⁰¹. Capítulo Único

Notas iniciais:

CONTÉM HUMOR MUITO QUEBRADO!

Nada aqui tem intenção de ofender, apenas tentei "representar" uma amizade comum, onde se xingam, parecem capacitistas, mas na real se amam pra caralho, okay?

Enfim, boa leitura!

Aquela chifruda filha da puta só poderia estar brincando com ela!

Loira? De todas as cores e jeitos possíveis para ela pintar aquela palha que ela tem na cabeça tinha que ser justo loiro?

Giselle realmente conseguia ser uma vadia muito burra.

É questão de senso comum, de lei natural, primeira regra que existe desde que o mundo é mundo: uma loira tem que ter sua morena.

Certo, a patricinha idiota já tinha pintado de laranja, roxo, branco, cinza, azul, rosa e já tinha cogitado até de verde, mas porra, ainda era a morena da dupla que formaram no fundamental.

Mas agora, ela tinha fodido a porra toda com aquele loiro oxigenado maldito.

Duas loiras é um desastre, coisas ruins aconteciam, duas loiras era acima do que era permitido pela natureza!

Winter sentia o olho piscar freneticamente sem querer fosse sua vontade. Ela jogaria o celular na parede se tivesse dinheiro para comprar um outro.

Se bem que ela poderia e colocaria o estrago na conta de Giselle, afinal, a culpa era dela.

Ela arrancaria aqueles fiapos quebradiços da cabeça daquela maluca, fio a fio, coisa que não seria nem de longe muito difícil, já que se colocasse a mão era perigoso soltar era tudo.

A ex-morena era conhecida por sempre fazer alguma merda no cabelo quando terminava, ou quando percebia que tinha se iludido por algum ficante. O que ocorria com mais frequência do que a garota admitiria.

Definitivamente uma pata sonsa de péssima categoria, ficaria careca logo logo e então teria que descontar suas frustrações amorosas em tatuagens.

Uma nova notificação fez a loira - sem dúvidas natural - sair de seu mundinho colorido, onde torcia o pescoço da jumenta que ela adotou como amiga, mas logo voltou àquele cenário maravilhoso quando percebeu que era do mesmo ser sem luz.

─⁠──⁠─ Até mais tarde nhe nhe nhe nhe. - Winter chutou sua jaqueta de couro, que estava no chão do quarto, e se jogou na cama - Essa coisa não pensa, não é possível! O que eu faço agora, caralho?

A loira clicou no ícone da câmera em seu celular e alisou o cabelo com a mão livre.

─⁠──⁠─ Não vou ficar morena, meu cabelo é bom demais pra eu colocar química. Aquela desgraçada que se vire com aquele chumaço radioativo que ela tem na cabeça.

*⁠・⁠゜゚↝☆゚⁠.⁠*⁠・⁠。゚

Winter tinha acabado de descer do palco, a balada estava cheia e o show tinha sido um sucesso. Quem diria que uma bandinha furreca de garagem tiraria tantas bundas da cama numa sexta a noite?

Quase se esqueceu da mais nova loira que testava sua sanidade a cada segundo.

Quase.

─⁠──⁠─ Oieeeeee! - Giselle correu ao encontro da amiga, assim que a avistou naquele mar de gente - Winwin, como você...

─⁠──⁠─ Não encosta em mim, caralho.

─⁠──⁠─ Ué?- a garota levantou o braço e checou o desodorante - Eu nem tô fedendo, cachorra!

─⁠──⁠─ Cachorra é você, CLT dos inferno, loira fodida!

─⁠──⁠─ CLT? - a nova loira encarou a outra com total incredulidade - Diva, se esqueceu que eu limpo a bunda com nota de cem?

─⁠──⁠─ Eu acho que você é que esqueceu do que é CLT! - Winter bufou com uma pontada de decepção que foi encoberta pela irritação.

Giselle tinha criado o apelido para ela quando entraram na faculdade, ela deveria lembrar!

─⁠──⁠─ Canalha louco talarico? - tentou a ex-morena com um sorriso torto.

─⁠──⁠─ Que? - a garota não sabia se ria ou chorava da situação - Não!

─⁠──⁠─ Chifruda da Lee Taeyon?

─⁠──⁠─ Não, sua morena burra!

─⁠──⁠─ Loira. - corrigiu jogando o cabelo para o lado.

─⁠──⁠─ Tanto faz, cachorra loira tesuda.

A patricinha travou por um segundo com a boca levemente aberta, Winter podia ouvir as engrenagens daquele mecanismos chamado "celebro" começando a girar, com um ruído de ferrugem característico por não ser usado com frequência.

─⁠──⁠─ Ahhhh é isso que é CLT. - o mar de entendimento inundou o ser da garota que sorria apontando o dedo para a amiga, que forçou a mesma expressão mas com um deboche claramente estampado na testa.

─⁠──⁠─ Ahhhh!

─⁠──⁠─ Pode falar, eu fiquei um tesão mesmo, né? - Giselle colocou o indicador na boca e e virou levemente de costas - Loiro, acho que é minha cor.

─⁠──⁠─ Sua o cacete, minha! - a guitarrista deu um tapa na mão da ex-morena - Trate de mudar essa merda de novo!

─⁠──⁠─ Tá louca, vagabunda? - colocou as mãos na cintura com uma sobrancelha arqueada em direção a loira original de fábrica.

─⁠──⁠─ VOCÊ VAI MUDAR ESSA CARALHA!

Winter enfiou as mãos nos fios da amiga e puxou para baixo para conseguir gritar bem no ouvido de sua piranha de estimação.

─⁠──⁠─ PARA DE PUXAR, DESGRAÇA! - a patricinha se soltou da amiga com um bico enorme, alisando o cabelo com as mãos - Tá frágil ainda, não quero ficar careca.

No mesmo instante a guitarrista olhou para as mãos e, como imaginado, pelos menos uns 30 fios tinham saído daquela cabeça de mongolóide.

─⁠──⁠─ Não quer? - disse tentando tirar as partículas radioativas das mãos - Então vai ir amanhã pintar essa coisa aí de novo.

─⁠──⁠─ Pra eu ter corte químico? Surtou, piranha?

─⁠──⁠─ Pra você ajeitar a ordem natural das coisas, animal!

─⁠──⁠─ Que coisas? - a mais alta riu e colocou as mãos nos ombros da outra maluca - Você baforou loló?

─⁠──⁠─ Tu tem que ser a morena da dupla, sua fodida!

A mais baixa bateu nas mãos da garota a fazendo solta-la.

─⁠──⁠─ O que caralhos isso tem haver com ordem natural?

─⁠──⁠─ Tudo!

─⁠──⁠─ Ah pelo amor de Deus, esquece essa merda, agora a gente tá combinando! - Giselle forçou um abraço de lado com a garota, colando suas bochechas de um jeito nada confortável para a outra que apenas resmungou algumas palavras desconexas - Aqui, viada, viu o negócio da taxação de pobres? - mudou o assunto batendo de leve no braço da loira loiristica - Fiquei preocupada contigo.

─⁠──⁠─ Que? Tá louca, tem isso não!

─⁠──⁠─ É verdade sim, eu vi no Tik Tok.

─⁠──⁠─ Você é a decepção da comunidade, jamais uma loira foi tão burra.

Winter ainda achava que chamar Giselle de loira era o pior erro que estava fazendo em sua vida. Soava errado e ainda nem sequer era tão loiro como a própria palavra levava a crer.

─⁠──⁠─ Mas tava no Tik Tok, inferno!

─⁠──⁠─ Eu acho que a química entrou pelo seu couro cabeludo e começou a afetar seu celebro.

─⁠──⁠─ De qualquer forma eu só uso dez por cento dele, ainda tenho noventa por cento intacto!

A guitarrista ficou longos minutos encarando a garota a sua frente, que sorria como se tivesse dito a coisa mais inteligente do mundo, e não a mais disléxica existente.

Giselle era, de fato, a porra de uma vadia burra

─⁠──⁠─ Por que eu ainda falo com você?

─⁠──⁠─ Vai dizer que a informação é mentira?

─⁠──⁠─ Não, vou continuar te achando uma retardada, isso sim.

Com um último revirar de olhos para a guitarrista, a patricinha se vira e começa a andar para o lado oposto ao da amiga.

─⁠──⁠─ Aff, não dá pra conversar com você, tchau!

─⁠──⁠─ Vai lá com suas outras amiguinhas! - Winter grita um pouco para que a outra possa ouvir - Tô adorando essa sua nova amizade aí com a tal de Karina, viu?

─⁠──⁠─ Gostou, amor? - a ex-morena grita um pouco mais alto virando para ver o rosto torcido da loira ainda andando.

Seria lindo se ela acabasse tropeçando naquele momento e dando de cara no chão...

─⁠──⁠─ Nossa, super, merece até palmas, só que na cara, sua burguesa ridícula!

─⁠──⁠─ Bye bye, bitch!

─⁠──⁠─ Bitch é a tua mãe, aquela gostosa que eu comi como dedo! - a garota deu o dedo do meio para onde tinha visto sua melhor amiga a poucos segundos e bufou em frustração.

Agora só lhe restava aceitar que agora eram duas loiras.

Duas CLTs do caralho.

Aquilo com certeza não ia dar certo.

*⁠・⁠゜゚↝☆゚⁠.⁠*⁠・⁠。゚

Tinham se passado três dias desde que Giselle tinha pintado o cabelo, e nada poderia estar dando mais errado!

Sua guitarra teve que ir pro concerto, o celular da burguesa estragou - o que não era um problema pra ela -, sua mãe ligou falando que queria conversar, bateu o mindinho na quina da porta cinco vezes num mesmo dia, tropeçou na frente da garota que estava afim e agora estava tendo que cuidar do seu primo aborrecente durante a tarde.

Tudo por causa da desnaturada sem celebro!

─⁠──⁠─ Que foi, mona, mudou de ideia sobre as duas horinhas de sexo violento sem perder a amizade? - a voz da ex-morena soou robótica pelo aparelho.

E lá estava ela com a ideia tosca de novo.

A garota estava na enorme sala de sua cobertura, ridícula, com o maldito cabelo prezo num coque e com cara de que bebeu horrores ontem.

A guitarrista constatou que estava parecendo uma puta. Das de pior qualidade, as bem pobrinha.

─⁠──⁠─ Eu não como porcaria.

─⁠──⁠─ Há! - Giselle riu alto - Você não come... Você não come... - e então a compreensão da fala da amiga veio - Porcaria?

─⁠──⁠─ Tenho um lance pra gente, vagabunda.

─⁠──⁠─ No que eu posso ser útil, viada?

Winter ergueu uma sobrancelha.

─⁠──⁠─ Útil você não é em nada, mas se pudesse passar com seu carrinho rosa ridículo por cima de umas duas, ou três, pessoas, já ajudaria.

─⁠──⁠─ Preciso só dos nomes, loira. - a garota checou as unhas bem feitas, num arzinho de superioridade fingido.

─⁠──⁠─ O seu é o primeiro, ainda não esqueci desse seu ninho tentando copiar meu loiro loiristico.

─⁠──⁠─ Tá achando que só tem você de loira no mundo, cretina?

─⁠──⁠─ No seu mundo sou só eu mesmo, piranha.

─⁠──⁠─ E agora eu também!

Giselle colocou as mãos de baixo do queixo numa pose que ela jurava ser fofa, sorrindo grande para a tela do aparelho.

─⁠──⁠─ Um fodasse desse tamanho enfiado no teu rabo, ó! - a outra loira esticou os braços o máximo que conseguiu - Seguinte, vou ter que cuidar do meu primo.

Winter moveu a câmera para mostrar o adolescente que estava sentado em sua cama.

─⁠──⁠─ E eu com isso?

─⁠──⁠─ Você vai vir me ajudar, aí eu vejo se te perdoo.

─⁠──⁠─ Mas o que eu te fiz?

─⁠──⁠─ Nasceu.

─⁠──⁠─ Não vou, você só me humilha e me chama de burra e me xinga. - a garota do outro lado da linha levando e, pelo que a loira real se lembrava, ela parecia estar fazendo o caminho para o quarto - Que horas é pra tá aí?

─⁠──⁠─ Agora, Gigi.

─⁠──⁠─ Ah que meigo, gostei do apelido, podia usar mais vezes, sabia? - a patricinha apoiou o celular no criado mudo e retirou a blusa, pegando uma das outras jogadas na cama.

─⁠──⁠─ Vagabunda e piranha combina mais com você, amor.

─⁠──⁠─ Pro inferno, loira!

─⁠──⁠─ Até daqui a pouco, inútil!

Winter encerrou a chamada antes mesmo de dar oportunidade para que a outra revidasse, do contrário, iriam trocar elogios o dia todo por chamada de vídeo.

Em menos de 10 minutos, Giselle estava batendo na porta. Nem parecia a quenga que tinha atendido o telefone, agora tava parecendo uma nojentinha mimada. A guitarrista estava desconsiderando o fato de que ela realmente era.

─⁠──⁠─ Oi tia! - o adolescente levantou os olhos do gibi que estava lendo para poder cumprimentar a garota que só fez abrir a boca indignada.

─⁠──⁠─ Tia? - repetiu se recusando a acreditar - Pirralho, eu tenho idade pra ser seu primeiro crush adolescente e você me chama de tia? - a outra garota já estava se desmanchando de rir enquanto tentava passar o trinco na porta - Winter!

─⁠──⁠─ Que foi, tia? - a loira riu mais ainda e, finalmente, conseguiu trancar a porta - Sei de nada não!

─⁠──⁠─ Seu cabelo sempre foi ressecado assim? - o garoto em algum momento já tinha levantado e estava do lado de Giselle com uma mecha do cabelo descolorido entre os dedos.

Winter não resistiu e já estava desmoronando aos poucos sem conter o riso, estava de joelhos, com lágrimas acumulando no canto dos olhos e quase sem ar.

Parou abruptamente quando notou que aquela descrição tirada de contexto daria pesadelos. Ew.

─⁠──⁠─ Você que mandou ele perguntar essas coisas, né, sua fodida.

─⁠──⁠─ Ele não faz o que eu mando, E PARA DE XINGAR NA FRENTE DELE CARALHO!

─⁠──⁠─ Com uma prima boca suja que nem você, acho que nada do que eu disser vai ser novo pra ele.

─⁠──⁠─ Isso é verdade. - o moleque voltou a se sentar na cama olhando para a prima que já tinha se posto de pé.

─⁠──⁠─ Virou um complô contra mim? - apontou para os dois inquilinos em sua kitnet - Qual o problema de vocês?

─⁠──⁠─ É só a realidade, Winwin. - Giselle balançou a mão como se fosse algo dispensável - Ah e aquela tatuagem que você fez? - a garota bateu palmas e se sentou ao lado do pirralho - Você ainda não me mostrou e... - parou de falar quando notou os movimentos curtos dos braços da amiga - O que foi? Por que tá balançando os braços assim?

─⁠──⁠─ Puta que te pariu, Giselle, PUTA QUE TE PARIU!

─⁠──⁠─ Tatuagem? - o garoto virou a cabeça lentamente para a prima, com um sorriso sugestivo - A tia sabe disso, prima?

─⁠──⁠─ Claro que sabe! - a loira riu nervosa - Claro que...

─⁠──⁠─ Me pague o suficiente e eu não sei de nada.

─⁠──⁠─ Seu verme extorquista! - apontou e se virou para a fubanga do cabelo de palha - Giselle, resolve isso aí, você que abriu essa caçapa de boca.

─⁠──⁠─ Tá! - a maior bufou fuçando na bolsa - Só tenho dólar, te serve, pirralho?

─⁠──⁠─ Depende do...

─⁠──⁠─ Cem pratas, toma.

A outra loira e o primo abriram a boca sem entender o que tá a ocorrendo.

─⁠──⁠─ Winter, traz sua amiga mais vezes pra te ajudar!- o menino pegou a nota e riu, então colocou a mão na boca e cochichou alto para Giselle - Ela não me dá mais do que cinco.

─⁠──⁠─ A Winwin é mão de vaca. - virou para a amiga - Não só a mão né.

─⁠──⁠─ Mão de vaca o caralho, eu sou é pobre.

─⁠──⁠─ Ah é, as vezes eu esqueço que você tem isso.

─⁠──⁠─ Não é uma doença, praga.

─⁠──⁠─ É sim, minha sorte que não é contagioso. - a nova loira fez uma cara de nojo e depois uma de dó - Quer cenzinho também?

─⁠──⁠─ Vá a merda.

─⁠──⁠─ Eu quero! - o primo da loira loiristica quase pulou da cama.

─⁠──⁠─ Pra você eu já dei garoto!

─⁠──⁠─ Pra quem você não deu, né? - Winter deu de ombros com um sorriso travesso, o que a fez ganhar um travesseiro na cara.

─⁠──⁠─ Pra você, amor. FALAR NISSO! - Giselle falou tão abruptamente que o garoto sentado ao seu lado foi parar no chão com o susto - Tô saindo com uma garota, bicha.

O sorriso de Winter estava quase saindo da cara, mais uma decepção amorosa ia cair na conta. Ou seja... MUDANÇA NO VISUAL, CARALHO!

─⁠──⁠─ Graças a Deus, você vai mudar o loiro!

─⁠──⁠─ Ué? Não!

─⁠──⁠─ Obrigado, Senhor, construirei templos em sua homenagem!

─⁠──⁠─ Você não tem dinheiro pra construir nem uma maquete. - pontuou a garota que ainda não tinha acompanhado o raciocínio.

─⁠──⁠─ CALA BOCA, INFERNO! Quem é dessa vez?

─⁠──⁠─ Sabe a amiga do Jeno?

─⁠──⁠─ Jeno não é seu ex?

─⁠──⁠─ Alguém me atualiza? - as duas garotas se assustaram, tinham até esquecido da presença do garoto que agora estava sentado no chão - Eu não sei de nada sobre...

─⁠──⁠─ Toma o celular, vai jogar Free Fire. - Winter agarrou o objeto da mão da amiga e entregou para o primo o empurrando para o outro cômodo.

─⁠──⁠─ Meu celular! E quem te disse que eu tenho Free Fire?

─⁠──⁠─ É jogo de corno. - o garoto parou no meio do caminho e virou para a prima irritado - E de adolescente que não faz terapia, some pra lá garoto!

─⁠──⁠─ Continuando, sim, é meu ex.

─⁠──⁠─ E você vai ficar com a amiga dele?

─⁠──⁠─ Aham.

─⁠──⁠─ Vadia burra.

A loira colocou a cabeça entre as mãos. Como alguém podia ter tanta ausência da capacidade de pensamento lógico?

─⁠──⁠─ Mas ela é tão incrível! - ela se jogou na cama com um sorriso idiota - O nome dela é Joy, e eu acho que ela é meu mundo, Winwin!

─⁠──⁠─ É o sétimo mundo em menos de três meses, vai fazer o que com isso? Montar o sistema solar?

Giselle se apoiou nos cotovelos lançando um olhar de tédio para a mais baixa.

─⁠──⁠─ Você é tão sem graça!

─⁠──⁠─ Aposto que não dura uma semana.

─⁠──⁠─ Vou te fazer morder a língua, idiota. - a mais alta começou abater na amiga com o travesseiro

─⁠──⁠─ Veremos! - Winter tentava se defender comos braços a todo custo.

Mais uma vez Giselle ia quebrar a cara.

Mais uma vez Winter tinha avisado.

E pela primeira vez a loira estava torcendo para que fosse rápido.

*⁠・⁠゜゚↝☆゚⁠.⁠*⁠・⁠。゚

Winter atendeu a chamada de vídeo posicionando o celular de uma maneira firme na cama enquanto continuava a afinar sua guitarra.

Giselle odiava ligações de vídeo, mas viviam fazendo, nem ela sabia o porquê.

─⁠──⁠─ Gata, então... - a garota começou com um sorriso amarelo.

Pelo celular, Winter notou que ela estava andando pela rua, com fones de ouvido.

─⁠──⁠─ NÃO DEU UMA SEMANA, EU FALEI!

─⁠──⁠─ O plot você não sabe...

─⁠──⁠─ Deixa eu adivinhar, você levou gaia? - chutou enquanto afinava a última corta do instrumento em suas mãos - Acho que isso já deixou de ser plot e virou rotina...

─⁠──⁠─ Para inferno! Eu tô mal.

─⁠──⁠─ Amanhã você arruma outro, preocupa não.

─⁠──⁠─ O pior é o motivo deu ter levado a gaia.

─⁠──⁠─ Quem foi?

─⁠──⁠─ Jeno.

─⁠──⁠─ É O QUE?

Aquilo sim era o plot.

Se bem que Joy era amiga de Jeno, a Giselle sabia. Então a burra ainda continuava sendo ela, com certeza, Winter achava que sua amiga não tinha mais salvação.

─⁠──⁠─ A Joy e o Jeno se comeram no sofá do meu apê.

─⁠──⁠─ Como caralhos você deixou o Jeno entrar na sua casa?

─⁠──⁠─ Eu não deixei. - a ex-morena esticou um pouco a última palavra, o que dava a entender que ela praticamente convidou o galinha pra entrar - Eu tinha saído e deixei ela lá. Só que voltei mais cedo.

─⁠──⁠─ Achei foi pouco, mal conhece a garota e já deixando ela na sua casa. - Winter colocou a guitarra de lado agora segurando apenas o celular - Poderia ter roubado, isso sim.

─⁠──⁠─ Aí credo, para de ser ruim. - e então mudou totalmente seu semblante para um sorriso fofo - Vou pintar o cabelo.

─⁠──⁠─ GRAÇAS A DEUS, QUE MARAVILHA!

─⁠──⁠─ VAI TOMAR NO SEU CU! - Giselle fez questão de dizer o mais alto possível perto do microfone - O que acha de ruivo?

─⁠──⁠─ Vou ter que te chamar de RH.

─⁠──⁠─ Traduza. - a patricinha continuou andando pelas ruas movimentadas.

─⁠──⁠─ Ruiva homofóbica.

─⁠──⁠─ Confia, eu e homofóbica não combina, sou até sua amiga, viada!

Agora Giselle estava entrando em algum estabelecimento que Winter era incapaz de identificar pela câmera, mas chutaria ser seu salão de beleza favorito.

Nem podia acreditar que aquilo estava acontecendo, voltaria a ser a única loira da parada, que maravilha!

─⁠──⁠─ Pinta de castanho e fica com a cor natural um tempo. - sugeriu - Pra ver se para de dar merda na nossa vida.

─⁠──⁠─ Ainda com aquele papo torto de que duas loiras da azar? Muda o disco, Winwin!

─⁠──⁠─ Não duvide da verdade! - apontou para a tela de modo acusador - Pinta essa bucha de castanho!

─⁠──⁠─ Não?

─⁠──⁠─ Por favor, pra eu te chamar de MMA.

─⁠──⁠─ Ahn?

─⁠──⁠─ Morena mocreia autista.

A garota arregalou os olhos e a guitarrista podia jurar que estava se agradecendo internamente por estar de fones.

─⁠──⁠─ Oh sua vagabunda eu não sou...

─⁠──⁠─ Pode ser MPB também! - a loira cortou agora se animando e pulando de um lado pro outro com o celular na mão - Morena piranhauda e bucetuda!

─⁠──⁠─ WINTER!

─⁠──⁠─ Ah, que tal OMS? - ignorou a melhor amiga mais uma vez - Olha a morena sadomasoquista!

─⁠──⁠─ Eu vou desligar essa porra, piranha!

─⁠──⁠─ Tem MTV também! Morena tarada vagabunda!

A guitarrista pulava por toda sua kitnet de modo animado, irritar Giselle era, de fato, seu passatempo favorito.

─⁠──⁠─ Puta que pariu, você tá pensando nisso tudo agora? - a garota riu sem humor, verdadeiramente impressionada.

─⁠──⁠─ CALMA, TEM ESSA TAMBÉM! VOU TE CHAMAR DE PM! PROSTITUTA MORENA!

Winter estava rindo e pulando do outro lado da linha surtando com todos os apelido que inventou em menos de dois minutos! Ela era uma gênia loira!

─⁠──⁠─ Acho que vou deixar loiro...

─⁠──⁠─ NEM OUSE! - a animação foi substituído por um tom de ameaça.

─⁠──⁠─ Ah que, que tem? - foi a vez da ex-morena rir - Vamos ser a sociedade de duas pessoas das CLTs!

─⁠──⁠─ Acho que RH fica melhor contigo, pinta de ruivo logo.

Notas Finais:

Enquanto eu revisava e reescrevia eu senti tanta vontade de transformar numa short, ou long... Quem sabe mais pra frente, não é mesmo?

Espero que tenham gostado do humor quebrado, obrigado por lerem!

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top