01. Adaptável

━ Moça, moça, você está bem?

Perdida em lembranças, Madison nem havia percebido que estava parada na fila do supermercado, se recompondo virou-se para a mulher do caixa e perguntou. ━  Desculpe, o que disse? ━ Perguntei se estava bem.

Madison logo tratou de colocar um sorriso falso para mascarar suas emoções, não gostava de demonstrar sentimentos para desconhecidos, pois pensava que a tornaria fraca, e isso era uma coisa que não era.

— Sim, estou ótima, quanto deu? ━ A moça logo respondeu. ━ 54 dólares.

A ruiva logo tratou de pagar, agradecendo a funcionária e levando suas compras do mês para seu carro, um conversível escarlate, o qual apelidou carinhosamente de cerejinha, nome que sua mãe a chamava quando criança.

Durante o caminho para seu apartamento, se repreendia mentalmente por ficar perdida em memórias, ainda mais em lugares públicos, pensando que estava parecendo uma idiota parada no meio da fila. Tentava lembrar da frase de Buda que leu no livro de auto ajuda, presente de Laura Barton, " Em nossas vidas, a mudança é inevitável, a perda é inevitável, a felicidade reside na nossa adaptabilidade em sobreviver a tudo de ruim."

A ruiva soltou uma risada de escárnio. ━ Como se um livro fosse curar a minha dor. ━ Soltando um suspiro alto, estacionou no prédio, pegando suas compras do porta malas, cumprimentou o porteiro e se encaminhou para o elevador, vendo quem estava nele, teve de se impedir de revirar os olhos, pois teria que compartilhar aquele cubículo com seu vizinho idiota, Chase Moore, um cara alto e loiro, bonito até, mas vivia seus dias atormentando a mulher com cantadas baratas e contando sobre sua vida, sem ninguém ter perguntado, como se fosse uma maneira de exibir-se , como se aquilo fosse despertar seu interesse, o máximo que ele teria da ruiva seria sua raiva.

Dando graças a Deus que o elevador chegou ao seu andar, saiu da caixa de metal com uma cara de poucos amigos, devido a sua dose diária de Chase paspalhão Moore. Mad entrou em seu apartamento, que não era dos mais chiques, mas também não tão simples, quadros de pinturas autorais estavam pendurados rodeando as paredes, novo talento adquirido devido suas visitas ao seu terapeuta, que achou que a pintura ajudaria ela a expressar seus sentimentos, já que não era muito adepta a falar sobre eles, ainda não se sentia confortável. Na opinião da garota, funcionou bastante, também gostava de cuidar do apartamento com esmero, já que havia sido o último presente de aniversário dado por sua mãe, tinha até uma barra de balé na parede esquerda para ensaiar os movimentos de dança e ensina-los a suas alunas do estúdio de dança, do qual era dona e sócia de sua melhor amiga, Milicent Dunequin, uma garota francesa que esbarrou em Mad pedindo informações, e dada a sua falta de amigos, resolveu seguir o conselho de Natasha e investir em amizades duradouras, então tentou com Dunequin, já que não tinha nada a perder.

Depois de guardar as compras e tomar um belo banho, se jogou no sofá e foi ouvir os recado da secretária eletrônica, reconheceu a voz familiar de seu tio Clint Barton, ele estava chegando na cidade e a convidou para assistir um musical com seus filhos, Lila, Cooper e o pequeno Nate. A ruiva logo sentiu-se arrependida por não ter mantido contato com os Barton's, depois da tragédia de sua vida, a garota mal conseguia manter contato visual com Clint, não que ela o culpasse, só não conseguia, nem sabia o que estava sentindo, era uma tempestade de emoções que rondava suas entranhas, e ela não gostava nada daquilo.

Soltando um longo suspiro, percebeu que havia afastado todos que a amavam, não via seu irmão à 7 meses, depois que ele decidiu se afastar, aceitando um emprego na Shield em outro país, por isso estava ansiosa para o Natal, seria a oportunidade de se reencontrarem novamente.

O toque de um telefone despertou Mad de seus devaneios, pegando o aparelho olhou o identificador de chamada e logo um sorriso varreu seu rosto.

━ Hello, little brother. ━ cumprimentou seu gêmeo.

Ouviu o som de uma gargalhada do outro lado da linha. ━ Mad, você e essas suas referências.

━ Eu sei que você gosta Mat, como você está?

O ruivo soltou um suspiro. ━ Bem, na medida do possível.

A garota logo teve sua curiosidade atiçada. ━ O que aconteceu?

━ Informação confidencial, mas como confio em você e estamos em uma linha segura, vou contar. ━ fez um pequena pausa, analisando os arredores, depois de confirmado que estava sozinho, continuou. ━ Alguém tentou invadir a base para libertarem um antigo cabeça da Hidra, mas não acho que queriam ele de volta para a organização, e sim, queriam mata-lo, se livrar de qualquer testemunha, já que esse cara concordou em abrir a boca no julgamento, que seria no fim de semana. Sabe como é, mas um dia normal por aqui, tudo já foi resolvido.

A ruiva ficou com um humor mais leve, depois da fala sarcástica, da qual sentia saudades.

━ Você já comprou sua passagem para a o Natal na Irlanda? ━ perguntou Mat, mudando de assunto, pois sabia que sua irmã poderia ser irresponsável com certas coisas.

━ Sim, fiz isso semana passada, e você, já fez a reserva no hotel?

━ Já, foi difícil conseguir vaga naquele hotel temático do Harry Potter. Você e suas nerdices.

Madison riu de seu irmão, mas um pensamento cruzou sua mente, desmoronando qualquer vestígio de alegria.

Ela com muito pesar em sua voz disse. ━ Vai ser o nosso primeiro natal sem ela.

Mat suspirou tristemente. ━ Eu sei maninha, mas temos que ser fortes, sei que é difícil, porque também sinto essa dor corroer meu coração diariamente, mas ela sempre vai nos acompanhar, eu vou estar lá para você, prometo que vai ser divertido.

━ Obrigada mano, tio Clint me convidou para assistir um musical com nossos primos antes do Natal.

━ Acho que deveria ir, vai ser bom para os dois, vocês precisam conversar sobre o que aconteceu, não foi culpa dele, você sabe.

A mulher pareceu pensativa por um tempo. ━ Você está certo, vou tentar.

O garoto sorriu, mesmo sabendo que sua gêmea não podia vê-lo.
━ Bom, desculpa Mad, mas tenho que ir, o dever chama, te amo, diz para o titio e para os pirralhos que eu mandei um abraço bem apertado.

━ Ok, toma cuidado, principalmente com esse pessoal da Hidra, eu te amo, little brother.

Encerrou a chamada, vagou pelos contatos e mandou uma mensagem para seu tio.

"Eu aceito"

Estava na hora de reencontrar a família.

( 1106 palavras )


{ REVISADO }

Espero que tenham gostado, vote e comente para engajar. Próximo capítulo entraremos diretamente na série.
Bjs de luz.

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