Cute
❅
NIXIE BLACK
Invado a enfermaria, ofegante, não consigo acreditar nas notícias que ouvi. Simplesmente não pode ser verdade.
Ron e Aspen vem me receber, os rostos corados e as mãos enterradas nos bolsos, os ombros levantados.
— É verdade então? O que falaram nos corredores?
— É.— Ron assente— Eu vi acontecer.
— Vai com calma, eles ainda estão em choque.— Aspen recomenda, como se fosse sério.
— Deixe-me ver.— peço, ansiosa. Ron e Aspen me acompanham até as duas macas ocupadas por dois garotos que não aparentam ter mais que dez anos. Olho para aquele de olhos castanhos e depois para aquele de olhos verdes, cujos óculos ficam escorregando e ele precisa segurar com as mãozinhas pequenas. Ambos parecem muito, mas muito emburrados mesmo.
Então eu comecei a rir. Eu ri tanto que chorei. Brandon me tacou o seu travesseiro, revoltado.
— Avisa sua prima que mesmo que ela se esconda no cu de Judas, eu vou achá-la e vou arrancar a cabeça dela!— Brandon me conta enquanto eu tento me recompor, necessitada de fôlego. Sua vozinha fina não ajuda em nada na minha crise e eu tenho que me sentar na maca de Harry. Minha barriga dói.
— Garotinhos não deviam ter um linguajar desses.— Aspen Greengrass balança a cabeça e cruza os braços, como se não estivesse aprovando o mais novo. Digo, o menor. Digo... o Brandon que lhe mostra os dedos do meio. Olho para Harry Potter, sua adorável versão mais nova e seco minhas lágrimas. Ele me encara com biquinho, impassível e impaciente. Eles dois vestem roupas muito maiores do que eles, ficam tão lindinhos!
Seguro o rostinho do meu Potter e ele fica vermelho de raiva.
— A Adhara me paga, Nixie!— ele promete e minha gargalhada volta. O puxo para mim e o aperto como um bichinho de pelúcia. Harry esperneia e segura meus pulsos enquanto eu belisco suas bochechas— Para!— ele choraminga, se jogando no chão e fugindo para a cama do irmão mais... novo? Agora eles estão com a mesma idade, parece.
— Meu Santo Salazar— o sorriso rasga minhas bochechas e junto as mãos— Não me lembrava que vocês eram tão lindinhos!— estico a mão na direção dos Potter que amarram a cara para mim. É como se soubessem que eu estou me segurando muito para não atacá-los com cócegas e nem enchê-los de beijos.— Nós precisamos gravar esse momento.— arregalo os olhos para Ron e Aspen que tem sorrisos satisfeitos nos lábios.
São os melhores amigos dos Potter e devem estar se divertindo ainda mais do que eu agora.
— Já chamamos o Creevey.— Aspen balança a cabeça para mim e me lança uma piscadela.— Ele deve aparecer a qualquer momento.
— Se você tirar uma foto disso...— Brandon começa, falando entre dentes como se isso fosse o deixar ameaçador e eu vou agarrar seu bracinho fino, o puxando para meu colo como se ele fosse um bebê. Ao contrário de Harry, Brandon se aninha a mim, dando as costas ao melhor amigo e resmungando coisas como matança e vingança. Se eu fosse Adhara, demoraria a dar as caras, mesmo com ele nesse tamanho, acredito que Brandon seria capaz de lhe lançar uma maldição imperdoável.
Tenho que contar para Cedric, meu padrinho e os gêmeos Weasley. Eles vão adorar.
— O que foi que aconteceu, afinal?
— Os dois comeram o bolinho que sua prima deve ter feito só para o Brandon.— Ron diz, sem conseguir parar de sorrir. Arregalo os olhos para Harry.
— E por que você comeu, criança?— ralho. Ele se encolhe perto da cabeceira da cama, abraçando os joelhos.
— Eu não sou criança.— é o que ele resmunga, com a aparência e a voz de uma.
Eu deveria estar zangada, eu acho, por meu namorado ter virado criança outra vez, mas tudo o que quero é cuidar dessa sua mini versão e guardá-lo em um pote. Isso adia nossos planos, mas não me chateia. Sinto que vai me divertir muito, na verdade.
— Vocês são tão lindos!— eu sorrio afetuosamente. Harry revira os olhos.
— Falando desse jeito eu vou começar a desconfiar que você participou da brincadeira, Nixie.— Aspen provoca e Brandon levanta a cabeça para me encarar com desconfiança.
— Eu não participei disso.— falo a verdade— Isso atrapalha meus planos...
— Que planos?— Brandon pergunta— Isso te ajuda, isso sim!
Eu e o menininho Harry trocamos olhares.
— Hã, bem, mas vocês não vão ficar assim pra sempre, não é?— mudo o assunto sutilmente.— Onde está madame Pomfrey?— olho ao redor, balançando Brandon no meu colo. Ele não tirou os olhos do meu rosto. Seria burrice achar que estamos enganando Brandon, mas eu me permito viver em negação por mais um tempo.
— Foi preparar as poções para os dois.— Ron aponta o queixo para a porta de saída— Convenientemente, ela está sem os ingredientes necessários no estoque e foi correndo até o ranhoso. Parece até que alguém sabia que ela precisaria.— ele levanta as sobrancelhas ruivas sugestivamente como se essa fosse outra parte do plano de Adhara. O que eu não desconfio que seja.
— Já parou pra pensar que já passou da hora de vocês pararem de brigar?— pergunto para o Potter de olhos castanhos.— Se vocês fizessem as pazes, essas coisas não aconteceriam.
— Ela vive passando dos limites.— Brandon sibila.— Lembra daquela vez que ela destruiu meu rosto? Aposto que você não censura ela.— a ideia de que eu o acho o único culpado dessa história o chateia, mas é claro que eu nunca faria isso. Não gosto de injustiças.
— É lógico que censuro, vocês tem que parar logo com isso...
— Foi ela quem começou.— ele resmunga.
— Não importa quem foi, vai importar qual dos dois vai fazer parar.
— Não me venha com essas lições de moral agora, Black.— ele descarta e eu dou de ombros, desistindo. Afago seus cabelos e solto um suspiro. Harry coloca os óculos no topo da cabeça e cerra os olhos para mim, se aproxima calmamente e eu acolho os dois Potter como se fosse protegê-los.
— Nixie é claramente a mãe de todos.— Aspen caçoa, rindo.
— É. Eles sabem que eu cuido dos meus garotos.— zombo bagunçando ainda mais os cabelos selvagens deles.
O Creevey chega com uma câmera pouco depois e nós tiramos fotos mesmo com os garotinhos não querendo. Aqueles poucos minutos nos rendem boas risadas, digo, apenas por parte minha, Aspen e Ron. Depois de nos entregar as fotos e as dividirmos igualmente, prontos para espalhar a notícia para nossas famílias, o nosso fotografo mais novo vai embora e eu o acompanho, prometendo voltar logo.
Na porta da enfermaria, vejo a pestinha que armou toda essa trama. Ela está rindo baixo e pagando o Creevey. Quando me vê, se assusta, mas não demora a colocar um sorriso maroto no rosto. Ela é tão parecida com o pai. Fecho a porta atrás de mim e balanço a cabeça.
— Ele vai matar você.— aviso, como se ela não soubesse, como se não conhecesse o Potter tão bem quanto eu.
— Ele vai superar.— Adhara Lupin sorri e caminha ao meu lado depois de deixarmos o Creevey correr para o outro lado, provavelmente para falar para seu irmão as novas.
Eu até penso em deixar o sermão para depois, mas lembro da acusação de Brandon e, não querendo ser injusta, censuro minha prima que revira os olhos.
— Ele colocou cobras nas minhas botas semana retrasada, foi ele quem começou, eu só estou respondendo.— ela diz e eu sopro uma risada.
— Vocês são impossíveis.
— Eu sei.— ela estufa o peito, orgulhosa de si. Não foi um elogio, mas nem vale perder tempo explicando.— Vai dizer que não foi uma boa ideia?— ela desafia.
— Bem, não foi, mas...— eu sorrio— Eles ficaram muito adoráveis.
— Ah, sim... eu não atingi Harry de propósito, era para o Brandon comer tudo, ficaria bem mais novo do que isso. Eu só queria que ele se lembrasse do bebezão que ele é.
— Pode ter certeza de que ele nunca vai se esquecer disso.
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