Not the favorite cousin
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Nixie Black
3 de setembro de 1999
Apanho meu material com alguma dificuldade e JJ bufa, vindo me ajudar.
— Garota atrapalhada.— ele zomba carregando parte dos meus livros, eu sorrio, sem jeito.
— Obrigada.— resmungo e nós seguimos o fluxo de alunos para fora da classe de Adivinhação. Embora meus pais vivam me dizendo que é uma matéria inútil e muito sugestiva, eu adoro saber mais a respeito do futuro ou ao menos ser mais capaz de prevê-lo. Quero dizer, eu herdei a ansiedade deles, o mínimo que eles tem que fazer é me apoiar por arranjar um meio de não entrar em crise antes de cada evento importante.
Estamos para aprender sobre as cartas de tarô, estou ansiosa, confesso, dizem que as cartas podem ser um pouco mais objetivas que as folhas de chá e muito mais claras do que as bolas de cristal.
— Daqui a pouco teremos que nos reunir com os monitores da Grifinória.— Jacob me avisa e eu o olho brevemente, temendo tropeçar na escada e morrer.
— Por que? Aconteceu alguma coisa?
— Não é nada demais, apenas amarrando algumas pontas. Quero ver se sua amiga Hermione tem o mínimo de senso para fazer com que o time de quadribol siga o cronograma. É melhor que eles não comecem a treinar antes de nós esse ano também.
— Olha, JJ, eu realmente não vejo problemas nisso... afinal, sempre que eu estou em campo eles perdem para nós.
Jacob revira os olhos para a minha presunção.
— Seria bom se eles também não ganhassem das outras casas e deixassem a Taça para nós de uma vez.— ele diz e eu sou obrigada a concordar, porém, eu adoro jogar contra meus amigos. Um pouco de competição pode ser saudável de vez em quando.
— Podemos arranjar outros meios de sabotá-los.— sussurro para JJ mesmo tendo plena consciência de que, como um falso sonserino, ele não gosta de jogar sujo.
— Sem essa.
— Eu estou falando sério. Temos que ganhar a Taça custe o que custar esse ano, JJ. É meu último ano, eu quero que seja do caralho.
Meu amigo me olha, mede minhas palavras e respira fundo.
— Sei que você vai fazer o que for preciso para ganhar mesmo se eu não quiser ajudar.— ele suspira, desistente. Eu sorrio, vitoriosa.
— Sabia que compreenderia, sempre um garoto muito esperto.— caçoo e o Johnson revira os olhos.
— Mas, convenhamos, seria muito mais difícil para você sem seu melhor artilheiro.— ele me olha de canto em busca da minha concordância. É um fato que todos os Johnson jogam muito bem, mas eu nunca babo ovo do meu melhor amigo quando ele já faz isso bem o bastante por nós dois. Uma coisa que eu admiro demais no Jacob, é que ele é perfeitamente autossuficiente.
Eu ergo o queixo e abraço os livros com mais firmeza.
— Até parece. Eu não preciso de ninguém para conquistar o que eu quero.— exceto do meu pai. Meu pai pega tudo o que eu quero e dá na palma da minha mão, se eu o tenho, eu tenho tudo.
Eu não sou completamente mimada, minha mãe me fala não..... as vezes.
— Disse a garota rica e popular que tem amigos para dar e vender.
— Sibilou o invejoso que só tem ela como amiga.— retruco e ele me empurra de leve com o seu ombro. E com esse "leve", eu digo que quase caio. Sei que ele fez de propósito, por isso o olho torto.— Seu feio.— resmungo. Jacob abre um sorriso charmoso. Pode ser muitas coisas, mas feio não é uma delas.
Eu o acho ridículo.
— Isso que eu chamo de inveja.— ele balança a cabeça e caminha na minha frente como se de repente estivesse com pressa de ver a cara da nossa professora de Herbologia.
Chegaremos na estufa daqui uma eternidade, parece. Enquanto procuro pelo livro certo no montinho que carrego, um assobio alegórico chama minha atenção. A curiosidade instintiva me fazendo olhar por cima do ombro assim como um bando de outros alunos.
Ah, não.
Não me contenho de revirar os olhos enquanto meu primo de segundo grau, Draco Malfoy, se aproxima com sua trupe. Sorrio e, apesar de não gostar nada dos amigos dele, ele ainda tem meu sangue e eu até sinto alguma simpatia por ele, de vez em quando.
O loiro, de fios lisos tão claros que fazem seus cabelos parecerem brancos, chega para caminhar do meu lado, deixando seus amigos um pouco para trás.
— Draquinho.— cumprimento com plena certeza de que ele odeia ser chamado assim. Jacob bufa audivelmente do meu outro lado. Embora todos nós estejamos na alta elite da nossa casa, Jacob detesta se misturar com aqueles com quem somos comparados, os ricos puro-sangue. Eu não o julgo, pra ser sincera, também não aprovo a forma como eles tratam os outros, em sua maioria.
— Senhorita Diggory.— ele responde, cordialmente, um tom quase cínico. Eu sei que lá vem coisa. Ele só usa meu sobrenome Diggory quando quer fingir para os outros que eu sou menos que ele. O que não é o caso, mas eu não estou muito na minha fase escrota afim de colocá-lo em seu devido lugar. Um Malfoy nunca será um Black, meu pai diz que eles jamais vão aprender isso e eu acredito nele.— Sente-se indisposta hoje, senhorita?
— De jeito nenhum, meu bem, e você?— rebato. Nós nos olhamos e o canto dos lábios finos de Draco Malfoy se repuxa em um meio sorriso malicioso.
— Nem um pouquinho mesmo? Acredito que deve estar pelo menos um pouco cansada.
— E por que estaria?
— Eu estive pensando... é nosso último ano, não é? A senhorita bem que poderia tentar descansar um pouco. Deve ser puxado, para uma garota, fazer tantas coisas ao mesmo tempo...— ele vai enchendo linguiça e eu já sei onde ele quer chegar. Dou risada e ele se interrompe.
— Eu não vou te dar meu lugar como capitão do time, Malfoy.— respondo sem olhá-lo, voltando a mexer nos meus livros, passando-os de um braço para o outro por conta do seu peso. Draco os pega de minha mão e eu oficialmente me torno uma inútil, incapaz de carregar meu próprio material sozinha.
Mas se os rapazes querem fazer isso por mim, quem sou eu para reclamar?
Não é a primeira vez que Draco e eu temos essa conversa. Desde que somos titulares, tem sido uma grandíssima competição de poder com a ajuda de nossos pais por trás de tudo.
Lucius Malfoy era o capitão do time da Sonserina na sua época — mas foi porque meu pai não fez questão do posto — e, como se fosse algo a ser herdado, Draco jura que o posto de capitão deveria ser seu.
Mas ele é meu porque eu sou melhor. Eu tenho que ser melhor que todos os rapazes do time porque eu sou a única garota no time. Se eu não estiver em uma posição de respeito, eles nunca me levarão a sério. E eu odeio não ser levada a sério por mais que goste muito de brincar.
Quando Draco Malfoy fez seu pai pagar para que ele pudesse entrar no time, invejado que Harry Potter tenha entrado no da Grifinória mais cedo e sem esforço por conta de uma provocação sua quando criança, eu olhei e pensei: hm, eu também quero isso.
E como sempre, meu pai me deu o que eu queria.
Ele queria ser o apanhador, mas eu sou mais rápida, então ele fica como batedor.
Ele queria ser capitão, mas eu que conversei com todos os professores e fiz de tudo para convencer os rapazes do time de que eu mereço o seu respeito porque a líder sou eu. Como eu sou mulher, é óbvio que eu batalhei muito mais, e me vejo no total direito de me recusar a me abster dessa posição em meu último ano.
Eu sinto muito, priminho, mas nem fodendo.
Draco respirou fundo e eu esperei a discussão vir.
Não, não uma discussão. Sempre que converso com Draco entramos em um debate. Ele nunca fala comigo a menos que tenha que falar.
— Vamos lá, Nixie.— ele começa, quase soa gentil e paciente— Você sabe que ainda vai me dar essa vaga. Nada mais justo já que eu a cedi dois anos atrás para que você pudesse se divertir um pouco.— ele diz e eu sopro uma risada. Rá!
Ah, tá!
— Sim, sim, com certeza, eu vou pensar no seu caso, senhor Malfoy.— eu nunca vou deixar meu posto por você, meu amor. Draco cerra os olhos, desconfiado, não está acostumado com debates rápidos, poderíamos nos enrolar nisso por horas, mas eu não estou no clima. É um dia bonito, mesmo que frio.
Pego meus livros de volta de suas mãos cobertas de anéis de prata e entrelaço nossos braços. Draco contém a careta e fica tenso, não deve curtir muito contato.
Eu saberia dizer se nós tivéssemos conversas mais levianas.
— E você, como você está, Draquinho?— puxo assunto, pois genuinamente quero saber, já que ele já está aqui.
— Perfeitamente bem.— ele responde, se obrigando a relaxar sob meu toque. Um Malfoy nunca deve perder a postura, disso eu entendo bem.
— Não quer saber se sua capitã está bem também?— eu o olho de soslaio com um sorriso malicioso nos lábios. Ele sabe que eu estou brincando com sua cara. Os olhos acizentados do meu primo me encaram com tédio, eu deixo escapar uma risada.— Eu estou brincando, Draquinho.— eu ergo a mão e bagunço seus cabelos que haviam sido meticulosamente penteados para trás.
— Mas que droga, Nixie!— ele resmunga correndo para ajeitá-los novamente. Quando éramos menores, acabando de chegar a Hogwarts, chegamos muito perto de ser amigos. Eu imaginava que Draco poderia ser como Cedric mesmo com aquela fachada arrogante e mimada, ele era legal as vezes, mas acabou que não era só uma fachada e nós acabamos brigando feio porque uma vez ele chamou meu Ced de sangue-ruim. E ninguém desrespeita minha família na minha frente.
Nós tivemos momentos legais juntos, ele só brincou uma vez de me chamar duas vezes e gritar "urrá", eu me lembro, mas se censurou porque fez isso sozinho e seus colegas riram dele. Sei que em algum lugar, lá no fundo, ele é uma boa pessoa. Acho que ele também tem algum carinho por mim, a sua maneira.
— Você é muito sério, garoto, relaxe. Vamos, você também terá Herbologia agora?
— É claro, por que mais acha que eu estaria no mesmo caminho que você, senhorita Diggory?— ele responde encarando a frente como se fosse o dono da escola.
— Porque você gosta de me seguir.— ironizo, Draco levanta a sobrancelha e sopra uma risada debochada.
— Não se ache tanto.
— Que isso, eu sei que você me adora, priminho.
Draco revira os olhos e sorri sacudindo a cabeça. Ele estala a língua e olha por cima do ombro para ter certeza que seus amigos não estão ouvindo. Jacob acelerou o passo assim que começamos a conversar, então até que estamos sozinhos.
— Cala a boca, prima.
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