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HARRY POTTER
19 de novembro de 1999

Me abaixei, desviando do balaço por um triz. Isso aqui está uma loucura.

— Cuidado, Brandon!— eu grito para meu irmão, zangado— Eu não sou o alvo, caralho!

— Com uma cabeça desse tamanho, há quem discorde, irmão!— ele grita de volta e eu lhe mostro o dedo, fazendo-o gargalhar.

— Gina, fica mais atenta!— aviso e ela me lança um olhar feio, continuando o jogo em silêncio, notei que ela está muito distraída hoje e isso não é bom.

Observo todos de cima. Tudo está um caos e eu não estou com toda paciência do mundo para lidar com isso porque, novamente, estou sendo privado de passar tempo com Nixie. Os estudos estão tomando nosso tempo livre e não dá para ela coordenar um namoro às escuras sendo monitora, capitã e aluna exemplar. Não faço ideia de como Nixie consegue lidar com isso, e o pior é que no pouco tempo que nós temos, não conseguimos ficar a sós.

Eu estou pensando seriamente em assumi-la em público, mas muitas coisas interferem e eu não vou abalar a vida social dela por puro egoísmo.... mesmo que eu queira e muito segurar sua mão na frente de todos e reivindica-la como minha namorada.

Eu mesmo estou distraído neste treino, então como é que eu vou coordenar meu time para a vitória? Aposto que Nixie não está tendo esse problema, já que ela é capaz de muita coisa... mas tipo, não que ela seja superior à mim, ou que eu seja melhor que ela, mas... ah, que seja.

Quando o treino acaba, quero só tomar um banho quente e me esconder no dormitório, mas as aulas vão começar.

Felizmente, para melhorar meu humor, temos dois tempos de Defesa Contra as Artes das Trevas, minha matéria predileta. E melhor ainda, vou dividir essas aulas com a Nixie, mesmo que todo aquele bando da Sonserina que eu detesto venha junto em peso, vai ser mais suportável com ela.

Encontrei com Nixie na frente da sala, mas como estávamos na frente de nossos melhores amigos, não pudemos nada além de sorrir um para o outro como dois idiotas. Senti sua mão roçar as costas da minha ao passarmos pela porta e eu fui atrás dela como se tivesse sido hipnotizado.

— Harry? O que está fazendo?— Ron me pergunta, confuso ao me ver indo para o lado da Sonserina.

— Eu tenho que falar com a Nixie.— invento, dando de ombros. Depois olho para Jacob que está me encarando com a testa franzida de confusão.— De capitão pra capitão.— forço um sorriso e descaradamente roubo o lugar dele ao lado da Black que pressiona os dedos contra os lábios para segurar a risadinha enquanto se ajeita na cadeira.

— Pode se sentar com o Ron hoje?— ela pergunta, fazendo beicinho e uma cara adorável. Eu cederia qualquer coisa se ela estivesse olhando pra mim assim.
Jacob revira os olhos e se afasta, entediado.— Vamos supor que você realmente tenha algo de importante para me falar, o que seria?— ela continua quando ficamos só nós dois e eu sorrio de canto.

— Seria dizendo que eu senti sua falta.— admito e Nixie ajeita os livros encima da mesa, olhando pra mim com um sorriso discreto nos lábios e com os olhos brilhando.

— Senti a sua também.— ela murmura e eu me aqueço de dentro pra fora, confortado com a ideia. Nós colocamos os braços sobre nossas carteiras e os deixamos assim, agindo sem chamar a atenção porque nós meio que sempre estamos em contato.

Nixie pega sua pena, a molha no tinteiro e se aproxima de mim para sussurrar no meu ouvido.

— Eu estou precisando de um banho, vem comigo no tempo livre?— ela quer saber e eu me desconcentro, o que eu estava fazendo mesmo? Assinto, incapaz de não pensar em Nixie sem nenhuma peça de roupa cobrindo sua pele. Sinto minhas bochecha tomando cor, mas finjo que não. No momento seguinte, Nixie tira o braço do lado do meu. Eu coloco a mão livre mais pra mesa dela, como que para cobrar seu retorno, mas quase dou um pulo quando a sinto tocando minha coxa.

Fico tenso e a olho de rabo de olho, Nixie está segurando seu sorrisinho enquanto encara o professor. Ela acaricia minha coxa e eu estremeço, olhando para os lados rapidamente e temeroso que alguém nos perceba. Jesus Cristo, não faz isso comigo.

É impossível me concentrar na aula, sejam pelos sussurros para corrigir minhas anotações ou pelas carícias de Nixie, estou dolorido e sem coragem de falar onde.

— Inflamare corpus pode ser considerada uma tortura, Harry.— ela aponta para o meu pergaminho, me corrigindo com um tom afetuoso.— um bruxo experiente pode fazer com que seu alvo sinta como se estivesse sendo queimado vivo.

— Então você devia ser presa.— resmungo.

— O que?— ela indaga, sem ter me ouvido. Os burburinhos na sala são altos, os alunos ficam trocando colas para se ajudarem.

— Hã, hein?... nada.— sacudo a cabeça, desajustado. A mão dela sobe um pouco mais na minha coxa e eu fico mais alarmado ainda, olhando para todos os lados, agindo de forma suspeita e estúpida. Me censuro e volto a olhar para baixo, Deus do céu, isso é uma tortura.

— Sabe, Hazz, eu tive um sonho com você na noite passada.— ela continua me testando, me deixando louco.

— Ah, é?— pergunto, parando de escrever para dar toda minha atenção para a loira finalmente, mas ela não faz o mesmo, seus olhos permanecem baixos, indo do seu pergaminho para o livro aberto entre nós enquanto ela escreve ininterruptamente.

— É.— ela sopra uma risadinha e molha a pena outra vez— Você não acreditaria no que a gente fez.— ela comenta e eu queria fazer a mínima ideia do que ela pode estar sugerindo, mas meus pensamentos já fazem o trabalho sujo sem precisar de muito mais conteúdo.

— E... o que a gente fazia?— pergunto, franzindo a testa. Por favor, me conta em detalhes.

— Você não vai acreditar.— ela repete e a sineta toca. Pensei que essa aula nunca fosse chegar ao fim e agora que eu preciso que ela dure um pouco mais, já acabou! O universo deve me odiar muito mesmo. Nix se levanta e começa a guardar as coisas, fico agoniado quando o calor de sua mão deixa minha coxa e quero que ela retorne logo. Puxo minha mochila para meu colo e jogo o material para dentro sem o menor cuidado.

— Será que a gente pode...— eu me interrompo, Ron e Jacob estão de volta—... conversar depois?

— Mas é claro!— Nixie responde de muito bom humor— Me desculpa por ter fugido tanto do assunto, a gente se encontra depois da aula.

Bom, temos um encontro.

— Então vocês não falaram de capitão pra capitão?— o Johnson reclama, vendo que sua saída não foi aproveitada pra nada. Bem, pra nada que ele aprovaria, certamente.

— Não.— Nixie responde e eu torno a fechar a boca, sem ter processado nenhuma mentira— Acabei por distraí-lo contando um sonho que eu tive com ele.

A lanço um olhar alarmado.

— E que sonho foi esse?— Ron quer saber, sorrindo.

— Ah, era só o Harry comendo tantos pêssegos que chegou a explodir.— ela gesticula uma explosão e eu arregalo os olhos, entendo o que ela realmente quis dizer— Foi que nem champanhe.— ela me lança uma piscadela e sai andando com Jacob. Simples assim! Tenho vontade de atravessar o chão com minha cabeça e solto um gemido baixinho, sem conseguir me segurar.

— Não entendi a graça desse sonho...— Ron comenta, franzindo a testa para mim— Você entendeu?

Teria sido muito melhor que não.

— Hã, sei lá, a Nixie às vezes pensa muito diferente.

Ron ri.

— É, ela é meio caduca quando quer.— aí ele fica me encarando— Não vai levantar? A gente tem que ir.

Eu não quero sair daqui, tem como me esperar lá fora?, eu imploro em pensamentos, mas claro que não dá pra pedir uma coisa dessas sem levantar suspeitas.

Talvez, quando eu começar a caminhar, o meu sangue volte a circular nos lugares realmente importantes. Caminho ao lado de Ron com a mochila na frente do corpo, mexendo freneticamente na mesma como se procurasse por algo.

— O que foi, cara? Tem alguma coisa interessante aí?— o Weasley quer saber o que está acontecendo. Por que diabos você não cuida da sua vida?

— Hã... nada, só recebi uma carta da minha mãe e estou tentando achar ela pra lembrar o que foi que ela me pediu. Tinha a ver com Brandon e tal...— invento.

— Que carta? Você não recebeu nada hoje.— o ruivo cerra os olhos pra mim. Engulo em seco, por que diabos você tem que estar comigo o tempo todo?

— É de outro dia...

— Ah...— Ron diz sem se dar por convencido, mas também sem insistir no assunto sem pé nem cabeça. O nosso segredo está ficando cada vez mais difícil de manter, Nixie.

[...]

Nota da autora:

Vou terminar essa porra esse ano ainda. Tô com bloqueio, vadias, me aguentem e vão ler minha fanfic com o cegueta pai, RUDE, James Potter.