o novo moletom de Jungkook, vermelho vivido como aquela paixão, foi tirado, assim como o resto das peças. E o hyung não resistiu, se afastou só para observá-lo.
— Porra. Como teve a audácia de me esconder essa delícia por tanto tempo? — apertou as coxas grossas, reforçando sua tese, o garoto riu safado.
— Disse o dono dessa gostosura toda. — espalmou a mão do peitoral até o abdômen dele. Jimin sorriu igualmente safado e então levou uma das mãos que estava na coxa até o pênis do dongsaeng, envolvendo em sua palma e começando a mover em um vai e vem fazendo com que ele apoiasse nos cotovelos para observar tão coisa e também manter o contato visual.
Puxou a cadeira, se sentando e, encarando o moreno com um olhar provocante, o levou até a boca, lambendo todo o comprimento para depois abrigar a glande em sua cavidade, sugando e ganhando um gemido manhoso por isso.
O CEO foi descendo pouco a pouco, o engolindo, voltando à superfície, movendo a língua ágil, para então voltar a descer e iniciar um ritmo satisfatório onde o chupava com vontade enquanto o olhava daquela forma intensa, de fazer o corpo todo arrepiar. Jeon mordia o lábio pois sabia que não podia gemer alto e, de repente, o homem se afastou lhe causando um suspiro insatisfeito.
— Calma. Vamos ter outras oportunidades para continuar, mas agora precisamos ser rápidos. Vira e empina pra mim. — ditou tão sedutor que ele lhe atendeu na hora.
Se ajeitou em cima da mesa, ficando de quatro e empinando bem o bumbum. Ouviu uma risada, confuso, olhou para trás vendo o hyung sorrindo como se divertisse em abrir uma gaveta com uma de suas infinitas chaves.
— O que?
— Namjoon sempre insistiu que um dia eu precisaria disso. — lhe mostrou um lubrificante e um pacote de camisinhas. — E não é que meu amigo estava certo em deixar isso na minha gaveta?
— Vou me lembrar de agradecê-lo depois. — riu, sendo acompanhado e no instante seguinte o que dominava seu rosto era uma expressão prazerosa que vinha dos apertos em sua bunda e também da língua ágil se atrevendo a brincar com ela.
Jimin rodeava seu buraquinho, sugava, então forçava a língua cada vez mais até passá-la e começar a lhe foder com a mesma. Aquilo era insano. Ele fazia tão bem que suas pernas estavam bambas, as caretas de deleite e seus gemidos manhosos lhe dominavam. Oh, céus! Estava gostoso pra caralho! Ficou mais ainda quando ele colocou um dos dedos cheinhos melados com o lubrificante, depois outro e outro, brincando com eles lá dentro, lhe atiçando e preparando para recebê-lo.
— Vira. — ah, aquela voz dando ordens era tão excitante! Jeon obedeceu instantaneamente. Park o puxou pelas coxas, o trazendo para mais perto de seu quadril. — Oh, eu vou te foder tão bem. — ditou rouco de tesão, espalhando o líquido na camisinha.
— Faça isso. — pediu, louco para que ele cumprisse essa promessa.
O homem sorriu ladino, se ajeitando no meio das pernas gostosas e penetrando. Devia afirmar que foi um prazer vê-lo se contorcer pela primeira vez em seu pau, assim como expressar aquela carinha num misto de dor e prazer. Não era de seu feitio esperar então não o fez. Iniciou os movimentos, ainda que fracos, saindo e voltando, até que restasse somente aquela onda de prazer no corpo alheio.
— Jungkook-ah... — grunhiu, o sentindo por inteiro enquanto investia. — Você é tão gostoso...
O rapaz lhe puxou pela gravata, mordendo seu lábio. Jimin o beijou rapidamente, levando o rosto para o pescoço dele, lambendo e chupando, descendo rumo ao peito onde lambeu um dos mamilos o fazendo arquear e morder o lábio para não gritar já que esse era um dos seus pontos fracos. O primeiro descoberto pelo hyung. Ele notou isso, passando a maltratar aquele pontinho, chupando e puxando entredentes, enquanto massageava o outro, sem parar com os movimentos do quadril, enlouquecendo o garoto.
— U-uhm... J-Jimin... Ohh... — arfou, se esforçando para sussurrar ao soltar o lábio que prendia — Isso... Aaah... Você me fode tão bem. — aquelas investidas rápidas e certeiras estavam lhe fazendo delirar. Agarrava os fios claros, os puxando, afim de descontar o prazer que sentia. E o CEO lamuriava baixinho, continuando e continuando, sentindo tão embriagado de deleite quanto o jovem.
Em pouco tempo Park procurou o ponto especial dentro de Jeon então o fodeu com vontade, o fazendo rolar os olhos de tanto prazer e unhá-lo por toda as costas. Teria gritado também, se não fosse a mão do hyung cobrindo sua boca enquanto ia e voltava intensamente em seu interior.
O moreno não conseguiu aguentar, gozou abundante sem nem ser tocado, o outro veio em seguida gemendo rouco no ouvido dele fazendo com que o rapaz arrepiasse por inteiro.
Jungkook ficou jogado sobre a mesa, enquanto Jimin levantava as calças e ia ao banheiro que havia dentro de sua enorme sala. Lá ele jogou a camisinha fora, se vestiu apropriadamente e pegou uma toalha, a umedecendo, retornando e limpando o parceiro.
— Prontinho. — sorriu, daquele jeito adorável dele, recebendo um sorriso meigo.
— Obrigado. — ele assentiu, dando um selinho no dongsaeng e saindo rapidamente para deixar a toalha no outro cômodo.
Jeon se vestiu e recolheu os papéis que estavam no chão. Quando percebeu a presença do empresário, se escorou na mesa, o olhando.
— O que? — perguntou, segurando o sorriso.
— Nada. É só que você fica muito sexy com essa cara de pós-foda. — Park riu da constatação dele, se aproximando e envolvendo sua cintura.
— Isso existe, Kook-ah?
— Uhum... — murmurou, diante dos lábios cheinhos, e quando foi colá-los aos seus, a porta se abriu, os fazendo afastar no mesmo instante.
Jimin arregalou os olhos ao ver o homem na faixa dos sessenta anos, com roupas sociais e com um grande sorriso.
— Não precisam fazer essa cara, eu não nasci ontem, sei o que andaram aprontando. — disse insinuante.
O loiro pigarreou para então perguntar:
— O que faz aqui?
— Não posso te ver mais?
— Não é essa a questão. Combinamos que você não viria no meu trabalho, pai. Sabe como são as pessoas, se descobrirem que você tem um caso com o sr. Min vão dizer merda sobre meu cargo. Eu tenho uma fama e quero continuar com ela. Todos nós sabemos que eu cheguei aqui por mérito, não quero que tratem como favoritismo ou algo do tipo.
Jungkook, que tentava não focar nos assuntos que não lhe diziam respeito, não conseguiu evitar ouvir e ficar boquiaberto. Aquele era o pai do Jimin e ele, aparentemente, saía com o chefe!
— Fique tranquilo, garoto. — apertou seu ombro. — Você anda estressado demais, sabia? E é por isso que estou aqui. Tenho grandes novidades! — sorriu largo.
— Vá em frente. — pediu.
— Primeiro você precisa de umas férias. — ele abriu a boca para reclamar, mas Park Ryung interrompeu — Não diga nada! Eu sei que você é um total workaholic que vive só por conta da empresa e Min Whan me disse o quanto você tem trabalhado bastante nesses últimos anos. Só deu uma acalmada nesses meses por cause de um garoto... Oh! — sua ficha caiu. — É ele? — foi até o mais novo que se encontrava com os olhos um tanto saltados, encarando aquele homem eufórico que segurou seu rosto entre mãos. — Seu namorado é uma gracinha! — disse ao filho que segurou a risada diante da face assustada do moreno.
Devia ter avisado antes que seu pai era um tanto excêntrico. Mas nunca imaginou que os dois pudessem se conhecer, ao menos não tão cedo.
— Como se chama, meu anjo?
— Ah... Jungkook. — murmurou, corado. — Jeon Jungkook.
— Você está convidado a ir com ele nessa viagem, sim? — soltou o rosto dele, recebendo um aceno positivo de cabeça. — E também está convidado para o casamento.
— Que casamento? — perguntou o outro no mesmo instante.
— É mais uma das novidades. — continuou a sorrir. — Você não precisará se preocupar em ser desmerecido por descobrirem que eu namoro seu chefe porque nós vamos nos casar! — Jimin quase caiu para trás ao ouvir aquilo.
— C-como?
— Eu e o Whan vamos nos casar. Você vai herdar a Imperius antes disso! Não é empolgante?
— Eu vou... O que?! — exclamou, quase gritando, surpreso pra caralho.
— Herdar a empresa. Sério que vou ter que ficar repetindo as coisas? Você está pior que sua avó com alzheimer.
— Sua avó tem alzheimer? — Jungkook deixou escapar.
— Sim, meu anjo. É complicado mas até que lidamos bem. Nossa querida Eun fez oitenta anos. Irá conhecê-la no casamento. — piscou para ele enquanto o empresário encontrava pasmo.
Este custou a encontrar a voz para perguntar:
— Pai? Por que?
— Nós nos amamos e...
— Não, não. — jogou o cabelo para trás, nervoso. — Por que eu vou herdar a empresa? O sr. Min tem gêmeas e um terceiro filho então por que eu?
— Eu não devia estar te contando, ele quer conversar com você pessoalmente. Mas as gêmeas são modelos que vivem rodando o mundo, não tem tempo nem saco para cuidar de uma empresa. E Yoongi nunca foi interessado nessas coisas. Ele gosta de música e foi o primeiro a dizer que a Imperius é toda sua. O restante da família deles é interesseira e poderia destruir tudo num piscar de olhos. Whan teme em deixá-la nas mãos de conhecidos por correr o mesmo risco já que no fundo são pessoas egocêntricas e egoístas. E ele está cansado, louco para se aposentar. Com o casamento ele tem a chance de viver o que deixou para trás já que o foco dele sempre foi esse lugar. Desde o início ele vem me dizendo o quanto você é ótimo com ideias, com a forma que trabalha, que você se esforça sempre e dá tudo pela empresa. Você faz isso aqui crescer, consegue manter tudo em ordem, é um perfeito vice e como chefe chegará ainda mais longe.
Jungkook sorriu, concordava muito.
— Whan não está passando a presidência para você só por consideração, apesar de você ter um lugarzinho especial no coração dele, é porque você subiu até aqui com toda sua garra e determinação, Jimin. Você vem sendo nosso orgulho a cada dia mais e ele não tem dúvidas que entregar a Imperius nas suas mãos é o certo. Estamos cansados de saber que você merece.
— Pai, eu — cobriu a boca por um instante, estava emocionado e grato e realizado e feliz e uma infinidade de coisas! — Eu não sei o que dizer. Ainda estou em choque.
— Vem aqui me dar um abração! Respira fundo, sim? — riu, dando uns tapinhas nas costas dele. — Ah! Marcamos sua viagem para esse final de semana. Você terá suas merecidas férias para quando voltar estar relaxado e bem disposto para assumir o cargo. E já que vai ficar por lá um bom tempo, quero que organize tudo pois nossa casa deve estar uma bagunça. Eu e Whan conversamos e decidimos morar lá. Tudo bem para você?
— Certo. Tudo ótimo, pai. Você sabe que a casa é sua.
— Esteja pronto às sete. Iremos a um jantar em família na casa do Min. Leve seu namorado pois todos vão adorar conhecê-lo. Até mais tarde! — lhe deu um beijo na bochecha. — Tchau, anjinho! — acenou para Jeon, logo deixando a sala.
Park ainda ficou assimilando as coisas por um momento e acabou sorrindo com as grandes novidades que o pai trouxe.
— Ele acha que somos namorados. — a voz do rapaz lhe chamou atenção.
— Algum problema para você?
— Não, mas ele me convidou para fazer parte de coisas e eu não acho que devo...
— Por que? — cruzou os braços, segurando o sorriso.
— Porque ele vai pensar que estamos juntos, todo mundo vai pensar isso, só que não namoramos. Não podemos enganar as pessoas desse jeito.
— Mas é divertido. — argumentou, achando graça do embaraço alheio.
— Jimin-ssi... Isso... Isso não vai dar certo.
— Relaxa, sim? — tocou o rosto dele com as pontas dos dedos, o deixando meio perdido em seu olhar, e então se afastando.
— Aonde vai?
— Tenho que resolver uns assuntos no RH. Não irei demorar.
— Você vai sair assim? Com a cara de pós-foda?
— E daí? Ninguém vai dizer nada, Jungkook-ah. — sorriu cheio de si.
— Como você sabe? — o sorriso dele aumentou.
— Simples. Eu sou o chefe.
No caminho para o setor dos Recursos Humanos, encontrou Namjoon.
— Pegue a pasta da reunião das sete.
— Agora? — questionou, após olhar no relógio e constatar que eram cinco horas.
— Tenho um jantar em família mais tarde então nossa reuniãozinha terá de ser agora. — esclareceu.
— Família... É com quem eu estou pensando? — ergueu a sobrancelha. Era o único ali dentro que sabia do relacionamento do sr. Park com o sr. Min.
— Sim. São tantas coisas que preciso te contar. — sorriu. — Mas precisa ser depois porque essa empresa tem olhos e ouvidos muito apurados.
— Imagino que tenha haver com essa sua cara de pós-você-sabe-o-que e esse sorriso.
— Tem mesmo. — suspirou. — Mas agora chega de conversinha, vamos trabalhar!
Enquanto o CEO resolvia assuntos da empresa, Jungkook sorria para as paredes. Mal conseguia acreditar que tinha transado com Jimin naquela sala, naquela mesa, o cenário que sempre aparecia em seus sonhos molhados, no entanto, cogitava ser impossível de acontecer.
Se questionava como as coisas ficariam entre eles... Mas ficou decidido a não se preocupar já que o hyung era um amor de pessoa.
Sua mente começou a imaginar as situações ao lado dele que poderia acontecer nos convites que o sr. Park lhe fez então ficou ali, sentado na cadeira, viajando até ele voltar.
— Tenho que ir para me arrumar para o jantar. Você vem comigo? — perguntou, doce, recolhendo suas coisas.
— É melhor eu ir para a minha casa porque eu sequer tenho roupa chique para um jantar em família desse nível. — o loiro rolou os olhos.
— Eu providencio para você.
— Eu não vou me aproveitar de você.
— Eu te empresto uma. Abusar da minha gentileza você pode. — sorriu, piscando.
Sendo assim, acabou o acompanhando. Ficou maravilhado ao entrar na casa do Park, ela dava o triplo da sua e olha que seus pais eram ricos.
— Vem. — ele lhe estendeu a mão, a agarrou, deixando ser levado até um banheiro amplo que continha uma enorme banheira. Logo se despiram, entrando na mesma.
— Oh, isso é bom. — murmurou o jovem, deitando a cabeça para trás, escorando na parte específica para isso, sentindo os jatos de água morna massagear seu corpo.
— É sim. — sorriu ladino, deitando de frente para ele. — Sabe, eu ainda estou em choque. Mas ao mesmo tempo tão feliz com as novidades.
— Eu estou feliz por você. — ditou, o encarando com aquele brilho no olhar, fazendo com que o hyung aumentasse o sorriso.
— Vem aqui. — o chamou com o dedo. Jungkook se sentou, aproximando mais, Jimin fez o mesmo e segurou a nuca alheia, colando seus lábios em um selar demorado. — Você é um amor, sabia? — perguntou, encarando os olhos bonitos dele de pertinho.
O rapaz sorriu tímido.
— Uhm... Você também é. — segurou o rosto dele, o beijando lento e envolvente, deixando no fim um gosto de quero mais. Porém, se afastou. — Então... — voltou ao lugar de antes, enchendo as mãos de espuma e passando a brincar com elas. — Qual a sua história?
— História?
— Sim. Todo mundo tem uma história. A minha você sabe. Eu nasci e cresci em Busan mas mudei para Seul por conta do trabalho do meu pai. Tive uma infância normal e feliz, uma adolescência perfeita. Sempre fui o mauricinho mimado dos pais... Então toda aquela perfeição do dia para noite se foi. Eu me tornei um garoto "emo" problemático porque não sabia lidar com as coisas, daí conheci você, o cara mais incrível, admirável, e que tem os melhores conselhos do mundo. Agora eu consigo ser feliz independente de qualquer coisa. Nem toda coisa, mas ao menos agora sei lidar de verdade. — foi sincero, mantendo o contato visual.
— A minha vida não foi perfeita. Mas, no fim, acabou se tornando quase isso.
— Vai me contar ou me deixar na curiosidade? — perguntou, ansioso.
— Está bem. — suspirou. — Ahn... Eu fui encontrado no lixo nos arredores de Busan. — o garoto arregalou os olhos. — Fui deixando para morrer. Mas eu não morri. Graças a alguém, eu fui para uma instituição que cuida de crianças e adolescentes.
— Como... Como era lá? — perguntou, temendo a resposta.
— Não era ruim como algumas que vemos por aí. Lá era legal, as crianças eram felizes apesar das circunstâncias, as freiras e voluntários eram amorosos e cuidavam bem da gente, não tinha do que reclamar. Pouco depois do meu aniversário de oito anos, um casal me adotou. — ele deu uma risada sem humor. — Ela era louca. Tipo, louca mesmo. E me odiava. Mas o marido dela gostava de mim. Até demais. Então numa noite ele tentou fazer algo comigo e eu fugi. Eu fui para longe. Bem longe. — pelo seu olhar Jungkook pode ver que ele estava revivendo as memórias, optou por ficar em silêncio, apenas o escutando. — Começou a chover. Haviam várias casas naquele bairro mas por algum motivo uma amarela me chamou atenção. Talvez fosse pela cor. Eu me lembro de sentar naquela varanda e chorar. Pensando que era tudo minha culpa, desde o início até aquele momento, que eu não merecia estar vivo. Mas, porra, eu só tinha oito anos! — negou, incrédulo. — A porta se abriu e um homem me colocou para dentro. Era o Kyung. Eu o encarei, ele não parecia ser mau, ele emanava paz e confiança, então contei o que havia acontecido. Ele foi muito gentil, minha noite terminou bem melhor do que eu estava imaginando. No outro dia fomos a instituição, Kyung explicou o que houve e disse que eu teria de falar com a polícia, mas eu não queria. Só que ele afirmou que se eu não contasse, poderia acontecer o mesmo com outra criança ou até pior. Foi aí que eu falei tudo sobre aquele casal. O cara foi preso pois apareceram outras testemunhas que foram assediadas por ele e a mulher internada porque ela sofria abusos do homem, que comprometeram a mente dela, sabe?
— Credo.
— É... Só que Kyung me confortou outra vez dizendo que agora tudo estava bem e prometeu que voltaria para me buscar. Eu achei que ele não iria, eu ainda me achava um garoto errado que não merecia muitas coisas boas. Demorou um bom tempo para ele conseguir passar por toda a burocracia e voltar. Me levou para a casa amarela onde descobri que eu teria uma mãe também. Meu pai me ensinou todos os valores existentes, com o tempo eu parei de me culpar e tudo o que sou hoje é por causa dele. Já Sook era muito boazinha mas depois de uns meses andava evasiva, estranha, numa noite acabamos descobrindo suas traições. Kyung a mandou embora pois não iria aceitar aquilo, mas a casa amarela era dela então quem teve que ir fomos nós. — riu. — Fomos para o pequeno chalé da minha avó na saída de Seul. Meu pai começou a trabalhar em três empregos distintos para ajudar na casa, nos remédios da Eun e continuar a pagar minha escola que era muito boa, inclusive. Eu via todo esforço dele, as noites pouco dormidas ou nem dormidas, o cansaço que não passava, ele trabalhando sem cessar até quando estava doente, e foi aí que prometi a mim mesmo que eu conquistaria o mundo e também daria o mundo para ele. — sorriu nostálgico.
Jungkook estava prestando atenção em cada detalhe, de coração apertado pois o mais velho passou por tanta coisa. Não conseguia de forma alguma se imaginar passando por tudo aquilo já que cresceu em uma bolha perfeita revertida pelos seus pais, todavia, se colocando no lugar dele conseguia imaginar o quão foi difícil e quanto o hyung sofreu para chegar onde estava.
— Eu passei na faculdade de administração, no primeiro lugar, então bastava manter a bolsa. E, por mais que meu pai tentasse impedir, eu passei a trabalhar para ajudar com as despesas e para que ele pudesse descansar um pouquinho mais. Foi difícil. Muito difícil. Era muita pressão, tinha dias que eu queria desistir, mas me lembrava do meu propósito e continuava a me matar de estudar e trabalhar. No final eu consegui me formar, consegui meu primeiro emprego na Imperius, e me empenhei muito sempre buscando ser o melhor. Não querendo me gabar mas eu sou inteligente então aos poucos fui pagando por mais e mais estudos, subindo de cargo - pois o diferencial da empresa do sr. Min é dar oportunidade de crescimento -, até que consegui uma casa boa pra gente. Foi maravilhoso! Eu me lembro até hoje da nossa emoção. — sorriu outra vez. — Eu não quis me contentar. Não parei por aí. Continuei dando tudo de mim e tive sorte em poder contar com um chefe que sabe reconhecer os esforços das pessoas. Quando notei estava num cargo altíssimo. Consegui conquistar meus objetivos e dar ao meu pai nossa casa dos sonhos no Canadá, assim como inúmeras outras coisas, além de pagar todo o tratamento da minha avó. Agora eu sou imensamente grato a eles e a mim mesmo por não ter desistido. E estou muito feliz por ter chegado aqui. Eu consegui, Jungkookie. Eu venci. — disse, pasmo com o fato de ter chegado tão longe e agora poder se tornar presidente da Imperius.
— Você merece. — sorriu, se aproximando e o abraçando. — Você merece, hyung. — o loiro abriu mais um de seus lindos sorrisos e puxou o rosto dele, o beijando com paixão. Em pouco tempo as coisas começaram a esquentar, porém Park interrompeu, deixando o gostinho de quero mais, pois eles tinham que se aprontar.
Alguns minutos depois lá estava o CEO num terno preto com gravata borboleta, as mãos recheadas de anéis e pulseiras nos pulsos. O cabelo claro estava num topete de lado e nas orelhas continham brincos e piercings.
Já Jungkook se encarava no espelho do closet, se sentindo estranho naquele terno azul.
— Quem diria, Jeon Jungkook, o rei dos moletons, em um Armani. — disse o garoto, ajeitando o paletó, e rindo de si mesmo. Jimin apareceu em seu campo de visão e seu queixo quase foi ao chão. — Wou! Você está ainda mais gostoso. — mordeu o lábio, arrancando uma risada dele.
— E você está lindo, mas... — o virou para si, tirando a gravata, o paletó e a camisa, o fazendo vestir uma blusa preta, quase transparente, de gola v bem longa, retornando o paletó deixando aberto. — Melhor assim. — o girou, deixando que ele se observasse novamente. — Você não aprecia ter dezoito anos antes.
— Me sinto mais confortável... Oh, olha esses relógios! — caminhou até a gaveta que tinha uma coleção destes. — Posso? — o hyung riu da animação dele.
— Vá em frente.
Jeon colocou um dos relógios de ouro no pulso, parando um instante de se mover para o outro borrifar um de seus perfumes importados cheirosos nele. Colocou algumas jóias nas orelhas também e pela última vez se olhou no espelho, ajeitando o relógio e sorrindo.
— Eu estou maravilhoso.
— Concordo. — lhe deu um selar na bochecha. — Vamos?
A casa dos Min era na verdade uma mansão, mas na opinião do rapaz parecia mais um castelo. Os dois seguiram calmamente pelos enormes corredores até a sala de estar onde se encontravam o senhor de horas mais cedo, Park Kyung, e outros homens aos quais Jeon conheceu mais tarde sendo eles o famoso Min Whan, seu filho Min Yoongi e também o namorado dele Jung Hoseok. Já as gêmeas Min Nari e Min Jina não conheceu pois estavam em um desfile em Milão.
O jantar não demorou a iniciar, começando com assuntos de suma importância para os empresários mas irrelevantes para os demais. Após perceberem isso, Whan disse para deixarem o trabalho para outra hora então seguiu uma conversa agradável entre todos os presentes. Até o casal mais velho decidir contar histórias sobre seus filhos, os constrangendo e fazendo Hoseok e Jungkook rirem bastante.
— O que você pretende fazer, meu anjo? — perguntou Kyung ao mais novo depois de um tempo quando entraram no assunto de profissões.
— Eu quero ser fotógrafo. Demorei um tempo até perceber que é isso o que gosto. Então esse ano prestei vestibular e estou aguardando a resposta.
— Oh, minhas filhas sempre gostaram de ser fotografadas pela falecida mãe delas, que incentivou bastante até que começaram a carreira de modelo desde cedo e vieram a apaixonar por isso. Já o Suga sempre soube que queria ser músico então me obriguei a conformar que nem elas, nem ele não herdaria minha empresa.
— Prefiro trabalhar no inferno. — falou o homem de cabelo preto que tem a aparência semelhate ao seu pai, causando um misto de risadas no ambiente, incluindo a do sr. Min que já estava acostumado com as implicâncias.
— Eu fiquei anos trocando de curso até acertar. Até fui colega de Jimin no direito. Aliás, você concluiu muitas faculdades, uhm? — o loiro assentiu.
— Mas eu não. Também não perdi as esperanças. Então recentemente entrei na faculdade de música e conheci meu docinho que era professor de piano. Não me arrependo de nenhuma escolha porque todas elas me levaram a ele. Não é, meu amor? — esfregou a ponta do nariz na bochecha dele, recebendo um assentir e um carinho na nuca.
— E olha que você não gostava de macho.
— Bendita seja a bissexualidade. — falou Hoseok e seu sogro concordou com ele, acrescentando que quem conseguia ser feliz na cama tanto com homem quanto com mulher fazia parte de uma bela evolução.
— Sobre se encontrar, o que dizer do Jimin? — começou Kyung. — Nas faculdades ele se deu bem, porém, na adolescência teve suas fases e a que mais durou foi a de dançarino.
— Pai... — suplicou para que ele não contasse aquela história, o que não adiantou.
— Eu o coloquei no ballet, no hip-hop, no jazz e se existir outros tipos de dança a qual não me lembro agora, acreditem, ele fez. No fim ficou na dança contemporânea mas na primeira apresentação grandiosa, ele tinha uns dezesseis anos, ficou tão nervoso que fez xixi nas calças, no meio do palco, com todo mundo olhando.
— O que? — questionou Jungkook, caindo na risada junto dos demais. O loiro tampou o rosto, envergonhado.
— Eu lembro direitinho do desespero dele. Nunca mais ele quis dançar.
— Que você saiba. — Hoseok sorriu largo. — Eu fui da turma de dança na faculdade depois de desistir de direito, acho que foi a que fiquei por mais tempo, e Jimin completou o time diversas vezes. As pessoas ficaram admiradas por um aluno de... O que você fazia na época?
— Contabilidade.
— Um aluno de contabilidade dançar tão bem.
— Oh, então você ainda dança? — perguntou Jungkook. — Eu preciso ver isso!
— Suga, busca os instrumentos junto do Hobi e toquem uma música para gente assim o Jiminnie poderá dançar. — disse o sr. Min.
— Eu não vou fazer isso. — o loiro negou diversas vezes.
— Por favor, hyung. — seus olhos saltaram, pidões. — Por mim.
— Ah, tá bom. Mas você vai vir junto! — o puxou para levantar.
— Mas eu não sei dançar.
— Sabe sim. Eu te vi dançando kpop na minha sala outro dia. — o garoto entreabriu a boca, surpreso. Foi apenas por um momento e ele tinha pensado estar totalmente só!
Os dois músicos logo voltaram, ajeitando o teclado e tocando juntos uma música a pedido de Jimin que iniciou os passos fazendo Jungkook acompanhá-lo. Hoseok os acompanhou enquanto eles dançavam músicas de girl groups fazendo os demais rirem.
Por fim eles terminaram sentados na sala enquanto Yoongi e Hoseok tocavam violão e cantavam algumas músicas românticas.
Quando passou da meia noite, Jeon, tombado no ombro de Park, estava quase adormecendo. E ele podia dizer que a última coisa a qual se lembrava daquela maravilhosa noite foi de ouvir a voz bonita do hyung cantando junto dos outros "Thinking out loud" do Ed Sheeran e concordar com a letra a qual dizia que as pessoas se apaixonam de maneiras misteriosas e também que talvez tenham encontrado o amor bem onde estavam.
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