Capítulo ll

    O avião tomou vôo, e Claire voltou as suas recordações, agora pensava nos momentos de sua adolescência. Lembrou dos bons tempos que esteve ao lado do Tom no Colégio, de como ele ficou alto pra sua idade jovem, como era popular e chamava a atenção de todas as garotas, fazendo elas odiarem Claire pela afinidade que os dois possuíam. Tom também era bom nos esportes, fazia natação e gostava de jogar vôlei com os amigos.

   — Ah, quando isso vai findar? — questionou Claire ao encontrar mais alguns adesivos, numerados de aviso de perigo, colados em tudo que é de seus pertences. Ou próximo deles.

   — Terceiro aviso? — perguntou Tom intrigado. — O que quer dizer isso Claire?

  — Quer dizer pra eu ficar longe de você, Tom. — Claire respondeu sentindo um aperto no peito. Tom era muito importante para ela se afastar dele. Mas sua estabilidade no colégio dependia deste afastamento. Eles podiam muito bem ter afinidades em outro lugar.

    Foi no início do ano seguinte que Cecília recebeu conselhos de Ana, dias antes desta vim a oficializar seu casamento, conselhos para colocar Claire no mesmo Colégio que os filhos de Tomás Mamura. Anteriormente Claire esteve frequentando uma escola primaria, onde as crianças passam seis anos de educação infantil, isto é, na chodeung-hagkyo, no horário não apenas das manhãs, mas das tardes também. Um dia de escola começa normalmente às oito horas da manhã e termina às dezesseis e meia da tarde, e espera-se que os alunos estudem antes e depois do horário escolar, seja em casa, na biblioteca ou em escolas privadas. Os dois anos seguintes são passados na jung-hakgyo, que representa uma preparação para o secundário. Em seguida partem para o godeung-hakgyo .
     Assim Claire deixava sua mãe com algum tempo livre para fazer serviços diários depois do expediente da empresa e arrecadar renda extra. Cecília fazia isso porque queria dar uma vida mais confortável para a filha. Mas agora a situação havia mudado para melhor e Cecília se encontrou em ligeiros tempos estabilizada financeiramente, comprou até um carro semi-novo para facilitar seu dia-a-dia após o trabalho na empresa dos Mamura.

   — Nada mais sensato que investir também nos estudos de Claire. — concordou Cecília com Ana.

   — Sabe que gosto muito disso em você Cecília. - mencionou Ana. — Sempre pronta para ouvir.

   — E tardia pra falar. — concordou ela.

   — Você quis dizer se não estiver cheia de razão, né. — as duas sorriu.

    E foi estudando juntos, no mesmo Colégio que Tom e Tita que Claire firmou cada vez mais aquele sentimento que achavam por melhor chamar de afeto de irmãos. Ou era assim que eles realmente sentiam?

    Porque embora não fosse um assunto muito comentado, ou, quase ninguém soubesse detalhadamente, os Suzume e os Mamura, a princípio incentivados por Ana, passaram a ser familiares. Ana era irmã mais nova de Tomás e em seus últimos dias na empresa dos Mamura, chamou Tomás e Cecília, e os fez se comprometer de modo que ficariam juntos para o bem deles próprios, dos negócios e das suas crianças, um casamento sem precisar de alteração nos nomes poderia deixar a parte de Ana na empresa da família sobre os cuidados de Cecília. E Cecília por ser uma mãe solteira e Tomás um pai viúvo, formavam um casal ideal. Um precisava do outro para os negócios empresariais. Sem falar que se davam muito bem os dois, Ana considerava sua mais nova amiga, a esposa pronta para seu irmão mimado que ficaria sem direção após sua partida. Casada Ana pretendia morar pra França com seu esposo jornalista e administrar os negócios deles e não mais da família.

   Com o passar de alguns anos, Claire ficou ainda mais bonita, seus cabelos sempre cuidado eram mantidos até abaixo dos ombros. Ela também tornou-se cada vez mais estudiosa, porém não muito popular. Isso devido as meninas marcarem ela por causa do Tom que não se apartava dela.
Criada por sua mãe, sem nunca haver conhecido seu verdadeiro pai, deste a única coisa que Claire soube foi que engravidou sua mãe e sumiu, a família de Claire se formou por completo quando sua mãe aceitou o casamento com Tomás Mamura. Agora Claire tinha além de sua mãe, um pai adotivo, Tomás nunca foi um padrasto para a menina, consequentemente Tom e Talita veio a ser como irmãos. Igualmente Cecília amavam os filhos de criação como se os tivesse gerado em seu ventre.

    — O que é isso? O que fez? — perguntou Claire ao ver que no final das aulas Tom carregava com ele alguns adesivos amarelo escrito "love".

   — Nada demais, apenas consertei um errinho gramatical deixado por engano. — beijando-a na face, Tom jogou o braço em volta do pescoço de Claire, tal movimento deixou seu coração disparado e as garotas ainda mais iradas com ela.

   — Agora sim estou numa maior enrascada. — mas Claire gostou.

   — Vem, vamos pegar a Tita e ir pra casa. Quem planejou essa brincadeira vai ficar um bom tempo ocupada. — Tom se referia a levar detenção. — As mocinhas quando a aula acabar vão ter que ficar para limpar a escola.

   Claire sentiu as lágrimas tomar conta de seu delicado rosto com essas recordações. Mas logo se recompôs ao notar que sua desconhecida companheira de vôo a olhava com semblante penoso.

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Até o próximo capítulo...

Abraços 🌸🎵

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