I love you so
❅
NIXIE BLACK
— Ei.— Harry vem segurando meu braço, mas eu o ignoro procurando por uma boa garrafa de hidromel.
Eu errei, me precipitei. Que porra eu estava pensando? Eu não sou impulsiva, mas foi algo totalmente natural e irresistível. Só quero que Harry ignore minha estupida declaração para que possamos voltar para a festa sem mais nada em mente, porque eu vi como o peguei de surpresa e agora estou morrendo de vergonha.
— Nix, ei.
A dispensa não é muito grande, três paredes estão ocupadas por altas estantes de alimentos não perecíveis, Harry fechou a porta atrás de si e eu acendi a luz fraquinha pendurada no teto. É quase como estar de volta no armário do zelador, mas há espaço para nos deitarmos no chão se quisermos.
Solto meu braço de Harry e tiro o avental, o pendurando no gancho atrás da porta. Meu olhar se esbarra com o dele e eu forço um sorriso.
— Me ajuda a procurar uma garrafa?— pergunto, Harry segura meu braço outra vez, me obrigando a parar e a ficar de frente para ele. Solto um suspiro e baixo olhar para a sua gravata desarrumada e pendurada em seu pescoço.
— A gente não vai ignorar isso.— ele me fala com firmeza. Sopro uma risada e coço entre as sobrancelhas com minha mão livre.
— Me desculpa, eu não me programei, só falei... só falei aquela coisa... podemos continuar como se nada tivesse acontecido?— tento me afastar mas ele não me libera. Não estou com coragem de olhar nos seus olhos agora.
— Do que está falando, Nixie?— sua voz veio calma e afetuosa— Não é uma coisa que precisa ser programada para ser dita.
— Ficou claro que eu te peguei de surpresa.— resmungo feito uma criancinha insegura.
— Pegou, mas não significa que eu não gostei. Que não foi a melhor surpresa da noite.
Meu coração dá um aperto e meu corpo se aquece enquanto, lentamente, eu levanto o olhar para encará-lo. Harry está tão tímido quanto eu, mas não desvia o olhar, aquele sorriso no rosto mostrando como ele tem coragem para falar dos seus sentimentos. Meu estômago se embrulha e minha respiração se acelera. Esse é o primeiro garoto que me faz sentir desse jeito. Ele vai ser o único.
— Não fala uma coisa dessas para depois fugir, Nixie, você não é assim.
— Eu pensei que você não estava pronto para ouvir.— dou de ombros— Porque eu me senti perfeitamente pronta para falar ali.— sussurro como se lhe contasse um segredo, e este é o segredo do meu coração— Você na minha casa de terno e gravata para impressionar os meus pais.— eu sorrio sem poder evitar, sei que foi ideia da Lilly, mas não deixa de ser fofo— Eu vejo como as coisas estão tão perfeitas e pacíficas e como fazem sentido porque estamos em família, com pessoas que amamos e que nos amam. É como se eu estivesse no paraíso, e eu percebo num segundo como estou apaixonada por você, por isso eu digo que te amo, Harry. Mas se você não quiser falar agora, tá tudo bem...
Harry balança a cabeça com os olhos fechados e segura meu rosto. Eu me calo e o vejo sorrindo, seus olhos verdes encontram os meus, mais intensos do que nunca.
— Eu tenho dois presentes pra você.— ele conta e abre um pouco do seu paletó engomado para enfiar a mão no bolso interno. Franzo a testa quando ele me mostra uma caixinha retangular embrulhada com as cores da minha casa de Hogwarts. Eu a pego— Pode abrir agora. Eu não conto se você não contar.— ele sussurra para mim com divertimento. Imediatamente eu rasgo o embrulho o deixando cair no chão e abro a caixinha de veludo púrpura sem nem parar por um segundo.
Me deparo então com um fino cordão com um pomo de ouro pendurado e um bracelete de prata igualmente delicado. Os dois são tão lindos.
— Ah, Harry!
— Eu sei que poderia ter sido mais romântico, mas você sabe como eu amo ser apanhador.— ele brinca com o pequeno pomo com o indicador, suas mãos sobre as minhas envolvendo a caixinha, o pomo é ainda menor do que aquele que nós lutamos para apanhar quando jogamos um contra o outro.— Eu amo jogar... e eu amo você também.
Eu fico parada encarando Harry com o coração batendo desenfreado. Isso é tão certo, como se tivéssemos nascido para esse momento, para sermos nós. Como poderíamos ser diferentes, no fim das contas? Ele é um dos meus melhores amigos, ele é tão bom, doce, engraçado e gentil. Como eu poderia amar outro se não Harry Potter?
— Então... como você definitivamente não vai pegar o pomo no nosso último jogo, achei que seria legal dar um de consolo antes da sua perda trágica.— ele diz zombeteiro e eu dou risada, empurrando seu ombro.
— Seu trasgo! Até parece que eu vou te deixar vencer.— puxo o bracelete da caixa e o ergo— E isso? Qual o significado por trás?
— Leia.— ele recomenda e eu olho para dentro do bracelete fino, umas palavras pequenas estão gravadas ali, e eu luto contra o sorriso o melhor que posso. Mas minha missão é falha.
— Para a garota mais linda do quarto.— murmuro— Vinte de outubro de 1999.— eu fico me mordendo internamente, tentando não explodir de alegria por isso. Ah, que coisa mais difícil! Coloco o bracelete e ele fica perfeito no meu pulso.— O primeiro beijo roubado...— suspiro sonhadora.— Quem diria que Harry Potter tomaria mesmo uma atitude e acabaria me agarrando aquele dia?
— Ele só precisava de um empurrãozinho.
— Deus abençoe o álcool.— ele deu uma risadinha.
— Não tinha como ser outra pessoa além de você, Nixie.— Harry resmunga, evitando meus olhos.
Eu não me aguentei. Tive de agarrá-lo. Joguei os braços envolta do seu pescoço e o beijei como ele fez comigo naquela noite do dia vinte de outubro.
Harry me abraçou e nós nos pegamos com muita empolgação e força. Ele cambaleou até acabar por bater as costas na porta e eu quis subir nele. Com a mão livre, agarrei um punhado dos seus cabelos e os puxei. Eu amo Harry, amo os cabelos desgrenhados de Harry e amo a boca dele também. A euforia me domina, isso é tão maravilhoso. As mãos dele deslizam pelas minhas costas tranquilamente, como se tivesse todo o tempo do mundo para me acariciar. Eu me arrepio e estremeço. Meu garoto, meu garoto.
Eu começo a rir entre os beijos, ofegando e suspirando apaixonada. Abraço Harry como se quisesse fundir nossos corpos, e ele me gira para que eu fique prensada contra a porta. Arfei quando minhas costas encontraram a madeira dura. Harry desceu as mãos e agarrou minha bunda, ele me deu o impulso e eu pulei, enlaçando sua cintura com minhas pernas. Harry me segurava com dureza, mas eu estava gostando muito disso.
Acabei por deixar um gemido baixinho escapar quando seu corpo se apertou contra o meu e Harry beijou meu pescoço como um vampiro. Era como se já estivéssemos transando de roupa.
Eu preciso disso. Agora.
— Para. Para, Hazz.— afastei seu ombro, meu corpo parece estar pegando fogo. Harry deu um passo para trás e meus pés voltaram para o chão.
— Eu fiz alguma coisa?— ele pergunta sem fôlego, as sobrancelhas unidas.
— Não, mas você vai.— eu solto um sorriso de canto e o Potter inclina a cabeça para o lado, confuso. Olho ao redor na dispensa e pego uma velha garrafa de vinho que meu pai com certeza estava guardando para uma ocasião bem mais importante. A empurro contra o peito dele e Harry a abraça.
— O que foi? Pra que isso?— ele sussurra, seguro sua mão depois de apagar a luz e abro a porta, espiando o corredor.
— Não temos muito tempo. Vem comigo.
Antes que ele pudesse perguntar mais alguma coisa, o puxei de volta para a cozinha, as costas coladas na parede, sempre de olho nas janelas já que meus pais acabaram de sair para ir olhar as estrelas. Por favor, me deem só meia hora. No próximo corredor, vi que a porta da sala estava minimamente entreaberta então o risco de sermos vistos era muito baixo por aquela mísera fresta. Harry e eu corremos escadas a cima e eu o empurrei para o meu quarto.
— O que está pensando?— ele pergunta.
— Vai descobrir logo, logo.— tornei a beijá-lo e fiquei o empurrando em direção da minha cama depois de trancar a porta do quarto.
— Nixie— ele ofega com os lábios contra os meus— O que você acha que está fazendo?— ele sabia, mas não conseguia me afastar, segurava meu rosto com carinho e me beijava com a exata mesma vontade.
— O tempo está correndo, Harry, fique quieto.— quando as pernas dele bateram contra a cama, tirei a garrafa de sua mão e a coloquei na minha mesinha de cabeceira junto da caixa do meu colar. Aparto o beijo e forço seu ombro para baixo, Harry me olha com uma excitada curiosidade e se senta. A luz do meu abajur ilumina o meu quarto e eu sorrio ao ver que meu batom manchou toda a boca dele. Levanto o vestido e monto no garoto de ouro que se inclina para trás.
— Eles vão sentir nossa falta.— ele argumenta, tentando ser racional.
— Eu sei. E os cookies estão no forno.— começo a desabotoar seu terno.
— Eu não quero ser morto no natal, Nixie.— ele me encara com angustia, está muito dividido entre se divertir comigo com o risco de sermos pegos ou simplesmente temer sermos pegos. Mesmo conversando comigo, ele não me faz parar quando desço o seu paletó pelos seus braços.
— Então é melhor parar de falar e começar a se mexer mais.
— Ah, Deus me ajude.— ele agarra minha nuca e volta a me beijar— Eu te amo.— o Potter sussurra, como se eu já não estivesse cometendo loucuras o suficiente.— Eu te amo tanto.
Tiro seus óculos, nós nos livramos de sua gravata, ele me ajuda de um jeito totalmente ansioso a desabotoar a camisa preta. Harry e eu nos livramos dos nossos sapatos e ele me derruba na minha cama que já estava bagunçada, puxando a camisa de qualquer jeito e a atirando ao pé da cama. Harry beijou o meu sorriso, eu queria admirar mais seu corpo, mas não temos tempo. Eu tirei seu cinto e ele meteu a mão debaixo da minha saia, sei que estamos apressados e agindo com muito impulso para uma primeira vez, mas foda-se, simplesmente foda-se! Me arrepiei enquanto a mão dele puxava minha calcinha pelas minhas coxas e levei a minha para o meio das suas pernas. Mas eu senti algo roçando a minha perna, além, é claro, da ereção dele, e parei. Meti a mão no bolso do Potter e fisguei uma caixinha pequena de lá. Ele nem se ligou que eu me distraí, tão concentrado estava em se livrar de minha calcinha e chupar meu pescoço.
Examinei a caixinha conforme sorria feito uma idiota, estava tão excitada e tão feliz que nem sabia onde terminava uma emoção e começava a outra.
— Dois presentes, hein?— arfei, segurando seu pescoço. Harry ergueu a cabeça e me encarou confuso. Notei que ele estava se refreando muito. Adoro ver o efeito que causo nele. Harry olhou para o lado para encarar minha mão.
— O que? Ah... aham...— ele deposita beijos molhados no meu rosto, colocando parte do peso do seu corpo sobre o meu— Você vai colocar a aliança para ver se cabe, minha linda Nixie?— ele sussurra no meu ouvido e eu resisto à vontade de batê-lo, porque ele não pode ser o provocador desta relação.
— Nós vamos ter um problema, pãozinho.— sussurro.
— Vamos?
— Uhum. Nós temos que ver se vamos usar as minhas alianças ou as suas.— ele estava com o lóbulo da minha orelha entre os dentes, meus olhos se reviraram de expectativa.
— O que quer dizer?— sua voz rouca reverberou por todo meu corpo. A inocência de Harry não está conosco neste quarto.
— Coloque a mão debaixo do meu travesseiro, querido.— instruo. Cegamente e sem tirar os lábios do meu corpo, Harry tateia minha cama até encontrar meu travesseiro, ele puxou uma caixinha idêntica a que eu tirei do bolso dele.
Harry parou e olhou para a caixinha que estava na sua mão depois a que estava na minha.
— É. Acho que isso vai ser um probleminha.
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